Fatores derivados dos laboratórios intra-hospitalares que provocam estresse nos estudantes de enfermagem

Resumos

Quantitative, correlation cross-sectional study with descriptive analysis, whose objective was to assess the factors derived from the intra-hospitable laboratories that affect the stress appearance in Infirmary students. The sample consisted of 129 students, which voluntarily acceded to answer questionnaires Evaluative Scale de Hamilton for the Anxiety, validated in 2003, and Questionnaire KEZKAK, both adapted by the investigating group. The obtained data was processed through Microsoft Excel program, appearing: the 100% of the students presented Stress. From the manifestations of Stress, the tensional anxiety and insomnia appear with the biggest percentages. From the Stress producing Factors, in Student's competitions: "having errors on its work and harming the patient", and in the Educational "receiving contradictory orders" are the ones that present greater frequency of intensity, being the Educational factor the preponderant in the appearance of stress. One concludes that is necessary to adapt the educational positions of a guardian in the clinical practices given greater emphasis to the support that will have to be lend to student, with the purpose of diminishing stress an favoring the learning.

stress; students, nursing; laboratories, hospital

Estudio transversal, cuantitativo, correlacional con análisis descriptivo, cuyo objetivo fue conocer los factores derivados de los laboratorios intrahospitalarios que inciden en la aparición de estrés en 129 estudiantes de Enfermería, que contestaron los cuestionarios Escala Hamilton y KEZKAK. Los datos fueron procesados con el programa Microsoft Excel, según los resultados: el 100% presenta Estrés. Ansiedad, tensión e insomnio, aparecen con mayor porcentaje. Los Factores Competencias del alumno: "cometer errores en su trabajo y perjudicar al paciente", y en Docente: "recibir ordenes contradictorias" son los que presentan mayor frecuencia, siendo el Docente el predominante en la aparición de estrés. Se concluye que es necesario adecuar las tutorías docentes en las prácticas clínicas, dando mayor énfasis al apoyo que deberá prestarse al alumno, con el fin de disminuir el estrés y favorecer el aprendizaje.

estrés; estudiantes de enfermería; laboratorios de hospital

ARTIGO ORIGINAL

Fatores derivados dos laboratórios intra-hospitalares que provocam estresse nos estudantes de enfermagem

Liliana Basso Musso^I; Bárbara Ardiles Vargas^II; Milenca Bernal Torres^II; María José Canovas del Canto^II; Catherin González Meléndez^II; María Francisca Kroff Balloqui^II; Angélica Soto Cornejo^II

Universidade de Valparaíso, Chile

^IEnfermeira, Mestre em Filosofia, Professor Adjunto, e-mail: [e-mail]

^IIDoutorando em Enfermagem, e-mail: [e-mail]

RESUMO

Estudo transversal, quantitativo, de correlação com análise descritiva, que teve como objetivo conhecer os fatores derivados dos laboratórios intra-hospitalares que incidem na aparição de estresse em 129 estudantes de Enfermagem, que responderam os questionários Escala Hamilton e KEZKAK. Os dados foram processados no programa Microsoft Excel, aparecendo: que 100% apresentam estresse. A ansiedade, tensão e insônia aparecem com maior percentagem. Os Fatores Competências do aluno: "cometer erros no seu trabalho e prejudicar o paciente", e em Docente: "receber ordens contraditórias" são os que apresentam maior freqüência, sendo o Docente o preponderante na aparição do estresse. Conclui-se que é necessário adequar as tutorias docentes às práticas clínicas, dando maior ênfase ao apoio que deverá ser oferecido ao aluno, com a finalidade de diminuir o estresse e favorecer o aprendizado.

Descritores: estresse; estudantes de enfermagem; laboratórios de hospital

INTRODUÇÃO

O esquema de funcionamento social baseia-se em assumir responsabilidades e cumprir exigências, porém, existem pessoas que têm dificuldades para adaptar-se a estas exigências, surgindo nelas uma condição conhecida como "Estresse". O Estresse serve de motivação para a superação de obstáculos, porém, a presença continuada de um fator de estresse pode esgotar as energias de um sujeito, fazendo com que este se sinta sobre exigido, interferindo na sua qualidade de vida e na conquista das suas metas⁽¹⁾. O Estresse no ambiente universitário pode-se definir como as reações físicas e emocionais que ocorrem quando as exigências curriculares excedem as capacidades, os recursos ou as necessidades do estudante.

