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Adaptação transcultural para o Brasil do módulo on-line DocCom: comunicação para o trabalho em equipe 1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado “Adaptação transcultural e aplicabilidade para enfermagem do módulo online DocCom: comunicação para trabalho em equipe”, apresentada à Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

realizar a adaptação transcultural para o português no contexto brasileiro do módulo 38 on-line DocCom, que versa sobre comunicação para o trabalho em equipe.

Método:

a tradução e adaptação transcultural foram realizadas por meio de traduções iniciais, síntese das traduções, avaliação e síntese por um comitê de especialistas, análise dos tradutores e retrotradução, pré-teste com enfermeiros e estudantes de graduação em enfermagem, e análise dos tradutores para obtenção do material final.

Resultados:

na avaliação e síntese do comitê de especialistas da versão traduzida com a versão original, os itens obtiveram concordância superior a 80%. Na análise dos participantes do pré-teste foram sugeridas poucas modificações. A versão final mostrou-se adequada ao contexto proposto e à sua finalidade.

Conclusão:

acredita-se que, ao disponibilizar essa nova estratégia de ensino-aprendizagem de habilidades e competências da comunicação, para o trabalho em equipe, ela possa ser empregada de forma sistemática em cursos de graduação e pós-graduação da área da saúde, no Brasil, de modo a contribuir para formação dos profissionais e, também, avançar nesse campo.

Descritores:
Enfermagem; Comunicação; Equipe de Assistência ao Paciente; Instrução por Computador; Competência Profissional.

ABSTRACT

Objective:

to carry out the cross-cultural adaptation of DocCom online module 38, which deals with teamwork communication into Portuguese for the Brazilian contexto.

Method:

the transcultural translation and adaptation were accomplished through initial translations, synthesis of the translations, evaluation and synthesis by a committee of experts, analysis by translators and back translation, pre-test with nurses and undergraduate students in Nursing, and analysis of the translators to obtain the final material.

Results:

in evaluation and synthesis of the translated version with the original version by the expert committee, the items obtained higher than 80% agreement. Few modifications were suggested according to the analysis by pretest participants. The final version was adequate to the proposed context and its purpose.

Conclusion:

it is believed that by making this new teaching-learning strategy of communication skills and competencies for teamwork available, it can be used systematically in undergraduate and postgraduate courses in the health area in Brazil in order to contribute to training professionals, and also towards making advances in this field.

Descriptors:
Nursing; Communication; Patient Care Team; Computer-Assisted Instruction; Professional Competence

RESUMEN

Objetivo:

realizar la adaptación transcultural para el portugués en el contexto brasileño del módulo 38 en línea DocCom, que trata sobre la comunicación del trabajo en equipo.

Método:

la traducción y la adaptación transcultural ocurrió mediante traducciones iniciales, síntesis de las traducciones, evaluación y síntesis, y los encargados de llevarlas a cabo fue un comité de especialistas, con análisis de traductores, retrotraducción, test previo con enfermeros y estudiantes de graduación de enfermería y análisis de los traductores para la obtención del material final.

Resultados:

en la evaluación y síntesis del comité de especialistas de la versión traducida en contraposición con la versión original, los ítems obtuvieron concordancia superior a 80%. En el análisis de los participantes del pre-test, se sugirieron pocas modificaciones. La versión final se mostró adecuada al contexto propuesto y a su finalidad.

Conclusión:

se cree que esta nueva estrategia de enseñanza-aprendizaje de habilidades y competencias de la comunicación para el trabajo en equipo pueda emplearse de forma sistemática en cursos de grado y posgrado del área de la salud en el Brasil, con el objetivo de contribuir a la formación de profesionales y, también, obtener avances en este campo.

Descriptores:
Enfermería; Comunicación; Grupo de Atención al Paciente; Instrucción por Computador; Competencia Profesional

Introdução

O trabalho em equipe é fundamentado na interação de um grupo de pessoas que desempenha atividades e ações para atingir objetivos comuns. No entanto, na área da saúde, na qual há o cuidado ao ser humano como produto de suas ações, o processo de trabalho deve estar permeado principalmente pela comunicação e pelo relacionamento interpessoal11 Sousa MF, Hamann EM. Programa Saúde da Família no Brasil: uma agenda incompleta? Ciênc Saúde Coletiva. 2009;14(1):1325-35. [Acesso 15 jan 2016]; Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000800002&lng=pt.
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-22 Peduzzi M. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Rev Saúde Pública. 2001;35(1):103-9. [Acesso 5 dez 2015]; Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102001000100016&lng=en.
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Dessa forma, os membros de equipes de saúde, especificamente de equipes de enfermagem, necessitam articular conhecimento técnico e científico, de modo a compartilharem o planejamento e execução das ações com colaboração mútua, interação, profissionalismo e corresponsabilização.

