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Associação entre osteoartrite de joelho e síndrome metabólica em pacientes idosos não institucionalizados* * Trabalho desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Resumo

Objetivo

Este estudo teve o objetivo de analisar a associação entre a osteoartrite (OA) de joelho e a síndrome metabólica (SM) em pacientes idosos não institucionalizados.

Métodos

Pesquisa transversal, aleatorizada, extraída de um estudo probabilístico por conglomerado realizado com 416 idosos de uma Unidade de Saúde da Família do nosso município. A SM foi definida de acordo com o National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), e a OA de acordo com a escala KellgrLawrence (KL) (≥ 2).

Resultados

Para a análise estatística, foi realizada uma análise exploratória de dados, testes de Mann-Whitney ou Qui-quadrado e regressões logísticas uni e multivariadas, com nível de significância de p < 0,05; a concordância entre os avaliadores foi verificada através do coeficiente de Kappa. Verificou-se associação entre OA e índice de massa corpórea (IMC) (p = 0,0021) e entre OA e circunferência de cintura (CC) (p < 0,001; razão de chances [RC] = 3,524). Não foi encontrada associação significativa entre a OA e o número de componentes metabólicos nem com a SM em si.

Conclusão

Conclui-se que a OA de joelho associa-se à CC, independente do peso, e que o aumento em sua medida reflete em uma maior chance de SM em idosos não institucionalizados.

Palavras-chave
osteoartrite; síndrome metabólica; obesidade; envelhecimento; promoção da saúde

Abstract

Objective

This study aimed to analyze the association between knee osteoarthritis (OA) and metabolic syndrome (MS) in non-institutionalized elderly patients.

Methods

A cross-sectional, randomized study, drawn from a probabilistic cluster study conducted with 416 elderly people from a Family Health Unit (USF, in the Portuguese acronym) of our municipality. Metabolic syndrome was defined according to the National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), and OA according to the KellgrLawrence (KL) scale (≥ 2).

Results

For the statistical analysis, we performed an exploratory data analysis, Mann-Whitney or Chi-Squared tests and univariate and multivariate logistic regressions, with significance level of p < 0.05; the concordance between the evaluators was verified through the Kappa coefficient. There was an association between OA and body mass index (BMI) (p = 0.0021) and between OA and waist circumference (WC) (p < 0.001; odds ratio [OR] = 3.524). There was no significant association between OA and the number of metabolic components nor with SM itself.

Conclusion

We conclude that knee OA is associated with WC, regardless of weight, and that the increase in its measure reflects a greater chance of MS in non-institutionalized elderly patients.

Keywords
osteoarthritis; metabolic syndrome; obesity; aging; health promotion

Introdução

O aumento da ingestão de gordura e do sedentarismo está em evidência no mundo moderno.11 Kluzek S, Newton JL, Arden NK. Is osteoarthritis a metabolic disorder? Br Med Bull 2015;115(01):111-121 Ambos têm influência direta na crescente prevalência de obesidade, dislipidemia, hipercolesterolemia e de uma condição clínica atualmente denominada de síndrome de resistência à insulina ou “síndrome metabólica” (SM).22 Farnaghi S, Crawford R, Xiao Y, Prasadam I. Cholesterol metabolism in pathogenesis of osteoarthritis disease. Int J Rheum Dis 2017;20(02):131-140

O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de um consenso em sua definição e nos pontos de corte de seus componentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS)33 World Health Organization. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications: report of a WHO consultation. Part 1: Diagnosis and classification of diabetes mellitus (No. WHO/NCD/NCS/99.2). Geneva: World health organization; 1999 sugeriu uma definição baseada em dados clínicos e laboratoriais com ponto de partida na avaliação da resistência à insulina ou do distúrbio do metabolismo da glicose. Em 2001, o National Cholesterol Education Program's Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III)44 Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, And Treatment of High Blood Cholesterol In Adults (Adult Treatment Panel III). JAMA 2001;285(19):2486-2497 propôs uma série de critérios semelhantes, porém mais simples de serem avaliados, os quais incluem: glicemia de jejum, pressão arterial sistólica (PAS), circunferência de cintura (CC), triglicerídeos e high-density lipoprotein (HDL), facilitando o uso clínico. Ainda surgiram outras definições, tais como as da American Association Of Clinical Endocrinologists (AACE)55 Einhorn D, Reaven GM, Cobin RH, et al. American College of Endocrinology position statement on the insulin resistance syndrome. Endocr Pract 2003;9(03):237-252 e do Europoean Group for the Study of Insulin Resistance (EGIR),66 Balkau B, Charles MA, Drivsholm T, et al; European Group For The StudyOf InsulinResistance (EGIR). Frequencyof theWHOmetabolic syndrome in European cohorts, and an alternative definition of na insulin resistancesyndrome. DiabetesMetab2002;28(05):364-376 mas a da OMS e a do NCEP são as mais utilizadas.

