Esgotando-se o tempo de vida das testemunhas do levante de 1932 o dever de memória respeitante a ele segue candente. Com efeito, a intensidade deste movimento perpassa, também, a historiografia, que aparece cindida em posições mais críticas ou aclamativas, reproduzindo, de certo modo, as polêmicas nascidas no próprio confronto. Em boa medida, por conseguinte, conhecer melhor a "Revolução Constitucionalista" implica exumar as leituras que os insurrectos faziam da realidade vivida e as representações de que lançavam mão, com vistas a vencer as correlações de forças que os acometiam. Essas preocupações são abordadas neste artigo, que o faz, no entanto, sob o prisma alvissareiro das imagens e da produção cultural vinculada à propaganda proselitista. São elas que trazem à tona a retórica constitucionalista, eivada por teores regionalistas, sustentada por redes de relações sociais e, dadas às sutilezas, imiscuídas profundamente na memória histórica.
Propaganda constitucionalista; Imagens; Levante de 1932