Dentro dos fatores de estresse que se destacam dentro do sistema curricular universitário, podemos mencionar, entre outros: professores, avaliações, grade curricular, exigências acadêmicas e atividades práticas ou laboratórios.

Os estudantes universitários, geralmente apresentam Estresse, o que é mais marcante em determinados momentos, como em épocas de provas e exames, ao enfrentar certas situações; como por exemplo, ser examinado por um professor que possua determinadas características que levem o estudante a sentir-se pressionado ou nervoso⁽²⁾. Nestas situações podemos perceber um grande incremento do nível de Estresse, quando o estudante além de estudar, deve trabalhar ou apresenta situações pessoais que causam estresse, como pressões diretas ou indiretas por parte da família em relação ao sucesso ou fracasso⁽³⁾.

Estima-se que aproximadamente 25% dos universitários apresentam Estresse. Dentro da Universidade, os jovens se vêm enfrentados a um mundo novo, encontrando-se com maiores exigências. Esta situação ficou evidente em recentes estudos realizados em nosso país, onde as atenções psicológicas aumentaram de 20% a 58% em alguns centros universitários. Cabe destacar, que o maior índice de Estresse é apresentado nos cursos da área da saúde, de acordo a estudos realizados na Universidade Austral do Chile no ano de 2004. Os resultados indicam que o curso de Enfermagem apresenta os índices mais elevados de Estresse⁽⁴⁾.

Os laboratórios clínicos são elementos fundamentais na formação dos estudantes de Enfermagem, aqui se lhes permite e exige aplicar os conhecimentos teóricos e desenvolver habilidades para prestar cuidados às pessoas. Porém, os alunos ao enfrentarem situações acadêmicas similares a outros grupos de estudantes, têm um maior grau de Estresse devido ao envolvimento em situações nas que se trabalha com pessoas, o que significa muito risco e responsabilidade.

A pressão das provas e exames, a falta de tempo, a responsabilidade do cuidado de pessoas e a pressão existente dentro dos Laboratórios Intra-hospitalares, poderiam ser algumas das razões que explicam este fenômeno nos estudantes de Enfermagem⁽⁵⁾. Apesar de não existirem estatísticas centralizadas, os números de varias universidades mostram que o Estresse e outros transtornos psicológicos entre esses estudantes, tem aumentado progressivamente nos últimos anos^(6-7).

De acordo a outros estudos realizados em Santiago, Chile, nas faculdades de Medicina da Universidade de Santiago de Chile e Universidade do Chile, dentro dos cursos da saúde, o curso de Enfermagem é o que manifesta o grau de Estresse mais alto. No mesmo estudo, se mencionou a disparidade do resultado entre o percebido pelos estudantes da Enfermagem e os dados obtidos pelas pesquisas aplicadas, destacando-se que de acordo a estas últimas, o fator que gera mais Estresse é o relacionado com o âmbito acadêmico (a pressão de tempo, a sobrecarga de tarefas e estudos, o tempo limitado para estudar e o horário de trabalho e/ou estudo), embora as percepções dos estudantes atribuam o maior estresse ao Docente (supervisão continua, reclamações constantes e críticas não justificadas)⁽⁸⁾.

Isto é importante e chama a atenção, pois são as principais queixas expressadas pelos estudantes, porém, no momento de avaliá-las não são percebidas como tão estressantes pelos mesmos. Sabe-se que quanto maior é a tensão frente a um fator de estresse é provável que a avaliação cognitiva que se faça desse fator de estresse seja menor e vice-versa, situação que de alguma maneira explicaria esse resultado⁽⁹⁾.

A grade curricular do curso de Enfermagem da Universidade de Valparaíso, contempla a aquisição de Competências através de uma formação teórica-prática⁽¹⁰⁾; esta inclui o desenvolvimento dos Laboratórios Intra-hospitalares, e de acordo com a percepção dos estudantes ao longo de gerações, destes Laboratórios, se originam, em maior quantidade, os fatores que geram Estresse neles.

