O artigo desenvolve o argumento de que a sociologia do conhecimento de matriz wittgensteiniana, que se desenvolveu nos últimos 30 anos a partir da obra seminal de Thomas Kuhn, e que tem em autores como David Bloor e Bruno Latour seus principais expoentes, está no caminho errado ao supor que o que há para ser investigado a respeito do conhecimento são as maneiras pelas quais as pessoas chegam a algum acordo sobre em que acreditar, e que o que há de importante em relação às teorias científicas é o fato de haver algumas pessoas convencidas de sua validade. Tais premissas desviam a atenção do fato muito importante de que as teorias científicas exibem uma trajetória própria ao longo do tempo, passível de ser reconstruída racionalmente.
Sociologia paroquial; Ironia sociológica; Conhecimento científico; Controvérsias científicas; Trajetória de teorias