Resumo:
No texto A necessidade metafísica do homem, Schopenhauer elabora considerações fundamentais sobre sua metafísica imanente e, na ânsia de explicar por que o homem filosofa, alia-se a uma longa tradição de pensadores que viram na admiração (thaumázein) o impulso metafísico do homem. Ele reinterpreta as duas mais famosas sentenças sobre o tema (Platão e Aristóteles) consoante o tom de sua filosofia. A origem da filosofia torna-se o resultado de fatores como a separação entre vontade e intelecto e a constatação de que o mundo, tal como agora é, possui caráter contingente e poderia deixar de ser. A isso se unem a contemplação dos males do mundo e a consciência da finitude humana (morte). No fim, desse conjunto emergem os sistemas metafísicos e religiosos. Este artigo comenta detidamente essas ideias, mostra sua relação com os filósofos antigos através de cinco tópoi e, ao fim, tenta localizar a originalidade da concepção schopenhaueriana, a qual se baseia na reinterpretação do primeiro tópos.
Palavras-Chave:
Schopenhauer; Admiração; Metafísica; Platão; Aristóteles