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Colonização nasal por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV/Aids atendidos em um hospital-escola brasileiro 1 1 Artigo extraído de dissertação de mestrado “Colonização por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV/aids internados em um hospital escola do interior paulista”, apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Resumos

OBJETIVO:

avaliar a prevalência da colonização nasal por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV/Aids internados em um hospital-escola do Estado de São Paulo (Brasil).

MÉTODO:

estudo de corte transversal, realizado em duas unidades especializadas no atendimento a pessoas que vivem com HIV/ Aids, no período de agosto 2011 a julho 2012. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, por entrevista individual e prontuário; as amostras de secreção nasal foram coletadas por meio de swab Stuart no primeiro dia de internação. Os aspectos éticos foram contemplados.

RESULTADOS:

dos 229 indivíduos com HIV/Aids internados no período, 169 participaram do estudo, sendo identificado Staphylococcus aureus nos exames de cultura de 46 (27,2%) dos indivíduos, evidenciando-se resistência à oxacilina em 10 (21,8%) participantes.

CONCLUSÃO:

os resultados da pesquisa apontam que a prevalência da colonização por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV/Aids internados nas unidades especializadas foi considerada relevante, podendo contribuir para novas investigações e, ainda, para implementar medidas de prevenção e de controle desse patógeno nessa população.

Staphylococcus aureus ; Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Enfermagem; Pesquisa em Enfermagem Clínica


OBJECTIVE:

to evaluate the prevalence of nasal colonization with Staphylococcus aureus in individuals with HIV/AIDS under inpatient treatment in a teaching hospital in the state of São Paulo (Brazil).

METHOD:

a cross-sectional study undertaken in two units specialized in attending people living with HIV/AIDS, in the period August 2011 - July 2012. Socio-demographic and clinical data was collected through individual interviews and from the medical records; samples of nasal secretion were collected with Stuart swabs on the first day of inpatient treatment. Ethical aspects were respected.

RESULT:

of the 229 individuals with HIV/AIDS hospitalized in this period, 169 participated in the study, with Staphylococcus aureus being identified in the culture tests of 46 (27.2%) of the individuals, resistance to oxacillin being evidenced in 10 (21.8%) participants.

CONCLUSION:

the results of the research indicate that the prevalence of colonization with Staphylococcus aureus in individuals with HIV/AIDS in the specialized units was considered relevant, possibly contributing to future investigations and, moreover, to the implementation of measures to prevent and control this pathogen in this population.

Staphylococcus aureus ; Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus ; Acquired Immunodeficiency Syndrome; Nursing; Clinical Nursing Research


OBJETIVO:

evaluar la prevalencia de la colonización nasal por Staphylococcus aureus en individuos con VIH/sida internados en un hospital escuela del Estado de São Paulo (Brasil).

MÉTODO:

estudio trasversal, desarrollado en dos unidades especializadas en la atención a personas que viven con VIH/ sida, en el período de agosto del 2011 a julio del 2012. Fueron recolectados datos sociodemográficos y clínicos, mediante entrevista individual y archivo; las muestras de secreción nasal fueron recolectadas mediante Swab Stuart en el primer día de internación. Los aspectos éticos fueron contemplados.

RESULTADOS:

de los 229 individuos con VIH/sida internados en el período, 169 participaron del estudio, siendo identificado Staphylococcus aureus en las pruebas de cultura de 46 (27,2%) de los individuos, evidenciándose resistencia a la oxacilina en 10 (21,8%) participantes.

CONCLUSIÓN:

los resultados de la investigación indican que la prevalencia de la colonización por Staphylococcus aureus en individuos con VIH/sida internados en las unidades especializadas fue considerada relevante y puede contribuir a otras investigaciones y, además, para implementar medidas de prevención y de control de ese patógeno en esa población.

