COMUNICAÇÕES
Primeiro relato de Myrothecium roridum em mucucizeiro no Pará
Tathianne Pastana de Sousa PoltronieriI; Ruth Linda BenchimolII; Jaqueline Rosemeire VerzignassiIII,* * Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi ( jaqueline.verzignassi@embrapa.br) ; Luiz Sebastião PoltronieriII
IDepartamento de Fitopatologia e Entomologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, CEP 23890-000, Rio de Janeiro, RJ
IIEmbrapa Amazônia Oriental, Tv. Enéas Pinheiro, S/N, CEP 66095-100, Belém, PA
IIIEmbrapa Gado de Corte, Avenida Rádio Maia, 830, CEP 79106-550, Campo Grande, MS
O Brasil tem grande variedade de frutos que apresentam sabor exótico e grande potencial econômico. O murucizeiro (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.) é uma espécie frutífera nativa da Amazônia, com ampla distribuição geográfica no território brasileiro, com fruto de forma arredondada e coloração alaranjada, e sendo consumido principalmente na forma de sucos, doces e licores. Pertencente à família Malpighiaceae, várias espécies do gênero Byrsonima são conhecidas pela utilização de seus frutos na alimentação, como também pelo seu uso medicinal. Estudos dos extratos das raízes e troncos do murucizeiro têm demonstrado suas atividades antimicrobiana, tripanomicida e antiespasmódica. Em área experimental da Embrapa Amazônia Oriental, foram encontradas plantas de murucizeiro cujas folhas apresentavam manchas areoladas, com coloração parda e halo escuro Figura (1A). Amostras de folhas com os sintomas foram encaminhadas ao Laboratório de Fitopatologia da mesma Unidade da Embrapa para a identificação do agente causal. Procedeu-se o isolamento em meio ágar-água e as colônias obtidas do isolamento foram multiplicadas em BDA (26ºC, luz fluorescente e fotoperíodo de 12h). Observações ao microscópio óptico permitiram a identificação do fungo Myrothecium roridum Tode ex Fr. O fungo forma esporodóquios (Figura 1B), algumas vezes sinematosos, com até 700 μm de diâmetro. Os conídios apresentavam forma de bastão, às vezes elipsóides, com as extremidades comumente arredondadas, hialinos a levemente oliváceos, medindo de 4,5-7,3x1,5-2 μm (Figura 2). Testes de patogenicidade foram efetuados em folhas sadias destacadas previamente feridas, inoculadas com discos de cultura contendo estruturas do fitopatógeno e submetidas à câmara úmida por 48h. Após cinco dias, as folhas apresentaram os mesmos sintomas encontrados no campo. Efetuou-se o reisolamento do fungo, confirmando-se a sua patogenicidade. Myrothecium roridum foi detectado no Pará em juta (Corchorus capsularis L.), acerola (Malpighia glabra L.) e em noni (Morinda citrifolia L.). Este é o primeiro relato de M. roridum em murucizeiro no Pará e, provavelmente, no Brasil e no mundo.
Data de chegada: 11/11/2011.
Aceito para publicação em: 17/09/2012.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
22 Jan 2013 -
Data do Fascículo
Dez 2012