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Venezuela e ALBA: regionalismo contra-hegemônico e ensino superior para todos

Partindo de um quadro teórico neo-gramsciano crítico à globalização, este artigo aplica a nova teoria do regionalismo (NTR) e a teoria do regionalismo regulatório (TRR) à sua análise e teorização dos tratados de comércio da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA-TCP) como regionalismo contra-hegemônico na América Latina e Caribe (ALC). A ALBA está centrada na ideia de um Socialismo do Século XXI, que, como (inicialmente) também a Revolução Bolivariana da Venezuela, substitui a 'vantagem competitiva' pela 'vantagem cooperativa'. Em seu caráter de conjunto de processos multidimensionais e transnacionais a ALBA-TCP opera dentro de/transversalmente a um número de setores e escalas, ao mesmo passo que as transformações estruturais são movidas pela interação de agentes do Estado e agentes não estatais. A política de Educação Superior para Todos (ESPT) do governo venezuelano rejeita a agenda neoliberal globalizada de mercadorização, privatização e elitismo e reinvindica educação pública gratuita em todos os níveis como um direito humano fundamental. A ESPT está sendo regionalizado em um espaço educacional emergente da ALBA e assume um papel-chave nos processos de democracia direta e participatória, dos quais a construção popular (bottom-up) da contra-hegemonia e a redefinição política e econômica da ALC dependem. Antes de produzir sujeitos empreendedores conformes ao capitalismo global, a ESPT procura formar subjetividades ao longo de valores morais de solidariedade e cooperação. Isso será ilustrado com referência a um estudo etnográfico de caso da Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV).

Globalização; Regionalismo; Contra-hegemonia; Ensino Superior


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