Devido ao papel, cada vez mais importante, que a Enfermagem está adquirindo em relação à promoção da saúde e prevenção de doenças e, considerando que o Estresse é um fator de risco em grande número de doenças, se tem considerado de interesse realizar uma aproximação prática sobre os fatores geradores de Estresse e as suas manifestações nos estudantes de Enfermagem, que pode ser considerada uma população vulnerável⁽¹¹⁾.

Pretende-se através de uma pesquisa de tipo quantitativa, de correlação, com análise descritiva, de corte transversal, investigar a aparição do estresse, suas manifestações mais freqüentes e os fatores que incidem na sua aparição, nos estudantes universitários de 2^do e 3^er ano do curso de Enfermagem da Universidade de Valparaíso, durante os Laboratórios Intra-hospitalares das Disciplinas de Enfermagem do Adulto e Idosos II e III.

Como objetivo geral se propõe descrever os fatores derivados do Laboratório Intra-hospitalar que geram maior Estresse nos estudantes; tendo como objetivos específicos: -identificar a percentagem de estudantes, que apresentam Estresse durante os Laboratórios Intra-hospitalares; -identificar as principais manifestações de Estresse presentes; -identificar o principal "Fator do Laboratório Intra-hospitalar" que gera Estresse e -determinar o indicador que se apresenta com maior percentagem dentro de cada uma das dimensões Competências e Docente, definidas dentro da operacionalização das variáveis.

A variável dependente foi o Estresse, e as variáveis independentes os Fatores de Laboratórios Intra-hospitalares que poderiam influir no aparecimento do Estresse durante os laboratórios.

MATERIAL E MÉTODO

Pesquisa de tipo quantitativa, de correlação com análise descritiva, que teve como propósito descrever a existência de Estresse e de seus Fatores, derivados dos Laboratórios Intra-hospitalares que o causam, em 145 estudantes de 2º e 3er ano que estavam cursando as disciplinas profissionais de enfermagem no Curso de Enfermagem da Universidade de Valparaíso. Na seleção do universo se considerou que este grupo de estudantes é o mais vulnerável ao estresse, devido à participação nos primeiros laboratórios Intra-hospitalares do curso, pela etapa de vida em que se encontram e pela sobrecarga exigida pela grade curricular. Como critérios de exclusão aparecem: os estudantes que não desejam participar da pesquisa, estudantes ausentes no dia da aplicação do instrumento, estudantes que cursam pela segunda ou mais vezes a disciplina e estudantes que não apresentaram estresse segundo a Escala de Avaliação de Hamilton para a Ansiedade, modificada. A amostra ficou finalmente constituída por 129 estudantes, 65 do segundo ano e 64 do terceiro ano.

A variável dependente foi: - O Estresse definido como a resposta geral ou não específica do organismo a um fator de estresse ou situação estressante que é a causa do estresse, considerando as sub-dimensões: ansiedade, tensões, temores, insônia, ânimo deprimido e os sintomas somáticos: musculares, sensoriais, cardiovasculares, respiratórios, gastrointestinais, geniturinários e autônomos; considerou-se como indicador, a freqüência de ocorrência de estas situações, mensuradas no seguinte intervalo de intensidade: Nulo: 0; Leve:1; Moderado: 2; Intenso: 3; Muito intenso: 4.

As variáveis independentes:- Os Fatores de Laboratórios Intra-hospitalares que puderam influir no aparecimento de Estresse durante os laboratórios cujas dimensões foram:

- competências dos Estudantes, com o indicador Freqüência de ocorrência das seguintes situações:<Perg.1> Cometer um erro, <Perg.2> Sentir-se incapaz, <Perg.3> Furar-se com uma agulha infectada, <Perg.4> Ocasionar dano físico ao paciente, <Perg.5> Ocasionar um dano psicológico, <Perg.6> Confundir-se de medicamento, <Perg.7> Desconhecimento do que fazer em alguma situação, <Perg.8> Não saber resolver uma situação de urgência, <Perg.9> Ser afetado pelas emoções do paciente, <Perg.10> Ter que falar com o paciente sobre seu sofrimento, <Perg.11> Maus tratos por parte do paciente, <Perg.12> Não saber como responder às expectativas do paciente, <Perg.13> Dificuldade na interação, <Perg.14> Não ter afinidade com um paciente, <Perg.15> Ocasionar dor ao paciente, <Perg.16> Envolver-se emocionalmente.

