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Haydée guanais dourado: carisma e personalidade a serviço de um ideal

Haydée guanais dourado: charisma and personality towards an ideal

Haydée guanais dourado: carisma y personalidad al servicio de un ideal

Resumos

Este estudo histórico-social trata da atuação de Haydée Guanais Dourado (HGD) no cenário da enfermagem brasileira desde meados do século 20. Objetivos: descrever seu perfil como pessoa e como profissional; analisar sua participação na Associação Brasileira de Enfermagem; discutir a relação entre seus atributos e sua contribuição ao desenvolvimento da enfermagem. As fontes utilizadas foram a Revista Brasileira de Enfermagem, bem como documentos escritos e depoimentos orais, pertencentes ao Centro de Documentação da Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A análise e a interpretação dos dados foi feita mediante a triangulação das fontes primárias e secundárias e a contextualização histórica. O estudo evidenciou a singularidade da figura de HGD e o significado de sua contribuição para a institucionalização da enfermagem na sociedade brasileira, mormente no que se refere às bases legais do exercício profissional.

história da enfermagem; biografia; Haydée Guanais Dourado; ABEn; REBEn


This is a descriptive-social study which looks at the performance of Haydée Guanais Dourado (HGD) in the Brazilian nursing scene, in the mid-20's. The objectives are to describe her personal and professional profile; analyze her participation in ABEn (Brazilian Association of Nursing) and discuss the relationship between her attributes and her contribution to the development of nursing in Brazil. The sources used consisted of Revista Brasileira de Enfermagem-REBEn (Brazilian Journal of Nursing), written documents and oral reports obtained from the Documentation Center of Anna Nery Nursing School in the Federal University of Rio de Janeiro. The analysis and the interpretation of the data were made by means of the triangulation of the primary and secondary sources, and the historical contextualization. The study evidenced the singularity of HGD and the importance of her contribution to the institutionalization of the nursing profession in the Brazilian society.

history of nursing; biography; chronology


Este estudio histórico-social trata de la actuación dle Haydée Guanais Dourado (HGD) en el escenario de la enfermería brasileña desde mediados del siglo 20. Objetivos: describir su perfil como persona y como profesional; analizar su participación en la Asociación Brasileña de Enfermería y discutir la relación entre sus atributos y la contribución al desarrollo de la enfermería. Las fuentes utilizadas fueron la Revista Brasileña de Enfermería, así como documentos escritos y testimonios orales, pertenecientes al Centro de Documentación de la Escuela de Enfermería Anna Nery, de la Universidad Federal de Rio de Janeiro. El análisis y la interpretación de los datos se hizo mediante la triangulación de las fuentes primarias, secundarias y la contextualización histórica. El estudio pudo evidenciar la singularidad de la figura de HGD y el significado de su contribución para la institucionalización de la enfermería en la sociedad brasileña, principalmente en lo que se refiere a las bases legales del ejercicio profesional.

historia de la enfermería; biografía; cronología; Brasil


PESQUISA

Haydée guanais dourado: carisma e personalidade a serviço de um ideal

Haydée guanais dourado: charisma and personality towards an ideal

Haydée guanais dourado: carisma y personalidad al servicio de un ideal

Leda de Alencar Barreira; Suely de Souza Baptista

Professoras Titulares do Departamento de Enfermagem Fundamental/EEAN/UFRJ. Membros do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira (Nuphebras). Pesquisadoras CNPq nível 1 A e B

RESUMO

Este estudo histórico-social trata da atuação de Haydée Guanais Dourado (HGD) no cenário da enfermagem brasileira desde meados do século 20. Objetivos: descrever seu perfil como pessoa e como profissional; analisar sua participação na Associação Brasileira de Enfermagem; discutir a relação entre seus atributos e sua contribuição ao desenvolvimento da enfermagem. As fontes utilizadas foram a Revista Brasileira de Enfermagem, bem como documentos escritos e depoimentos orais, pertencentes ao Centro de Documentação da Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A análise e a interpretação dos dados foi feita mediante a triangulação das fontes primárias e secundárias e a contextualização histórica. O estudo evidenciou a singularidade da figura de HGD e o significado de sua contribuição para a institucionalização da enfermagem na sociedade brasileira, mormente no que se refere às bases legais do exercício profissional.

