RESUMO
Assumindo que o brincar arriscado apresenta benefícios para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, a investigação apresentada pretende explorar as perceções de risco num grupo de 13 educadoras de infância portuguesas. Esse grupo profissional exerce uma grande influência no tipo de experiências que são oferecidas às crianças, numa fase da vida em que o brincar se assume como meio potenciador do desenvolvimento. Por meio de entrevistas semiestruturadas, articuladas com imagens representativas de diferentes experiências do brincar arriscado (Sandseter, 2007Sandseter, E. Categorizing risky play: how can we identify risk-taking in children's play? European Early Childhood Education Research Journal, London: Routldege, v. 15, n. 2, p. 237-252, jun. 2007., 2009a______. Characteristics of risky play. Journal of Adventure Education and Outdoor Learning, London: Institute for Outdoor Learning; Routledge, v. 9, n. 1, p. 3-21, jun. 2009a.), procuramos perceber de que maneira as situações de risco são interpretadas e quais os ganhos que estas podem trazer para o desenvolvimento infantil. Concluímos que, entre as participantes, o risco no brincar é dificilmente aceito, ponderando-se diferentes dimensões na avaliação da situação. Apesar de o brincar arriscado não ser promovido, as educadoras reconhecem a existência de ganhos para o desenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVE
perceções de risco; brincar; espaços exteriores; educação infantil