A síndrome metabólica é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, normalmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina, e deve ser destacada a sua importância do ponto de vista epidemiológico, já que é responsável pelo aumento da mortalidade cardiovascular estimada em 2,5 vezes.77 Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010. 3a ed. Itapevi,SP: AC Farmacêutica; 2009 Além disso, as pesquisas recentes têm apontado que essas alterações metabólicas talvez também possam influenciar o aumento da incidência e da progressão da OA.22 Farnaghi S, Crawford R, Xiao Y, Prasadam I. Cholesterol metabolism in pathogenesis of osteoarthritis disease. Int J Rheum Dis 2017;20(02):131-140,88 Le Clanche S, Bonnefont-Rousselot D, Sari-Ali E, Rannou F, Borderie D. Inter-relations between osteoarthritis and metabolic syndrome: A common link? Biochimie 2016;121:238-252,99 Courties A, SellamJ, BerenbaumF.Metabolic syndrome-associated osteoarthritis. Curr Opin Rheumatol 2017;29(02):214-222

Neste sentido, a literatura destaca que os possíveis mecanismos patogênicos em comum entre as doenças osteoarticulares e as doenças metabólicas são a inflamação de baixo grau relacionada ao tecido adiposo e o estresse oxidativo.1010 Grundy SM, Cleeman JI, Daniels SR, et al; Diagnosis and management of the metabolic syndrome: an American Heart Association/National Heart, Lung, and Blood Institute Scientific Statement. Circulation 2005;112(17):2735-2752

11 Findlay DM. Vascular pathology and osteoarthritis. Rheumatology (Oxford) 2007;46(12):1763-1768

12 RedonJ, Cifkova R, Laurent S, et al; ScientificCouncil of theEuropean Society of Hypertension. Themetabolic syndrome in hypertension: European society of hypertension position statement. J Hypertens 2008;26(10):1891-1900
-1313 Carnevale Schianca GP, Fra GP, SteffaniniM, et al. Impaired glucose metabolism in hypertensive patients with/without the metabolic syndrome. Eur J Intern Med 2014;25(05):477-481 Alguns pesquisadores apontam que esses mecanismos parecem ter efeitos sistêmicos diretos sobre a articulação e poderiam danificar a cartilagem, o osso, e o tecido sinovial, independente do excesso de peso.1414 Sellam J, BerenbaumF. Is osteoarthritis ametabolic disease? Joint Bone Spine 2013;80(06):568-573

15 Sun AR, Friis T, Sekar S, Crawford R, Xiao Y, Prasadam I. Is synovial macrophage activation the inflammatory link between obesity and osteoarthritis? Curr Rheumatol Rep 2016;18(09):57
-1616 Schett G, Kleyer A, Perricone C, et al. Diabetes is an independent predictor for severe osteoarthritis: results from a longitudinal cohort study. Diabetes Care 2013;36(02):403-409

Tais danificações, decorrentes da OA, afetam milhões de pessoas e apresentam como características principais a dor, a rigidez articular, e o declínio da funcionalidade, como, por exemplo, prejuízo na execução das atividades de vida diária (AVD).1717 Marques CDL, Duarte ALB. A importância do reconhecimento de comorbidades em pacientes com osteoartrite. Temas Reumatol 2011;12(01):3-6 As pesquisas destacam também que sua incidência aumenta com o avanço da idade, particularmente em indivíduos com mais de 60 anos.99 Courties A, SellamJ, BerenbaumF.Metabolic syndrome-associated osteoarthritis. Curr Opin Rheumatol 2017;29(02):214-222,1414 Sellam J, BerenbaumF. Is osteoarthritis ametabolic disease? Joint Bone Spine 2013;80(06):568-573

15 Sun AR, Friis T, Sekar S, Crawford R, Xiao Y, Prasadam I. Is synovial macrophage activation the inflammatory link between obesity and osteoarthritis? Curr Rheumatol Rep 2016;18(09):57