No trabalho em equipe, desempenhado pela enfermagem, emprega-se a comunicação para além da ação de coletar e transmitir informações, e, também, como ferramenta e estratégia na condução terapêutica. A interação entre enfermeiro e equipe, bem como da equipe com o paciente e seus familiares, envolve a propagação de atitudes e ações cuja intencionalidade esteja plena de sensibilidade e empatia, conceitos fundamentais no ato de cuidar33 Broca PV, Ferreira MA. Communication process in the nursing team a based on the dialogue between Berlo and King. Esc Anna Nery 2015;19(3):467-74. [Access Nov 7, 2015]; Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452015000300467&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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Nessa perspectiva, espera-se que enfermeiros responsáveis por equipes possuam habilidades e competências para o desempenho da gestão do cuidado com qualidade. Dentre elas, destacam-se a comunicação, a tomada de decisão, a negociação, o trabalho em equipe, o relacionamento interpessoal e a criatividade. Por conseguinte, torna-se necessário incorporar nos currículos de graduação e pós-graduação programas para treinamento e aprimoramento de habilidades de comunicação, para que sejam empregadas também como estratégias de cuidado44 Ministério da Educação (BR). Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Superior. Resolução nº 3, de 07 de novembro de 2001: diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Enfermagem. Brasília (DF): MEC; 2001. [Acesso 6 fev 2014]; Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03
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-55 Spagnoletti CL, Bui T, Fischer GSS, Gonzaga AM, Rubio DM, Arnold RM. Implementation and evaluation of a web-based communication skills learning tool for training internal medicine interns in patient doctor communication. J Commum Healthcare. 2009;2(2):159-72. doi: http://dx.doi.org/10.1179/cih.2009.2.2.159
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O investimento em novas tecnologias de informação e comunicação tem sido amplamente discutido, porém, ainda há pouco emprego, no Brasil, dessas ferramentas pedagógicas aliadas ao ensino. O emprego de novas tecnologias facilitaria esses avanços, apoiando os processos de ensino-aprendizagem e de pesquisas para avaliação dos resultados66 Prado C, Santiago LC, Silva JAM, Pereira IM, Leonello VM, Otrenti E, et al. Ambiente virtual de aprendizagem no ensino de Enfermagem: relato de experiência. Rev Bras Enferm., Brasília. 2012;65(5):862-6. [Acesso 9 out 2014]; Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672012000500022&lng=en
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-77 Palacio MAV, Struchiner M. Analysis of the use of interactive, collaborative, and authoring resources in health sciences higher education virtual learning environments. Ciênc. Educ. (Bauru). 2016; 22(2): 413-30. [Access Mar 9 2014]; Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132016000200413
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Nesse contexto, um dos modelos de ensino das habilidades de comunicação é a plataforma on-line DocCom, que foi desenvolvida por uma equipe de professores americanos vinculados à American Academy on Communication in Heatlhcare (AACH) e à Drexel University College of Medicine (DREXELMED), Philadelphia, EUA, disponível no site http://webcampus.drexelmed.edu/doccom. A plataforma contém recursos de multimídia que incluem teoria baseada em evidências e demonstrações em vídeos, os quais devem ser utilizados em conjunto com discussões em grupos e atividades práticas, tais como entrevistas com pacientes internados e role-plays. Essa técnica possibilita colocar o indivíduo em face de situações semelhantes às reais88 Rabelo L, Garcia VL. Role-Play for the Development of Communication Skills. Rev Bras Educ Med. 2015;39(4): 586-96. [Access Feb 12 2014]; Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v39n4/1981-5271-rbem-39-4-0586
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-99 DocCom (versão 6. 2010). Demonstração dos módulos. Brasil (BR): Produção conjunta da Drexel University College of Medicine in collaboration with the American Academy on Communication in Healthcare, com apoio da Arthur Vining Davis Foundation. Available from: http://piripirei.net/DocComBrasil/default.php
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A DocCom é usada em universidades americanas, japonesas e australianas, para estudantes e residentes de medicina no ensino de habilidades de comunicação no relacionamento médico/paciente, aspectos biopsicossociais do cuidado e trabalho em equipe1010 Daetwyler CJ, Cohen DG, Gracely E, Novack DH. eLearning to enhance physician patient communication: a pilot test of “DocCom” and “WebEncounter” in teaching bad news delivery. Med. Teach. 2010; 32(9):381-90. doi: 10.3109/0142159X.2010.495759
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. Embora os módulos on-line DocCom tenham sido desenvolvidos e aplicados na área de medicina, alguns módulos tratam de temas transversais aos cursos da área da saúde.

