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Papilionoideae (Leguminosae) do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil

Papilionoideae (Leguminosae) of the Serra da Canastra National Park, Minas Gerais, Brazil

Resumos

O Parque Nacional da Serra da Canastra localiza-se no sudoeste de Minas Gerais (20º00'-20º30'S e 46º15-47º00'W) e apresenta ca. de 40% de sua área coberta por campos rupestres. Foram registradas 41 espécies de Papilionoideae reunidas em 23 gêneros e oito tribos: Phaseoleae (Camptosema, Centrosema, Clitoria, Collaea, Eriosema, Erythrina, Galactia, Periandra e Vigna), Dalbergieae (Andira, Dalbergia, Machaerium, Platypodium, Poiretia, Stylosanthes e Zornia), Sophoreae (Acosmium e Bowdichia), Crotalarieae (Crotalaria), Desmodieae (Desmodium), Genisteae (Lupinus), Millettieae (Platycyamus) e Swartzieae (Swartzia). Os gêneros mais representativos em número de espécies foram Galactia (com cinco espécies), Andira, Eriosema, Vigna e Zornia, com três espécies cada um. Os gêneros Centrosema, Collaea, Crotalaria, Lupinus, Periandra e Stylosanthes foram representados por duas espécies, e os demais gêneros por uma espécie cada. A distribuição geográfica de Eriosema prorepens Benth., Lupinus subsessilis Benth. e Periandra gracilis H.S. Irwin & Arroyo foi ampliada neste trabalho. São apresentadas chaves para identificação, descrições e dados sobre a distribuição geográfica das espécies e táxons infra-específicos.

campos rupestres; cerrado; flora


The Serra da Canastra National Park is in southwestern Minas Gerais (20º00'-20º30'S and 46º15'-47º00'W) about 40% of its area covered by "campos rupestres". Forty-one species of Papilionoideae, grouped into 23 genera and eight tribes, were found. Phaseoleae (Camptosema, Centrosema, Clitoria, Collaea, Eriosema, Erythrina, Galactia, Periandra and Vigna), Dalbergieae (Andira, Dalbergia, Machaerium, Platypodium, Poiretia, Stylosanthes and Zornia), Sophoreae (Acosmium and Bowdichia), Crotalarieae (Crotalaria), Desmodieae (Desmodium), Genisteae (Lupinus), Millettieae (Platycyamus) and Swartzieae (Swartzia). The most numerous genera were Galactia (five species), Andira, Eriosema, Vigna and Zornia, with three species each one. Centrosema, Collaea, Crotalaria, Lupinus, Periandra and Stylosanthes were represented by two species, and the other genera were represented by a single species. The geographical distribution of Eriosema prorepens Benth., Lupinus subsessilis Benth. and Periandra gracilis H.S. Irwin & Arroyo was extended in this work. Identification keys, descriptions and data on geographical distribution of the species and infra-specific taxa are provided.

"campos rupestres"; "cerrado"; flora


Papilionoideae (Leguminosae) do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil

Papilionoideae (Leguminosae) of the Serra da Canastra National Park, Minas Gerais, Brazil

Fabiana Luiza Ranzato Filardi; Flávia Cristina Pinto Garcia* * Autora para correspondência: fcgarcia@ufv.br ; Valquíria Ferreira Dutra; Paula de Souza São-Thiago

Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Av. P.H. Rolfs s.n., 36570-000 Viçosa, MG, Brasil

RESUMO

O Parque Nacional da Serra da Canastra localiza-se no sudoeste de Minas Gerais (20º00'-20º30'S e 46º15-47º00'W) e apresenta ca. de 40% de sua área coberta por campos rupestres. Foram registradas 41 espécies de Papilionoideae reunidas em 23 gêneros e oito tribos: Phaseoleae (Camptosema, Centrosema, Clitoria, Collaea, Eriosema, Erythrina, Galactia, Periandra e Vigna), Dalbergieae (Andira, Dalbergia, Machaerium, Platypodium, Poiretia, Stylosanthes e Zornia), Sophoreae (Acosmium e Bowdichia), Crotalarieae (Crotalaria), Desmodieae (Desmodium), Genisteae (Lupinus), Millettieae (Platycyamus) e Swartzieae (Swartzia). Os gêneros mais representativos em número de espécies foram Galactia (com cinco espécies), Andira, Eriosema, Vigna e Zornia, com três espécies cada um. Os gêneros Centrosema, Collaea, Crotalaria, Lupinus, Periandra e Stylosanthes foram representados por duas espécies, e os demais gêneros por uma espécie cada. A distribuição geográfica de Eriosema prorepens Benth., Lupinus subsessilis Benth. e Periandra gracilis H.S. Irwin & Arroyo foi ampliada neste trabalho. São apresentadas chaves para identificação, descrições e dados sobre a distribuição geográfica das espécies e táxons infra-específicos.

Palavras-chave: campos rupestres, cerrado, flora

ABSTRACT

The Serra da Canastra National Park is in southwestern Minas Gerais (20º00'-20º30'S and 46º15'-47º00'W) about 40% of its area covered by "campos rupestres". Forty-one species of Papilionoideae, grouped into 23 genera and eight tribes, were found. Phaseoleae (Camptosema, Centrosema, Clitoria, Collaea, Eriosema, Erythrina, Galactia, Periandra and Vigna), Dalbergieae (Andira, Dalbergia, Machaerium, Platypodium, Poiretia, Stylosanthes and Zornia), Sophoreae (Acosmium and Bowdichia), Crotalarieae (Crotalaria), Desmodieae (Desmodium), Genisteae (Lupinus), Millettieae (Platycyamus) and Swartzieae (Swartzia). The most numerous genera were Galactia (five species), Andira, Eriosema, Vigna and Zornia, with three species each one. Centrosema, Collaea, Crotalaria, Lupinus, Periandra and Stylosanthes were represented by two species, and the other genera were represented by a single species. The geographical distribution of Eriosema prorepens Benth., Lupinus subsessilis Benth. and Periandra gracilis H.S. Irwin & Arroyo was extended in this work. Identification keys, descriptions and data on geographical distribution of the species and infra-specific taxa are provided.

Key words: "campos rupestres", "cerrado", flora

Introdução

O Parque Nacional da Serra da Canastra (PNSC), segunda maior unidade de conservação de Minas Gerais, apresenta aproximadamente 40% de sua área coberta por campos rupestres (IBDF 1981), formação vegetacional associada a condições geológicas e climáticas específicas com altos índices de endemismos e espécies raras (Giulietti & Pirani 1988). Cerca de 4.000 espécies já foram descritas para a flora dos campos rupestres (Giulietti et al. 2000). Os estudos florísticos no PNSC, antes restritos aos realizados pela expedição de Saint Hilaire (Saint Hilaire 1977); ao seu plano de manejo (IBDF 1981); e ao levantamento das espécies arbóreas da mata da Cachoeira da Casca D'Anta, que revelou apenas oito espécies de Papilionoideae (Mota 1984); foram intensificados em 1994 e revelaram a existência de 17 áreas de endemismos, além de dezenas de novas espécies para a ciência (Romero & Nakajima 1999).

A subfamília Papilionoideae reúne mais de 70% dos representantes de Leguminosae, com 13.800 espécies pertencentes a 467 gêneros e 28 tribos (Lewis etal. 2005). Caracteriza-se por folhas pinadas, nunca bipinadas, flores papilionáceas com simetria zigomorfa e prefloração imbricada vexilar havendo, porém, exceções nas tribos Sophoreae e Swartzieae que apresentam algumas espécies com flores actinomorfas (Polhill & Raven 1981, Lewis et al. 2005). Na flora dos campos rupestres, Leguminosae está representada por cerca de 338 espécies reunidas em 52 gêneros, sendo Papilionoideae a subfamília mais diversa, com 46% das espécies e 67% dos gêneros (Garcia & Dutra 2004), confirmando a sua importância florística.

Neste trabalho é apresentado o estudo florístico de Papilionoideae no PNSC incluindo chaves analíticas, descrições e comentários sobre distribuição geográfica.

Material e métodos

O Parque Nacional da Serra da Canastra está situado no sudoeste do estado de Minas Gerais (20º00'-20º30'S e 46º15'-47º00'W) abrangendo parte dos municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis, em uma área de 71.525 ha, com altitudes variando de 800-1.200 m e chegando a 1.496 m, no local denominado Serra Brava (Romero & Nakajima 1999). As principais fitofisionomias encontradas são as florestas mesófilas de encosta, capões, cerradão, cerrado sensu stricto, campo cerrado, campo limpo, além dos campos rupestres (IBDF 1981).

A coleta do material botânico foi realizada entre 1994 e 2001 como parte do projeto "Flora do Parque Nacional da Serra da Canastra" coordenado pela Universidade Federal de Uberlândia. As duplicatas de Papilionoideae amostradas foram doadas e depositadas no Herbário VIC, do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa, para o desenvolvimento do presente estudo.

Os termos morfológicos utilizados nas descrições dos táxons foram baseados na literatura taxonómica sobre a subfamília e nos trabalhos de Radford et al. (1974) e Polhill & Raven (1981); os tipos de inflorescencias em Radford et al. (1974) e os tipos de frutos em Barroso et al. (1999). A classificação adotada para tribos e gêneros foi a de Lewis et al. (2005).

As chaves para a identificação dos táxons, bem como as descrições, foram elaboradas apenas com base no material coletado no PNSC, sendo os táxons apresentados em ordem alfabética. Dados sobre a distribuição geográfica dos táxons foram obtidos a partir de revisões dos gêneros estudados e do International Legume Database & Information Service (ILDIS 2005).

Resultados e Discussão

O levantamento florístico de Papilionoideae no PNSC totalizou 41 espécies, reunidas em 23 gêneros e oito tribos. A riqueza da subfamília no PNSC foi equivalente à obtida em outras áreas de campos rupestres em Minas Gerais, como por exemplo, em Grão Mogol, onde Papilionoideae reuniu 44 espécies em 23 gêneros (Queiroz 2004). As tribos mais expressivas foram Phaseoleae, com nove gêneros (Camptosema (1), Centrosema (2), Clitoria (1), Collaea (2), Eriosema (3), Erythrina (1), Galactia (5), Periandra (2) e Vigna (3) e Dalbergieae, com sete gêneros (Andira (3), Dalbergia (1), Machaerium (1), Platypodium (1), Poiretia (1), Stylosanthes (2) e Zornia (3). Sophoreae foi representada por Acosmium (1) e Bowdichia (1), enquanto que as demais tribos contaram com apenas um gênero: Crotalarieae (Crotalaria, 2), Desmodieae (Desmodium, 1), Genisteae (Lupinus, 2), Millettieae (Platycyamus, 1) e Swartzieae (Swartzia, 1). Quanto ao hábito, a maioria das espécies (63%) faz parte do estrato herbáceo (ervas eretas ou prostradas, subarbustos e trepadeiras), apenas 10 espécies (24%) são arbóreas.