16 Schett G, Kleyer A, Perricone C, et al. Diabetes is an independent predictor for severe osteoarthritis: results from a longitudinal cohort study. Diabetes Care 2013;36(02):403-409
-1717 Marques CDL, Duarte ALB. A importância do reconhecimento de comorbidades em pacientes com osteoartrite. Temas Reumatol 2011;12(01):3-6

Visto as alterações na composição corporal durante o processo de envelhecimento e diante da importância da OA como fator de comprometimento funcional e da SM como fator de risco para doenças cardiovasculares, o presente estudo objetivou analisar a associação entre OA de joelho e SM em pacientes idosos não institucionalizados. E, considerando a escassez de estudos dessa natureza, principalmente com essa população, a presente pesquisa faz-se necessária inclusive para direcionar futuras políticas públicas na saúde do idoso.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa transversal, aleatorizada, extraída de um estudo probabilístico por conglomerado, intitulado “Análise Comparativa do Perfil Epidemiológico de Idosos de uma Comunidade: um Estudo de Coorte”.

A amostra se deu por sorteio aleatório, através de cálculo amostral, de 416 indivíduos entre os 820 cadastrados na Unidade de Saúde da Família (USF) do Jardim Camanducaia/Amparo, SP. Foram incluídos sujeitos nascidos até o ano 1948, residentes em Amparo, cadastrados nesta USF e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos os idosos com deficiências físicas e/ou cognitivas severas (descritos nos registros médicos) e aqueles que não concluíram as etapas do estudo; 56.25% dos sujeitos não concluíram todas as etapas, logo a amostra final foi de 182 pacientes idosos.

Primeiramente aplicou-se de um questionário com dados sociodemográficos, antropométricos e condições de saúde. Posteriormente, realizou-se um raio-X de incidência anteroposterior de ambos os joelhos, e, por fim, foram colhidas amostras de sangue para análise laboratorial da glicemia de jejum e perfil lipídico – todos os indivíduos foram orientados a realizar jejum de 12 horas antes da coleta.

O diagnóstico para OA considerou a escala de KellgrLawrence (KL ≥ 2),1818 Kellgren JH, Lawrence JS. The Epidemiology of Chronic Rheumatism: Atlas of Standard Radiographs of Arthritis. Oxford: Blackwell Scientific; 1963 e para SM adotaram-se os critérios do NCEP,44 Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, And Treatment of High Blood Cholesterol In Adults (Adult Treatment Panel III). JAMA 2001;285(19):2486-2497 o qual determina a presença de pelo menos 3 dos 5 fatores (ou uso de medicação): obesidade abdominal (circumferência da cintura [CC] >102 cm e 88 cm para homens e mulheres respectivamente) ou central (índice de massa corpórea [IMC] > 30 Kg/m2), hipertrigliceridemia ( > 150 mg/dL), baixos níveis de colesterol HDL (< 35 mg/dL e 45 mg/dL para homens e mulheres respectivamente), hipertensão arterial sistêmica (> 130 × 85 mmHg) e glicemia de jejum elevada (> 100 mg/dL.).

O trabalho de campo foi realizado entre os anos de 2013 e 2014, por 3 pesquisadoras treinadas pela pesquisadora principal; o exame radiográfico foi realizado em uma clínica conveniada à prefeitura e os exames de sangue foram colhidos na USF e analisados pelo laboratório municipal.

Foi realizada uma análise exploratória de dados através de medidas resumo (média, desvio padrão, mínimo, mediana, máximo, frequência e porcentagem). A concordância entre os avaliadores foi verificada através do coeficiente Kappa. A comparação entre os grupos com e sem OA foi realizada através dos testes de Mann-Whitney ou Qui-quadrado, e a influência dos componentes da SM na OA foi avaliada através da regressão logística; no modelo múltiplo, o critério de variáveis usado foi o stepwise. O nível de significância adotado foi de 5%.

O protocolo de pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da nossa instituição sob o número no 387.026.

Resultados

A Tabela 1 mostra uma maior proporção de idosos do sexo feminino (57,1%), com média de idade de 73,0 ± 5,6 anos e média de IMC de 27,9 ± 4,8 kg/m2.

Tabela 1
Classificação dos idosos de acordo com gênero, idade e índice de massa corpórea

A Figura 1 apresenta a proporção de idosos diagnosticados ou não com SM e a Figura 2 apresenta a proporção de idosos em relação ao número de componentes metabólicos acumulados na presença ou ausência da OA. Não houve associação significativa entre OA e o acúmulo de componentes (p = 0,6320), porém a maioria dos sujeitos com OA apresentou de 2 a 4 componentes.