No Brasil, o ensino das habilidades de comunicação ocorre em algumas universidades, na área da saúde, principalmente nos cursos de medicina, mas, em geral, por iniciativas individuais. É desejável a estruturação de uma proposta nacional, para que seja utilizado na formação de profissionais da área da saúde, tendo em vista a necessidade do desenvolvimento das habilidades de comunicação e do trabalho em equipe para esses profissionais1111 Dohms M, Tesser C, Grosseman S. Potencialidades no ensino-aprendizagem da comunicação médico-paciente em três escolas brasileira, espanhola e holandesa. Rev Bras Educ Med. 2013;37(3):311-9. [Acesso 18 fev 2014]. Disponível em: http:// www.scielo.br/pdf/rbem/v37n3/02
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-1212 Turini B, Neto DM, Tavares MS, Nunes SOV, Silva VLM, Thomson Z. Comunicação no ensino médico: estruturação, experiência e desafios em novos currículos médicos. Rev Bras Educ Med. 2008;32(2):264-70 . [Acesso 24 mar 24 2014]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022013000300002
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.

Assim, este estudo teve por objetivo realizar a adaptação transcultural para o português no contexto brasileiro do módulo 38 on-line DocCom, que versa sobre comunicação para o trabalho em equipe.

Método

Trata-se de estudo metodológico de tradução e adaptação transcultural, do idioma inglês para o português no contexto brasileiro, do módulo 38 on-line DocCom1313 Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 7. ed. Porto Alegre: Artmed; 2011. 487 p.. Antes da realização desta pesquisa, foi concedida autorização para tradução e adaptação transcultural do módulo 38 on-line DocCom: comunicação para o trabalho em equipe, pelo coordenador associado e diretor de ensino e avaliação das Habilidades Clínicas da Divisão de Educação Médica da DREXELMED, que detém os direitos autorais do DocCom1010 Daetwyler CJ, Cohen DG, Gracely E, Novack DH. eLearning to enhance physician patient communication: a pilot test of “DocCom” and “WebEncounter” in teaching bad news delivery. Med. Teach. 2010; 32(9):381-90. doi: 10.3109/0142159X.2010.495759
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,1414 Risdon C, Rowe M, Neuwirth Z, Suchman A. DocCom Módulo 38: Comunicação para o trabalho em equipe. In: American Academy on Communication in Healthcare and Drexel University College of Medicine. DocCom, version 6. 2010. Versão traduzida para o português, 2013. Disponível em: http://piripirei.net/DocComBrasil/default.php
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A plataforma DocCom contém 42 módulos on-line, sendo que o módulo 38 contém textos sobre liderança e trabalho em equipe, habilidades de comunicação e processos de reuniões, 16 vídeos demonstrativos de habilidades, com duração de, aproximadamente, três minutos cada, um questionário com questões cognitivas para avaliar os conhecimentos adquiridos e outro para avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem ao final do módulo1414 Risdon C, Rowe M, Neuwirth Z, Suchman A. DocCom Módulo 38: Comunicação para o trabalho em equipe. In: American Academy on Communication in Healthcare and Drexel University College of Medicine. DocCom, version 6. 2010. Versão traduzida para o português, 2013. Disponível em: http://piripirei.net/DocComBrasil/default.php
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Ressalta-se que o módulo on-line DocCom não se trata de instrumento psicométrico, ou seja, não é instrumento de medição de um fenômeno e que, nesse caso, necessitaria ser adequado para diferentes culturas, mas, sim, trata-se de um módulo para o ensino-aprendizagem de habilidades. Nesse sentido, não se encontrou na literatura nacional e internacional uma metodologia que contemplasse a tradução e adaptação de materiais informatizados envolvendo, concomitantemente, parte textual e vídeos, sem perder a essência dos conceitos do idioma de origem. Por isso, optou-se por seguir os passos propostos internacionalmente pelos autores1515 Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. Oxford. 1993:6(12):1417-32. [Access Nov 14 2014]; Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8263569
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16 Ferrer M, Alonso J, Prieto L, Plaza V, Monsó E, Marrades R, et al. Validity and reliability of the St Georg´s Respiratory Questionnaire after adaptation to a different language and culture: the Spanish example. Eur Respir J. 1996;9(6):1160-6. Available from: doi: 10.1183/09031936.96.09061160
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-1717 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the Cross-Cultural Adaptation of DASH & QuickDASH Outcome Measures. Intitute for Work & Health 2002, 2007. [Internet]. June 12, 2007 [Access Oct 22 2015]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/assets/images/pdfs/X-CulturalAdaptation-2007.pdf.
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, para tradução de instrumentos, que compreendem: 1) tradução do idioma de origem para o idioma alvo por dois profissionais; 2) síntese das traduções; 3) avaliação da tradução sintetizada por um grupo de juízes; 4) retrotradução e 5) pré-teste. A Figura 1 apresenta os passos seguidos para tradução e adaptação transcultural do módulo 38 on-line DocCom.

