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Identificação de fungos em sementes de Dimorphandra mollis e efeito de diferentes tratamentos

Fungus identification on Dimorphandra mollis seeds and the effect of different treatments

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICAL NOTES

Identificação de fungos em sementes de Dimorphandra mollis e efeito de diferentes tratamentos

Fungus identification on Dimorphandra mollis seeds and the effect of different treatments

Iure GiulianoI; Tatianne Gizelle M. SilvaII; Reginaldo NapoleãoIII; Antonio H. GutiérrezIV ; Carolina S. SiqueiraII

IUFMG – NCA, Cx. Postal 135, CEP 39404-006, Montes Claros, MG

IIUnimontes, campus Darcy Ribeiro, 39401-089, Montes Claros, MG

IIIFafeid, Rua da Glória, 187, Centro, CEP 39100-000, Diamantina, MG, e-mail: napoleao@fafeid.edu.br

IVUniversidadade Federal do Pará, Departamento de Patologia, Centro de Ciências Biológicas, Campus Universitário do Guamá, Rua Augusto Corrêa 01, Cx. Postal 479, Belém, PA, CEP 66071-110

ABSTRACT

The fungus Absidia corymbifera, Curvularia pallescens, Aspergillus niger, Arpergillus sp., and an unidentified fungus were found on Dimorphandra mollis seeds. Captan + mancozeb were the best treatment to control these fungi although their use did not increase seed germination, but rather, reduced death after germination.

A fava-d'anta (Dimorphandra mollis Benth), espécie nativa do Cerrado Brasileiro, tem uso medicinal (Bezerra et al. Fitoterapia 73:428. 2002) e alto potencial econômico. Sementes de fava d'anta são portadoras de microrganismos que podem interferir na germinação e causar a morte das mesmas. Além do baixo índice de germinação, que ocorre naturalmente (Hermansen et al. Seed Science and Technology. 28:567. 2000) nota-se uma taxa elevada de sementes contaminadas, que morrem logo após a germinação.

Este trabalho teve como objetivos identificar os fungos presentes nas sementes de fava d'anta e avaliar a eficiência de produtos no controle desses microrganismos e na germinação das sementes. O ensaio foi delineado em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e cinco repetições contendo 100 sementes cada. As sementes foram escarificadas mecanicamente com esmeril (Harmansen et al. Seed Science and Techonology. 28:581. 2000), desinfestadas com solução de hipoclorito de sódio a 2%, tratadas e colocadas para germinar em de areia esterilizada. Os tratamentos consistiram em mergulhar as sementes por 10 min nas seguintes soluções: Benomyl (100 g/l), Mancozeb (50 g/l) + Captam (50 g/l), extrato puro de Neem (Azadirachta indica A. Juss) (Hirose et al. Brazilian Archives of Biology and technology. 44:419-423. 2001) e, água. Foi avaliada a porcentagem de sementes germinadas. Das sementes germinadas, determinou-se o percentual de contaminação e morte. Os dados obtidos foram transformados em para a análise estatística. Para identificação dos fungos e determinação da porcentagem de contaminação, foi utilizado o método do papel de filtro com 400 sementes escarificadas e desinfestadas.

Os fungos encontrados nas semente foram: Absidia corymbifera (Cohn) Sacc & Trotter (1,0%), Curvularia pallescens Boedjin (3,0%), Arpergillus niger van Tieghem (1,8%), Aspergillus sp. (2,0%), e uma outra espécie, ainda não identificada, caracterizada por micélio branco estéril (8,0%). Os mesmos fungos foram isolados das sementes colocadas em areia. O fungo A. corymbifera é um patógeno encontrado em amêndoas de cajueiro (Anacardium ocidentale L.) (Freire & Barguil. Embrapa Comunicado Técnico 64. 2001), e A. niger em sementes de amendoim (Arachis hypogaeae L.), causando podridão do colo da planta (Ahmed & Reddy. Icrisat, Índia Information Bulletin nº 34. 1993). Dentre os tratamentos utilizados, não foi observada diferença estatística significativa (p>0,05) para a porcentagem de germinação (50,2%), mas observou-se diferença (p<0,05) para a porcentagem de contaminação e morte das sementes germinadas. Todas as sementes germinadas e contaminadas morreram. O melhor tratamento no controle dos fungos foi captan + mancozeb, resultando em 0,4% de contaminação das sementes germinadas, levando-as à morte, enquanto nos demais tratamentos esse percentual variou de 14,3% a 56,8%.

O uso de captan+mancozeb mostrou-se promissor no tratamento de sementes de D. mollis. Em relação à testemunha, ele reduziu em 142 vezes o percentual de sementes contaminadas e mortas após a germinação.

Aceito para publicação em 26/02/2005

Autor para correspondência: Reginaldo Napoleão

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Out 2005
  • Data do Fascículo
    Out 2005
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