RESUMO
Objetivo:
Determinar a eficácia da manobra de hiperinsuflação pulmonar com o ventilador mecânico, em comparação à aspiração traqueal isolada, para remover secreções, normalizar a hemodinâmica e melhorar a mecânica pulmonar em pacientes em ventilação mecânica.
Métodos:
Ensaio clínico randomizado cruzado incluindo pacientes em ventilação mecânica por mais de 48 horas internados na unidade de terapia intensiva. Os pacientes foram randomizados para receber a aspiração traqueal isolada (Grupo Controle) e hiperinsuflação pulmonar por meio do ventilador mecânico (Grupo HVM). Mensuraram-se parâmetros hemodinâmicos e de mecânica respiratória, assim como a quantidade de secreção aspirada.
Resultados:
Foram incluídos 50 pacientes. A média de idade dos pacientes foi de 44,7 ± 21,6 anos, sendo 31 do sexo masculino. O Grupo HVM apresentou maior quantidade de secreção aspirada (3,9g versus 6,4g; p = 0,0001), variação na média da complacência dinâmica (-1,3 ± 2,3 versus -2,9 ± 2,3; p = 0,008), volume corrente expirado (-0,7 ± 0,0 versus -54,1 ± 38,8; p = 0,0001) e diminuição significativa da pressão inspiratória de pico (0,2 ± 0,1 versus 2,5 ± 0,1; p = 0,001), em comparação com o Grupo Controle.
Conclusão:
Na amostra estudada, a técnica de HVM apresentou maior quantidade de secreção aspirada, aumento significativo da complacência dinâmica e volume corrente expirado, além de diminuição significativa da pressão de pico inspiratória.
Descritores:
Respiração artificial; Sucção; Ventilação pulmonar; Unidades de terapia intensiva