Figura 1
Processo de tradução e adaptação transcultural do módulo 38 on-line DocCom para o português no contexto brasileiro. Londrina, PR, Brasil, 2015

Ressalta-se, no estudo dos autores1515 Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. Oxford. 1993:6(12):1417-32. [Access Nov 14 2014]; Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8263569
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, que as etapas citadas anteriormente devem ser entendidas como diretrizes norteadoras para melhor qualidade do processo de tradução e adaptação transcultural. Com base nisso, justifica-se o fato da não realização da etapa de retrotradução de todo o material, mas apenas dos trechos sugeridos para mudanças após a apreciação pelo comitê de juízes e do pré-teste.

A tradução foi realizada por 2 tradutores fluentes na língua inglesa, sendo que apenas um deles possuía conhecimento sobre os objetivos do estudo. A tradução para o português no contexto brasileiro do módulo 38 on-line DocCom resultou na versão 1 brasileira (V1 BR) e na versão 2 brasileira (V2 BR). Ambas foram comparadas e discutidas pelos tradutores, derivando na versão 1,2 brasileira (V1,2 BR).

A partir da versão traduzida e sintetizada (V1,2 BR), realizou-se a avaliação e comparação desse material com a versão original em inglês (VO ING) por um comitê de juízes. Esses foram orientados por um instrumento que continha apresentação da pesquisa, seus objetivos e todas as instruções de como deveriam proceder para a avaliação do material, além dos meios de contato com os pesquisadores, caso surgissem dúvidas.

A comissão de juízes foi composta por 11 especialistas da área de Gerência de Enfermagem, sendo 2 professores doutores, 3 professores mestres e 6 ex-residentes de Gerência dos Serviços de Enfermagem. Todos os participantes eram enfermeiros e possuíam conhecimento sobre a temática e o idioma inglês. A principal função da comissão de juízes foi comparar o material original com a versão traduzida, avaliando as equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual1515 Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. Oxford. 1993:6(12):1417-32. [Access Nov 14 2014]; Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8263569
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16 Ferrer M, Alonso J, Prieto L, Plaza V, Monsó E, Marrades R, et al. Validity and reliability of the St Georg´s Respiratory Questionnaire after adaptation to a different language and culture: the Spanish example. Eur Respir J. 1996;9(6):1160-6. Available from: doi: 10.1183/09031936.96.09061160
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-1717 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the Cross-Cultural Adaptation of DASH & QuickDASH Outcome Measures. Intitute for Work & Health 2002, 2007. [Internet]. June 12, 2007 [Access Oct 22 2015]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/assets/images/pdfs/X-CulturalAdaptation-2007.pdf.
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A equivalência semântica avalia o significado das palavras na tentativa de preservar seu sentido original; a idiomática, à formulação de expressões e coloquialismo equivalentes ao idioma alvo; a cultural refere-se aos termos e situações cotidianas que diferem entre as culturas e a equivalência conceitual refere-se às palavras que possuem significados culturais1515 Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. Oxford. 1993:6(12):1417-32. [Access Nov 14 2014]; Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8263569
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16 Ferrer M, Alonso J, Prieto L, Plaza V, Monsó E, Marrades R, et al. Validity and reliability of the St Georg´s Respiratory Questionnaire after adaptation to a different language and culture: the Spanish example. Eur Respir J. 1996;9(6):1160-6. Available from: doi: 10.1183/09031936.96.09061160
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-1717 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the Cross-Cultural Adaptation of DASH & QuickDASH Outcome Measures. Intitute for Work & Health 2002, 2007. [Internet]. June 12, 2007 [Access Oct 22 2015]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/assets/images/pdfs/X-CulturalAdaptation-2007.pdf.
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. Esses parâmetros foram essenciais para que pudessem ser constatadas as adequações, a receptividade e a opinião dos juízes envolvidos nessa fase do estudo, com o intuito de avaliar a pertinência do módulo para o ensino-aprendizagem de estudantes da área da saúde.