Palavras-chave: história da enfermagem, biografia, Haydée Guanais Dourado, ABEn, REBEn

ABSTRACT

This is a descriptive-social study which looks at the performance of Haydée Guanais Dourado (HGD) in the Brazilian nursing scene, in the mid-20's. The objectives are to describe her personal and professional profile; analyze her participation in ABEn (Brazilian Association of Nursing) and discuss the relationship between her attributes and her contribution to the development of nursing in Brazil. The sources used consisted of Revista Brasileira de Enfermagem-REBEn (Brazilian Journal of Nursing), written documents and oral reports obtained from the Documentation Center of Anna Nery Nursing School in the Federal University of Rio de Janeiro. The analysis and the interpretation of the data were made by means of the triangulation of the primary and secondary sources, and the historical contextualization. The study evidenced the singularity of HGD and the importance of her contribution to the institutionalization of the nursing profession in the Brazilian society.

Keywords: history of nursing, biography, chronology,

RESUMEN

Este estudio histórico-social trata de la actuación dle Haydée Guanais Dourado (HGD) en el escenario de la enfermería brasileña desde mediados del siglo 20. Objetivos: describir su perfil como persona y como profesional; analizar su participación en la Asociación Brasileña de Enfermería y discutir la relación entre sus atributos y la contribución al desarrollo de la enfermería. Las fuentes utilizadas fueron la Revista Brasileña de Enfermería, así como documentos escritos y testimonios orales, pertenecientes al Centro de Documentación de la Escuela de Enfermería Anna Nery, de la Universidad Federal de Rio de Janeiro. El análisis y la interpretación de los datos se hizo mediante la triangulación de las fuentes primarias, secundarias y la contextualización histórica. El estudio pudo evidenciar la singularidad de la figura de HGD y el significado de su contribución para la institucionalización de la enfermería en la sociedad brasileña, principalmente en lo que se refiere a las bases legales del ejercicio profesional.

Palavras clave: historia de la enfermería, biografía, cronología, Brasil

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NOTAS

I Alberto Guignard (1896-1962) pintor, desenhista e professor; um dos mestres da pintura moderna brasileira (Abril Cultural, 2000, p. 248).

II Cursou oito disciplinas no Curso de Teologia Cristã da Comissão Central de Educação Religiosa na América Latina. Instrutora de escola dominical de igrejas cristãs evangélicas, desde 1951. Sócia remida da Associação Brasiliense Evangélica Assistencial. Freqüenta a Igreja Presbiteriana na rua dos Oitis, 63, no Rio de Janeiro.

III Expressão cunhada por Eric Hobsbawn, 1995.

IV o significado simbólico do número três é por ela ressaltado: nos contos de fadas, freqüentemente o herói é o terceiro filho (ou filha), que inicialmente considerado inapto, com a ajuda de terceiros, adquire qualidades e domina todas as provas, saindose vitorioso, mas permanecendo fiel a si mesmo (Bettelheim, 1980).

v na época, a alfabetização das crianças não era reservada às mulheres, que só haviam começado a ingressar na profissão após a proclamação da República, pois um dos postulados dos republicanos era a educação da mulher.

VI Líder do movimento tenentista, formado por oficiais contrários à República Velha. Após sublevar sua guarnição, LCP encontrou-se no Paraná com os rebeldes da revolta de 1924 de São Paulo, formando com eles a Coluna Miguel Costa-Prestes, que percorreu 25 mil quilômetros, por treze estados do país, de 1924 a 1927 (Abril Cultural, 2000, p.393).

vII Quando as missões protestantes vieram para o Brasil houve entre as diversas denominações evangélicas um acordo relativo à divisão de território: enquanto a Igreja presbiteriana atuaria na parte norte do país, as demais denominações ficariam com a parte sul (HGD, Dep., 1991).

VIII Três das quatro irmãs estudaram enfermagem na EAN: Anita, Haydée e Radcliff.