As pontuações dos intervalos foram: Nunca: 0; Em ocasiões: 1; Frequentemente: 2; Sempre: 3.

- docente Guia, com as sub-dimensões: 1-.Supervisão que considera os indicadores: <Perg. 17> Sobrecarga de atividades dadas ao aluno, <Perg.18> Critério da docente ao distribuir os pacientes, <Perg.19> Dar ordens contraditórias, <Perg.21> Exigências de rendimento, <Perg.22> Supervisão constante. 2-.Disponibilidade, com o indicador: <Perg.20> Ausência do docente. 3-.Conduta, com os indicadores: <Perg.23> Conduta pessoal, <Perg.24> Reação verbal, <Perg.25> Forma de chamar a atenção e <Perg.26> Forma de expressar uma opinião sobre o aluno.

Foram avaliados segundo a freqüência de ocorrência de seguinte forma: -Nunca: 0; -Em ocasiões: 1; -Freqüentemente: 2; -Sempre: 3.

Para coletar dados se utilizaram dois instrumentos:

A Escala de Avaliação de Hamilton para a Ansiedade⁽¹²⁾ validada em 2003, permitiu mensurar os níveis de Estresse apresentados pelos estudantes durante os seus laboratórios Intra-hospitalares. Foi modificada pelos pesquisadores no referente ao modo de aplicação, isto devido aos dados não serem solicitados numa entrevista e sim por um questionário auto-administrado.

O Questionário Bilíngüe do Estresse dos Estudantes de Enfermagem nas Práticas Clínicas, KEZKAK, adaptado pelos pesquisadores para este estudo; o que permitiu avaliar a etiologia do Estresse nos estudantes baseado em dois Fatores geradores de estresse que são: Competências e Docente⁽¹³⁾. Consiste num questionário de 55 perguntas com quatro opções de resposta, que se agruparam para efeito da pesquisa nos seguintes 9 itens: Item 1: relacionado com o temor de prejudicar, ou de não poder ajudar o paciente ou a resultar prejudicado, são itens que estão relacionados com a falta de competência. Item 2: está relacionado a situações de contato com o sofrimento. Item 3: tem a ver com a relação com os docentes e companheiros. Item 4: tem a ver com sentir impotência e insegurança. Item 5: tem a ver com não controlar a relação com o enfermo. Item 6: relacionado com a implicação emocional, quer com o paciente, quer com o trabalho. Item 7: tem a ver com o fato de não ser bem tratado pelo doente e resultar prejudicado nessa relação. Item 8: está relacionado com as condutas do paciente que busca uma relação íntima com o estudante. Item 9: é sobre as situações de sobrecarga para do estudante.

Para efeitos desta pesquisa, se realizou uma modificação e reestruturação do instrumento KEZKAK, considerando os nove itens, porém considerando, somente aquelas perguntas mais relevantes e de acordo com a realidade dos Laboratórios Intra-hospitalares das disciplinas Adulto e Idosos II e III, do curso de Enfermagem da Universidade de Valparaíso, selecionando-se 26 perguntas que foram mostradas na definição das variáveis.

Os questionários foram administrados pelos pesquisadores a cada um dos cursos (2º e 3er ano) durante a terceira semana depois de haver iniciado seus respectivos laboratórios, numa sessão especialmente destinada para este evento.

Com referencia à confiabilidade dos instrumentos se obtém o seguinte:

Escala de Avaliação de Hamilton para a Ansiedade, modificada mostra um Alfa de Cronbach de 0,812. Este resultado significa que a consistência interna do instrumento é de alta confiabilidade, onde a pontuação do coeficiente Alfa de Cronbach varia de 0 a 1, significando 0 confiabilidade nula e 1 confiabilidade total.

Questionário KESKAK. Neste instrumento, por motivos de medição, foi necessário agrupar as perguntas de acordo como as dimensões Competências e Docente, estabelecidas na operacionalização das variáveis, Competências: perguntas 1 a 16, mostram um Alfa de Cronbach de 0,847 e Docente: perguntas 17 a 26, um Alfa de Cronbach de 0,847.

Como conclusão, os instrumentos utilizados para esta pesquisa, apresentam um intervalo de confiabilidade alta o que implica numa consistência interna, quer dizer que são altamente confiáveis.