Depois de realizada a análise individual, ocorreu um encontro entre o comitê de juízes e os pesquisadores para discussão dos itens com propostas de alterações. O encontro teve duração de duas horas e meia e foi gravado em áudio para que, subsequentemente, auxiliasse os pesquisadores nas digitações de todas as sugestões de mudanças.

Após o consenso do comitê de juízes quanto aos itens, foi realizado um compêndio com todas as recomendações referentes ao conteúdo textual e aos vídeos, resultando na versão 3 brasileira (V3 BR). Essa versão foi enviada para apreciação dos tradutores que procederam à retrotradução dos trechos sugeridos, derivando na versão 4 brasileira (V4 BR).

A etapa seguinte foi o pré-teste, que consistiu na utilização do material com um grupo de pessoas, com a finalidade de assegurar que a versão adaptada preservava as equivalências com o conteúdo da versão original. Ademais, auxiliou na detecção de erros, presença de ambiguidades, além de ratificar a compreensão dos conteúdos1515 Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. Oxford. 1993:6(12):1417-32. [Access Nov 14 2014]; Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8263569
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16 Ferrer M, Alonso J, Prieto L, Plaza V, Monsó E, Marrades R, et al. Validity and reliability of the St Georg´s Respiratory Questionnaire after adaptation to a different language and culture: the Spanish example. Eur Respir J. 1996;9(6):1160-6. Available from: doi: 10.1183/09031936.96.09061160
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-1717 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the Cross-Cultural Adaptation of DASH & QuickDASH Outcome Measures. Intitute for Work & Health 2002, 2007. [Internet]. June 12, 2007 [Access Oct 22 2015]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/assets/images/pdfs/X-CulturalAdaptation-2007.pdf.
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O pré-teste da versão (V4 BR) foi realizado com um grupo de enfermeiros e alunos de graduação em enfermagem. Subsequentemente ao pré-teste, foram reunidas todas as sugestões de modificações de palavras e/ou frases dos itens considerados necessários de se alterar, surgindo a versão 5 brasileira (V5 BR). A seguir, essa versão foi enviada aos tradutores para análise e retrotradução de trechos indicados no pré-teste, surgindo a versão 6 brasileira (V6 BR), compreendida como a versão final do módulo 38 on-line DocCom, traduzida e adaptada à língua portuguesa brasileira.

Ressalta-se que foram respeitados os princípios éticos e legais da Resolução nº466/12, do Conselho Nacional de Saúde1818 Ministério da Saúde (BR). Conselho Nacional de Saúde, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012: diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília (DF): MS; 2012. [Acesso mar 06 2014]; Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.
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, sendo a pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, sob Parecer nº 181/2014 e CAAE 34827314.8.0000.5231 CEP/UEL. Todos os participantes do estudo procederam à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Resultados

As etapas de tradução (V1 BR e V2 BR) e síntese (V1,2 BR) foram realizadas sem mudanças significativas.

As versões (V1,2 BR) e (VO ING) foram encaminhadas à comissão de juízes, com o objetivo de que realizassem a comparação entre elas quanto à equivalências semântica. Foi disponibilizado acesso a todo o material do módulo 38 on-line DocCom para consulta e análise dos vídeos, em versão original e traduzidos na plataforma, para que fosse possível sanar possíveis dúvidas de conteúdos, caso houvesse.