Fig. 1
Proporção de idosos diagnosticados ou não com síndrome metabólica de acordo com o National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (ncep-atp iii).

Fig. 2
Associação da osteoartrite de joelho com o número de componentes metabólicos em idosos.

A Tabela 2 apresenta a associação da OA com idade, gênero e os componentes da SM, sendo que a concordância entre os avaliadores para o diagnóstico da OA foi substancial para ambos os joelhos (coeficiente de Kappa direito = 0,7459 e esquerdo = 0,7527). Foi encontrada relação da OA com CC (Valor de p < 0,0001).

Tabela 2
Associação da osteoartrite de joelho com idade, gênero e os componentes metabólicos em idosos

A Tabela 3 apresenta a associação entre presença ou ausência de SM com a presença ou ausência de OA. Não houve associação significativa (p > 0,05).

Tabela 3
Associação entre osteoartrite de joelho e síndrome metabólica em idosos

A Tabela 4 apresenta a influência da SM na OA. Verificou-se associação significativa da CC com a OA (p < 0,0001). E, através de análise múltipla, evidenciou-se que o aumento de 1 centímetro na CC aumenta em 3,5 vezes a chance de OA (OR = 3,524; IC95% = 1,794–6,921).

Tabela 4
Razão de chances da influência dos componentes metabólicos na osteoartrite de joelho em idosos

Discussão

O presente estudo avaliou a associação entre OA de joelho e SM em pacientes idosos da comunidade, e os principais resultados mostram associação da OA radiográfica de joelho com aumento da CC. Os sujeitos com OA apresentavam ainda as maiores idades, maiores níveis de IMC, maiores medidas de CC, maiores valores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e maiores níveis de triglicérides.

O primeiro grande estudo responsável por investigar essa associação (OA x SM) foi realizado em 2007, por Schett et al.1616 Schett G, Kleyer A, Perricone C, et al. Diabetes is an independent predictor for severe osteoarthritis: results from a longitudinal cohort study. Diabetes Care 2013;36(02):403-409 Os pesquisadores acompanharam por mais de 20 anos 927 homens e mulheres com idade entre 40 e 80 anos. Os resultados mostraram taxas de artroplastia de joelho ou quadril decorrente de OA duas vezes maiores em pacientes com diabetes mellitus (DM) tipo 2, correlação entre o risco de artroplastia com a duração da diabetes e maiores níveis de inflamação sinovial e dor nos diabéticos. Esses dados reforçaram a hipótese da influência de componentes metabólicos na patogênese da OA.

Seguindo o mesmo caminho, Dahaghin et al.1919 Dahaghin S, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW, Hazes JM, Pols HA. Do metabolic factors add to the effect of overweight on hand osteoarthritis? The RotterdamStudy. Ann RheumDis 2007;66(07):916-920 encontraram uma taxa duas vezes maior de OA de mão em pacientes diabéticos comparados com os não-diabéticos, evidenciando que a patogênese da OA independe de peso e sobrecarga.

Embora DM e OA não tenham apresentado associação estatisticamente significativa no presente estudo, outros autores observaram que a DM foi preditora de redução do espaço articular em homens com OA estabelecida de joelho2020 Eymard F, Parsons C, EdwardsMH, et al. Diabetes is a risk factor for knee osteoarthritis progression. Osteoarthritis Cartilage 2015;23(06):851-859 e maior degradação articular em sujeitos diabéticos.2121 Jungmann PM, Kraus MS, Alizai H, et al. Association of metabolic risk factors with cartilage degradation assessed by T2 relaxation time at the knee: data from the osteoarthritis initiative. Arthritis Care Res (Hoboken) 2013;65(12):1942-1950 Além disso, um modelo experimental2222 Atayde SA, Yoshinari NH, Nascimento DP, et al. Experimental diabetes modulates collagen remodelling of joints in rats. Histol Histopathol 2012;27(11):1471-1479 demonstrou que ratos diabéticos apresentavam maior nível de glicose no sangue, diminuição das fibras de colágeno e proteoglicanos nos ligamentos e na cartilagem articular, e aumento do colágeno no tecido sinovial em comparação com ratos de controle, evidenciando a influência da DM na remodelação estrutural.

