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Viver saudável em tempos de Aids: a complexidade e a interdisciplinaridade no contexto da prevenção da infecção pelo HIV

RESUMO

Viver saudável em tempos de Aids: a complexidade e a interdisciplinaridade no contexto da prevenção da infecção pelo HIV

Orientadora: Dra. Alacoque Lorenzini Erdmann

Meirelles BHS. Viver saudável em tempos de Aids: a complexidade e a interdisciplinaridade no contexto da prevenção da infecção pelo HIV [tese]. Florianópolis (SC): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFSC; 2003.

Estudo qualitativo que objetivou a construção de um referencial filosófico-conceitual, com enfoque educativo e interdisciplinar, norteado pelo olhar da complexidade, para a consciência responsável na adoção de atitudes que assegurem a promoção da saúde através da prevenção da infecção pelo HIV. A epidemia de Aids é por nós assumida como um problema complexo, sendo que as ações de prevenção à infecção pelo HIV devem envolver todos os setores da sociedade e outras disciplinas, que não as típicas da saúde, a fim de melhorar as condições de educação e de vida da população para um viver saudável. Neste sentido, buscamos refletir criticamente e de forma dialógica com diversos atores sociais, incluindo profissionais de saúde, membros de instituições públicas e privadas, sociedade civil organizada, pessoas que vivem com HIV/Aids e seus familiares a respeito de práticas saudáveis de viver. Realizamos vinte e sete entrevistas envolvendo estes atores sociais, selecionados através de critérios preestabelecidos. A definição do número de sujeitos do estudo nos exigiu um reconhecimento prévio da realidade, na qual buscamos identificar a rede de relações/serviços que contribui na prevenção da transmissão do HIV/Aids em nossa sociedade. Nesta etapa identificamos os subsistemas/células importantes no desenvolvimento de ações de promoção da saúde relacionadas à prevenção da transmissão do HIV/Aids, com a possibilidade de identificação dos projetos e ações desenvolvidos de interesse para esta pesquisa e de abrangência para o Estado de Santa Catarina. Utilizamos um roteiro com questões abertas que nortearam os diálogos, tais como: a conceitualização de ser saudável, de promoção da saúde, de políticas públicas para a saúde, da prevenção da Aids; experiências e vivências dos membros quanto à temática, bem como possíveis proposições a respeito. Utilizamos a análise descritiva e interpretativa dos dados. As unidades de sentido identificadas nos levaram às categorias emergentes que contribuíram na formulação do referencial filosófico-conceitual proposto, no qual abordamos o viver saudável, o risco e a vulnerabilidade no contexto da epidemia de Aids, a definição de políticas públicas para o viver saudável, o desenvolvimento de competências dos serviços de saúde, a construção de redes e parcerias, a educação como possibilidade de mudanças e desenvolvimento de competências, a singularidade dos sujeitos e aptidões pessoais para o viver saudável e a busca do entendimento das contradições presentes na sociedade. Os elementos essenciais para o sucesso das ações de prevenção da infecção pelo HIV: acesso à informação e educação, disponibilidade de serviços sociais e de saúde eficazes, e ambiente social adequado a eliminar barreiras e promover mudanças exigem envolvimento e participação de diversos atores e setores da sociedade para o seu alcance. Diante da complexidade da realidade social apresentada, concluímos que devemos avançar no sentido de compreender formas de agir que possam novamente religar os conhecimentos e a ação dos diversos setores da sociedade, principalmente do setor saúde. O conhecimento necessário para o enfrentamento deste problema de saúde, a epidemia de Aids, não está pronto, mas em constante construção nesta dinâmica sociedade na qual vivemos, o que nos exige ações contínuas.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Mar 2009
  • Data do Fascículo
    Mar 2005
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