O percentual dos itens sugeridos para alterações do módulo 38 on-line DocCom foi calculado primeiramente com base nas anotações individuais dos juízes. Posteriormente, foi realizada uma discussão grupal para fazer a comparação dos itens sugeridos para mudanças, para se chegar a um consenso quanto às reformulações.

No total, os juízes sugeriram 56 palavras e/ou frases (V3 BR) que deveriam sofrer alterações quanto às equivalências textuais, entre elas: 5 semânticas; 28 idiomáticas; 5 culturais, 18 conceituais e 15 concordâncias gramaticais. As mudanças sugeridas pelos juízes foram consideradas poucas em face da extensão do conteúdo avaliado.

Os maiores índices de sugestões entre os juízes foram, respectivamente, semânticas: 45% (item 2), 54% (item 1) e 73% (itens 4 e 5); idiomáticas: 45% (item 22), 54% (itens 27 e 33), 64% (itens 9, 16, 18 e 28), 73% (item 20), 82% (itens 6 e 7) e 91% (itens 8 e 11); culturais: 91% (item 35) e 100% (itens 36, 37 e 38); conceituais: 45% (itens 41 e 45), 54% (item 47), 64% (item 44), 73% (itens 42, 43, 46 e 49) e 82% (itens 39, 40, 55, 56). Os demais itens tiveram percentuais menores ou iguais a 44% para todas as equivalências.

Após discussão referente aos 56 itens sugeridos acima, obteve-se um percentual de concordância, entre os juízes, para modificações de todos os itens, sendo que a maioria foi igual ou superior a 82%, e alguns atingiram 100% de concordância, pela argumentação de que alterá-los tornaria o contexto mais claro e de fácil compreensão.

Posteriormente, fez-se um compilado das sugestões que foram enviadas aos tradutores. Das 56 palavras e/ou frases, 13 não foram aceitas, com a justificativa de que se mantivesse a essência de conceitos originais do módulo, constatadas após a retrotradução das sugestões, sendo 8 de ordem idiomática, 1 cultural e 4 conceituais. As demais sugestões foram acatadas e inseridas na nova versão (V4 BR) do módulo 38 on-line DocCom, para posterior realização do pré-teste.

Finalizada a etapa de checagem da versão (V4 BR) pelos juízes, na qual foi considerada pertinente, realizou-se o pré-teste, que contou com 9 pessoas, sendo 3 enfermeiros e 6 alunos de iniciação científica das 3 séries iniciais do curso de graduação em Enfermagem.

Para tanto, foi entregue uma cópia do conteúdo textual (V4 BR) para cada participante dessa fase, orientando-os, por meio de um instrumento, como deveria ser realizada a leitura do material e sua principal finalidade, e também como deveriam ser registradas as anotações dos itens e conteúdos incompreendidos.

Os participantes do pré-teste sugeriram 8 correções gramaticais, 13 mudanças de frases e/ou palavras quanto às equivalências, sendo 3 semânticas, 8 idiomáticas e 2 culturais. Depois de analisadas pelos pesquisadores, foram todas transcritas, resultando na versão (V5 BR).

Subsequentemente, a versão (V5 BR) foi enviada aos tradutores para apreciação quanto à pertinência das sugestões. As de ordem gramatical foram aceitas por se tratar de concordâncias verbais e/ou nominais, atribuindo maior clareza às frases. Em relação às 13 equivalências, 3, sendo 2 semânticas e 1 idiomática, não foram aceitas pelos tradutores, com a alegação de que se mantivesse o sentido dos conceitos originais do módulo, ratificadas após a retrotradução das sugestões. As demais recomendações foram acatadas, resultando na versão final (V6 BR) do módulo 38.

As ponderações dos juízes e dos participantes do pré-teste em relação aos vídeos foram mínimas. Apenas a legenda de um vídeo se encontrava atrasada em relação à fala dos atores. As mudanças de frases e/ou palavras foram poucas e já se encontravam pontuadas nas sugestões da parte textual.

