Resumo
Levando em consideração que a leitura - sob a perspectiva hermenêutica de Jauss (1993) - é, acima de tudo, um ato interpretativo, privilegiando, de maneira fulcral, o papel do leitor-receptor da obra literária, o presente estudo visa verificar com que recursos procedimentais o romance brasileiro contemporâneo Triz (2011), de Pedro Süssekind, atualiza essa máxima. Além disso, pretende-se observar como, aqui, dialogam os “efeitos da leitura romanesca” (nos termos propostos por Calabrese, 2009) com o conceito de “pulsão de traduzir” (estabelecido por Ricoeur, 2011), uma vez que o protagonista da obra é um narrador, leitor, estudioso de Literatura Russa, que se dedica à tradução do romance de um autor russo fictício. Sendo um leitor muito particular, de certa forma, anula a si mesmo para eleger uma “morada virtual” no texto, numa espécie de “projeção dirigida” (Gombrich, 2007).
Palavras-chave:
leitura; tradução; projeção; Triz; Pedro Süssekind