Ao constatar que as domésticas que residem no emprego, geralmente oriundas do meio rural, participam ativamente da formação da população urbana brasileira, este artigo procura analisar as lógicas que presidem a migração das mulheres em direção às capitais, a partir do estudo da população doméstica de Fortaleza. A hipótese central desenvolvida é que o ingresso na domesticidade urbana atende a um projeto pessoal de ascensão social e a um objetivo de ordem matrimonial, que resulta da "desvalorização social" dos rapazes no meio rural, decorrente do empobrecimento do pequeno campesinato.
Migração feminina; Estratégia matrimonial; Estratégia de reconversão; Mobilidade social