RESUMO
Conseguir levar o texto ainda em construção à cena da sala de aula, buscando e renovando com esse gesto corajoso a itinerância do pensamento apoiado em uma base plenamente dialógica - eis aquela que permanece há séculos como a grande questão pedagógica de uma universidade do saber por vir. Este artigo centra-se em um período de intensa crítica à conceção tradicional de universidade, assim como aos esforços de transformação das práticas de trabalho entre professores e alunos sob o signo da reciprocidade. Dá especial enfoque a declarações de Barthes, Certeau, Deleuze e Foucault quando as suas reflexões se acercaram dos domínios da pedagogia - a partir de uma experiência em Vincennes (Paris VIII) depois de 1968 e que se estendeu até ao termo dos anos de 1980 - e convergiram na necessidade de construir espaços de efetiva partilha comunitária com os estudantes tomando como base os princípios da incompletude do saber, da ativa singularização de quem o produz.
PALAVRAS-CHAVE:
pós-estruturalismo; história da universidade; maio de 1968