RESUMO
O artigo analisa a primeira novela de Lúcio Cardoso, Mãos vazias, lançada em 1938. Durante o percurso interpretativo a psicanálise de Freud e Lacan auxiliará a aproximação com o literário, de modo a ampliar as possibilidades da leitura. O enfoque recai sobre a personagem principal, Ida, e sua tentativa em tornar-se sujeito de seu desejo. Marcada pelo desejo de fuga, ela usa os parcos significantes que tem para tornar visível sua história de insatisfação e transgressões: seu nome e o percurso espacial de algumas quadras. Ida cumpre o anunciado por seu nome, na repetição do ato de chegar e sair, inscrevendo seu desejo por toda a cidade, compondo a novela no movimento de ir.
PALAVRAS-CHAVE
Literatura e psicanálise; Lúcio Cardoso; Mãos vazias; Mulher; Desejo