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Olho seco em pessoas com idade superior a 40 anos selecionadas em três cidades brasileiras

Frequency of dry eyes in 3 different Brazilian cities

RESUMO

Foram estudados 300 pacientes (100 em Brasília, 100 em São Paulo e 100 em Teresina), de 40 a 89 anos, 50% mulheres, nos meses de junho a agosto de 1993, com o objetivo de determinar a freqüência de olho seco e avaliar a influência de fatores ambientais: temperatura e umidade relativa do ar.

Foram coletados dados de identificação, fatores ambientais, sintomatologia e realizada avaliação biomicroscópica, testes de Schirmer I, Rosa Bengala e break up time (BUT).

Dos 200 olhos examinados em cada cidade, foram encontrados 38 olhos em Brasília, 30 em São Paulo e 2 em Teresina com teste de Schirmer I positivo; 2 olhos em Brasília, 37 em São Paulo e 10 em Teresina com Rosa Bengala positivo; 136 olhos em Brasília, 60 em São Paulo e 14 em Teresina com BUT positivo.

A temperatura média em Brasília foi de 21ºC, variando de 14ºC a 29ºC; em São Paulo a média foi de 17,5ºC, variando de 12ºC a 23ºC; e em Teresina a média foi de 30ºC, variando de 28ºC a 32ºC.

A umidade relativa do ar média em Brasília foi de 49,5, variando de 12% a 87%; a média em São Paulo foi de 70,5%, variando de 43% a 98%; a média em Teresina foi de 58%, variando de 46% a 70%.

Foram determinados como olhos secos aqueles olhos que apresentaram pelo menos 2 dos 3 testes positivos (Schirmer I 5mm, Rosa Bengala II ou II e BUT, 10 segundos).

Foram constatados 49 olhos secos em Brasília, 42 em São Paulo e 5 em Teresina. Os resultados não mostram a influência da temperatura e umidade relativa do ar na síndrome do olho seco.

Os casos positivos foram mais freqüentes em mulheres, em média de 60%. Pacientes mais jovens em São Paulo apresentaram uma incidência maior de olhos secos, fato atribuido talvez a fatores do meio ambiente não avaliados, possivelmente a poluição do ar. O número de pacientes com sintomas visuais foi maior em Brasília, fato atribuído à baixa umidade relativa do ar.

Palavras-chave:
Olho seco; Fatores ambientais; Teste de Schirmer I; Rosa Bengala; BUT

SUMMARY

A series of individuais (age range 40 to 89 years), 50% women (100 in Brasília, 100 in São Paulo and 100 in Teresina) was studied from June to August 1993, with the purpose of determining the frequency of dry eye and the influence of environmental factors such as temperature and relative humidity of the air.

Identification and environment factors were collected as well as biomicroscopic evaluation, Schirmer I test, Rose Bengal and the determination of break up time (BUT) performed.

Out of the 200 eyes examined in each city, it has was found 38 eyes in Brasília, 30 in São Paulo and 2 in Teresina with a positive Schirmer I test; 22 eyes in Brasília, 37 in São Paulo and 10 in Teresina presented a positive Rose Bengal; and 136 eyes in Brasília, 60 eyes in São Paulo and 14 in Teresina presented a positive BUT.

The average temperatures were: Brasília 21ºC (range l4ºC to 29ºC), São Paulo 17,5ºC (range 12ºC to 23ºC) and Teresina 30ºC (range 28ºC to 32ºC)

The average relative humidities were: Brasília 49,5% (range 12% to 87%), São Paulo 70,5% (range 43% to 98%) and Teresina 58% (range 46% to 70%).

Dry eye was as the ones with at least 2 positive tests out of the 3 (Schirmer I<5mm, Rose Bengal II or III and BUT<10 Seconds).

According to those parameters 44 dry eyes in Brasília, 42 in São Paulo and 5 in Teresina were found. The results did not show the injluence of the temperature or the relative humidity of the air in the diagnosis of the dry eye syndrome.

Key words:
Dry eye; Environment factors; Shirmer I test; Rose Bengal; Break up time

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Feb 1995
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