Chave para os gêneros de Papilionoideae ocorrentes no PNSC

1. Folhas paripinadas ou bifolioladas 2. Estipulas prolongadas abaixo do ponto de inserção; inflorescência espiciforme; fruto lomento ...........................................................................23. Zornia 2. Estípulas não prolongadas abaixo do ponto de inserção; inflorescência racemosa; fruto legu me ..........................................................................19. Poiretia 1. Folhas imparipinadas, uni ou trifolioladas 3. Folhas unifolioladas 4. Androceu monadelfo, anteras dimórficas 5. Folíolos lineares, lanceolados, elípticos ou elíptico-lanceolados; corola roxo-azulada; legume plano ..............................................14. Lupinus 5. Folíolos oblongos ou obovados; corola amarela a amarelo-alaranjada; legume inflado ..............................................................8. Crotalaria 4. Androceu diadelfo, anteras isomórficas 6. Folíolos com glândulas puntiformes amarelas; cálice 5-laciniado .............. .................................................................................11. Eriosema 6. Folíolos sem glândulas puntiformes amarelas; cálice 4-laciniado ............... ...................................................................................13. Galactia 3. Folhas 3- plurifolioladas 7. Estipelas presentes 8. Folhas 3-folioladas 9. Árvores 10. Estipelas glandulares; corola avermelhada ...............12. Erythrina 10. Estipelas não glandulares; corola lilás a púrpura ...17. Platycyamus 9. Arbustos, subarbustos, ervas, trepadeiras e lianas 11. Cálice 4-mera 12. Lianas; cálice tubuloso; ovário estipitado .......4. Camptosema 12. Subarbustos ou ervas; cálice campanulado; ovário séssil ........ ....................................................................13. Galactia 11. Cálice 5-mera 13. Corola ressupinada 14. Raque foliar 0,2-2 cm compr.; cálice bilabiado ou campanulado; vexilo 2-3 cm compr.; ovário subséssil 15. Trepadeiras ou ervas prostradas ..........5. Centrosema 15. Arbustos ou subarbustos ......................16. Periandra 14. Raque foliar ausente; cálice tubuloso; vexilo ca. 5,7 cm compr.; ovário estipitado ................................6. Clitoria 13. Corola não ressupinada 16. Subarbusto; inflorescencia terminal, ca. 18-flora; botão floral reto; fruto lomento ........................10. Desmodium 16. Trepadeira; inflorescencia axilar, 3-9-flora; botão floral curvo; fruto legume .......................................22. Vigna 8. Folhas plurifolioladas 17. Raque foliar cilíndrica; fruto drupa ....................................2. Andira 17. Raque foliar marginada; fruto legume ............................21. Swartzia 7. Estipelas ausentes 18.

Folhas 3-5(-7)- folioladas

19. Árvores; corola actinomorfa .......................................1. Acosmium 19. Ervas, subarbustos e arbustos; corola zigomorfa 20. Raque foliar 2-10 mm compr.; folíolos com glândulas puntiformes amarelas na face abaxial; cálice 5-laciniado .............11. Eriosema 20. Raque foliar ausente; folíolos sem glândulas puntiformes amarelas; cálice 4-laciniado 21. Estípulas amplexicaules, persistentes; corola amarela; androceu monadelfo, anteras dimórficas; fruto lomento .......... ..............................................................20. Stylosanthes 21. Estípulas não amplexicaules, caducas; corola branca ou avermelhada; androceu diadelfo, anteras isomórficas; fruto legume ..........................................................7. Collaea 18. Folhas 9-25-folioladas 22. Face abaxial dos folíolos serícea; androceu dialistêmone; fruto legume samaróide ...............................................................3. Bowdichia 22. Face abaxial dos folíolos glabrescente, tomentosa ou vilosa; androceu monadelfo ou poliadelfo; fruto sâmara 23. Folíolos com ápice emarginado, face abaxial tomentosa; androceu poliadelfo; região seminífera distal ......................18. Platypodium 23. Folíolos com ápice arredondado ou agudo, face abaxial glabrescente ou vilosa; androceu monadelfo; região seminífera central ou proximal 24. Folíolos 1,2-3,1 cm compr., ápice arredondado, glabrescentes; sâmara com região seminífera central ..................9. Dalbergia 24. Folíolos 5,5-7,8 cm compr., ápice agudo, vilosos; sâmara com região seminífera proximal ............................15. Machaerium

1. Acosmium Schott, Syst. Veg. (ed.16) 4: 406. 1827.

1.1. Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev ssp. dasycarpum, Notes Roy. Bot. Gard. Edinburgh 29: 351. 1969.

Figura 1a


 
















Árvores, 2,5-3 m alt. Estipulas lanceoladas, ca. 3 mm compr., caducas; estipelas ausentes. Folhas imparipinadas, 3-5(-7) folioladas; pecíolo 2,5-3,3(-3,8) cm compr., lanuginoso; raque (2,3-) 4,5 6,6 cm compr., lanuginosas; folíolos (3,3-)4,2-8,5 x 2-4 cm, elípticos, base obtusa, raro oblíqua, ápice retuso, face adaxial ciliada, face abaxial lanuginosa, dourada. Inflorescências paniculadas, 7,1-9,5 cm compr., axilares, terminais, ca. 100-flora; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 5 mm compr., esparsa mente lanuginoso; corola actinomorfa, amareloalaranjada, pétalas ca. 3,5x5 mm, glabras; androceu dialistêmone, 10 estames, ca. 9 mm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 5 mm compr.; lanuginoso. Frutos não observados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, guarita de Sacramento, 18-XI-1995, fl., Romero et al. 3110 (HRCB).

Restrita ao Brasil (Yakovlev 1969, ILDIS 2005) ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo (Yakovlev 1969) e Bahia (Lewis 1987). Ocupa áreas de cerrado (Mendonça et al. 1998, Filardi 2005) e campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al. 1987, Zappi et al. 2003), sendo encontrada, no PNSC, em cerrado com evidências de queimada.

2.

Andira

Juss., Gen. Pl.: 363. 1789.

1. Subarbustos, 0,1-0,3 m alt .......................................................2.2. A. humilis 1. Árvores, 5-6 m alt. 2. Folíolos com ápice obtuso, face abaxial esparsamente tomentosa a glabrescente ....................................................................................2.1. A. fraxinifolia 2. Folíolos com ápice retuso, face abaxial densamente tomentosa ....................... ....................................................................................2.3. A. vermifuga

2.1.

Andira fraxinifolia

Benth., Comm. Legum. Gen. 44. 1837.

Figura 1b

Árvores, ca. 6 m alt. Estípulas lanceoladas, 2-9 mm compr., caducas; estipelas presentes. Folhas imparipinadas, 7-11-folioladas; pecíolo 22-45 mm compr., tomentoso; raque 4,7-12 cm compr., tomentosa, cilíndrica; folíolos (3,5-)5,4-8,5x2,2-3,7 cm, obovados, oblongo-elípticos, base cuneada, ápice obtuso, face adaxial glabra, face abaxial esparsamente tomentosa a glabrescente. Flores não observadas. Drupas imaturas ca. 2,9x2,5 cm, orbiculares, glabras; sementes globosas a alongadas, castanhas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta, parte baixa, 19-X-1994, fr., Nakajima et al. 607 (HRCB, HUFU).

Restrita ao Brasil, apresenta ampla distribuição (Pernambuco, Alagoas, Ceará, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina), ocorrendo em áreas de mata atlântica, em restinga e no cerrado, inclusive em áreas de campos rupestres (Pennington 2003). No PNSC, a espécie foi coletada em mata ciliar.

2.2.

Andira humilis

Mart. ex Benth., Comm. Legum. Gen. 45. 1837.

Figura 1c-d

Subarbustos com xilopódio, raro arbustos, 10-30 cm alt. Estípulas setáceas, ca. 2-7 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas imparipinadas, 9-15 folioladas; pecíolo 1,5-3,5 mm compr., glabrescente; raque 6-9,5 cm compr., glabrescente, cilíndrica; folíolos (5-)7,5-11 x 2,5-3,7 cm, elípticos a estreitamente elípticos, base obtusa, ápice obtuso, retuso, glabros. Inflorescencias paniculadas, 10-30 cm compr., terminais, mais de 100-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 7 mm compr., externamente seríceo; corola zigomorfa, rosa a púrpura, vexilo 9-12 x 10-12 mm, glabro, alas 12-14 x 4-5 mm, pétalas da carena 9-12 x 4-6 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 12 mm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 1 cm compr., glabro. Drupas ca. 5 x 3,5 cm, ovóides, glabras; sementes globosas a alongadas, castanhas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para o Retiro das Pedras, 27-IX-1995, fl., Romero et al 2867 (HRCB, HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 24-IX-1995, fl., Romero et al. 2731 (HRCB, HUFU, VIC); 2757 (HRCB, HUFU, VIC); 18-XI-1995, fl., Romero et al. 3078 (HRCB, HUFU, VIC); posto de observação na estrada para Sacramento, 27-IX-1995, fl., Romero et al. 2906 (HRCB, HUFU, VIC); torre de observação, 11-I-1998, fr., Romero et al. 4997 (HUFU, VIC).

Presente no Paraguai e no Brasil, onde ocorre em formações abertas e ao longo do cerrado, nos estados do Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Pernambuco, e na região Centro-Oeste até o Paraná (Pennington 2003), incluindo áreas de campo rupestre da Cadeia do Espinhaço (Gavilanes & Brandão 1991). No PNSC, ocorre nas fitofisionomias de campo cerrado e em campos limpos com afloramentos rochosos.

2.3.

Andira vermífuga

Mart. ex Benth., Comm. Legum. Gen. 44. 1837.

Figura 1e

Árvores, ca. 5 m alt. Estípulas lanceoladas, ca. 4 mm compr., caducas; estipelas presentes. Folhas imparipinadas, 9-11-folioladas; pecíolo 38-42 mm compr., tomentoso; raque 10-12,5 cm compr., tomentosa, cilíndrica; folíolos (4-)5,5-8,2 x 2,6-4,4 cm, elípticos, oblongo-elípticos, base truncada a cuneada, ápice retuso, face adaxial glabra, face abaxial densamente tomentosa. Inflorescencias paniculadas, F.L.R. Filardi et al.: Papilionoideae da Serra da Canastra 387 ca. 20 cm compr., terminais, mais de 100-flora; botão floral reto; cálice 5-laciniado, cilíndrico-campanulado, 6-7 mm compr., esparsamente seríceo; corola zigomorfa, lilas a púrpura, vexilo 9-10 x 9-12 mm, glabro, alas 8-9*4-5 mm, pétalas da carena 7-8 x 4-5 mm; androceu monadelfo, 10 estames, 12-14 mm compr.; anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 4 mm compr., glabro. Frutos não observados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, Chapadão do Diamante, 22-IX-1996, fl., Romero & Nakajima 3624 (HUFU, VIC).

Restrita à América do Sul, ocorre no Peru, Bolívia e Brasil, onde ocupa áreas de cerrado e formações ribeirinhas, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste, do Planalto Central até Minas Gerais e São Paulo (Pennington 2003). No PNSC, a espécie foi cole tada em borda de mata limítrofe a campos rupestres.

3. Bowdichia Kunth, Nov. Gen. Sp. 6: 295. 1823.

3.1. Bowdichia virgilioides Kunth, Nov. Gen. Sp. 6: 376-377. 1823.

Árvores, 4-6 m alt. Estípulas ovadas, 4-5 mm compr., caducas; estipelas ausentes. Folhas imparipinadas, 9-17 folioladas; pecíolo 1,4-2,9 cm compr., tomentoso; raque 8,8-9,8 cm compr., tomentosa; folíolos 3-5,5 x 0,8-1,6 cm, oblongos, base obtusa, ápice retuso, face adaxial glabrescente, face abaxial serícea. Inflorescencias paniculadas, 13-15 cm compr., terminais, ca. 100-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 15 mm compr., puberulento; corola zigomorfa, roxa, vexilo ca. 18 x 18 mm compr., glabro, alas ca. 22*10 mm, pétalas da carena ca. 15 x 5 mm; androceu dialistêmone, ca. 8mm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 8 mm compr., puberulento. Legumes samaróides 4,5-6 x 1-1,5 cm, oblongos, ca. 2 mm larg., glabros; sementes ovais, alaranjadas a amarelas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta parte baixa, 29-IX-1995, fl. fr., Nakajima et al. 1405 (HRCB, HUFU, VIC); cachoeira dos Rolinhos parte alta, 21-IX-1996, fl., Nakajima et al. 2068 (HUFU, VIC), guarita 1, 19-X-1994, fr., Nakajima & Romero 261 (HRCB, HUFU).

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Mariana, Parque Estadual do Itacolomi, estrada do Cibrão, 26-IX-2005, fl., Lima & Garcia 388 (VIC).

