A fenotipagem eritrocitária pré-transfusional é um importante procedimento para aumentar a segurança das transfusões sangüíneas, sendo realizada rotineiramente no Hemocentro Regional de Uberaba-MG (HRU) desde 1996. O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar a freqüência de anticorpos antieritrocitários irregulares em politransfundidos, de 1997 a 2005. Através de estudo retrospectivo foram levantados dados no arquivo do HRU de todos os pacientes aloimunizados, realizou-se análise estatística descritiva e comparam-se as proporções pelo teste "Z". Dos 23.220 transfundidos no período, com média de 5,7 transfusões por paciente, observou-se a ocorrência de aloimunização em 173 (0,75%). Os sistemas Rh e Kell juntos tiveram freqüência superior a 70%. A proporção do anti-D foi significativamente maior nas mulheres (p<0,05) e não houve diferença no sistema Rh entre brancos e não-brancos. Quanto à faixa etária, 70% tinham mais de 30 anos. Dos 73 pacientes que tiveram a doença de base registrada, 39,73% eram portadores de anemias agudas, 31,51% de anemias crônicas e 28,77% de doenças oncológicas ou onco-hematológicas. Aproximadamente 70% dos anticorpos foram identificados até a décima transfusão. A baixa ocorrência da aloimunização no HRU reforça a importância da fenotipagem eritrocitária para todos os pacientes dependentes de transfusões crônicas, bem como da sua implantação na rotina de todos os serviços de hemoterapia.
Aloimunização; anticorpos irregulares; pacientes politransfundidos