Discussão

A inserção da tecnologia nos mais diversos espaços, serviços e organizações é inegável. Assim, está cada vez mais difícil menosprezar a vinculação da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) nos espaços de ensino-aprendizagem, visto que o discente chega à escola trazendo consigo inúmeros dispositivos tecnológicos e, aliado a isso, a educação vem sofrendo inúmeras transformações em razão das atuais exigências no mercado de trabalho por profissionais mais preparados para o enfrentamento dessas mudanças1919 Amorim MCMS, Oliveira ESG, Santos JAF, Quadros JRT. Aprendizagem e Jogos: diálogo com alunos do ensino médio-técnico. Educ Real. 2016; 41(1): 91-115. [Acesso mar 24 2016]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362016000100091&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
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O acréscimo da informatização nos ambientes de ensino deve priorizar a apropriação e aproveitamento das novas ferramentas em benefício da construção de conhecimento do indivíduo. O novo cenário de ensino-aprendizagem e aprimoramento do conhecimento por meio da TIC torna-se viável por incrementar práticas educacionais aliadas à teoria baseada em evidência e aos vídeos com dramatizações de situações teórico-práticas, com posteriores discussões presenciais em pequenos grupos e on-line orientadas por um tutor. Essas estratégias possibilitam ao estudante atuar de maneira autônoma na busca por transformações em sua práxis, e não apenas como receptor, repetindo tarefas diante de uma ferramenta2020 Prado C, Santiago LC, Silva JAM, Pereira IM, Leonello VM, Otrenti E, et al. Virtual learning environment in nursing education: an experience report. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2012; 65(5): 862-86. [Access Oct 10 2016]. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23338594
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Investir nos processos de ensino-aprendizagem é necessário para que ocorram avanços no aperfeiçoamento do processo de cuidar, no aprender a aprender, a ser e a conviver. Dessa forma, eleger novas TICs por meio da informatização pode facilitar tais avanços, apoiando tanto os processos de ensino-aprendizagem, como também de pesquisa para avaliação de sua aplicabilidade e eficácia2121 Silva MJP. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. 10. ed. São Paulo (SP): Loyola; 2012.136p..

Diante desse cenário, as etapas do procedimento metodológico de tradução e adaptação transcultural do módulo foram realizadas de maneira satisfatória. A tradução e a retrotradução dos trechos, nas quais foram recomendadas alterações, possibilitaram identificar equívocos e interpretações discrepantes de palavras cujos conceitos e significados eram divergentes dos originais.

A discussão entre o comitê de juízes oportunizou analisar, em consenso, as equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual das 56 sugestões de mudanças de palavras e/ou frases.

Destaca-se a importância da realização do julgamento do comitê de juízes para avaliação dos conteúdos do módulo 38 on-line DocCom, especialmente devido à complexidade na adequação dos termos e conceitos empregados pelos norte-americanos em relação ao Brasil. É preciso respeitar as singularidades do ensino e do contexto pedagógico para assegurar que seu uso possa acarretar os benefícios esperados66 Prado C, Santiago LC, Silva JAM, Pereira IM, Leonello VM, Otrenti E, et al. Ambiente virtual de aprendizagem no ensino de Enfermagem: relato de experiência. Rev Bras Enferm., Brasília. 2012;65(5):862-6. [Acesso 9 out 2014]; Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672012000500022&lng=en
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,1414 Risdon C, Rowe M, Neuwirth Z, Suchman A. DocCom Módulo 38: Comunicação para o trabalho em equipe. In: American Academy on Communication in Healthcare and Drexel University College of Medicine. DocCom, version 6. 2010. Versão traduzida para o português, 2013. Disponível em: http://piripirei.net/DocComBrasil/default.php
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Dessa forma, foi pertinente a realização do julgamento individual do material, bem como da análise das sugestões dos itens modificáveis, para, somente após, apreciar as recomendações em discussão grupal dos conteúdos que causaram dúvidas, para que se chegasse a um consenso e se obtivesse a versão para retrotradução e, posteriormente, a realização do pré-teste.

No pré-teste, a maior parte das sugestões dos participantes foi em relação às equivalências idiomática e semântica. As alterações efetuadas contribuíram para que houvesse melhor compreensão das palavras utilizadas, facilitando o entendimento de frases e conceitos, como, por exemplo, a expressão “experiência de equipe”, que foi substituída por “experiência de trabalho em equipe”, considerando-se as ações desenvolvidas com o paciente no trabalho em equipe.