Ocorre na Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai, Suriname, Venezuela e Brasil (ILDIS 2005), onde pode ser encontrada em formações de restinga (Lewis 1987) e comumente no cerrado (Sakuragui etal. 2004, Filardi 2005), sendo também citada para campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al. 1987, Gavilanes & Brandão 1991, Zappi et al. 2003). No PNSC, B. virgilioides ocorre em áreas de mata próximas a cursos d'agua e em campos rupestres.

4. Camptosema Hook. & Arn., Bot. Misc. 3: 200. 1833.

4.1. Camptosema scarlatinum (Mart. ex Benth.) Burkart, Darwiniana 16: 199. 1970.

Figura 1f-h

Lianas. Estípulas lanceoladas, 2-5 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo (0,8-)1,2-5(-7) cm compr., tomentoso; raque 2-4 mm compr., tomentosa; folíolos (3-)4,5-7,5(-9,5)x 2-3,2(-3,8) cm, elípticos a lanceolados, base obtusa, ápice agudo, mucronulado, face adaxial glabra, face abaxial puberulenta, serícea na nervura principal. Inflorescências racemosas, nodosas, ca. 6-18 cm compr., axilares, 4-10-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, tubuloso, 17-27 mm compr., viloso; corola zigomorfa, vermelho-vinácea, vexilo 16-22x9-12 mm, glabro, alas 15-20x3 mm, pétalas da carena 13-19x 3-4 mm; androceu pseudomonadelfo, 10 estames, ca. 2 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 8,5 mm compr., puberulento. Legumes 23-50x 5-7 mm, lineares, tomentosos; sementes compressas, ovadas, castanhas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta, encosta da Chapada, 17-VII-1995, fl. fr., Romero et al. 2547 (HRCB, HUFU, VIC); cachoeira dos Rolinhos, 21-IX-1996, fl., Nakajima et al. 2047 (HUFU, VIC); 21-VIII-1997, fl., Romero et al. 4460 (HUFU, VIC); estrada para o Retiro das Pedras, 14-V-1995, fl. fr., Romero et al. 2314 (HRCB, HUFU, VIC); 18-VII-1995, fl., Nakajima et al. 1230 (HRCB, HUFU, VIC); 20-II-1997, fl., Nakajima et al. 2186 (HUFU, VIC); guarita da Casca D'Anta, parte de baixo, 26-VI-1997, fl., Nakajima et al. 2599 (HUFU, VIC); Vale dos Cândidos, próximo ao Córrego das Posses, 27-VI-1997, fl., Romero et al. 4303 (HUFU, VIC).

Ocorre na Argentina, Paraguai e Brasil, onde distribui-se da região Centro-Oeste até o Rio Grande do Sul, em formações campestres e bordas de mata (Burkart 1970), sendo expressiva nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Harley & Simmons 1986, Giulietti et al. 1987, Pirani et al. 1994, Brandão et al. 1995, Lewis 1995, Dutra 2005). No PNSC, a espécie foi encontrada em formações de campos limpos, campos sujos e em bordas de mata.

5.

Centrosema

(DC.) Benth., Comm. Legum. Gen. 53-54. 1837.

1. Folíolos 1,6-4,3x0,5-1,5 cm; inflorescência 0,6-2 cm compr.; corola violácea ........ ......................................................................................5.1. C. brasilianum 1. Folíolos 5-7,5x2,5-3,7 cm; inflorescência ca. 4 cm compr.; corola lilás e branca .... .......................................................................................5.2. C. pubescens

5.1.

Centrosema brasilianum

(L.) Benth., Comm. Legum. Gen. 54. 1837.

Figura 1i

Trepadeiras ou ervas prostradas. Estípulas lanceoladas, 3-4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 7-42 mm compr., puberulento; raque 2-10 mm, glabrescente; folíolos 1,6-4,3x0,5-1,5 cm, obtusos, base obtusa, ápice agudo, puberulentos a glabrescentes. Inflorescências racemosas, 6-20 mm compr., axilares, 1-3-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, bilabiado, ca. 9 mm compr., glabrescente; corola zigomorfa, violácea, ressupinada, vexilo ca. 2x2 cm, seríceo, alas ca. 14x4 mm, pétalas da carena ca. 16x4 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 16 mm compr., anteras isomórficas; ovário subséssil, ca. 4 mm compr., puberulento a glabrescente. Legumes 7-10x0,5 cm, lineares, transversalmente reticulados, puberulentos a glabrescentes; sementes oblongas, castanho-escuras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada da Fazenda do Fundão, 19-IV-1997, fl. fr., Romero et al. 4195 (HUFU, VIC); estrada de Sacramento após entrada para Casca D'Anta, 11-I-1995, fl., Romero et al. 1735 (HRCB, HUFU, VIC); estrada de Sacramento, 25km da guarita, 22-III-1995, fl., Nakajima et al. 953 (HRCB, HUFU, VIC); estrada de Sacramento, 35km da Sede Administrativa, 22-II-1994, fl. fr., Romero et al. 690 (HRCB, HUFU, VIC); mata próxima a cachoeira dos Rolinhos, 23-II-1997, fl., Romero et al. 3996 (HUFU, VIC).

Espécie de ampla distribuição na América do Sul (Williams & Clements 1990). No Brasil, ocorre nos estados das regiões Norte e Nordeste, em Minas Gerais e Mato Grosso (Queiroz et al. 2004), ocupando áreas de cerrado, caatinga, restinga e associadas a cursos d'água (Barbosa-Fevereiro 1977), bem como campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Brandão et al. 1995, Lewis 1995, Zappi et al. 2005). No PNSC, ocorre em formações de campo limpo, de campo cerrado e em borda de mata.

5.2.

Centrosemapubescens

Benth., Comm. Legum. Gen. 55. 1837.

Figura 1j-k

Trepadeiras. Estípulas ovadas, 2-4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 9-42 mm compr., tomentoso; raque 5-20 mm compr., glabrescente; folíolos 5-7,5x2,5-3,7 cm, ovadolanceolados a elíptico-obovados, base obtusa, ápice agudo, face adaxial glabrescente, face abaxial puberulenta a glabrescente. Inflorescências pseudoracemosas, ca. 4 cm compr., axilares, 2-3-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, bilabiado, ca. 9 mm compr., puberulento; corola zigomorfa, lilás e branca, ressupinada; vexilo ca. 3x3,6 cm, seríceo, alas ca. 17x5 mm, pétalas carena ca. 18x6 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 2 cm compr., anteras isomórficas; ovário subséssil, ca. 6 mm compr., seríceo. Legumes 15-20x0,5-0,6 cm, lineares, seríceos a glabrescentes; sementes oblongas, negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira de Rolinhos parte baixa, 29-VI-1997, fr., Romero et al. 4366 (HUFU, VIC); estrada para o Retiro das Pedras, 14-V-1995, fr., Romero et al. 2315 (HRCB, HUFU, VIC); 20-II-1997, fl., Nakajima et al. 2189 (HUFU, VIC).

Restrita ao Brasil, ocorre nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, em formações campestres ou florestais, preferencialmente em lugares úmidos (Barbosa-Fevereiro 1977). No PNSC, foi coletada em áreas de mata, beira de córrego e em campo limpo.

6. Clitoria L., Sp. Pl. 2: 753. 1753.

6.1. Clitoria guianensis (Aubl.) Benth., J. Proc. Linn. Soc., Bot. 2: 40. 1858.

Figura 1l

Ervas eretas, prostradas ou subarbustos, 20-40 cm alt. Estípulas triangulares, 5-7 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 8-18 mm compr., densamente tomentoso a glabrescente; raque ausente; folíolos 6-16x0,6-1,6 cm, oblongos, base aguda, ápice agudo, mucronado, face adaxial glabrescente, face abaxial esparsamente vilosa. Inflorescências pseudoracemosas, 7-7,3 cm compr., axilares, 1-2-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, tubuloso, 2,4-3,5 cm compr., esparsamente viloso; corola zigomorfa, branco-violácea, ressupinada, vexilo ca. 5,7x4,8 cm, glabro, alas ca. 4,5x1 cm, pétalas da carena ca. 4x1 cm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 4 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 1,2 cm compr, glabro. Frutos não observados.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para o Retiro das Pedras, 10-XII-1994, fl., Romero et al. 1544 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para Sacramento, 8-XII-1994, fl., Romero et al. 1520 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para a Serra da Chapada, 14-X-1997, fl., Romero et al. 4581 (HUFU, VIC); Serra das Sete Voltas, 25-IX-1996, fl., Romero et al. 3726 (HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 14-X-1994, fl., Romero et al. 1254 (HRCB, HUFU, VIC); torre de Observação, estrada para a divisa do Parque, 17-X-1997, fl., Nakajima et al. 2934 (HUFU, VIC).

Apresenta ampla distribuição, ocorrendo no México, Caribe, América Central e América do Sul (ILDIS 2005). No Brasil, a espécie pode ser encontrada desde a região Norte até a Sudeste, no Estado de São Paulo, ocupando formações campestres de cerrado (Mimura et al. 2004) e campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al. 1987, Gavilanes et al. 1995). No PNSC, foi encontrada em áreas de campo limpo, campo cerrado e cerrado sensu stricto.

7.

Collaea

DC., Ann. Sci. Nat. (Paris) 4: 96. 1825.

1. Folhas sésseis; face abaxial dos folíolos lanuginosa; corola branca ...................... ......................................................................................7.2. C. stenophylla 1. Folhas pecioladas, pecíolos 2-4 mm compr.; face abaxial dos folíolos serícea; corola avermelhada ........................................................................7.1. C. speciosa

7.1. Collaea speciosa (Loisel.) DC., Mem. Legum. 6:245.1825.

Figura 1m-n

Arbustos, subarbustos, 0,5-1,7 m alt. Estipulas não observadas, caducas; estipelas ausentes. Folhas 3-folioladas; peciolo 2-4 mm compr., tomentoso; raque ausente; foliolos 4,1-10,6x(0,6-)1-2,2 cm, oblanceolados a estreitamente elipticos, base atenuada, ápice obtuso a agudo, mucronulado, face adaxial glabra, face abaxial sericea. Inflorescências pseudoracemosas, 5-7 cm compr., axilares, terminais, 4-12-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, 1,7-2 cm compr., tomentoso; corola zigomorfa, avermelhada, vexilo 27-34x15-22 mm, esparsamente sericeo, alas 27-33x7-11 mm, pétalas da carena 26-29x7-9 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, 28-31 mm compr.; anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 15 mm compr., sericeo. Legumes ca. 5,5x0,6 cm, oblongos, sericeos; sementes não observadas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira dos Rolinhos, 26V-1996, fl., Nakajima & Romero 1777 (HUFU, VIC); 29-VI-1997, fl. fr., Romero et al. 4367 (HUFU, VIC); nascente do córrego do Bárbaro, 24-VIII-1997, fl., Nakajima et al. 2782 (HUFU, VIC); vale dos Cândidos, 27-VI-1997, fl., Romero et al. 4305 (HUFU, VIC); 22-VIII-1997, fl. fr., Nakajima et al. 2751 (HUFU, VIC).

Apresenta ampla distribuição na América do Sul (Lewis 1987). No Brasil sua distribuição está associada ao cerrado, onde ocorre nas fitofisionomias de cerrado sensu stricto, cerradão e mata ciliar (Mendonça et al. 1998), sendo também citada para campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al. 1987, Gavilanes et al. 1995). No PNSC a espécie foi amostrada apenas na mata ciliar.

7.2.

Collaea stenophylla

(Hook. & Arn.) Benth., Fl. Bras. 15(1B): 146. 1862.

