Este artigo toma como ponto de partida, a emergência contemporânea do tema dos "remanescentes indígenas" e dos "remanescentes dos quilombos" e seus principais aspectos. Para isso, desenvolve uma análise de contraste entre os Parakararú e os Xocó, tomando como ponto de observação suas formas de organização social e construção memorial das diferentes heranças deixas por suas ancestralidades. Seu horizonte teórico é dado pelo problema dos agenciamentos classificatórios da "mistura", categoria de uso corrente, porém com significados distintos para esses grupos sociais. Na análise comparativa entre eles, pode-se perceber que apresentam soluções quase opostas tanto para a situação da "mistura" originária, quanto para as posteriores formas de segmentação.
"remanescentes indígenas"; "remanescentes dos quilombos"; identificação étnica; agenciamentos políticos; Pankararú; Xocó; territórios étnicos