Editorial
Muito vem se falando sobre a globalização da economia, e as recentes privatizações de grandes empresas estatais demonstram que o governo brasileiro é partidário e defensor dessa globalização. Como é regra, há os que são a favor e os que são contra a abertura da economia brasileira. O mesmo não ocorre na ciência, onde todos defendem o axioma de que o conhecimento científico é universal. Este discurso está na boca dos políticos e dos cientistas, quaisquer que sejam suas concepções políticas. Por que então as instituições federais de ensino superior continuam impedidas de contratarem professores estrangeiros? Só a economia é internacional? Ensino e ciência são reservas de mercado?
Diz-se que só falta o poder legislativo regulamentar a lei dos estrangeiros. O fato é que professores foram aprovados por concurso e não podem ser contratados porque são estrangeiros. Os concursos começam a perder sua validade (se já não a perderam). A situação torna-se mais esdrúxula com o acordo assinado entre a FAPESP e a instituição alemã DAAD, que facilita a vin da de cientistas alemães para as universidades paulistas. Por que a filosofia do governo de São Paulo é diferente da do governo federal, ainda mais quando se trata do mesmo partido político?
Parece-nos que é chegado o momento de também as universidades brasileiras se globalizarem e atrairem, sem restrições, os melhores cérebros, sem distinção de nacionalidade.
Angelo da Cunha Pinto
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
01 Dez 2010 -
Data do Fascículo
1997