O presente estudo é baseado na observação de um caso de neurossífilis no serviço de internação da Clínica Olivé Leite em agosto-1992. A paciente, do sexo feminino e com 31 anos de idade, foi admitida por apresentar quadro de psicose orgânica no qual predominavam sintomas de tipo deterioração cognitiva (síndrome demencial), associados a elementos paranoides (alucinações e delírios). A investigação diagnóstica evidenciou testes imunológicos positivos para sífilis no sangue e no LCR. Destaca-se este caso pelos seguintes aspectos peculiares: forma da apresentação clínica, gravidade dos sintomas (amaurose e severo déficit cognitivo), sexo, idade e por ser este o primeiro caso diagnosticado no serviço desde 1968 (data do último registro de caso de neurossífilis no seu Banco de Dados). Após penicilinoterapia e seguimento de 9 meses, a paciente apresenta algumas melhoras, caracterizadas por: diminuição da sintomatologia produtiva de tipo alucinatória e delirante, diminuição do déficit cognitivo em termos de orientação e maior produtividade nas atividades sociais e comportamentais.
neurossífilis; caso clínico; psicose orgânica