Resumo
Na segunda metade do século XX, a noção de risco adquire centralidade nas pesquisas biomédicas e nas práticas em saúde. No campo da saúde mental, identificamos um deslocamento dos discursos preventivos sobre o louco, tratado como indivíduo perigoso, para a consideração dos fatores de risco que podem, de forma probabilística, representar risco de desenvolver transtornos mentais. Neste artigo, a partir das considerações históricas e sociológicas de Robert Castel e Nikolas Rose, analisamos a passagem da noção de risco entendida como periculosidade para o risco entendido como probabilidade de desenvolver transtornos mentais. Neste percurso, destacamos a tendência de expansão da aplicação da noção, os desafios e críticas à sua utilização e as possíveis consequências subjetivas decorrentes das alterações nas fronteiras do que designamos como patológico.
Palavras-chave:
risco; prevenção; saúde mental; loucura; subjetividade