No artigo, considera-se que as transformações que têm marcado nossas sociedades a partir da crise e reestruturação do capitalismo desde as últimas décadas do século XX repercutem fortemente sobre as relações de trabalho, desordenando as relações que conformaram o Estado de Bem-Estar Social e reordenando-as sob a égide da regulação pelo mercado. Considerando o papel central atribuído ao trabalho em nossas sociedades, torna-se relevante discutir as diferentes interpretações sobre os fenômenos emergentes no mundo do trabalho - desde enfoques que apontam para o "fim do trabalho" até os que defendem a permanência da centralidade do trabalho -, refletindo sobre suas implicações sociais. Ressalta-se que o processo veloz de difusão tecnológica em voga vem precarizando as relações de trabalho, ampliando inseguranças e vulnerabilidades e sendo fonte crucial de desigualdade social. Encerra-se o artigo com reflexões sobre o evolver do mundo do trabalho, propondo um olhar crítico a posições extremadas sobre o tema e ressaltando as repercussões desfavoráveis acarretadas pelas mutações em curso, no sentido de advertir sobre conseqüências sociais não desejadas.
precarização do trabalho; relações de trabalho; centralidade do trabalho; mundo do trabalho