Em condições normais, o líquido sinovial humano contém baixas concentrações de colesterol comparadas aos níveis plasmáticos;2323 Oliviero F, Lo Nigro A, Bernardi D, et al. A comparative study of serum and synovial fluid lipoprotein levels in patients with various arthritides. Clin Chim Acta 2012;413(1-2):303-307 no entanto, na presença de inflamação esses valores mostram-se elevados. Modelos animais2424 Gierman LM, van der Ham F, Koudijs A, et al. Metabolic stressinduced inflammation plays a major role in the development of osteoarthritis in mice. Arthritis Rheum 2012;64(04):1172-1181 têm mostrado associações entre dietas ricas em gordura com aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias no líquido sinovial, formação de osteófitos e degradação da cartilagem articular, independente do peso corporal; e que a diminuição dos níveis de colesterol poderia minimizar esses efeitos.

Todavia, apesar de alguns autores relatarem uma ligação positiva entre hipercolesterolemia2525 Yasuda E, Nakamura R, Matsugi R, et al. Association between the severity of symptomatic knee osteoarthritis and cumulative metabolic factors. Aging Clin Exp Res 2018;30(05):481-488

26 Maddah S, Mahdizadeh J. Association of metabolic syndrome and its components with knee osteoarthritis. Acta Med Iran 2015;53(12):743-748
-2727 Han CD, Yang IH, Lee WS, Park YJ, Park KK. Correlation between metabolic syndrome and knee osteoarthritis: data from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES). BMC Public Health 2013;13:603 e OA, o presente estudo, assim como o de Eymard et al.,2020 Eymard F, Parsons C, EdwardsMH, et al. Diabetes is a risk factor for knee osteoarthritis progression. Osteoarthritis Cartilage 2015;23(06):851-859 mostraram uma correlação não significativa.

Em relação à HAS, pesquisas recentes1313 Carnevale Schianca GP, Fra GP, SteffaniniM, et al. Impaired glucose metabolism in hypertensive patients with/without the metabolic syndrome. Eur J Intern Med 2014;25(05):477-481,2525 Yasuda E, Nakamura R, Matsugi R, et al. Association between the severity of symptomatic knee osteoarthritis and cumulative metabolic factors. Aging Clin Exp Res 2018;30(05):481-488

26 Maddah S, Mahdizadeh J. Association of metabolic syndrome and its components with knee osteoarthritis. Acta Med Iran 2015;53(12):743-748
-2727 Han CD, Yang IH, Lee WS, Park YJ, Park KK. Correlation between metabolic syndrome and knee osteoarthritis: data from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES). BMC Public Health 2013;13:603 apontam altos níveis de HAS nos sujeitos com OA, tal qual o estudo realizado por Jungmann et al.2121 Jungmann PM, Kraus MS, Alizai H, et al. Association of metabolic risk factors with cartilage degradation assessed by T2 relaxation time at the knee: data from the osteoarthritis initiative. Arthritis Care Res (Hoboken) 2013;65(12):1942-1950 Neste estudo, os autores encontraram, em uma amostra de 1.000 pacientes com OA de quadril, uma taxa de prevalência de HAS e/ou doença cardiovascular (DCV) de 55%.

Essa relação entre HAS e desgaste articular pode ser explicada partindo do ponto de a cartilagem ser um tecido avascular. Logo, o comprometimento no fluxo sanguíneo interfere negativamente nas trocas entre nutrientes e oxigênio ocasionando maior degeneração na cartilagem.1111 Findlay DM. Vascular pathology and osteoarthritis. Rheumatology (Oxford) 2007;46(12):1763-1768

Para Redon et al.,1212 RedonJ, Cifkova R, Laurent S, et al; ScientificCouncil of theEuropean Society of Hypertension. Themetabolic syndrome in hypertension: European society of hypertension position statement. J Hypertens 2008;26(10):1891-1900 a taxa de prevalência de HAS foi significativamente maior em pacientes com SM. O autor destacou também que em sujeitos hipertensos o risco de vir a desenvolver SM foi maior quando comparado com a população sem elevação pressórica. Em outro estudo com quase 1.400 hipertensos,1313 Carnevale Schianca GP, Fra GP, SteffaniniM, et al. Impaired glucose metabolism in hypertensive patients with/without the metabolic syndrome. Eur J Intern Med 2014;25(05):477-481 50% deles apresentaram comprometimento do metabolismo da glicose e SM associada, além de risco cardiovascular significativamente maior.

