Resumo:
O artigo aborda o trânsito efetuado por jovens moradores das periferias que, negociando entre províncias de significados de aparência antagônica, circulam entre o suposto hedonismo da cultura funk e o aparente ascetismo pentecostal. São apresentados os relatos de Amanda e Yasmim, moradoras de uma favela localizada em Vitória, Espírito Santo. Mesmo pertencentes a berços pentecostais, as jovens se afastaram da religião e atualmente exercem sociabilidades que incluem a participação em bailes funk, demonstrando que, mesmo apresentando concepções marcadamente pentecostais, as jovens conseguem reinterpretar as doutrinas religiosas a partir de valores constantemente reconstruídos. Como ferramentas teórico-metodológicas, apresentam-se relatos biográficos, os quais revelam a complexidade com a qual Amanda e Yasmim concebem as próprias existências e o contexto em que vivem.
Palavras-chaves:
pentecostais; cultura funk; conflito; periferias; cultura juvenil.