1 Ator |
É qualquer entidade capaz de gerar efeito ou deixar rastros, representado por humanos e, por meio da semiótica, por não humanos (Latour, 2001Latour, B. (2001). A esperança de pandora: Ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. São Paulo: Edusp.). Law (1992Law, J. (1992). Notes on the theory of the actor-network: Ordering, strategy, and heterogeneity. Systems Practice, 5(4), 379-393., p. 380) sugere que “a sociedade, as organizações, os agentes e as máquinas são todos efeitos gerados em redes de diversos materiais”. |
1.1 Ator-rede |
“É uma rede com determinado padrão de relações heterogêneas e distintas, ou um efeito ocasionado por determinada rede” (Law, 1992Law, J. (1992). Notes on the theory of the actor-network: Ordering, strategy, and heterogeneity. Systems Practice, 5(4), 379-393., p. 5). |
1.2 Black box
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Conjunto de alianças estáveis em torno de um único actante (Latour, 1988Latour, B. (1988). The pasteurization of France. Cambridge, Mass: Harvard University Press.). |
1.3 Porta-vozes |
Visto como representante dos actantes, o porta-voz tem a incumbência de expandir os acontecimentos para incluir atores não humanos nas relações (Latour, 2001Latour, B. (2001). A esperança de pandora: Ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. São Paulo: Edusp.). |
1.4 Ator focal |
Objetiva equilibrar distintos interesses e fazer que atores se tornem aliados, rumo a um mesmo alvo, corroborando na construção das relações de determinada situação ou contexto (Martins, 2011Martins, L. M. F. (2011). Uma perspectiva sociotécnica para a governança de tecnologia da informação baseada na Teoria Ator-Rede (Tese de doutorado). Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.). Para exercer determinado papel, o ator passa a se portar como um mediador das relações, interferindo, mobilizando e orientando outros atores para uma configuração adequada das redes (Martins, 2011Martins, L. M. F. (2011). Uma perspectiva sociotécnica para a governança de tecnologia da informação baseada na Teoria Ator-Rede (Tese de doutorado). Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.). |
1.5 Ponto de passagem obrigatória |
Refere-se à obrigatoriedade dos atores a passarem por um determinado ponto na rede (Callon, 1986Callon, M. (1986). Some elements of a sociology of translation: Domestication of the Scallops and the Fishermen. In: J. Law (org.), Power, action and belief: A new sociology of knowledge? (pp. 196-223). London: Routledge & Kegan.). |
2 Translação |
As translações permitem que os actantes se relacionem e se associem entre si, formando interações fortes ou frágeis, compostas de cadeias discursivas por onde os agentes se modificam e transladam seus diversos interesses (Latour, 2001Latour, B. (2001). A esperança de pandora: Ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. São Paulo: Edusp.) na tentativa de se formar um todo coeso (Callon & Latour, 1981Callon, M., & Latour, B. (1981). Unscrewing the big leviathan: How actors macrostructure reality and how sociologists help them to do so. In: K. K. Cetina, & A. Cicourel (org.). Advances in social theory and methodology: Toward an integration of micro and macro sociologies (pp. 277-303). London: Routledge & Kegan.). |
2.1 Problematização |
Refere-se à determinação dos atores das redes e suas identidades, estabelecendo um ponto de passagem obrigatória na construção das redes (Callon, 1986Callon, M. (1986). Some elements of a sociology of translation: Domestication of the Scallops and the Fishermen. In: J. Law (org.), Power, action and belief: A new sociology of knowledge? (pp. 196-223). London: Routledge & Kegan.). |
2.2 Atração de interesses |
Busca atrair os interesses dos agentes para que se possam criar alianças robustas, por meio de uma série de artefatos e mecanismos de atratividade (Callon, 1986Callon, M. (1986). Some elements of a sociology of translation: Domestication of the Scallops and the Fishermen. In: J. Law (org.), Power, action and belief: A new sociology of knowledge? (pp. 196-223). London: Routledge & Kegan.). |
2.3 Recrutamento |
Refere-se à atribuição e coordenação de potenciais papéis aos atores elencados na problematização (Callon, 1986Callon, M. (1986). Some elements of a sociology of translation: Domestication of the Scallops and the Fishermen. In: J. Law (org.), Power, action and belief: A new sociology of knowledge? (pp. 196-223). London: Routledge & Kegan.). |
2.4 Mobilização dos aliados |
Alguns métodos são utilizados para que os principais interesses dos atores focais não se desvinculem do propósito inicial e não busquem novas possibilidades para a solução de uma determinada questão (Callon, 1986Callon, M. (1986). Some elements of a sociology of translation: Domestication of the Scallops and the Fishermen. In: J. Law (org.), Power, action and belief: A new sociology of knowledge? (pp. 196-223). London: Routledge & Kegan.). |
3 Relações híbridas |
Referem-se às alianças entre atores humanos e não humanos em certo contexto (Latour, 1999Latour, B. (1999). On recalling ANT. The Sociological Review, 47(1), 15-25.). |
3.1 Ação a distância |
Para retratar um fato, uma realidade ou um acontecimento, os actantes precisam agir a distância, com o objetivo de formar alianças, causando relações de efeitos entre os elementos envolvidos (Latour, 1988Latour, B. (1988). The pasteurization of France. Cambridge, Mass: Harvard University Press.). |
3.2 Faz-fazer (fait faire)
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Possibilita averiguar as relações de causalidade propiciadas pelos objetos (Latour, 1999Latour, B. (1999). On recalling ANT. The Sociological Review, 47(1), 15-25.). |
3.3 Centro de cálculo |
Locais em que se permite verificar quantitativamente informações relevantes relacionadas às redes, por exemplo, em laboratórios, bancos de dados, centros de pesquisa, organizações e órgãos governamentais, entre outros (Latour, 2005Latour, B. (2005). Reassembling the social: An introduction to Actor-Network-Theory. New York: Oxford University Press.). |