A importância do EEG na investigação de patologias neurológicas no período neonatal tem sido discutido com frequência na atualidade, pois muitas vezes este é o único meio de avaliar a função cerebral em recém-nascidos (RN) com patologias graves ou sob efeito de medicações. O presente estudo foi realizado com 85 RN prematuros que apresentaram patologias neurológicas no período neonatal e foram submetidos a avaliação neurológica e eletrencefalográfica (EEG ou polissonografia -PS). Foram relacionadas alterações do EEG, patologias e prognóstico. Os EEGs foram classificados segundo as alterações da atividade de base, presença de atividade paroxística, organização dos estágios do sono e "maturidade". A patologia mais frequente foi asfixia perinatal (40%), seguida de hemorragia intra-ventricular (HIV, 16%). A queixa mais frequente na indicação do exame foi apnéia (71 %), seguida de convulsões (19%). Foram considerados normais 55% dos exames solicitados com queixa exclusiva de apnéia; dos exames solicitados por convulsões somente 31 % foram normais. A alteração do EEG mais frequentemente encontrada nos RN com asfixia, HIV e desnutrição intra-uterina foi a "imaturidade" da atividade elétrica cerebral. Nos RN com convulsões as alterações mais frequentes do EEG foram atividade paroxística anormal e "imaturidade". Os RN com infecção do sistema nervoso central apresentaram diversas alterações no EEG. Os achados de EEG mais correlacionados a mau prognóstico foram isoeletricidade e atividade paroxística anormal (100% dos casos com presença de ondas agudas positivas).
recém-nascido; prematuridade; EEG; polissonografia