Partindo do conjunto de noções gramaticais encontradas na obra de Lacan (como o uso dos tempos verbais e da negação), o autor procura situar as relações que aí se colocam entre a linguagem e a estrutura do inconsciente. Percorrendo os antecedentes teóricos da reflexão lingüística lacaniana, os resultados indicam uma dupla tentativa, por parte de Lacan: primeiramente, de aproximar certas particularidades entre os conceitos de inconsciente e de língua, em que o funcionamento da segunda revela aspectos importantes para a apreensão do primeiro, e, posteriormente, de distanciar os conceitos consagrados do terreno lingüístico daqueles que ele mesmo propõe para ocupar esse lugar.
Lacan; linguagem; gramática; inconsciente; estrutura