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A brutidade entre vaqueiros e búfalos no baixo Araguari – Amapá* * Este artigo é elaborado a partir de alguns argumentos apresentados na tese de doutorado defendida por mim em 2015 (cf. Stoeckli, 2015b). A pesquisa de campo etnográfica foi realizada nos meses de abril de 2012, de agosto a novembro de 2012, e de março a maio de 2013.

The brutality amongst cowboys and buffalos in the lower Araguari river – Amapá / Brazil

Resumo:

O presente artigo aborda a atividade do vaqueiro no trabalho com o búfalo do pântano (Bubalus bubalis) em uma região de várzea amazônica a partir de pesquisa etnográfica. Em diálogo com o debate sobre a domesticação, primeiramente descrevo alguns aspectos do trabalho dos vaqueiros com os rebanhos de búfalos, como dobrar, derrubar e marcar o gado. Ao considerar essas atividades, destaco um termo que aparece constantemente na descrição que vaqueiros fazem dos búfalos e de seu trabalho com eles, o bruto. Ao propor a centralidade da expressão brutidade, que os vaqueiros utilizam em sua compreensão dos búfalos, proponho que essa noção é um conceito que intermedia e orienta as ações e interações entre os dois seres. Nesse processo, a brutidade acaba por constituir como o próprio vaqueiro pensa a si e a sua atividade.

Palavras-chave:
animais não humanos; antropologia da técnica; búfalos; domesticação

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