O trabalho em equipe na enfermagem é constituído pelo conjunto de saberes, experiências e relações interpessoais, visto que seu trabalho é baseado nas relações humanas, da própria equipe, do cuidado ao paciente e do compartilhamento do trabalho interdisciplinar33 Broca PV, Ferreira MA. Communication process in the nursing team a based on the dialogue between Berlo and King. Esc Anna Nery 2015;19(3):467-74. [Access Nov 7, 2015]; Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452015000300467&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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,2020 Prado C, Santiago LC, Silva JAM, Pereira IM, Leonello VM, Otrenti E, et al. Virtual learning environment in nursing education: an experience report. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2012; 65(5): 862-86. [Access Oct 10 2016]. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23338594
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Dessa forma, após as últimas alterações, realizadas conforme sugestões dos participantes do pré-teste, os pesquisadores, juntamente com os tradutores, chegaram ao consenso de que o módulo 38 on-line DocCom não necessitaria de novas análises e alterações (V6 BR), estando adequado para utilização e implementação no processo de ensino-aprendizagem de habilidades da comunicação para o trabalho em equipe, em diferentes áreas da saúde.

O fato de o pré-teste ter sido submetido a um pequeno grupo de pessoas, somente da área da enfermagem, pode ser visto como fator limitante deste estudo. Porém, os membros do grupo em questão possuíam níveis de conhecimento diferentes na área da enfermagem, com isso entende-se que o principal intuito dessa etapa foi a análise do material quanto à clareza dos conteúdos abordados. O que talvez suscite nova avaliação de conteúdo em outras áreas da saúde, para que se verifique se os conceitos empregados são compreensíveis também por outros profissionais.

Não há dúvidas de que explorar novas alternativas metodológicas e práticas inovadoras para promover o ensino-aprendizagem acarretam transformações consideráveis e positivas para a educação, principalmente no ensino superior. Aliar o ensino às tecnologias auxilia despertar interesse para o novo na busca do próprio aprendizado, bem como a melhor compreensão dos discentes, aliando teoria e prática2222 Azambuja EP, Pires DEP, Vaz MRC, Marziale MH. É Possível Produzir saúde no Trabalho da Enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2010;19(4):658-66. [Acesso Jan 12 2015]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/tce/v19n4/08
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-2323 Kenski VM. Educação e Tecnologias: O novo ritmo da informação. 8. ed. Campinas (SP): Papirus; 2012.141p..

A versão brasileira (V6 BR) do módulo 38 on-line DocCom contemplou os conteúdos abordados originalmente de forma adaptada ao contexto proposto.

Conclusão

O processo de tradução e adaptação transcultural do módulo 38 on-line DocCom -comunicação para o trabalho em equipe - para a cultura brasileira seguiu as diretrizes norteadoras metodológicas recomendadas internacionalmente e foi concluída com êxito, resultando em material adequado ao idioma português no contexto brasileiro, compreensível e com concordância de conteúdo, sendo possível aplicá-lo em outros cursos da área da saúde, além da medicina.

Após a finalização dos procedimentos anteriores, o próximo passo consiste no emprego do módulo 38 on-line DocCom no ensino-aprendizagem de habilidades de comunicação nos cursos de graduação e residências da área da saúde, especialmente medicina e enfermagem, para que seja possível constatar, na prática, a validade e compreensão dos conteúdos abordados.

Considerando que o ensino de habilidades e competências nas universidades brasileiras ainda não ocorre de forma sistemática, ao contrário de outros países, em que esforços estão sendo aplicados para o estímulo dessa modalidade de ensino, este estudo contribui ao disponibilizar essa nova estratégia no ensino-aprendizagem de habilidades e competências da comunicação para o trabalho em equipe, para que possa ser empregada de forma sistemática em cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde.

Porém, o emprego de ferramentas informatizadas de forma isolada pode não contribuir de modo substancial para aprimorar o conhecimento de estudantes, mas, aliado à teoria, aos vídeos com dramatizações e posterior discussão em grupo e ao role-play, pode cooperar de maneira profícua para a aprendizagem significativa dos discentes, como é o caso do módulo 38 on-line DocCom.

Mesmo que o módulo 38 on-line DocCom seja originalmente voltado para área da medicina, neste estudo ele foi traduzido, adaptado e aplicado à enfermagem, visto que os assuntos abordados no módulo são pertinentes para o trabalho em diversos cursos de graduação e pós-graduação da área da saúde, já que vão ao encontro das habilidades e competências preconizadas pela Diretrizes Curriculares Nacionais desses cursos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    21 Mar 2016
  • Aceito
    27 Maio 2017
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