Figura 1o

Arbustos, subarbustos eretos ou prostrados, 0,5-2 m alt. Estipulas não observadas, caducas; estipelas ausentes. Folhas 3-folioladas; sésseis; raque ausente; foliolos (3-)3,7-5,8x0,7-1,5 cm, oblanceolados, oblongos, elipticos, base atenuada, ápice obtuso, retuso, face adaxial puberulenta, face abaxial lanuginosa. Inflorescências pseudoracemosas, 2-5,5 cm compr., axilares, terminais, 8-16-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, ca. 1 cm compr., viloso a lanuginoso; corola zigomorfa, branca, vexilo ca. 17x14 mm, puberulento, alas ca. 14x10 mm, pétalas da carena ca. 14x6 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 16 mm compr.; anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 7 mm compr., lanuginoso. Legumes 4,6-6x0,8-1,2 cm, oblongos, lanuginosos; sementes circulares, castanhas rajadas de negro.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira dos Rolinhos, 21-XI-1995, fl., Nakajima et al. 1542 (HRCB, VIC); 12-I-1996, fl., Romero et al. 3277 (HRCB, HUFU); estrada para a fazenda do Fundão, 19-IV-1997, fl., Romero et al. 4196 (HUFU, VIC); 25-VI-1997, fl. fr., Romero et al. 4246 (HUFU, VIC); estrada para o Retiro das Pedras, 18-IV-1992, fl. fr., Castro 302 (HRCB, HUFU); 18-VII-1995, fl. fr., Nakajima et al. 1213 (HRCB, HUFU); 20-II-1997, fl. fr., Nakajima et al. 2188 (HUFU, VIC); 23-II-1997, fl., Romero et al. 3958 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento, 19-IV-1994, fr., Nakajima et al. 310 (HRCB, HUFU); morro da guarita, 23-II-1994, fl., Nakajima & Romero 181 (HRCB, HUFU).

Espécie restrita à América do Sul, ocorre na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (ILDIS 2005). Apresenta ampla ocorrência no PNSC, tanto em fitofisionomias florestais quanto em formações campestres.

8.

Crotalaria

L., Sp. Pl. 2: 714-716. 1753.

1. Estipulas ausentes; peciolo 12-18 mm compr.; foliolos obovados ......................... ......................................................................................8.2. C. unifoliolata 1. Estipulas presentes; peciolo 3-5 mm compr.; foliolos oblongos .....8.1. C. breviflora

8.1.

Crotalaria breviflora

DC., Prodr. 2: 127. 1825.

Figura 2a-b


 








Subarbustos, 0,8-1 m alt. Estipulas decurrentes, 2,5-6,8 cm compr., persistentes; estipelas ausentes. Folhas 1-folioladas, peciolo 3-5 mm compr., sericeo; foliolos 3-7,5x1-2,5 cm, oblongos, base obtusa, ápice agudo, mucronado, sericeos. Inflorescências racemosas, 5,5-12 cm compr., axilares, 6-12-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 12 mm compr., sericeo; corola zigomorfa, amarela, vexilo 12-14x8-12 mm, sericeo, alas ca. 14x3 mm, pétalas da carena ca. 14x6 mm; androceu monadelfo, 10 estames, 7-9 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário subséssil, 7-8 mm compr., glabro. Legumes 3-4x1 cm, oblongos, glabros, inflados; sementes reniformes, castanhas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada do Retiro das Pedras, 14-V-1995, fl., Romero et al. 2281 (HRCB, HUFU, VIC); fl. fr., Romero et al. 2282 (HRCB, HUFU, VIC); 20-II-1997, fl., Nakajima et al. 2185 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento, 25 Km da guarita, 22-III-1995, fl. fr., Nakajima et al. 958 (HRCB, HUFU, VIC).

Citada para os estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraiba (Windler & Skinner 1981; Flores 2004), ocupando ambientes úmidos, próximos de cursos d'água no cerrado (Flores 2004) e campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al. 1987, Gavilanes et al. 1995, Lewis 1995). No PNSC, apresentou-se restrita às áreas de campo limpo.

8.2.

Crotalaria unifoliolata

Benth., Ann. Nat. Hist. 3: 430. 1839.

Ervas eretas, prostradas ou subarbustos, 20-40 cm alt. Estipulas e estipelas ausentes. Folhas 1-folioladas; peciolo 1,2-1,8 cm compr., sericeo; foliolos 2,5-4x0,9-2 cm, obovados, base aguda, ápice obtuso, mucronulado, face abaxial puberulenta nas nervuras, face adaxial glabra. Inflorescências racemosas, 3,2-8 cm compr., terminais, ca. 14-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 0,8-1 cm compr., puberulento; corola zigomorfa, amarelo-alaranjada, vexilo 1,3x1-1,2 cm compr., sericeo, alas ca. 13x3 mm compr., pétalas da carena 1-4x5-6 mm compr.; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 1 cm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário subséssil, ca. 5 mm compr., esparsamente puberulento. Frutos não observados.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, guarita de Sacramento, 9-I-1995, fl., Romero et al. 1597 (HRCB, HUFU, VIC); morro antes do Córrego dos Passageiros, 10-I-1998, fl., Romero et al. 4958 (HUFU, VIC); estrada para o Retiro das Pedras, 18-IV-1997, fl., Nakajima et al. 2381 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento após o Curral de Pedras, 9-I-1998, fl., Romero et al. 4855 (HUFU, VIC); estrada para a Serra da Chapada, 8-I-1998, fl., Romero et al. 4809 (HUFU, VIC).

Restrita ao Brasil (ILDIS 2005), ocorre em Goiás e ao longo da Cadeia do Espinhaço (Bentham 1859). No PNSC, a espécie foi coletada em áreas de campo limpo, campo sujo e campo cerrado.

9. Dalbergia L. f., Suppl. Pl. 52: 316. 1781.

9.1. Dalbergia miscolobium Benth., J. Linn. Soc. Bot. 4 (Suppl.): 35. 1860.

Figura 2c-d

Árvores, 2-3 m alt. Estípulas ovadas a subuladas, ca. 5 mm compr., caducas; estipelas ausentes. Folhas imparipinadas, 15-23 folioladas; pecíolo (7-)10-14 mm compr., glabro; raque 6,8-10,6 cm compr., glabrescente; folíolos 12-31x6-15 mm, oblongos, base cuneada, ápice arredondado, glabrescentes. Inflorescencias paniculadas, 3,1-6,5 cm compr., axilares, terminais, pluri-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 4-6 mm compr., ápice dos lobos ciliados; corola zigomorfa, roxa, vexilo 8x5-8 mm, glabro, alas ca. 7x3 mm, pétalas da carena ca. 6x2 mm; androceu monadelfo, 9-10 estames, 5-7 mm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 2 mm compr., glabro, tricomas estrigosos na base e lateral. Samaras 4,5-6x1,5-2 cm, oblongas, glabras, região seminífera central; sementes reniformes, compressas, negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca DAnta, encosta da parte baixa, 21-II-1997, fl. fr., Romero et al. 3898 (HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 19-III-1995, fr., Romero et al. 2048 (HRCB, HUFU, VIC); morro da cachoeira da Casca D'Anta, 24-II-1994, fl., Romero et al. 727 (HRCB, HUFU, VIC); paredão da cachoeira da Casca D,Anta, 20-IV-1994, fr., Romero et al. 960 (HRCB, HUFU, VIC); 17-X-1994, fr., Nakajima et al. 556 (HRCB, HUFU, VIC).

Espécie restrita ao Brasil e característica do cerrado, ocorrendo do Piauí ao Paraná, sendo também citada para campos rupestres, em altitudes acima de 900 m (Carvalho 1997). No PNSC, ocorre em áreas de campo cerrado, campo rupestre e em cerrado sensu stricto.

10. Desmodium Desv., J. Bot. Agric. 1: 122. 1813.

10.1. Desmodium barbatum (L.) Benth., Pl. Jungh. 2: 224. 1852.

Subarbustos eretos ou prostrados, ca. 0,5 m alt. Estípulas lanceoladas, 4-10 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas, pecíolo 9-15 mm compr., esparsamente viloso; raque 2-3 mm compr., vilosa; foliolos 1-3,5x0,4-2 cm, ovados a obovados, base obtusa, ápice obtuso, mucronulado, face adaxial glabra, face abaxial vilosa. Inflorescências pseudo-racemosas, 2,4-5,2 cm compr., terminais, ca. 18-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 4-7 mm compr., barbado; corola zigomorfa, violácea, vexilo 4-5x2-4 mm, glabro, alas 3,5-4,5x1,5 mm, pétalas da carena 3-4x1 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 4 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 3 mm compr., velutino. Lomentos 10x2-3 mm, 2-4-articulados, margem superior reta, margem inferior sinuosa, pubérulos, tricomas uncinados; sementes oblongas, castanho-claras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para o Retiro das Pedras, próximo à divisa do Parque, 23-II-1997, fl., Romero et al. 3973 (HUFU, VIC); morro próximo à Sede Administrativa, 19-II-1997, fl. fr., Romero et al. 3860 (HUFU, VIC).

Ocorre na América do Sul tropical e subtropical estando amplamente distribuída no Brasil, em diversos tipos de vegetação (Ducke 1949, 1954, Azevedo 1981), inclusive em campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Gavilanes & Brandão 1991, Dutra 2005). No PNSC, foi coletada em áreas de campo limpo e de campo rupestre.

11.

Eriosema

(DC.) Rchb., Ann. Sci. Nat. (Paris) 9: 421. 1826.

1. Folhas 1-folioladas .......................................................11.2. E. heterophyllum 1. Folhas 3-folioladas 2. Foliolos com base subcordada ou cordada, esparsamente vilosos; inflorescência 2-4,8 cm compr., 37-flora; estames ca. 0,9 cm compr. ................................. ............................................................11.1. E. campestre var. campestre 2. Foliolos com base aguda, densa mente vilosos; inflorescência 10-20 cm compr., 9-12-flora; estames ca. 1,6 cm compr. ..............................11.3. E. prorepens

11.1.

Eriosema campestre

Benth. var. campestre, Fl. Bras. 15(1B): 212. 1862.

Figura 2e-g

Ervas eretas ou prostradas, 0,1-0,25 m alt. Estipulas lanceoladas, (7-)8-20 mm compr., livres, persistentes; estipelas ausentes. Folhas 3-folioladas; peciolo 2-5 mm compr., esparsamente viloso; raque 2-6 mm compr., esparsamente vilosa; foliolos 2,5-8x0,8-2,7 cm, oblongos, obovados, base subcordada ou cordada, ápice obtuso, mucronulado, esparsamente vilosos, face abaxial com glândulas puntiformes amarelas. Inflorescências racemosas, 2-4,8 cm compr., axilares, 3-7-floras, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 8-13 mm compr., viloso, glândulas puntiformes amarelas; corola zigomorfa, amarelo-alaranjada; vexilo 10-15x 6,5-7 mm, puberulento, com tricomas glandulares, alas 11-12x2-2,5 mm, pétalas da carena 10-11x2,5-3 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 9 mm compr., anteras isomórficas; ovário subséssil, 3-4 mm compr., velutino. Legumes 12-20x7-8 mm, ovados, com pressos, vilosos; sementes ovadas, castanhas a negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira dos Rolinhos, 21-II-1995, fl. fr., Nakajima et al. 1549 (HRCB, HUFU, VIC); Curral de Pedras, estrada para Sacramento, 18-X-1994, fl., Romero et al. 1311 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para Sacramento, entrada para a Garagem de Pedras, 16-X-1997, fl., Romero et al. 4654 (HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 18-XI-1995, fl., Romero et al. 3077 (HRCB, HUFU, VIC); guarita de Sacramento, caminho para o Córrego dos Coelhos, 23-IX-1996, fl., Romero et al. 3669 (HUFU, VIC); morro após o Vale do São Francisco, córrego da Fazenda, 26-IX-1995, fl., Romero et al. 2769 (HRCB, HUFU, VIC).

Ocorre no Paraguai e no Brasil, principalmente, em formações campestres entre 790-1.000 m de altitude, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina (Grear 1970) e Rio Grande do Sul (Miotto 1988). No PNSC, ocorre em áreas de campo limpo, campo sujo e campo rupestre.

11.2.

Eriosema heterophyllum

Benth., Linnaea 23: 520.1849.

