RESUMO DE TESE
Aspectos obstétricos, sócio-demográficos e psicossociais de puérperas adolescentes assistidas pelo sistema de saúde do município de Muriaé - Zona da Mata Mineira, Brasil
Aspects obstetrics, social-demographic and psychosocial of puerpera teenagers assisted by the Health System, in the municipality of Muriaé (Zona da Mata Mineira) in the state of Minas Gerais, Brazil
Autor: Carlos Wilson Dala Paula Abreu
Orientador: Prof. Dr. Luiz Guilherme Pessoa Silva
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família, da Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro, para obtenção do título de Mestre, em 26 de abril de 2010.
OBJETIVO: estabelecer o perfil da gravidez na adolescência em população assistida pelo Sistema de Saúde no município de Muriaé - Zona da Mata Mineira.
METODOLOGIA: através de estudo observacional, de natureza transversal, de base populacional, foram analisados dados de 120 entrevistas de puérperas adolescentes (12 a 19 anos), correspondente a todos os partos de adolescentes ocorridos no município, de Julho a Dezembro de 2009. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Univ. Estácio de Sá (Prot. Nº 36/09). Obteve-se a prevalência dos dados: sócio-demográficos, obstétricos e ginecológicos, de cunho psicossociais, que motivaram a adolescente a engravidar, psicossociais relacionados à percepção da mãe adolescente por conta da gravidez, emocionais e do Pré-Natal. Os dados foram ainda submetidos à análise bivariada, relacionados à idade materna, situação conjugal e agravos de natureza obstétrica.
RESULTADOS: a prevalência de gravidez na adolescência em Muriaé foi de 16,2%, estando 25,0% no grupo precoce (12 a 16 anos). Neste grupo, a maioria era residente na zona urbana, de cor não branca, com união consensual, não desejou a gravidez, mas sentiu-se satisfeita com a gestação; os pais dos bebês não desejaram a gravidez, porém, assim como a família, reagiram positivamente com a notícia; sentiu-se apoiada pelo pai do bebê e por sua família; dentre as que estudavam 94,0% não abandonaram os estudos ao engravidar; relataram menarca <12 anos, início da atividade sexual <15 anos, idade 1ª gestação >14 anos; não usavam método anticoncepcional, eram primíparas, fizeram pré-natal com Médico e na Atenção Básica. No grupo tardio (16 a 19 anos), a maioria apresentou cor da pele não branca, não estavam estudando ao engravidar, não desejaram a gravidez, não tiveram apoio do pai do bebê, ficaram insatisfeitas com a gestação, não usavam método anticoncepcional, relataram antecedentes de aborto e parto não vaginal. As adolescentes com união consensual apresentaram a maioria, cor não branca, 1ª gestação <14 anos, não estavam estudando ao engravidar, não pretendiam trabalhar, não desejaram a gravidez e teve reação familiar negativa. As adolescentes sem união consensual disseram-se insatisfeitas com a gestação e não foram apoiadas pelo pai do bebê.
CONCLUSÕES: a gravidez na adolescência foi vivida de forma difícil e conflituosa por muitas adolescentes e seus familiares. Trouxe limitações sociais, educacionais e profissionais. Entretanto, as adolescentes entrevistadas, de modo geral, puderam contar com o apoio do pai do bebê ou de familiares e tiveram amplo acesso aos serviços de saúde.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência, Pré-natal, Condições sócio-demográficos, Condições psicossociai, Condições obstétricas
Keywords: Teenage pregnancy, Prenatal care, Social-demographic conditions, Psychosocial conditions, Obstetrics conditions
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
03 Dez 2010 -
Data do Fascículo
Jul 2010