RESUMO
No ensino de língua estrangeira, o ensino de cultura ainda é um tema de debate acalorado. O que é cultura? Qual é a sua relação com a língua? Qual cultura deve ser ensinada? A cultura de quem? Qual o papel da cultura do aluno no processo de aquisição de conhecimento da cultura-alvo? Como podemos evitar a essencialização das culturas e o ensino de estereótipos culturais? Ainda, como podemos desenvolver, nos alunos, uma competência intercultural em que a sua cultura e a cultura-alvo não sejam tratadas de forma injusta, mas que sejam percebidas como mediadores culturais em um mundo globalizado? Este artigo explora essas questões a partir da perspectiva obtida por meio de inúmeras pesquisas desenvolvidas na Austrália, na Europa e nos Estados Unidos nos últimos 20 anos. Também relaciona o estudo da cultura com o estudo do discurso (KRAMSCH, 1993KRAMSCH, C. Context and Culture in Language Teaching. Oxford: Oxford University Press, 1993., 1998KRAMSCH, C. Language and Culture. Oxford: Oxford University Press, 1998., 2004KRAMSCH, C. Language, Thought, and Culture. In: DAVIES, A.; ELDER, C. (Eds.). The Handbook of Applied Linguistics. Oxford: Blackwell, 2004, pp.235-261.) e com o conceito de competência transcultural e translingual proposto pela Modern Language Association (KRAMSCH, 2010KRAMSCH, C. Theorizing Translingual/Transcultural Competence. In: LEVINE, G.; PHIPPS, A. (Eds.). Critical and Intercultural Theory and Language Pedagogy. Boston: Heinle, 2010, pp.15-31.). Uma atenção especial será dada ao papel inigualável que a antiga cultura persa pode ter como promotora dos mediadores culturais de amanhã.
PALAVRAS-CHAVE:
Cultura; Discurso; Competência intercultural; Perspectiva moderna; Perspectiva pós-moderna; Língua estrangeira