Figura 2h-l

Trepadeiras ou ervas prostradas. Estipulas lanceoladas, 5-8 mm compr., conatas, persistentes; estipelas ausentes. Folhas 1-folioladas; peciolo 2-5 mm compr., hispido; foliolos 3-7,5x2,1-3,9 cm, ovados a subcordados, base cordada, ápice obtuso, mucronulado, face adaxial glabrescente, face abaxial sericeotomentosa, com glândulas puntiformes amarelas. Inflorescências racemosas, 4-12 cm compr., axilares, 8-15-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 6 mm compr., esparsamente viloso, com glândulas puntiformes amarelas; corola zigomorfa, amarela; vexilo 10-14x8-11 mm, puberulento, com glândulas puntiformes amarelas, alas 10-12x4 mm, pétalas da carena ca. 10x4 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, 11-13 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 5,5 mm compr., densamente viloso. Legumes 12-16x6-8 mm, elipticos, compressos, vilosos; sementes oblongas, castanhas a negras.

Materiais selecionados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para a cachoeira de Rolinhos, 26-IX-1995, fl., Romero et al. 2853 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para Fazenda do Fundão, 23-VIII-1997, fl. fr., Romero et al. 4544 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento próximo à entrada de São João Batista, 23-VIII-1997, fl., Romero et al. 4536 (HUFU, VIC); Garagem de Pedras, 19-VII-1995, fl., Romero et al. 2659 (HRCB, HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 15-IV-1994, fl., Romero et al. 827 (HRCB, HUFU, VIC); 25-VI-1994, fl., Nakajima et al. 359 (HRCB, HUFU, VIC); 19-VII-1994, fl., Nakajima et al. 423 (HRCB, HUFU, VIC); 9-V-1995, fl., Romero et al. 2115 (HRCB, HUFU, VIC); Sede Administrativa, 15-X-1994, fr., Nakajima et al. 511 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para a Serra da Chapada, 14-X-1997, fl., Romero et al. 4575 (VIC).

Restrita às Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, ocorre principalmente em formações campestres de cerrado e ao longo de cursos d'água em áreas com 600-1.000 m de altitude (Grear 1970), sendo também citada para campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Gavilanes & Brandão 1991, Gavilanes et al. 1995). No PNSC, é freqüente em áreas de campo limpo, campo sujo e campo rupestre.

11.3.

Eriosema prorepens

Benth., Linnaea 22: 524. 1849.

Figura 2m-n

Ervas prostradas. Estipulas elipticas a lanceoladas, 10-15 mm compr., livres, persistentes; estipelas ausentes. Folhas 3-folioladas; peciolo 4-12 mm compr., viloso; raque 2-10 mm compr., vilosa; foliolos 4-10x1-2 cm, elipticos a oblongos, base aguda, ápice apiculado, densamente vilosos em ambas as faces, face abaxial com glândulas puntiformes amarelas. Inflorescências racemosas, 10-20 cm compr., axilares, 9-12-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 1,3 cm compr., viloso; corola zigomorfa, amarela, vexilo 1,5-2x1,2 cm, puberulento, alas 14-20x5 mm, pétalas da carena 13-18x6 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 16 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 4 mm compr., viloso. Legumes ca. 2x1 cm, ovados, densamente vilosos; sementes reniformes a ovadas, castanhas a negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta parte baixa, 29-IX-1995, fl., Nakajima et al. 1410 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para Garagem de Pedras, 27-IX-1995, fl. fr., Romero et al. 2887 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para Sacramento, entrada para a Garagem de Pedras, 18-X-1994, fl. fr., Romero et al. 1357 (HRCB,HUFU,VIC); 16-X-1997, fl., Romero et al. 4653 (HUFU, VIC); estrada para a Fazenda do Fundão, 23-VIII-1997, fl., Romero et al. 4551 (HUFU, VIC).

Restrita ao Brasil, E. prorepens ocorre em áreas de cerrado de Goiás (Grear 1970), sendo esta a primeira citação da espécie para o Estado de Minas Gerais. No PNSC, a espécie ocorre em campos limpos, campos sujos e em campos rupestres.

12. Erythrina L., Sp. Pl. 2: 706-707. 1753.

12.1. Erythrina poeppigiana (Walp.) O.F. Cook, U.S.D.A. Div. Bot. Bull. 25: 57. 1901.

Figura 2o-q

Árvores, ca. 5 m alt. Estipulas não observadas, caducas; estipelas presentes, glandulares. Folhas 3folioladas; peciolo 7,5-9 cm compr., glabros; raque 2,7-3,2 cm compr., glabras; foliolos 7-11x4-6,2 cm, elipticos a ovado-elipticos, base obtusa, ápice obtuso, glabrescentes. Inflorescências racemosas, 17-25 cm compr., axilares, ca. 50-flora, botão floral reto; cálice com lobos inconspicuos, campanulado-cilindrico, ca. 1 cm compr., sericeo; corola zigomorfa, avermelhada, vexilo ca. 33x12 mm, glabro, alas ca. 7x4 mm, pétalas da carena ca. 30x5 mm; androceu diadelfo, 9+1 esta mes, ca. 3 cm compr.; anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 11 mm compr., viloso. Frutos não observados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: PNSC, Delfinópolis, estrada da represa dos Peixoto, próximo à cachoeira de Santo Antônio, 23-V-1996 (fl.), Nakajima & Romero 1766 (HUFU, VIC).

A espécie é citada para o Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Brasil e Bolivia (Krukoff & Barneby 1974). No PNSC, foi coletada em mata ciliar.

13.

Galactia

P. Browne, Civ. Nat. Hist. Jamaica 298. 1756.

1. Folhas 1-folioladas .............................................13.5. G. pretiosa var. pretiosa 1. Folhas 3-folioladas 2. Raque foliar ausente; folíolos 0,2-0,3 cm larg.; inflorescencia 1-3-flora; corola rósea ...........................................................................13.1. G. gracillima 2. Raque foliar 0,3-1,5 cm compr.; folíolos 1,2-5 cm larg.; inflorescencia 7-20-flora; corola brancorosada, avermelhada ou violácea 3. Folíolos oblongo-elípticos, face abaxial serícea; corola violácea .................... .................................................................................13.2. G. heringeri 3. Folíolos ovados a elípticos, face abaxial tomentosa; corola branco rosada ou avermelhada 4. Subarbustos; folíolos de face adaxial serícea; inflorescencia 8-20-flora; corola brancorosada ..........................13.3. G. jussiaeana var. jussiaeana 4. Ervas prostradas; folíolos de face adaxial glabra; inflorescencia 7-10-flora; corola avermelhada ........................................13.4. G. neesii var. neesii

13.1.

Galactia gracillima

Benth., Fl. Bras. 15(1B): 142. 1862.

Figura 2r

Ervas prostradas. Estípulas lanceoladas, ca. 4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 1-4,5 cm compr., glabrescente; raque ausente; folíolos 3-6x0,2-0,3 cm, lineares, base e ápice agudos, esparsamente vilosos. Inflorescencias racemosas, ca. 1,5 cm compr., axilares, 1-3-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, 6-9 mm compr., viloso; corola zigomorfa, rósea, vexilo ca. 10x 6 mm, glabro, alas ca. 8x3 mm, pétalas da carena ca. 6x2 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 5 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 2 mm compr., puberulento. Legumes 2-3x0,4 cm, lineares, vilosos; sementes orbiculares, castanhas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, 3km da Sede Administrativa, estrada para Sacramento, 10-I-1995, fl. fr., Romero et al. 1687 (HRCB, HUFU, VIC).

Nativa da América do Sul, ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, onde pode ser encontrada na Região Sul e nos estados de São Paulo e Minas Gerais, atingindo altitudes elevadas e ocupando áreas de solos arenosos ou pedregosos (Burkart 1971). No PNSC, foi coletada apenas em uma área de campo limpo.

13.2.

Galactia heringeri

Burkart, Darwiniana 16(3-4): 772.1971.

Figura 2s

Ervas prostradas. Estípulas lanceoladas, 5-6 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 5-6,5 mm compr., viloso; raque ca. 3 mm compr., vilosa; folíolos (3-)4-12,2x (0,8-)1,2-3 cm, oblongo-elipticos, base obtusa a aguda, ápice obtuso, sericeos. Inflorescências racemosas, 11-22 cm compr., axilares , ca. 20-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, 7-10 mm compr., sericeo; corola zigomorfa, violácea, vexilo 11-19x 7-13 mm, puberulento, alas 12-15x5 mm, pétalas da carena 12-16x4-5 mm; androceu pseudomonadelfo, 10 estames, ca. 12 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 4 mm compr., sericeo. Frutos não observados.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, Córrego da Fazenda, 20-XI-1995, fl., Romero et al. 3163 (HRCB, HUFU, VIC); Curral de Pedras, 11-I-1995, fl., Romero et al. 1723 (HRCB, HUFU, VIC); 9-I-1998, fl., Romero et al. 4858 (HUFU, VIC); Curral de Pedras, estrada para Sacramento, 11-I-1995, fl., Romero et al. 1716 (HRCB, HUFU,VIC); estrada para a Serra da Chapada, 8-I-1998, fl., Romero et al. 4797 (HUFU, VIC).

Restrita ao Planalto Central do Brasil, ocorre em formações de cerrado e em campos rupestres de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal (Burkart 1971). No PNSC, ocorre em áreas de campo limpo, campo sujo e campo rupestre.

13.3.

Galactia jussiaeana

Kunth var.

jussiaeana

, Mimoses 196-200, pl. 55. 1824.

Figura 3a-c


 








Subarbustos ca. 1 m alt. Estipulas lanceoladas, 2-8 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; peciolo (0,5-)2,5-5 cm compr., tomentoso; raque 3-15 mm compr., tomentosa; foliolos (1,5-)5,5-11x(1-)2,5-5 cm, ovados a elipticos, base truncada a obtusa, ápice obtuso, emarginado, face adaxial serícea, face abaxial tomentosa. Inflorescências racemosas, 4,5-14 cm compr., axilares, 8-20flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, 15-18 mm compr., seríceo-hirsuto; corola zigomorfa, branco-rosada, vexilo 19-25 x 12-15 mm, glabro, alas 15-18 x 6-7 mm, pétalas da carena 18-21 x 7-8 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 1,7 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 1 cm compr., seríceo. Legumes 3-7,5 x 0,5-1 cm, lineares, seríceos; sementes ovadas, castanhas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, Chapadão da Zagaia de frente para a Serra das Sete Voltas, 18-X-1997, fl. fr., Romero et al. 4726 (HUFU, VIC); estrada para a Fazenda do Fundão, 9-XII-1994, fl., Nakajima et al. 749 (HRCB, HUFU, VIC); 22-II-1997, fl., Nakajima et al. 2241 (HUFU, VIC), 19-IV-1997, fl. fr., Romero et al. 4199 (HUFU, VIC); guarita de Sacramento, caminho para o Córrego dos Coelhos, 23-IX-1996, fl. fr., Romero et al. 3633 (HUFU, VIC).

Nativa da América do Sul ocorre, principalmente, em formações campestres submetidas à secas periódicas (Burkart 1971). No PNSC, a variedade foi encontrada em áreas de campo limpo, campo rupestre e campo cerrado.

13.4.

Galactia neesii

DC. var.

neesii,

Prodr. 2: 238. 1825.

Figura 3d-f

Ervas prostradas. Estípulas lanceoladas, 4-8 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3folioladas; pecíolo (0,5-)1,5-3,5(-5) cm, tomentoso; raque 2-9 mm compr., tomentosa; folíolos 2,5-7,5(-8,7)x1,2-4,4 cm, ovados a elípticos, base obtusa, ápice obtuso, emarginado, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa. Inflorescências racemosas, ca. 15 cm compr., axilares, 7-10-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, 15-19 mm compr., tomentoso; corola zigomorfa, avermelhada, vexilo 2,3-2,4x1,5-1,6 cm, glabro, alas 22x6-7 mm, pétalas da carena 20x6-7 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 1,6 cm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 8 mm compr., tomentoso. Legumes ca. 2,5x0,6 cm, lineares, viloso-tomentosos; sementes ovadas, negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, Serra das Sete Voltas, 19-III-1995, fl. fr., Romero et al. 2023 (HRCB, HUFU, VIC); Torre de Observação, estrada para a divisa do Parque, 17-X-1997, fl., Nakajima et al. 2951 (HUFU, VIC).