A análise dos dados obtidos se fez ingressando-os, primeiro numa base de dados, para logo serem processados através do programa computacional Microsoft Excel.

A análise dos dados se fez para cada uma das dimensões dos instrumentos de coleta. Além disso, se tentou estabelecer algum tipo de relação para conhecer a associação entre as variáveis do estudo. A apresentação dos dados se realizou através de tabelas comparativas em percentagens, ou freqüência de intensidade expressada em números arábicos.

RESULTADOS

Índice de Participação

Do total de 145 estudantes que estudam as disciplinas de Enfermagem do Adulto e Idoso II e III, o questionário foi contestado por um total de 129 estudantes. 65 do segundo ano e 64 de terceiro ano. A causa pela qual, 16 estudantes no participaram, foi a ausência destes no momento da aplicação. Porém, a relação entre o Universo da pesquisa e o número de estudantes que representam a população, 129 estudantes que equivale ao 88,96%, é satisfatória para alcançar os objetivos da pesquisa. Destes alunos, 50.4% correspondem ao segundo ano e 49.6% ao terceiro ano.

Os intervalos de idades, dos estudantes de segundo ano ficaram entre 19 e 24 anos com uma média de 20,3 anos; para o terceiro ano, entre 20 e 26 anos com uma média de 21.3 anos.

Segundo o sexo, a distribuição, no segundo ano, correspondeu a 78% de mulheres e 21.5% homens; e no terceiro ano, 93.8% mulheres e 6.2% homens.

100% dos entrevistados apresentam algum grau de estresse sendo o nível moderado o mais significativo para ambos os cursos.

Para analisar descritivamente as freqüências de intensidade das diferentes Manifestações de Estresse se utilizaram os seguintes intervalos de intensidade que vão desde 0 nulo, 1 Leve, 2 Moderado, 3 Intenso e 4 Muito Intenso; os que correspondem aos critérios utilizados na Escala de Avaliação de Hamilton para a Ansiedade, modificada.

Ao observar esta tabela se percebe claramente que as manifestações que apresentam maior freqüência são em primeiro lugar, a Ansiedade, com uma freqüência no 2^do ano de 2,3 e no 3^er ano com uma freqüência de 2,5; que as posiciona nos intervalos Moderado e Intenso. Em segundo lugar se situam as Manifestações de Tensão com uma freqüência, no 2^do ano, de 2,2 e para o 3^er ano uma freqüência de 2,5; que as posiciona entre os intervalos Moderado e Intenso. Em Terceiro lugar se situam as Manifestações de Insônia com uma freqüência, no 2^do ano, de 2,1 e para o 3^er ano uma freqüência de 2,3; o que as posiciona entre os intervalos Moderado e Intenso.

Ao analisar descritivamente as freqüências das dimensões Competências e Docente, se utilizaram os seguintes intervalos de intensidade que vão desde 0 Nulo, 1 Em ocasiões, 2 Freqüentemente e 3 Sempre, que correspondem aos critérios utilizados no Questionário Fatores de Estresse dos estudantes de Enfermagem nos seus Laboratórios Intra-hospitalares.

Observa-se na tabela que a Dimensão Competências, tem uma freqüência média para o 2^do ano de 1,2; e para o 3^er ano 1,3 o que as posiciona entre os intervalos Em Ocasiões e Freqüentemente. Em relação à dimensão Docente, se observa um aumento da freqüência, sendo para o 2^do ano de 1,9 ficando entre os intervalos Em Ocasiões e Freqüentemente; e para o 3^er ano de 2,1 ficando a entre os intervalos Freqüentemente e Sempre.

Para analisar descritivamente os intervalos de intensidade dos diferentes indicadores da Dimensão Competências se utilizaram os seguintes intervalos que vão desde 0 Nulo, 1 Em ocasiões, 2 Freqüentemente e 3 Sempre, que correspondem aos critérios utilizados no Questionário Fatores de Estresse dos estudantes de Enfermagem durante seus Laboratórios Intra-hospitalares.

