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A saúde no Brasil e América Latina: as metas do milênio da ONU e o papel da enfermagem

EDITORIAL

A saúde no Brasil e América Latina: as metas do milênio da ONU e o papel da enfermagem

Isabel Amélia Costa Mendes

Editor da Revista Latino-Americana de Enfermagem, Diretor, Professor Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, e-mail: iamendes@eerp.usp.br

Definidas pela Organização das Nações Unidas em 2000, as Metas do Milênio foram aprovadas por consenso na Cúpula do Milênio, encontro que reuniu 147 chefes de Estado.

Estas metas refletem a crescente preocupação com a sustentabilidade do planeta e com os graves problemas que afetam a humanidade. Formadas por um conjunto de oito objetivos a serem atingidos até 2015, referem-se à erradicação da extrema pobreza e da fome, acesso ao ensino básico universal, promoção da igualdade entre os sexos, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna, combate ao HIV/Aids e outras doenças, garantia da sustentabilidade ambiental e estabelecimento de uma parceria mundial para o desenvolvimento.

A sustentabilidade e desenvolvimento estão estreitamente ligados à saúde e implicam uma ação conjunta dos Estados e da sociedade civil na busca de minimizar os reflexos da imensa lacuna existente entre os países e as pessoas. Sendo assim, a atuação dos profissionais da saúde, especificamente dos enfermeiros, é de grande importância, podendo resultar em ações locais, com impacto regional, nacional e internacional.

As pequisas realizadas pela enfermagem enfocam direta e indiretamente estas metas, presentes na realidade da sua prática. Desta forma, os enfermeiros, na academia e na assistência, empreendem esforços para atender às populações mais carentes e excluídas visando garantir a integralidade do cuidado.

Em meio às inúmeras dificuldades, derivadas de fatores políticos, econômicos, sociais e culturais, os enfermeiros devem continuar lutando pela qualidade de vida dos indivíduos, atuando como agentes multiplicadores do conhecimento e de ações humanizadas e mobilizando atividades conjuntas da sociedade civil e do Estado.

Observa-se, assim, que as metas do milênio não representam algo intangível preconizado por uma "longínqua" organização internacional. São, portanto, algo já presente na prática diária da enfermagem brasileira e latino-americana em sua busca incessante pela diminuição das desigualdades, com o intuito de garantir o acesso e um cuidado à saúde de qualidade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jan 2005
  • Data do Fascículo
    Dez 2004
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