Restrita ao Brasil, ocorre em áreas de restinga no Nordeste e em formações campestres do cerrado na Região Sudeste (Burkart 1971). No PNSC, ocorre em áreas de campo rupestre e campo limpo.

13.5.

Galactia pretiosa

Burkart var.

pretiosa

, Darwiniana 9: 93. 1949.

Figura 3g

Ervas prostradas ou ervas eretas, 30-40 cm alt. Estipulas linear-lanceoladas, 2-3 mm compr., persistentes; estipelas ausentes. Folhas 1-folioladas; pecíolo 1-6 mm compr., velutino; folíolos (5-) 6,5-12*0,4-1 cm, linear-lanceolados, ou 5,5-9,5* 1,5-4,5 cm, oblongos, base aguda, ápice obtuso, retuso, velutinos. Inflorescências racemosas, 5-9 cm compr., axilares, 3-6-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, campanulado, 7-12 mm compr., viloso; corola zigomorfa, púrpura, vexilo 11-21*8-17 mm, glabro, alas 16-20*4-6 mm, pétalas da carena 18-21*6-9 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 13 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 8 mm compr., hirsuto. Legumes 25-45*4-8 mm, lineares, esparsa mente tomentosos; sementes ovadas, castanhas a negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, córrego dos coelhos, próximo à guarita de Sacramento 23-IX-1996, fl., Romero et al. 3668 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento, 40 km da Sede Administrativa, 18-X-1994, fl. fr., Romero et al. 1368 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para São Roque de Minas, próximo à guarita de Sacramento, 18-X-1994, fl. fr., Romero et al. 1379 (HRCB, HUFU, VIC); 17-X-1997, fl., Nakajima et al. 2888 (HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 24-IX-1995, fl., Romero et al. 2756 (HRCB, HUFU, VIC); 19-VIII-1994, fl., Nakajima et al. 398 (HRCB, HUFU, VIC); 14-X-1994, fl. fr., Romero et al. 1192 (HRCB, HUFU, VIC).

Distribui-se ao sul da América do Sul e no Brasil é citada para a Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocupando, geralmente, áreas de altitudes elevadas e solos pedregosos (Burkart 1971). No PNSC, a variedade foi encontrada em áreas de campo limpo, campo sujo e cerrado.

14.

Lupinus

L., Sp. Pl. 2: 721-722. 1753.

1. Folhas sésseis; foliolos 0,5-5 mm larg., lineares ou lanceolados; vexilo ca. 15 mm compr.; ovário barbado .......................................................14.1. L. coriaceus 1. Folhas pecioladas, peciolo ca. 4 mm compr.; foliolos 11-31 mm larg., elipticos ou eliptico-lanceolados; vexilo 17-20 mm compr.; ovário velutino ...14.2. L. subsessilis

14.1.

Lupinus coriaceus

Benth., Ann. Nat. Hist. 3: 430. 1839.

Figura 3h-j

Subarbustos, ca. 30 cm alt. Estipulas ausentes; estipelas ausentes. Folhas 1-folioladas; sésseis; foliolos 22-62x0,5-5 mm, lineares, lanceolados, base aguda e ápice agudo, sericeos. Inflorescências racemosas, 7,5-13,5 cm compr., terminais, 13-20-flora; cálice 5-laciniado, bilabiado, 8-10 mm compr., sericeo; corola zigomorfa, roxo-azulada, vexilo ca. 15x12 mm, glabro, alas 14-16x6-8 mm, pétalas da carena 13-14x3-4 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 1,2 cm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário séssil, ca. 6 mm compr., barbado. Legumes 4-6,5x1 cm, planos, glabrescentes; sementes suborbiculares, compressas, amareladas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para Sacramento, após entrada para a cachoeira da Casca D'Anta, 12-I-1995, fr., Romero et al. 1753 (HRCB, HUFU, VIC); morro após a nascente do Rio São Francisco, 20-XI-1996, fl., Romero et al. 3776; 3 779; 3780 (HUFU, VIC).

Ocorre na Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais (Monteiro & Gibbs 1986, Giulietti et al. 1987, Brandão et al. 1995), sendo considerada ameaçada de extinção devido à sua distribuição restrita a pequenas populações, segundo os critérios da IUCN (Mendonça 6 Lins 2000). No PNSC, a espécie ocorre apenas nos campos rupestres.

14.2.

Lupinus subsessilis

Benth., Ann. Nat. Hist. 3: 430. 1839.

Figura 3k

Subarbustos, ca. 30 cm alt. Estipulas lanceoladas, ca. 3 mm compr., conatas, persistentes; estipelas ausentes. Folhas 1-folioladas; peciolo ca. 4 mm compr., sericeo; foliolos 4,8-7,5(-9,8)x1,1-3,1 cm, elipticos, eliptico-lanceolados, base aguda, ápice agudo a obtuso, sericeos. Inflorescências racemosas, 12,5-20 cm compr., terminais, 16-18-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 12 mm compr., viloso; corola zigomorfa, roxo-azulada, vexilo 17-20x9-18 mm, glabro, alas 17-19x7-9 mm, pétalas da carena 15-18x5 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 15 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário séssil, ca. 6 mm compr., velutino. Frutos não observados.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, vale da nascente do Rio São Francisco, 7-XII-1994, fl., Nakajima et al. 688 (HRCB, HUFU, VIC); 20-XI-1996, fl., Romero et al. 3764 (HUFU, VIC).

Até o momento era citada apenas para o estado de Goiás (Monteiro & Gibbs 1986), sua distribuição está sendo ampliada para Minas Gerais neste trabalho. No PNSC, a espécie apresentou ocorrência restrita a uma área de campo limpo.

15. Machaerium Pers., Syn. Pl. 2: 276. 1807.

15.1. Machaerium villosum Vogel, Linnaea 11: 189. 1837.

Figura 3l-m

Árvores, 6-15 m alt. Estipulas precocemente caducas; estipelas ausentes. Folhas imparipinadas, 17-25-folioladas, peciolo 2,5-7,4 cm compr., viloso a glabrescente; raque ca. 20 cm compr., vilosa a glabrescente; foliolos (4,5-)5,5-7,8x(1-)1,5-2(-2,7) cm, oblongos, base obtusa, ápice agudo, face adaxial esparsamente vilosa, face abaxial densamente vilosa. Inflorescências paniculadas, 7,5-9,1 cm compr., axilares, pluri-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 5 mm compr., sericeo; corola zigomorfa, roxa, vexilo ca. 9 mm compr., sericeo, alas ca. 7 mm compr., pétalas da carena ca. 8 mm compr.; androceu monadelfo, 10 estames, 6-7 mm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 3 mm compr., viloso. Samaras 5-7,5x1,6-2 cm, oblongas, puberulentas, região seminifera proximal; sementes reniformes, castanhas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta parte baixa, 19-X-1994, fl., Nakajima et al. 580 (HRCB, HUFU, VIC); 21-II-1997, fr., Romero et al. 3945 (HUFU, VIC); mata próxima à cachoeira dos Rolinhos, 23-II-1997, fr., Romero et al. 4018 (HUFU, VIC).

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Ouro Preto, Parque Estadual do Itacolomi, trilha da Alcan, 24-X-2004, fl., Lima & Garcia 227 (VIC).

Ocorre em Minas Gerais (Bentham 1862) e São Paulo, ocupando áreas de mata, cerrado sensu stricto e cerradão (Sartori & Tozzi 1998). No PNSC, ocorre apenas em áreas de mata.

16.

Periandra

Mart. ex Benth., Comm. Legum. Gen. 56. 1837.

1. Raque foliar e peciolo esparsamente tomentosos; inflorescência congesta, 3 6,5 cm compr., pluriflora ..........................................................16.2. P. mediterranea 1. Raque foliar e peciolo glabrescentes; inflorescência laxa, ca. 8 cm compr., 2-8-flora ..............................................................................16.1. P gracilis

16.1.

Periandra gracilis

H. S. Irwin & Arroyo, Brittonia 24(3): 327-329. 1972.

Figura 3n

Arbustos, ca.1,5 m alt. Estipulas lanceoladas, 2-5 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; peciolo 2-12 mm compr., glabrescente; raque 5-17 mm compr., glabrescente; foliolos 4,2-8,2x0,6-1,2 cm, oblongo-lanceolados, base obtusa a aguda, ápice obtuso a agudo, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa. Inflorescências racemosas, laxas, ca. 8 cm compr., axilares, terminais, 2-8-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 3,5 mm compr., puberulento; corola zigomorfa, púrpura, ressupinada, vexilo 22-26x22-29 mm, puberulento, alas 21-23x18 mm, pétalas da carena ca. 22x12 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, 17-23 mm compr., anteras isomórficas; ovário subséssil, ca. 14 mm compr., sericeo. Frutos não observados.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta parte baixa, 21-II-1997, fl., Romero et al. 3942 (HUFU, VIC); cachoeira dos Rolinhos, "ilhota", 23-II-1997, fl., Romero et al. 3981 (HUFU, VIC).

Citada anteriormente para Goiás, Brasilia e Mato Grosso do Sul (Funch & Barroso 1999), esta é a primeira ocorrência da espécie relatada para Minas Gerais. Ocorre no cerrado, geralmente, associada a cursos d'água (Funch & Barroso 1999) e, no PNSC, apresentou ocorrência restrita às áreas de mata ciliar.

16.2. Periandra mediterranea (Vell.) Taub., in Engl. & Prantl. Nat. Pflanzenfam. 3(3): 359. 1894.

Figura 3o

Arbustos, ca. 1,5 m alt. ou subarbustos prostrados. Estípulas ovado-lanceoladas, 2-4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 2-4 mm compr., esparsamente tomentoso; raque 3-5 mm compr., esparsamente tomentosa; folíolos (2-)3-7(-8,2)x(0,5-)1-2(-3,5) cm, elípticos, obovados, oblongo-lanceolados, base aguda, ápice obtuso, retuso ou agudo, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa. Inflorescências racemosas, congestas, 3-6,5 cm compr., axilares, terminais, pluri-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 6-8 mm compr., puberulento; corola zigomorfa, violácea, ressupinada, vexilo (15-)22-30x(12-)20-30 mm, puberulento, alas 21-30x10-14 mm, pétalas da carena 22-28x10-13 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 25 mm compr., anteras isomórficas; ovário subséssil, 10-15 mm compr., viloso. Legumes (3,4-)7-12x0,6-1 cm, lineares, planos, puberulentos a glabrescentes; sementes orbiculares, compressas, castanho-avermelhadas.

Materiais selecionados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta, 20-IV-1994, fl., Romero et al. 956 (HRCB, HUFU, VIC); cachoeira de Rolinhos parte alta, 23-VIII-1997, fl., Romero et al. 4509 (HRCB, HUFU, VIC); cachoeira de Rolinhos parte baixa, 29-VI-1997, fl., Romero et al. 4360 (HUFU, VIC); Centro de Visitantes, 25-IX-1995, fl., Nakajima et al. 1293 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para São Roque de Minas próximo à guarita de Sacramento, 18-X-1994, fl. fr., Romero et al. 1382 (HRCB, HUFU, VIC); guarita 1 , 23-II-1994, fl., Nakajima et al. 179 (HRCB, HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 16-III-1995, fl., Romero et al. 1876 (HRCB, HUFU, VIC); Sede Administrativa, 15-VII-1995, fl., Romero et al. 2382 (HRCB, HUFU, VIC); 19-XI-1995, fl., Nakajima et al. 1456 (HRCB, HUFU, VIC); 10-I-1995, fl. fr., Romero et al. 1662 (HRCB, HUFU, VIC).