Da análise da tabela Nº 4 se desprende que a pergunta que apresenta um maior intervalo, para ambos os cursos, corresponde à Nº 1 que diz: "Cometer erros no meu trabalho e prejudicar o paciente", a que apresenta um intervalo de 1,9 para o 2^do e de 2,0 para o 3^ro; isto significa que o intervalo de respostas desta pergunta se encontra entre os níveis de Em Ocasiões e Freqüentemente. Em segundo lugar segue a pergunta Nº 7 que diz: "Encontrar-me em alguma situação sem saber o que fazer", que apresenta um intervalo de 1,8 para o 2^do e 1,9 para o 3^ro; que a posiciona entre os intervalos Em Ocasiões e Freqüentemente. Em terceiro lugar se encontra a pergunta Nº 6 que diz "Confundir-me de medicamento", que apresenta uma freqüência de 1,7 para o 2^do e de 1,8 para o 3^ro; ficando entre os intervalos Em Ocasiões e Freqüentemente.

Com a finalidade de analisar descritivamente as freqüências dos indicadores da Dimensão Docente, se utilizaram os seguintes intervalos de intensidade que vão desde 0 Nulo, 1 Em Ocasiões, 2 Freqüentemente e 3 Sempre, que correspondem aos critérios utilizados no Questionário Fatores de Estresse dos estudantes de Enfermagem durante os seus Laboratórios Intra-hospitalares.

Da análise da tabela Nº 5 se desprende que as perguntas que apresentam maiores intervalos de intensidade nas suas respostas, para ambos os cursos, são em primeiro lugar a pergunta Nº 19 que diz: "Receber ordens contraditoras das Docentes", a que apresenta um intervalo de 2,3 para o segundo ano e de 2,4 para terceiro ano; isto significa que o intervalo de respostas desta pergunta se encontra entre os níveis de Freqüentemente e Sempre. Em segundo lugar está a pergunta N º25 que diz: "A Docente Guia chama-me a atenção frente ao paciente e/ou pessoal da saúde", a que apresenta um intervalo de 2,2 para segundo ano e de 2,3 para terceiro ano; o que as posiciona entre os intervalos Freqüentemente e Sempre. E por último em terceiro lugar, se encontra a pergunta Nº 17 que diz "Sobrecarga de atividades dadas pelo Docente nos Laboratórios", por exemplo, o número de pacientes que devem ser atendidos diariamente", que apresenta um intervalo de 2,1 para segundo ano e de 2,2 para terceiro; as que ficam entre os intervalos de Freqüentemente e Sempre.

Podemos deduzir a partir desta tabela, que a freqüência média da sub-dimensão Conduta corresponde para o 2^do ano a 1,9 e para o 3^er ano 2,1; assim ficam entre os intervalos Em Ocasiões e Sempre; a sub-dimensão Disponibilidade corresponde a 1,7 para o 2^do ano e a 2,0 para o 3^er ano; ficando entre os intervalos Em Ocasiões e Freqüentemente; e para a sub-dimensão Supervisão correspondem a 1,9 para o 2^do ano e 2,2 para o 3^ro ano; ficando entre os intervalos Em Ocasiões e Sempre.

DISCUSSÃO

Segundo a análise dos dados, os alunos do segundo e terceiro ano do curso de Enfermagem da Universidade de Valparaíso apresentam estresse durante os laboratórios práticos. Este achado concorda com os estudos realizados na Universidade de Santiago do Chile, Universidade de Chile e Universidade dos Andes, nos quais os estudantes de Enfermagem estão expostos durante sua formação, a um nível de Estresse elevado.

Nesta pesquisa os níveis de Estresse independentemente, nos dois cursos, o que predomina é o nível que corresponde ao Estresse Moderado⁽¹⁴⁾.

A respeito dos sintomas derivados do Estresse, estes são múltiplos e variados, porém, os estudantes coincidem que as manifestações mais freqüentes são: primeiro a Ansiedade, segundo as Manifestações de Tensão e terceiro as Manifestações de Insônia. Estes achados coincidem com os dados obtidos no estudo sobre o Estresse nos estudantes de Enfermagem da Universidade Austral de Chile, onde estas manifestações são as que maior pontuação apresentam. Em relação às outras manifestações se observa que existe uma similar tendência na sua apresentação em cada curso, porém, o 3^er ano mostra intensidades levemente mais elevadas, o que pode dever-se a fatores, tanto do Laboratório Intra-hospitalar como aos derivado de problemas pessoais. Este último fator não foi abordado nesta pesquisa, não obstante, consideramos importante incluí-lo em investigações posteriores.

