Na tentativa de detectar fatores preditivos para ocorrência de crises epilépticas após acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), estudamos exames laboratoriais de glicemia, hematócrito, colesterol total e frações e triglicérides, além de eletrocardiograma, eletrencefalograma (EEG), líquido cefalorraquiano e tomografia computadorizada do crânio (TC) em 35 pacientes com AVCI que evoluíram com crises epilépticas após pelo menos 24 horas a partir da instalação do AVCI (grupo 1 ou G1), que foram comparados a 35 pacientes com AVCI que evoluíram sem crises epilépticas (grupo 2 ou G2). Encontramos significância na análise EEG na comparação dos grupos, sendo a alteração mais freqüente o alentecimento focai da atividade elétrica cerebral no G1. A presença de lesão extensa na TC também associou-se ao G1. A associação de EEG anormal e lesão extensa na TC pode ser considerado elemento preditivo para ocorrência de crises epilépticas após AVCI com coeficiente de concordância de 34%. Os demais exames estudados não mostraram significância na comparação entre os grupos G1 e G2.
doença cerebrovascular; infarto cerebral; epilepsia; eletrencefalograma; tomografia