Objetivo:
analisar a ocorrência de afastamentos das atividades laborais motivados pela depressão.
Método:
estudo censitário, descritivo-analítico, com coleta retrospectiva. População composta por 2267 trabalhadores afastados por depressão com dados procedentes do Sistema Único de Informações de Benefícios. As variáveis independentes foram: sexo, faixa etária, renda, município, procedência, quantidade de afastamentos e tipo de benefício. Para a análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva e foram aplicados os testes qui-quadrado e exato de Fisher. As variáveis que apresentaram valor de p≤0,20 foram submetidas à regressão logística.
Resultados:
houve a predominância do sexo feminino, idade ≥50 anos, da capital, com renda de um a dois salários mínimos, procedência urbana e único afastamento. Os afastamentos únicos ocorreram, principalmente, por episódio depressivo leve e o benefício concedido para a expressiva maioria foi o auxílio-doença previdenciário. Entre os que se afastaram mais de uma vez, a principal causa foi o transtorno depressivo recorrente, episódio atual leve e, quanto ao benefício, foi o auxílio-doença previdenciário. Houve associação estatística entre o tempo total e os afastamentos ao trabalho. Na regressão logística, verificou-se que o tempo ≥60 dias foi 3,1 vezes maior no transtorno depressivo recorrente.
Conclusão:
verificou-se um quantitativo expressivo de ocorrência de afastamentos devido à depressão no qual se observou, especialmente, que o tempo de afastamento manteve-se longo.
Descritores:
Saúde do Trabalhador; Saúde Mental; Previdência Social; Licença Médica; Absenteísmo; Depressão