Neste artigo, aborda-se em termos gerais a problemática das competências e habilidades dos trabalhadores: um tema confuso e controverso com diversos resultados empíricos e muitas inconsistências, mas que continua a proporcionar oportunidades de pesquisa. Por meio do binômio soft skill e hard skill, almeja-se identificar o papel que as competências morais desempenham. No estudo empírico realizado com uma amostra de conveniência de trabalhadores estudantes portugueses, buscou-se responder a seguinte pergunta: "Dos três tipos de competências (transversais, técnicas ou morais), qual é mais valorizado nas organizações em Portugal, segundo a percepção dos trabalhadores e não dos gestores?". Por isso, e com base em revisão da literatura, foram primeiramente caracterizados os traços dominantes da cultura portuguesa. Para categorizar as respostas dos entrevistados a uma questão aberta, recorreu-se à análise de conteúdo/redução fenomenológica. Os resultados obtidos, além de sua finalidade exploratória, indicam claramente a preferência pelas competências transversais e um interesse secundário e marginal nas competências morais. Essa conclusão, no entanto, demanda confirmações mais robustas por futuros estudos.
Competência Transversal; Competência Técnica; Competência Moral; Cultura Portuguesa; Análise de Conteúdo