IX William Alfred Wadell, fundador do Instituto Ponte Nova, veio a ser o primeiro diretor da escola de engenharia Mackensie, onde iria estudar o irmão de Haydée (HGD, Dep., 1991).

X Justamente a que inspirara Annita Dourado a vir para a EAN.

XI o dossiê de aluna de HGD apresenta, além de notas altíssimas, a observação de ser ela muito inteligente, estudiosa e trabalhadora, com aptidão para a instrução [ensino].

XII Decreto nº 22.257/32, que confere às irmãs de caridade, com prática de enfermeira direitos iguais às enfermeiras de saúde pública, para o fim de exercerem funções em hospitais.

XIII A Lei nº 118/35 organiza o serviço de enfermagem de saúde pública federal e cria uma rede de centros de saúde na cidade do Rio de Janeiro.

XIV "eu era um pouco mais politizada do que o grupo, eu ia me casar com um moço da juventude comunista, estudante de medicina, o Milton Lobato. Eu li muito os livros que o Adão Pereira Nunes, que já era formado, me mandou" (Dep., 1988). Sua irmã Anita Dourado casou-se com o dr Isnard Teixeira, membro do partido comunista, que esteve preso após a assim chamada Intentona Comunista de 1935; depois o casal foi para o Ceará, para onde Haydée também desejava ir.

XV O Decreto-Lei nº 590/38 ampliou a área de atuação das enfermeiras de saúde pública para todo o território nacional.

XVI Edith de Magalhães Fraenkel, a primeira brasileira a graduarse nos EUA, pela EE do hospital geral da Filadélfia (1922-1925). Ver Banco de Dados: Quem é Quem na História da Enfermagem Brasileira. Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira (Nuphebras/EEAN).

XVII O dr Carlos Drummond de Andrade, chefe de gabinete do ministro Capanema, deu-lhe muita esperança, de que ela havia de gostar de trabalhar no Maranhão, que lá ela iria ver coisas parecidas com a Bahia: a cultura de algodão, os sobrados de azulejos, os afro-brasileiros na população.

XVIII O diretor do DNS era o dr João de Barros Barreto; a Delegacia Federal de Saúde abrangia os estados do Ceará, Piauí e Maranhão, com sede em Fortaleza; o delegado era o médico goiano dr Marcelo Silva Júnior.

XIX Nos anos 70, HGD escreveu ao dr Fred Soper dando-lhe conta de sua trajetória profissional. Na resposta a esta carta, ele contou-lhe que a aprovação de sua bolsa, com vistas à sua posterior incorporação à EEUSP, esteve sujeita a controvérsias, pois havia dúvidas sobre suas convicções ideológicas, devido às suas relações com pessoas comunistas, mas que a carta que ela lhe enviara mostrava que ela fizera jus à confiança nela depositada. O depoimento de HGD consta do memorial da grande festa de comemoração de 80 anos do eminente sanitarista americano.

XX o general Eugênio Pereira de Almeida, sua mulher d. Evangelina e a filha moça Maria Eugênia.

XXI Yale University fundada em 1701. A EE da Universidade de Yale, fundada em 1923, contribuiu para a redefinição da enfermagem como profissão. Foi a primeira escola a adotar um programa educacional mais do que um programa de treinamento, evitando que as estudantes fossem utilizadas como mão de obra adicional.

XXII formado pela universidade John Hopkins (Baltimore), fundador do curso de educadoras sanitárias do estado de S. Paulo, em 1925, teve atuação marcante na criação da OMS como agência da ONU.

XXIII o curso de enfermagem da USP foi criado anexo à faculdade de medicina.

XXIVPrograma de cooperação técnica entre os EUA e os países latino-americanos proposto pelo presidente Truman. O Ponto IV estabeleceu-se no Brasil no início dos anos 50 (FGV, 1984, p. 2792-93).

XXV sendo Zaira Cintra Vidal a presidente da Abed.

XVI entrementes, o nome de HGD foi cogitado para organizar e dirigir a EE do Estado do Rio, mas seu nome foi vetado por Laís Netto dos Reis, diretora da EAN, que alegou ser insuficiente sua experiência (Oliveira & Barreira, 2001, p.16).

