Este artigo desenvolve uma nova abordagem sobre a antropologia e a história de fronteiras nacionais. Ele propõe uma tipologia e uma caracterização fenomenológica de duas formas de se atravessar a fronteira que surgiram paralelamente a uma nova relação de dependência econômica e política entre o México e os Estados Unidos da América no final do século XIX. Tais novas modalidades de se atravessar a fronteira envolvem o desenvolvimento de novos "cronótopos", ou seja, novas e concorrentes matrizes espaços-temporais que foram utilizadas para enquadrar a relação entre o México e os EUA. Este artigo analisa a qualidade, a natureza e o preço destas formas alternativas de historicidade por intermédio de uma análise detalhada de dois textos jornalísticos cruciais: a entrevista do General Porfírio Diaz por James Creelman (1908) e a reportagem de Kenneth Turner sobre a escravidão mexicana (1910).
Estudos de fronteira; Cronótopos; Dependência; Relações entre México e EUA; Raça