RESUMO
Este artigo analisa a peça Mãe, de José de Alencar, que tem por cenário o Rio de Janeiro da segunda metade do séc. XIX, retratando a escravidão africana doméstica. Fundamenta-se nas ideias de Bakhtin e do Círculo, focalizando as vozes sociais sobre a escravidão presentes nas falas das personagens. A investigação leva o leitor a perceber os posicionamentos sobre a escravidão presentes no cotidiano nacional que migram para o interior do drama alencariano. Também se mobilizaram discursos historiográficos do século XX que estabelecem dialogia com a obra alencariana. As falas retratam as personagens ora submetidas ao regime escravista, ora em situação autonômica, representando a resistência ao cativeiro. A leitura da peça é importante para as gerações atuais, visto que a cultura escravocrata perdura em nossa sociedade.
PALAVRAS-CHAVE:
Teatro alencariano; Vozes sociais; Cultura escravocrata