RESUMO
Introdução:
O artigo testa a teoria do voto econômico e o efeito das denúncias de corrupção em processos de impeachment de Presidentes da República. A literatura sobre impedimentos na América Latina indica quatro condições para que ocorra queda presidencial: 1) diretrizes econômicas focadas em políticas de ajuste; 2) envolvimento do mandatário em escândalos de corrupção; 3) falta de apoio político no legislativo nacional; e 4) clima de opinião contra o presidente com a ocorrência de protestos de rua. Buscamos identificar as razões da perda de popularidade de Dilma Rousseff que serviu de pano de fundo para o seu impeachment no Congresso Nacional brasileiro em 2016. Nossa hipótese foi que: a) a avaliação negativa da economia; b) a percepção da economia como um dos três principais problemas do país; e c) a percepção da corrupção como um dos três principais problemas do país influenciaram a reprovação à presidente Dilma Rousseff.
Materiais e Métodos:
Os dados advêm de surveys realizados pelo Instituto Ibope em março, agosto e novembro de 2015. Foram elaborados seis modelos logit ordenados para testar a hipótese.
Resultados:
Foi possível constatar que as três variáveis tiveram impacto na avaliação da presidente Dilma, confirmando a ideia de escudo popular de Aníbal Pérez-Liñán, segundo a qual a insatisfação com o desempenho do mandatário na economia o vulnerabiliza junto à opinião pública quando há denúncias de corrupção.
Discussão:
A perda do escudo popular serve então para encorajar a adesão ao processo de impeachment pelos parlamentares levando assim adiante o processo.
Palavras-chave:
impeachment presidencial; voto econômico; corrupção; opinião pública; Partido dos Trabalhadores (PT)