No relacionado às dimensões Competências e Docente, ambos os cursos coincidem em que o fator que provoca maior Estresse durante os Laboratórios Intra-hospitalares, é a Docente, dimensão que mostrou pontuações elevadas especificamente nas perguntas referentes a "receber ordens contraditórias da Docente". Em segundo lugar, se encontra a pergunta que faz referencia a "A Docente chama-me a atenção frente ao paciente e/ou pessoal da saúde".

Referente à dimensão Competência, a mesma obteve pontuações de intensidade menor à dimensão anteriormente descrita, mas não deixa de ser significante para os estudantes, já que de igual maneira se obtiveram pontuações relativamente elevadas. Nesta dimensão as perguntas que obtiveram maior pontuação de intensidade se referem a que o estudante se enfrenta com situações tais como "cometer erros no trabalho" e "prejudicar o paciente", a continuação "encontrar-se em alguma situação sem saber o que fazer", logo, "confundir-se de medicação". Para o 2^do ano, num menor nível de intensidade se encontra o "encontrar-se ante uma situação de emergência". Como foi possível observar, a intensidade das pontuações não varia significativamente entre ambos os cursos, porém, as pontuações são levemente mais elevadas no 3^er ano do curso.

Nesta pesquisa encontramos resultados similares a outros diversos estudos referidos ao Estresse que se apresenta nos estudantes da Enfermagem, comprovando que durante sua formação universitária ficam submetidos a múltiplas situações que lhes gera Estresse, especialmente nos Laboratórios Intra-hospitalares. Assim, se concluí que os objetivos planejados na presente pesquisa foram cumpridos. Porém, é importante destacar que não foram considerados outros fatores que poderiam provocar Estresse nos estudantes; os que poderiam classificar-se como alheios ao Laboratório e no dependem dos objetivos definidos nas disciplinas, quer dizer, correspondem àqueles fatores que tem a ver com o entorno dos campos clínicos, por exemplo, a relação com os profissionais (Médicos, Enfermeiras, Fisioterapeuta ou outros) e com os auxiliares de Enfermagem e de Serviço, aos que se somam as características próprias da instituição, a complexidade dos pacientes, e as características pessoais de cada estudante, em especial as relacionadas com a própria capacidade de resolver problemas.

Como corolário desta pesquisa deveria deduzir-se, que se os enfermeiros têm que cumprir um papel importante na promoção de estilos de vida sustentáveis e na prevenção de doenças, é necessário extrapolar esses papéis para a formação do profissional da enfermagem, em términos de converter os laboratórios ou práticas de enfermagem em uma instancia de aprendizado que não signifique um aumento do Estresse cotidiano aos níveis mencionados neste estudo, e que propicie uma melhor disposição do estudante para seu desenvolvimento, obtendo assim a competência para assumir positivamente o papel que no futuro desempenharão. Além disso, se estima necessário revisar as qualidades pessoais requeridas no docente para exercer a atividade pedagógica em Enfermagem. As características pessoais que deve ter o docente da Enfermagem são: uma personalidade equilibrada e aberta, sensível e extrovertida, otimista e amável. Deve possuir autocontrole sobre suas próprias reações, quer dizer, possuir uma inteligência emocional que lhe permita desenvolver simpatia e empatia com as pessoas com que trabalha e atende. Também, se necessita ser coerente e ter uma clareza definida dos princípios, crenças e valores que orientam a sua própria vida, quer dizer, deve ser autêntico e congruente entre o que diz e o que faz, possuir valores definidos baseados no respeito para consigo e para com os outros, e um alto sentido do compromisso na formação de outros enfermeiros que inclua tanto o estudante, a instituição, a pessoa e os país. Como educador, tem que passar por um período de formação, o que exige desenvolver habilidades como conhecimento da matéria que leciona e capacidade pedagógica que o conduza a ser um facilitador do aprendizado e de desenvolvimento dos estudantes como pessoas e profissionais, criando um clima adequado para a aquisição de experiências e aprendizado⁽¹⁵⁾. É importante que possua solvência técnica que lhe permita atuar com segurança no atendimento das pessoas, transmitindo essa seguridade aos estudantes. E por último, deve ser um incentivador crítico e assessor comprometido com a tarefa educadora, de modo que os conhecimentos sejam coerentes com os princípios didáticos e metodológicos, facilitando o processo, ensino e aprendizado. Este aspecto exige uma capacitação permanente paralela com os avanços da metodologia educativa e com os da sua área de prática assistencial^(16-17).