XXVII Q recrutamento da primeira turma de alunas foi feito por pessoas ilustres, professores da faculdade de medicina e damas da sociedade e dirigido diretamente a determinadas jovens, como Maria Ivete Ribeiro de Oliveira, do colégio Sacramentina, e a bandeirante Maria Julieta Calmon Villasboas, neta do banqueiro e governador da Bahia (1924-1928).

XXVIII Anísio Teixeira - eminente educador, nasceu em 1900 em Caetité no sertão da Bahia. Na década de 20 formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro e fez curso de mestrado no Teacher's College, universidade de Colúmbia, NY, quando foi discípulo de John Dewey. Signatário do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, em prol de um sistema escolar público, gratuito, obrigatório e leigo. Os integrantes deste movimento, verdadeira religião cívica, encontrou na Igreja católica, dona de uma rede de escolas formadoras da elite nacional, seu maior obstáculo. Apesar de defensores do liberalismo, os pioneiros foram acusados de comunistas pelos educadores católicos. Mas mesmo com a interferência da Igreja nas nomeações dos dirigentes de educação, AT foi secretário de Educação e Cultura do Distrito Federal (1931-1935) e reitor da Universidade do DF (1935-1939), fechada por motivos políticos. Nos anos seguintes AT tornou-se exportador de manganês. Em 1946, regressando da Europa como conselheiro da Unesco, assumiu a secretaria estadual de Educação e Saúde da Bahia, a convite do governador Otávio Mangabeira, onde permaneceu até 1951, quando assumiu o cargo de secretário-geral do Centro de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior/CAPES (Fundação Getúlio Vargas, 1984, p.3328-29; Bomeny, 2001).

XXIX Clemente Mariani Bittencourt (1900-1981), advogado e jornalista, deputado estadual (PSD) e professor da faculdade de Direito da Bahia, empresário e banqueiro, deputado federal. Em 1946 assumiu a pasta da Educação e Saúde Pública do governo Dutra, quando fechou a União Nacional dos Estudantes e deu início ao processo de federalização das universidades (FGV, 1984).

XXX Edgard Rego Santos (1894- 1962), médico baiano, especializado cirurgião pela USP, catedrático da faculdade de medicina da universidade da Bahia, diretor dessa faculdade. Após a extinção do Estado Novo, organizou a Universidade da Bahia e tornou-se seu primeiro reitor, cargo que ocupou até 1952. Em 1954 viria a ser nomeado ministro da Educação e Cultura pelo presidente Vargas. Após a morte deste retornou à universidade da Bahia. Mais tarde veio a ser presidente do Conselho Federal de Educação (1961). Seu filho, Roberto Santos, governou a Bahia de 1975 a 1979 (FGV, 1984).

XXXI A Lei nº 1.920/53, regulamentada pelo Decreto nº 34.596/53, desdobrou o MES em MEC e MS.

XXXII colega de turma e pessoa da confiança da diretora da Escola, a líder católica Laís Netto dos Reys, que convidara OL para ocupar a segunda posição na hierarquia da EAN.

XXXIII suas convicções democráticas eram reforçadas pela influência do sanitarismo internacional, mediada inclusive por seu primo-irmão Geraldo de Paula Souza.

XXXIV Em 1954, por reforma estatutária, a Associação mudou de denominação, passando de Abed para ABEn. HGD relatora da Comissão de Resoluções, defendeu a retirada da palavra "diplomadas". A revista Anais de Enfermagem passou a denominar-se Revista Brasileira de Enfermagem e a Assembléia Geral foi substituída por uma Assembléia de Delegados (Carvalho, 1976, p.38-39). Também foi mudada a capa da Revista, que perdeu seus símbolos egípcios e ganhou o desenho que conserva até hoje, de autoria de Tomás Santa Rosa Júnior (1909-1956) pintor do grupo de Portinari, gravador, cenógrafo, ilustrador e professor (Pontual, 1969, p.472-3).

