Para uma filosofia do ato, ensaio fragmentado e inacabado de Mikhail Bakhtin, é um dos textos da década de 1920 que melhor permitem entrever o sutil e complexo diálogo que o filósofo russo estabelece com o campo filosófico de seu tempo, através, sobretudo, de uma empolgante virada interpretativa do legado kantiano. O presente estudo objetiva discutir como o conceito de divisão entre o mundo da vida e o mundo da cultura e os problemas dos atributos do Ser e da transitividade e eventicidade aberta do ato responsável são instrumentalizados de modo a permitir essa virada filosófica, configurando o que representa a primeira grande contribuição de Mikhail Bakhtin ao pensamento ocidental.
Ato ético; Responsividade; Arquitetônica responsiva; Neokantismo