A presente pesquisa encontrou resultados de prevalência semelhantes à literatura, visto que no grupo com OA, 86,8% dos idosos apresentaram HAS. Mas, apesar de essa associação já ter sido relatada por alguns autores,2121 Jungmann PM, Kraus MS, Alizai H, et al. Association of metabolic risk factors with cartilage degradation assessed by T2 relaxation time at the knee: data from the osteoarthritis initiative. Arthritis Care Res (Hoboken) 2013;65(12):1942-1950,2828 Niu J, ClancyM, Aliabadi P, Vasan R, Felson DT.Metabolic syndrome, its components, and knee osteoarthritis: the Framinghamosteoarthritis study. Arthritis Rheumatol 2017;69(06):1194-1203 HAS e OA não se associaram significativamente neste estudo. Yasuda et al.,2525 Yasuda E, Nakamura R, Matsugi R, et al. Association between the severity of symptomatic knee osteoarthritis and cumulative metabolic factors. Aging Clin Exp Res 2018;30(05):481-488 por sua vez, encontraram associação de HAS com a sintomatologia da OA, porém não com sua gravidade e progressão radiológica.

A literatura também ressalta a associação da CC com OA. Maddah et al.2626 Maddah S, Mahdizadeh J. Association of metabolic syndrome and its components with knee osteoarthritis. Acta Med Iran 2015;53(12):743-748 avaliaram a associação entre OA e SM e encontraram associação significativa entre CC e risco de OA. Para Eymard et al.2020 Eymard F, Parsons C, EdwardsMH, et al. Diabetes is a risk factor for knee osteoarthritis progression. Osteoarthritis Cartilage 2015;23(06):851-859 e Shin,2929 Shin D. Association between metabolic syndrome, radiographic knee osteoarthritis, and intensity of knee pain: results of a national survey. J Clin Endocrinol Metab 2014;99(09):3177-3183 essa associação representou um aumento na gravidade dos sintomas, e, para Jungmann et al.,2121 Jungmann PM, Kraus MS, Alizai H, et al. Association of metabolic risk factors with cartilage degradation assessed by T2 relaxation time at the knee: data from the osteoarthritis initiative. Arthritis Care Res (Hoboken) 2013;65(12):1942-1950 Han et al.2727 Han CD, Yang IH, Lee WS, Park YJ, Park KK. Correlation between metabolic syndrome and knee osteoarthritis: data from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES). BMC Public Health 2013;13:603 e Niu et al.,2828 Niu J, ClancyM, Aliabadi P, Vasan R, Felson DT.Metabolic syndrome, its components, and knee osteoarthritis: the Framinghamosteoarthritis study. Arthritis Rheumatol 2017;69(06):1194-1203 ela traduziu um aumento na incidência de OA radiográfica. Assim como a referida literatura, a presente pesquisa encontrou associação entre aumento de CC e aumento de chance de OA.

Para Niu2828 Niu J, ClancyM, Aliabadi P, Vasan R, Felson DT.Metabolic syndrome, its components, and knee osteoarthritis: the Framinghamosteoarthritis study. Arthritis Rheumatol 2017;69(06):1194-1203 e Shin,2929 Shin D. Association between metabolic syndrome, radiographic knee osteoarthritis, and intensity of knee pain: results of a national survey. J Clin Endocrinol Metab 2014;99(09):3177-3183 o acúmulo de componentes metabólicos representou maior incidência de OA, mas, contrariando esses achados, o presente estudo não encontrou associação significativa entre eles.

Nesta pesquisa, curiosamente, dentre os idosos com OA, apenas 7,5% apresentavam todos os 5 componentes da SM. Essa baixa prevalência de sujeitos com maior comprometimento metabólico pode ser explicada pela associação entre idade, multimorbidade e comprometimento funcional.3030 Chi WC, Wolff J, Greer R, Dy S. Multimorbidity and decisionmaking preferences among older adults. Ann Fam Med 2017;15(06):546-551,3131 Yarnall AJ, Sayer AA, Clegg A, Rockwood K, Parker S, Hindle JV. Newhorizons in multimorbidity in older adults. Age Ageing 2017;46(06):882-888 Esses fatores associados elevam a sintomatologia da OA e, neste caso, parecem ter dificultado o deslocamento dos participantes até os locais de coleta de exames.2525 Yasuda E, Nakamura R, Matsugi R, et al. Association between the severity of symptomatic knee osteoarthritis and cumulative metabolic factors. Aging Clin Exp Res 2018;30(05):481-488,2929 Shin D. Association between metabolic syndrome, radiographic knee osteoarthritis, and intensity of knee pain: results of a national survey. J Clin Endocrinol Metab 2014;99(09):3177-3183