Ocorre na maioria dos estados brasileiros, estendendo-se pelos cerrados, caatingas e campos de restinga (Funch & Barroso 1999), sendo característica dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Harley & Simmons 1986, Giulietti et al. 1987, Brandão & Silva Filho 1993, Pirani et al. 1994, Brandão et al. 1995, Gavilanes et al. 1995, Lewis 1995, Zappi et al. 2003, Dutra 2005). No PNSC, apresenta ampla ocorrência e foi coletada para diversas fitofisionomias campestres.

17. Platycyamus Benth., Fl. Bras. 15(1): 323. 1862.

17.1. Platycyamus regnellii Benth., Fl. Bras.15(1): 323.1862.

Figura 3p

Árvores, ca.15 m alt. Estipulas lanceoladas, ca. 2 mm compr., persistentes; estipelas presentes, não glandulares. Folhas 3-folioladas; peciolo 4,5-12,5 cm compr., tomentoso; raque 2,5-6 cm compr., tomentosa; foliolos 9,4-13,5x6-11,5 cm, ovado-romboidais, base truncada a atenuada, ápice agudo, tomentosos. Inflorescências paniculadas, 20-40 cm compr., axilares, terminais, ca. 100-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 12 mm compr., interna mente velutino, externamente sericeo; corola zigomorfa, lilás a púrpura, vexilo 12-18x12-15 mm, glabro, alas 17-18x4-5 mm, pétalas da carena 17-19x4 mm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 17 mm compr., anteras isomórficas; ovário séssil, ca. 8 mm compr., viloso. Legumes 15,5-21,5 cm, oblongos, ferrugineotomentosos; sementes não observadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta, próximo à guarita 3, 21-III-1995, fl., Romero et al. 2064 (HRCB, HUFU, VIC).

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, trilha da Lagoa do Meio, VI-1998, fr., Bortoluzzi et al. 177 (VIC).

Ocorre em formações florestais de Goiás, sul da Bahia, Espirito Santo, São Paulo (Lorenzi 2002) e Minas Gerais (Bortoluzzi et al. 2004). No PNSC, a espécie foi coletada apenas em uma área de mata.

18. Platypodium Vogel, Linnaea 11: 420. 1837.

18.1. Platypodium elegans Vogel, Linnaea 11: 420-422. 1837.

Árvores ca. 5 m alt. Estipulas lineares, 4-5 mm compr., caducas; estipelas ausentes. Folhas imparipinadas, 13-17-folioladas; peciolo 1-1,7 cm compr., tomentoso; raque 8-12 cm compr., tomentosa; foliolos 2-3,5x0,8-1,4 cm, oblongos, base obliqua à obtusa, ápice emarginado, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa. Inflorescências racemosas, ca. 12 cm compr., axilares, ca. 15-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 12-15 mm compr., internamente sericeo, externamente glabro; corola zigomorfa, amarela, vexilo 15-17x20 mm, glabro, alas 17-21 mm compr., pétalas da carena 14-17 mm compr.; androceu poliadelfo, 4+1+4+1 estames, ca. 12 mm compr.; anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 4 mm compr., glabro. Sâmaras 8-8,9x2-2,2 cm compr., oblongas, glabrescentes, região seminifera distal; sementes oblongas, castanhas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada guarita da Casca D'Anta, 19-X-1994, fl., Nakajima et al. 623 (HRCB, HUFU, VIC).

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Montes Claros, Centro de Agricultura Alternativa, 25V-1994, fr., Sevilha 25 (VIC).

Ocorre nas Américas Central e do Sul (ILDIS 2005), sendo que no Brasil ocupa, principalmente, áreas de cerrado (Mendonça et al. 1998; Filardi 2005), além de áreas de caatinga (Lewis 1987) e de mata atlântica (Bortoluzzi et al. 2004). No PNSC, apresentou ocorrência restrita a uma área de mata.

19. Poiretia Vent., Mem. Cl. Sci. Math. Inst. Natl. France 8: 4-6. 1807.

19.1. Poiretia angustifolia Vogel, Linnaea 12: 53. 1838.

Figura 4a


 












Subarbustos, ca. 50 cm alt.. Estipulas lineares, 2-6 mm compr., persistentes, não prolongadas abaixo do ponto de inserção; estipelas presentes. Folhas paripinadas, 4-folioladas; peciolo 8-15 mm compr., com glândulas puntiformes; raque 4-8 mm compr., com glândulas puntiformes; foliolos 13-25x1-4 mm, lineares a oblongo-lineares, base aguda, ápice agudo, face adaxial glabra, face abaxial com glândulas puntiformes. Inflorescências racemosas, 6-8 mm compr., axilares, 2-4-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, campanulado, 1,5-2 mm compr., com glândulas puntiformes; corola zigomorfa, amarela, com glândulas puntiformes, vexilo 6-7x6-8 mm, alas ca. 6x2 mm, pétalas da carena ca. 6x2 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 6 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário séssil, ca. 4 mm compr., com glândulas puntiformes. Legumes 25x4-5 mm, lineares, glabros; sementes não observadas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para a cachoeira de Rolinhos, 9-I-1998, fl., Romero et al. 4869 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento, 2 km após a entrada para a Fazenda do Fundão, 13-I-1995, fl., Romero et al. 1787 (HRCB, HUFU, VIC); torre de observação, estrada Sacramento-São Roque de Minas, 11-I-1998, fl., Romero et al. 4998 (HUFU, VIC).

Ocorre nos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (Müller 1984), onde habita formações campestres áridas (Bentham 1862). No PNSC, foi coletada em áreas de campo limpo e de campo sujo.

20.

Stylosanthes

Sw., Prodr. 7, 108. 1788.

1. Estipulas 4-8 mm compr.; pecíolo puberulento; lomento 0,5x1,5 mm .................... ......................................................................................20.2. S. guianensis 1. Estipulas ca. 10 mm compr.; peciolo tomentoso com tricomas glandulares; lomento 1,5-2,5x2-2,3 mm .................................................................20.1. S. gracilis

20.1.

Stylosanthes gracilis

Kunth, Nov. Gen. Sp. 6: 507-508. 1823.

Figura 4b

Ervas eretas, 20-30 cm alt. Estipulas amplexicaules, 2-dentadas, ca. 1 cm compr., persistentes; estipelas ausentes. Folhas 3-folioladas; peciolo ca. 1 cm compr., tomentoso, com tricomas glandulares; raque ausente; foliolos (3-)4-9(-14)x 2-10 mm, oblongo-elipticos, base aguda, ápice agudo, face adaxial glabra, face abaxial esparsamente sericea a glabrescente. Inflorescências espiciformes, ca. 1 cm compr., terminais ou axilares, pluri-flora; cálice 4-laciniado, tubuloso, ca. 7 mm compr., glabro; corola zigomorfa, amarela, vexilo ca. 5x3 mm, glabro, alas 3-5x1 mm, pétalas da carena ca. 2x1 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 4 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário séssil, ca. 3 mm compr., glabro. Lomentos, 1-articulado, 1,5-2,5x2-2,3 mm compr., glabros; sementes ovóides, negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, Curral de Pedras, 18-IV-1994, fl. fr., Romero et al. 927 (HRCB, HUFU, VIC); Retiro das Pedras, próximo à divisa do Parque, 23-II-1997, fl. fr., Romero et al. 3969 (HUFU, VIC); Sede Administrativa, 10-I-1995, fl., Romero et al. 1664 (HRCB,HUFU,VIC); Torre de Observação, 13-I-1995, fl., Romero et al. 1795 (HRCB, HUFU, VIC).

Ocorre na América Central e América do Sul, distribuindo-se do Panamá ao Paraguai (Mohlenbrock 1957). No Brasil, a espécie é relatada para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste (Ferreira & Costa 1979). No PNSC, a espécie ocorre em áreas de campo limpo e campo rupestre.

20.2.

Stylosanthes guianensis

(Aubl.) Sw., Kongl. Vetensk. Acad. Nya Handl. 10: 301-302. 1789.

Figura 4c-d

Subarbustos prostrados. Estipulas amplexicaules, 2-dentadas, 4-8 mm compr., persistentes; estipelas ausentes. Folhas 3-folioladas; peciolo 2-10 mm compr., puberulento; raque ausente; foliolos (3-)4-9(-14)x 2-10 mm, oblongo-elipticos, base aguda, ápice agudo, pulverulentos. Inflorescências espiciformes, 5-15 mm compr., axilares, multi-flora, botão floral reto; cálice 4-laciniado, tubuloso, ca. 7 mm compr., glabrescente; corola zigomorfa, amarela, vexilo ca. 5x3 mm, glabro, alas 3-5x1 mm, pétalas da carena ca. 2x1 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 5 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário séssil, ca. 3 mm compr., glabro. Lomentos, 1-articulado, ca. 0,5x1,5 mm, orbiculares, glabrescentes, estilete residual menor 1 mm compr.; sementes ovóides, negras, marrons ou amarelas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira de Rolinhos, 14-V-1995, fl. fr., Romero et al. 2300 (HRCB, HUFU, VIC).

Apresenta-se amplamente distribuida em todo continente americano (Mohlenbrock 1963). No Brasil, ocorre nos estados do Pará, Maranhão, Pernambuco, Paraiba, Ceará, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, ocupando diversos tipos de formações campestres (Ferreira & Costa 1979), inclusive campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Harley & Simmons 1986, Giulietti et al. 1987, Gavilanes & Brandão 1991, Brandão & Silva Filho 1993, Pirani et al. 1994, Lewis 1995, Munhoz & Proença 1998, Zappi et al. 2003). No PNSC, a espécie ocorre em áreas de campo limpo e campo rupestre.

21. Swartzia Schreb., Gen. Pl. 2: 518. 1791.

21.1. Swartzia apetala Raddi var. apetala, Mem. Mat. Fis. Soc. Ital. Sci. Modena, Pt. Mem. Fis. 18(2): 398. 1820.

Figura 4e-f

Árvores, ca. 5 m alt. Estípulas lanceoladas, ca. 4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas imparipinadas, 7-9-folioladas; pecíolo 5-15 mm compr., puberulento a glabrescente, raque 3-15 cm compr., marginada, glabrescente; folíolos (15-)30-76x (7-)12-24 mm, elípticos ou ovados, base cuneada, ápice acuminado a obtuso, puberulentos a glabrescentes. Flores não observadas. Legumes (1,2-)1,8-3x (0,6-)1-2,5 cm, ovóides a globosos, glabros, monospérmicos; sementes globosas, negras, arilo branco.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta parte baixa, 19-X-1994, fr., Nakajima et al. 590 (HRCB, HUFU, VIC).

Amplamente distribuída no leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, principalmente em áreas litorâneas, sendo também citada para Alagoas e Bahia (Mansano & Tozzi 1999). No PNSC, foi coletada apenas em uma área no interior de mata.

22.

Vigna

Savi, Nuovo Giorn. Lett. 8: 113. 1824.

1. Pecíolo 3-4 mm compr.; corola esverdeada .................................22.2. V. firmula 1. Pecíolo 12-65 mm compr.; corola violácea ou lilás 2. Estípulas lanceoladas, pecíolo glabrescente; corola lilás .....22.3. V. peduncularis 2. Estípulas triangulares, pecíolo to mentoso; corola violácea .......22.1. V. candida

22.1.

Vigna candida

(Vell.) Marechal, Mascherpa & Stainier, Taxon 27 (2-3): 201. 1978.

Figura 4g

Trepadeiras. Estípulas triangulares, ca. 3 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3folioladas; pecíolo 1,2-6,5 cm compr., tomentoso; raque 0,3-1,5 cm compr., tomentosa; folíolos (3-)5-11x (1,2-)2,2-8,2cm, ovado-triangulares, assimétricos, base cordada a truncada, ápice agudo, glabros a esparsa mente puberulentos em ambas as faces. Inflorescencias racemosas, nodosas, 10-20 cm compr., axilares, 5-9-flora, botão floral curvo; cálice 5-laciniado, campanulado, 7-10 mm compr., esparsamente seríceo; corola zigomorfa, violácea, não ressupinada, vexilo 2-2,4x2,2 cm, glabro, alas 2,5-3x1-1,5 cm, pétalas da carena 1,5-2x0,7-1 cm; androceu diadelfo, 9+1 estames, 2,8-3 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, 5-6 mm compr., esparsamente F.L.R. Filardi et al.: Papilionoideae da Serra da Canastra 403 puberulento. Legumes ca. 5*0,3 cm, lineares, glabros; sementes oblongas, castanhas.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, Chapadão do Diamante, 16-I-1995, fl., Romero et al. 2469 (HRCB, HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 20-IX-1996, fl. fr., Romero et al. 3544 (HUFU, VIC).