XXXV E m novembro de 1953, HGD vice-presidente da Abed, por delegação da presidente Glete de Alcântara, presidiu duas reuniões da diretoria para avaliar as propostas para a compra de sede para a Abed, tendo a escolha recaído sobre as três salas do edifício Portugal, em construção, a serem pagas em cinco anos (Carvalho, 1976, p. 390).

XXXVI E m 1950, Haydée trabalhava na Comissão do Censo de Enfermagem da ABED, com o apoio do SESP e do DNS, presidida por IBL, sua chefe. O relatório do estudo, intitulado Aspectos da situação da enfermagem no Brasil, publicado no mesmo ano pela DOS/DNS, sob a forma de folheto, fora apresentado no 4º Congresso Nacional de Enfermagem, dele resultando várias recomendações. No 5º Congresso, em 1951, Clara Curtis informou que a OMS estava patrocinando a elaboração de um guia para estudos nacionais de recursos de enfermagem. Em 1952, tendo a Capes, sob a direção de Anísio Teixeira, solicitado à Abed dados sobre as necessidades de enfermagem, formou-se uma comissão especial, sob a presidência de HGD. Em 1954, no 7º Congresso, IBL apresentou extenso relatório da comissão especial de levantamento estatístico. Neste mesmo ano, a Fundação Kellog solicitara informações detalhadas sobre o ensino de enfermagem no Brasil.

XXVII nos anos de 1956 e1957 HGD ficou como diretora do Centro, deixando a presidência da CL, mas em 1958, devido às exigências que lhe faziam a CL e a REBEn, ela passou à diretora associada, junto com Maria de Lourdes Verderese, ambas sob a presidência de MRSP. A equipe de trabalho era composta por HGD na coordenação técnica, Lourdes Verderese na parte científica; Olga Verderese na coordenação do trabalho de campo, com Celina e Leonísia (Carvalho, 1976, p.122, 303 e 326). Ver o Relatório Final do Levantamento: Associação Brasileira de Enfermagem, Brasília, 1980.

XXXVIII semelhante ao realizado em Sèvres, na França, em 1956, do qual haviam participado MRSP e HGD.

XXXIX Participaram representantes das divisões de Recursos de Enfermagem e de Enfermagem de Saúde Pública do Ministério da Educação, Saúde e Bem Estar Social dos EUA, onde Haydée estivera, em 1955, preparando-se para coordenar a pesquisa. Os Anais do Seminário foram publicados em inglês pela FR. No mesmo ano, HGD e Maria de Lourdes Verderese, publicaram na revista do Conselho Internacional de Enfermagem, um artigo sobre a educação em enfermagem no Brasil (Carvalho, 1976, p. 305 e 306).

XL Em 1958, o 11º Congresso recomendou que a ABEn solicitasse recursos à FR para dar continuidade ao trabalho realizado, de modo a dar conseqüência às suas recomendações e a presidente Marina Rezende (1958-1962) indicou os membros da diretoria do Levantamento (MRSP, HGD e MLV) para elaborar um plano neste sentido. Em 1960, Virgínia Arnold, diretora da divisão de enfermagem da FR, que havia visitado o Centro de Levantamento em 1957, voltou ao Brasil, ficando acertada a doação de dez mil dólares pela Fundação, sendo que sete mil foram para a Comissão Executiva de Seguimento e três mil para a REBEn.

XLI Não obstante, a situação da enfermagem no funcionalismo civil continuou precária, exigindo que a ABEn fizesse pronunciamentos e tomasse atitudes a respeito. A prefeitura do DF continuou a abrir concursos para preenchimento de cargos de enfermeiros sem exigência de diploma e, em 1959, ao abrir concurso para cargos em serviços obstétricos, excluiu a enfermeira com curso de especialização em obstetrícia (Carvalho, 1976, p.231).

XLII formada por Waleska Paixão, Maria Rosa de Souza Pinheiro, HGD e Izaura Barbosa Lima.

XLIII O parecer do consultor geral da República Seabra Fagundes, em 1946 e o despacho do ministro da Educação Ernesto de Souza Campos, do mesmo ano, definiram a enfermagem como profissão liberal.

