Este artigo situa os diferentes discursos que buscaram explicar as epidemias através da constituição de noções, conceitos e teorias. Procura assinalar suas condições de aparecimento a transformação, articulando-as ao conhecimento vigente em cada época. Analisa as percepções de 'contágio' a 'miasma' que relacionam a propagação das epidemias aos sentidos do tato e do olfato; a teoria da constituição epidêmica, releitura da tradição hipocrática; a a teoria do contágio formulada no século XVI por Fracastoro. Detém-se na construção do conceito de transmissão, articulada a emergência da medicina moderna, no século XIX, detectando uma descontinuidade quando ocorre mudança na estrutura perceptiva da propagação das doenças epidêmicas.
contágio; transmissão; epidemias; Fracastoro; tradição hipocrática