Ao investigar a emergência, a manutenção e a transformação de sistemas socioculturais, a arqueologia trabalha basicamente com três dimensões fortemente interrelacionadas: espaço, tempo e forma. A última é a que vem sendo alvo da maior diversidade de olhares ao longo da construção da arqueologia como um campo disciplinar. Neste artigo, são apresentadas as concepções sobre a natureza da cultura material desenvolvidas pelas diferentes vertentes do pensamento arqueológico. Entendida equivocadamente até a década de 1980 como uma dimensão não problemática, um reflexo passivo do comportamento humano, vem sendo demonstrado, desde então, seu caráter ativo e transformador nas estratégias de negociação social, o que faz dela a dimensão concreta das relações no interior da sociedade.
Cultura material; Arqueologia; Teoria arqueológica