XLIV Neste empreendimento Haydée contou com o apoio e a solidariedade de dois cunhados, ambos integrantes do partido comunista, e aos quais HGD declara sua amizade e gratidão: o médico Isnard Teixeira, casado com Anita, que encaminhava documentos da Associação Médica, para a câmara e para o senado, dizendo que as enfermeiras eram de nível superior e o engenheiro e deputado Jethero de Faria Cardoso, casado com sua irmã caçula Vilvanita, que lutava pela classificação dos funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem (informação colhida em casa de HGD, no dia de seu 87º aniversário, do seu sobrinho Antonio José Dourado Teixeira filho de Anita e Isnard Teixeira e Dep., 1988).

XLV na rua Franklin Roosevelt, 39, sala 1303.

XLVI A partir de 1962, HGD radicou-se em Brasília, o que muito facilitou sua atuação na CL da ABEn. A princípio cedida pelo Ministério da Saúde, a partir de 1965, HGD foi transferida para a Diretoria do Ensino Superior do MEC. Quando aposentou-se, em 1968, HGD passou à Fundação Hospitalar do DF, onde esteve até 1973, quando mudou-se para o Rio de Janeiro (Ferrarini, 1973).

XLVII constituída por HGD, Waleska Paixão e Maria Dolores Lins de Andrade, presidida por Glete de Alcântara.

XLVIII preparando o caminho para a criação do sindicato de enfermeiros, a ABEn, em 1951 e também em 1954, solicitara ao Ministério do Trabalho a re-inclusão do enfermeiro entre as profissões liberais, no quadro anexo à Consolidação das Leis do Trabalho, com base no estabelecido desde a década anterior, mediante parecer do consultor geral da República e aprovação pelo ministro da Educação (Carvalho, 1976, p. 437).

XLIX Portaria MTPS nº 94/62. Tal providência abriu as portas para a criação de associações pré-sindicais nos estados, com o apoio das respectivas seções da ABEn, viabilizando a Federação de Sindicatos de Enfermeiros.

L Formou-se em São Paulo uma comissão: Ida Picanço e Clarice Ferrarini redigiram uma matéria, incluindo todas as categorias de enfermagem, que foi revisto pelo dr Cezarino Júnior.

LI Em 1972, o décimo projeto foi encaminhado pela presidente Glete de Alcântara ao titular do MTPS, que o encaminhou ao Congresso Nacional. A tramitação deste projeto foi acompanhada por manifestações de entidades de todas as categorias de pessoal de enfermagem. Finalmente, foi sancionada a Lei nº 5.905/73, que dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem. Em março de 1975 foram designados os dezoito membros do primeiro Conselho, que tomaram posse no dia 23 de abril, com a incumbência de implantar o sistema Cofen-Corens, no prazo de um ano (Carvalho, 1976, p.274 e 277-8).

LII HGD foi coordenadora da CL de 1951 a 1956 e de 1958 a 1972, ou seja, cerca de 19 anos (v. REBEn set 55/p. 289) Os afastamentos ocorreram entre 1953 e 1958, quando ela ocupou primeiro os cargos de vice-presidente da Associação e presidente da Comissão de Finanças (1953-1955) e depois quando dirigiu o Centro de Levantamento de Recursos e Necessidades de Enfermagem no Brasil (Carvalho, 1976, p. 81 e 122).

LIII na Escola de Enfermagem da USP (1972 e 1973), na EE Anna Nery/UFRJ (1975) e na EE da UFF (1975).

LIV No 13º Congresso Brasileiro de Enfermagem (Belo Horizonte) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Carvalho, 1976, p. 243, 374 e 451).

LV Em 1965, em Brasília (Carvalho, 1976, p. 158-160, 163, 176 e 246-9).

LVI diploma recebido no 22º Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em Manaus (Carvalho, 1976, p. 449).

LVII prêmio oferecido pela Johnson & Johnson do Brasil; o nome de Haydée foi indicado por diversas seções da ABEn (Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba e Maranhão); o diploma foi recebido no 22º Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em João Pessoa (Ferrarini, 1973, p. 250).

Recebido em 31/08/2002

Aprovado em 27/09/2002

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jun 2014
  • Data do Fascículo
    Fev 2002
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