E, apesar de o envolvimento dos fatores metabólicos na etiologia da OA ser apoiado tanto por estudos epidemiológicos quanto por dados experimentais, alguns autores não encontraram associação significativa entre OA e SM,2020 Eymard F, Parsons C, EdwardsMH, et al. Diabetes is a risk factor for knee osteoarthritis progression. Osteoarthritis Cartilage 2015;23(06):851-859,2525 Yasuda E, Nakamura R, Matsugi R, et al. Association between the severity of symptomatic knee osteoarthritis and cumulative metabolic factors. Aging Clin Exp Res 2018;30(05):481-488 tal qual a presente pesquisa. Em contrapartida, Jungmann et al.2121 Jungmann PM, Kraus MS, Alizai H, et al. Association of metabolic risk factors with cartilage degradation assessed by T2 relaxation time at the knee: data from the osteoarthritis initiative. Arthritis Care Res (Hoboken) 2013;65(12):1942-1950 relataram que a OA aumentou a probabilidade de SM em mulheres, e Han et al.2727 Han CD, Yang IH, Lee WS, Park YJ, Park KK. Correlation between metabolic syndrome and knee osteoarthritis: data from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES). BMC Public Health 2013;13:603 e Shin2929 Shin D. Association between metabolic syndrome, radiographic knee osteoarthritis, and intensity of knee pain: results of a national survey. J Clin Endocrinol Metab 2014;99(09):3177-3183 observaram que a SM aumentou a probabilidade de OA. Entretanto, essa correlação não se manteve significativa na maioria dos estudos após ajustes dos fatores confusão,2727 Han CD, Yang IH, Lee WS, Park YJ, Park KK. Correlation between metabolic syndrome and knee osteoarthritis: data from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES). BMC Public Health 2013;13:603

28 Niu J, ClancyM, Aliabadi P, Vasan R, Felson DT.Metabolic syndrome, its components, and knee osteoarthritis: the Framinghamosteoarthritis study. Arthritis Rheumatol 2017;69(06):1194-1203
-2929 Shin D. Association between metabolic syndrome, radiographic knee osteoarthritis, and intensity of knee pain: results of a national survey. J Clin Endocrinol Metab 2014;99(09):3177-3183 tais como peso e IMC.

As discrepâncias nos resultados podem decorrer das diferenças amostrais - diferentes etnias e média de idade, e da falta de padronização dos critérios diagnósticos para OA e SM.

Dentre as limitações do estudo destacam-se: amostra composta por indivíduos de uma única região de um município, o que não implica em generalizações populacional; não consideração dos dados sociodemográficos; não consideração dos valores reais de cada componente da SM - sendo destacado apenas se o componente estava ou não alterado; deslocamento dos sujeitos - pode ter excluído sujeitos com maiores comprometimentos; e transversalidade do estudo - impede a avaliação de relações diretas de causalidade entre as variáveis estudadas.

Embora não tenha sido encontrada relação entre SM e OA de joelho, são necessárias pesquisas semelhantes, principalmente longitudinais, em outros municípios brasileiros tanto com idosos da comunidade quanto com idosos institucionalizados, para que se possa acompanhar além da evolução das doenças, o nível de funcionalidade dos idosos e as implicações destas variáveis na saúde dos idosos. Investigações sobre as ações e influências das vias metabólicas na patogênese da OA também poderiam abrir uma nova avenida terapêutica e auxiliar na promoção de saúde desta população.

Conclusão

Conclui-se que apesar de a SM não se associar significativamente com OA de joelho, a medida da CC acima dos limites estabelecidos pela OMS está associada a maior chance de OA de joelho e aumenta a chance de SM em idosos não institucionalizados.

  • *
    Trabalho desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Agradecimentos

Aos pesquisadores que contribuíram com a coleta e interpretação de dados e aos profissionais de saúde que participaram da pesquisa.

À Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) [1741/2016; 3372/2017; 4588/2018], que nos deu apoio financeiro para realização deste trabalho.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    May-Jun 2020

Histórico

  • Recebido
    10 Out 2018
  • Aceito
    19 Mar 2019
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