RESUMO
O artigo foca nas diferentes iniciativas para a educação estética dos trabalhadores do Piemonte entre o final do séc. XIX e os primeiros anos do séc. XX, tendo como fonte privilegiada a série do semanário Il Grido del Popolo, de orientação socialista, publicado pelos trabalhadores tipógrafos daquela região da Itália. No ideário ali expresso a educação estética era um dos fundamentos da “reforma moral e intelectual” dos trabalhadores no tocante às desejadas atividades escolares, mas sobretudo, em relação a um amplo conjunto de possibilidades de educação social, tais como o teatro, a literatura, as universidades populares, a música entre outras. A máxima da elevação moral e intelectual considerava a educação estética desde o conhecimento das obras de grandes nomes da literatura, da música e das artes em geral, até o estímulo à produção artística dos trabalhadores. Naquele âmbito de preocupações o acesso à e a produção cultural não eram apenas uma forma de luta política, mas o reconhecimento que a cultura é patrimônio comum, portanto um direito de todos, contrariando a premissa que a cultura seria prerrogativa das classes dominantes, corrente no período.
Palavras-chave:
História da educação dos trabalhadores; História da educação social; Educação estética; Sensibilidades; Imprensa operária