Nativa da América do Sul (Bentham 1862) é citada, no Brasil, para os estados da Bahia (Lewis 1987), Goiás e Minas Gerais (Mendonça et al. 1998). No PNSC, a espécie foi coletada em áreas de mata.

22.2.

Vigna firmula

(Mart. ex Benth.) Marechal, Mascherpa & Stainier, Taxon 27 (2-3): 201. 1978.

Figura 4h

Trepadeiras. Estípulas triangulares, 3-4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 3-4 mm compr., glabrescente; raque 1,2-2 cm compr., glabrescente; folíolos 4,4-7,2x2,6-5,1 cm, elípticos a obovados, base cordada, ápice obcordado, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa. Inflorescencias racemosas, nodosas, 5,5-7,5 cm compr., axilares, 5-flora; botão floral curvo; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 4 mm compr., glabrescente; corola zigomorfa, esverdeada, não ressupinada, vexilo ca. 1,5x1,3 cm, glabro, alas 1,4-1,5x0,3 cm, pétalas da carena ca. 3x0,2 cm; androceu diadelfo, 9+1 estames, ca. 3 cm compr., anteras isomórficas; ovário subséssil, ca. 6 mm compr., tomentoso. Frutos não observados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para a Fazenda do Fundão, 25-VI-1997, fl., Romero et al. 4260 (HUFU, VIC).

Ocorre no Paraguai e Brasil (Maréchal et al. 1978), onde é citada para campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al. 1987, Lewis 1995, Zappi et al. 2003). No PNSC, habita áreas de campo rupestre.

22.3.

Vigna peduncularis

(Kunth) Fawc. & Rendle, Fl. Jamaica 4(2): 68. 1920.

Figura 4i

Trepadeiras. Estípulas lanceoladas, 3-4 mm compr., persistentes; estipelas presentes. Folhas 3-folioladas; pecíolo 1,8-5,6 cm, glabrescente; raque 5-11 mm compr., glabrescente; folíolos 2,5-5 x 0,6-2,4 cm, oblongos a obovados, base obtusa, ápice agudo, glabrescentes. Inflorescências racemosas, nodosas, 3,5-22,5 cm compr., axilares, 3-6-flora; botão floral curvo; cálice 5-laciniado, campanulado, ca. 4 mm compr., glabro; corola zigomorfa, violácea, não ressupinada, vexilo 1,8-1,9x0,8-1,3 cm, glabro; alas 1,8-1,9x1 cm, pétalas da carena 1,9-2x1 cm., torcidas lateralmente; androceu diadelfo, 9+1 estames, 2,1-2,4 cm compr., anteras isomórficas; ovário estipitado, ca. 8 mm compr., tomentoso. Legumes ca. 54x4 mm, lineares, glabrescentes; sementes oblongas, castanhas com manchas negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para a Fazenda do Fundão, 22-II-1997, fl., Nakajima et al. 2244 (HUFU, VIC); 22-II-1997, fl. fr., Romero et al. 4193 (HUFU, VIC); estrada para o Retiro de Pedras, 23-II-1997, fl., Romero et al. 3968 (HUFU); estrada para Sacramento, próximo ao Curral de Pedras, 18-IV1994, fl. fr., Romero et al. 924 (HRCB, HUFU, VIC); estrada São Roque-Sacramento, próximo ao Córrego dos Passageiros, 13-V-1995, fl. fr., Romero et al. 2223 (HRCB, HUFU, VIC); guarita de Sacramento, 15-IV-1997, fl., Nakajima et al. 2283 (HUFU); Sede Administrativa, 17-III-1995, fr., Romero et al. 1953 (HRCB, HUFU, VIC).

Ocorre no Equador, Honduras, Costa Rica, Colômbia, Paraguai, Argentina e Brasil (Maréchal et al. 1978), onde é citada para áreas de campos rupestres ao sul da Cadeia do Espinhaço (Dutra 2005). No PNSC, a espécie foi coletada em áreas de campo limpo com afloramentos rochosos e em campo sujo.

23.

Zornia

J. F. Gmel., Syst. Nat. 2(2): 1076 - 1096. 1791 [1792].

1. Folhas 2-folioladas 2. Estipulas 5-7 nervadas; foliolos glabrescentes, com glândulas puntiformes; lomentos 5-7 articulados, cerdosos ........................................23.2. Z. glabra 2. Estipulas 9-13 nervadas; foliolos sericeos, sem glândulas punti-formes; lomentos 3-4 articulados, vilosos ......................................................23.3. Z. sericea 1. Folhas 4-folioladas

23.1.

Z. flemmingioides

23.1.

Zornia flemmingioides

Moric., Pl. Nouv. Amer. 127-129. 1844.

Figura 4j

Ervas eretas, ca. 80 cm alt. Estipulas lanceoladas, prolongadas abaixo do ponto de inserção, 4-15 mm compr., 5-nervadas, persistentes; estipelas ausentes. Folhas paripinadas, 4-folioladas; peciolo 4-9 mm compr, glabro; raque ausente; foliolos 16-53x3-12 mm, oblongos, base obtusa, ápice agudo, esparsamente estrigosos a glabrescentes, com glândulas puntiformes. Inflorescências espiciformes, 3-7 cm compr., axilares, 6-13-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, bilabiado, 4-5 mm compr., puberulento, glândulas puntiformes; corola zigomorfa, amarela com guias de néctar vináceos, vexilo ca. 6x6 mm, glabro, alas ca. 6x3 mm, pétalas da carena ca. 6x2 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 5 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário subséssil, ca. 3 mm compr., barbado. Lomentos 5,5-12x1,5 mm, 2-3articulados, estrigosos, reticulados, glandulares; sementes ovais, castanho-escuras a negras.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: PNSC, São Roque de Minas, estrada para Sacramento, 25 km da guarita de Sacramento, 22-III-1995, fl., Nakajima et al. 948 (HRCB, HUFU, VIC).

Ocorre ao longo da Cadeia do Espinhaço (Mohlenbrock 1961, Harley & Simmons 1986, Brandão et al. 1995). No PNSC, foi coletada apenas em uma área de campo limpo com solo hidromórfico.

23.2.

Zornia glabra

Desv., Mem. Soc. Linn. Paris 4: 325. 1826.

Figura 4k-o

Ervas eretas, ca. 20 cm alt. Estipulas lanceoladas, prolongadas abaixo do ponto de inserção, 13-20 mm compr., 5-7-nervadas, persistentes; estipelas ausentes. Folhas 2-folioladas; peciolo 1-1,5 cm compr., puberulento a glabrescente; raque ausente; foliolos 12-25x2-7 mm, elipticos, oblongos, lineares, base aguda a assimétrica, ápice obtuso a agudo, glabrescentes, com glândulas puntiformes. Inflorescências espiciformes, 2-8,3 cm compr., axilares, 3-12-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, bilabiado, ca. 4 mm compr., glabrescente; corola zigomorfa, amarela com guias de néctar vináceos, vexilo ca. 7x6 mm, glabro, alas ca. 6x2 mm, pétalas da carena ca. 7x2 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 5 mm compr., anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário subséssil, ca. 5 mm compr., barbado. Lomentos 8-10x2-2,5 mm, 5-7articulados, cerdosos, reticulados, eglandulares; sementes ovais, castanho-escuras a negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, estrada para Sacramento, 19-IV-1994, fl. fr., Nakajima et al. 294 (HRCB, HUFU, VIC); 11-I-1995, fl. fr., Romero et al. 1713 (HRCB, HUFU, VIC).

Ocorre da Guiana até o Brasil, onde é citada para a Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul (Mohlenbrock 1961) e São Paulo (Sciamarelli & Tozzi 1996). No PNSC, apresenta ocorrência restrita às áreas de campo limpo.

23.3.

Zornia sericea

Moric., Pl. Nouv. Amer. 126-127. 1844.

Figura 4p-r

Ervas eretas, ca. 0,3 m alt. Estipulas lanceoladas, prolongadas abaixo do ponto de inserção, 14-33 mm compr., 9-13-nervadas, persistentes; estipelas ausentes. Folhas 2-folioladas; peciolo 0,8-2,7 cm compr., sericeo; raque ausente; foliolos 9-15x1-11 mm, suborbiculares, elipticos, oblongos, lanceolados, base assimétrica, ápice obtuso a agudo, sericeos. Inflorescências espiciformes, 3,5-10,4 cm compr., axilares, 7-17-flora, botão floral reto; cálice 5-laciniado, bilabiado, ca. 4 mm compr., esparsamente estrigoso; corola zigomorfa, amarela com guias de néctar vináceos, vexilo ca. 9x9 mm, glabro, alas ca. 8x4 mm, pétalas da carena ca. 8x3 mm; androceu monadelfo, 10 estames, ca. 5 mm compr. anteras dimórficas: 5 longas e basifixas alternadas com 5 menores e dorsifixas; ovário subséssil, ca. 5 mm compr., barbado. Lomentos 15-20x1-1,5 mm, 3-4articulados, vilosos, reticulados, eglandulares; sementes ovais, castanho-escuras a negras.

Materiais examinados: BRASIL. MINAS GERAIS: São Roque de Minas, PNSC, cachoeira da Casca D'Anta, 11-I-1995, fl., Romero et al. 1734 (HRCB, HUFU, VIC); estrada para o Retiro das Pedras, próximo à divisa do Parque, 23-II-1997, fl., Romero et al. 3970 (HUFU, VIC); estrada para Sacramento, após o Curral de Pedras, 8-XII-1994, fl. fr., Romero et al. 1503 (HRCB, HUFU, VIC); estrada Sacramento-São Roque de Minas, próximo à Torre de Observação, 11-I-1998, fl., Romero et al. 5015 (HUFU, VIC).

Ocorre em formações campestres da Venezuela e do Brasil, onde é citada para o Maranhão, Bahia e Minas Gerais (Mohlenbrock 1961). No PNSC, a espécie ocorre em áreas de campo cerrado e de campo limpo.

Dentre os 41 táxons de Papilionoideae presentes no PNSC, 14,6% apresentam ampla distribuição nas Américas, 41,4% ocorrem apenas na América do Sul, enquanto que 44% são exclusivos da flora brasileira. Com relação à ocorrência destes táxons no Brasil, 36,5% são amplamente distribuídos, sendo citados para diferentes biomas do país, 48,7% têm distribuição mais restrita, geralmente associada a do bioma cerrado, enquanto que 14,8% devem ser considerados táxons de rara ocorrência, não só pela pequena amplitude geográfica que apresentam, mas também pela estreita relação com fitofisionomias campestres. Deve-se ressaltar, que 48,7% dos táxons estudados são citados para campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: 11 apresentam ampla distribuição geográfica, sete tem distribuição mais restrita no Brasil e apenas dois são considerados endêmicos do Espinhaço (L. coriaceus e Z. flemmingioides).

Agradecimentos

As autoras agradecem a Dra. Rosana Romero e ao Dr. Jimi Naoki Nakajima, do Departamento de Biociências da Universidade Federal de Uberlândia, pela coleta e doação do material para a realização do presente trabalho. Ao Dr. Luciano P. de Queiroz, pela confirmação da identificação das espécies de Collaea e Vigna. Ao Reinaldo A. Pinto, pelas ilustrações.

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Recebido: 17.08.2007; aceito: 02.08.2007

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    Autora para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      2007

    Histórico

    • Aceito
      02 Ago 2007
    • Recebido
      17 Ago 2007
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