REFERÊNCIAS

• 1. Novel G, Lluch MT, López de Vergara MD. Enfermería Psicosocial. Barcelona, España: Masson; 2005.
• 2. Huaquin V. Estrés y afrontamiento en la formación integral de estudiantes universitarios. Departamento de educación. Universidad Santiago de Chile; 2000.
• 3. Polo A, Hernández J, Poza C. Evaluación estrés académico en estudiantes universitarios. Revista Ansiedad y Estrés; 1996.
• 4. Burgos MF. Calidad de vida y estrés de los estudiantes de enfermería 2Ş semestre académico. [Tesis de Licenciatura en Enfermería]. Valdivia, Chile: Universidad Austral de Chile; 2004.
• 5. Cook S, Fontaine KL. Enfermería Psiquiátrica. Madrid, España: Interamericana Mc Graw-Hill; 1989.
• 6. Amat V, Fernández C. Estrés en estudiantes de enfermería. Revista Rol de Enfermería; 2000, 140: 75-8.
• 7. Marty M, Lavín G, Figueroa M, Larraín de la C, Cruz M. Prevalencia de estrés en estudiantes del área de la salud de la Universidad de los Andes y su relación con enfermedades infecciosas. Revista Chilena de Neuro-Psiquiatría 2005; 25(1):25-32.
• 8. Huaquin V, Loaiza R. Exigencias académicas y estrés en las Carreras de la Facultad de Medicina de la Universidad Austral de Chile. Estudios Pedagógicos 2000; 30:39-59.
• 9. Lazo J. La enseñanza Universitaria. Perú: Ed. San Marcos; 2002.
• ¹⁰
  Carrera de Enfermería. Universidad de Valparaíso, Chile. [en línea] http://www.uv.cl/carreras/enfermería.htm [consultado el 26 Septiembre 2006]
• 11. Medina JL. La pedagogía del cuidado: Saberes y prácticas en la formación universitaria en Enfermería. España: Ed. Loartes; 1999.
• 12. Guy W. "048 HAMA Hamilton Anxiety Scale" ECDEU Assessment Manual, U. S. Department of Health and Human Services, Public Health Service - Alcohol, Drug Abuse and Mental Health Administration; Rev. 1976; 194-198.
• 13. Zupiria X, Uranga MJ, Barandarian M. KEZKAK: cuestionario bilingüe de estresores de los estudiantes de Enfermería en las prácticas clínicas. Revista GAC Sanit 2003; 17(1):37-51.
• 14. Carvalho R, Farah OG, Galdeano LE. Níveis de ansiedade de alunos de graduacão em enfermagen frente á primeira instrumentão cirúrgica. Rev. Latino-am enfermagen 2004 nov/dez; 12(6):918-23.
• 15. Fernández CN. Refletindo sobre o aprendizado do papel de educador no processo de formacão do enfermeiro. Rev. Latino-am enfermagen. 2004 jul/ago; 12(4):691-3.
• 16. Peña L. Características requeridas en el docente de Enfermería según opinión de la comunidad educativa de la Universidad Metropolitana San Marcos. [en línea] http://www.sisbib.com/ [consultado el 1 Octubre 2006]
• 17. Silva MG, Ruffino MC. Comportamento docente no ensino de graduacão em enfermagen: a percepcão dos alunos. Rev. Latino-am enfermagen. 1999; 7(4):45-55.

Factors derived from the intrahospitable laboratories that cause stress in infirmary students

Liliana Basso Musso^I; Bárbara Ardiles Vargas^II; Milenca Bernal Torres^II; María José Canovas del Canto^II; Catherin González Meléndez^II; María Francisca Kroff Balloqui^II; Angélica Soto Cornejo^II

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  02 Dez 2008
• Data do Fascículo
  Out 2008

Histórico

• Recebido
  25 Ago 2007
• Aceito
  08 Ago 2008