Staphylococcus aureus, Staphylococcus aureus Resistente a Metilicilina; Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida; Enfermería; Investigación en Enfermería Clínica


Introdução

O Staphylococcus aureus é uma bactéria gram-positiva que coloniza a pele e preferencialmente a narina anterior, sendo que a prevalência dessa colonização varia de acordo com a população estudada, representando média de 37,2% na população em geral e taxa de até 35,5 % em pacientes com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em sítio nasal( 11. Casewell MW, Hill RLR. The carrier state: Methicillin-resistant Staphylococcus aureus. J Antimicrob Chemother. 1986;18(Suppl A):1-12. - 22. Kluytmans J, Belkum A, Verbrugh H. Nasal carriage of Staphylococcus aureus: epidemiology, underlying mechanisms, and associated risks. Clin Microbiol Rev. 1997;10(3):505-20. ).

A Resistência do Staphylococcus aureus à Meticilina (MRSA) foi descrita pela primeira vez na Europa, em 1961, como um agente patogênico nosocomial( 33. Jevons MP. Celbenin - resistant staphylococci. Br Med J. 1961;1(5219):124-5. ).

Para se pesquisar Staphylococcus aureus e, principalmente, MRSA, os sítios de maior interesse são a mucosa nasal e a pele, pela própria característica de sua colonização natural.

A colonização de indivíduos com HIV/Aids por microrganismos patogênicos tem sido associada a maior risco de morbidade e de mortalidade, principalmente quando relacionada ao Staphylococcus aureus. Pesquisadores encontraram 76,7% de colonização por essa bactéria nessa população, apontando como fator de risco, para a resistência à meticilina, a hospitalização prolongada (acima de 10 dias)( 44. Chacko J, Kuruvila M, Bhat GK. Factors affecting the nasal carriage of methicillin-resistant Staphylococcus aureus in human immunodeficiency virus-infected patients. Indian J Med Microbiol. 2009;27(2):146-8. ).

A prevalência de colonização nasal por Staphylococcus aureus varia de acordo com a população estudada. Como preditores independentes para colonização nasal por MRSA em pacientes HIV positivos, atendidos ambulatorialmente, foram encontrados: uso recente de antibiótico e internação no último ano( 55. Villacian JS, Barkham T, Earnest A, Paton NI. Prevalence of and risk factors for nasal colonization with Staphylococcus aureus among Human Immunodeficiency Virus-positive outpatients in Singapore. Infect Control Hosp Epidemiol. 2004;25(5):438-40. ).

Entre os indivíduos vivendo com HIV/Aids, o uso constante de antimicrobianos e a imunossupressão podem viabilizar a colonização por bactérias multirresistentes e a ocorrência de infecções.

A relevância desse manuscrito justifica-se pelo fato de que não foram encontradas publicações em periódicos de enfermagem no Brasil acerca da temática Staphylococcus aureus em pessoas que vivem com HIV/Aids.

Objetivo

Avaliar a prevalência de colonização nasal por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV/Aids, internados em um hospital-escola do Estado de São Paulo (Brasil).

Método

O presente estudo quantitativo, de corte transversal, foi realizado em duas unidades especializadas no atendimento de indivíduos com HIV/Aids de um hospital-escola de grande porte, no interior paulista.

O projeto de pesquisa foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (Protocolo n° 1304/2011 EERP-USP).

Os critérios de inclusão estabelecidos foram: ter idade acima de 18 anos, ter ciência do diagnóstico de infecção pelo HIV/Aids, apresentar condições clínicas para entender as orientações e tomar a decisão de participar ou não. Foram excluídos do estudo os indivíduos com HIV/Aids em uso de qualquer dispositivo ventilatório que impossibilitasse o consentimento ou a coleta, e a participação em internação anterior durante o período correspondente à coleta.

No primeiro dia da internação (primeiras 24 horas), o indivíduo foi convidado a participar, recebeu informações referentes ao objetivo do estudo e preceitos éticos da pesquisa; após a compreensão e o aceite do indivíduo, procedeu-se à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos por meio de entrevista individual e de acesso ao prontuário; o material biológico foi coletado respeitando-se as medidas de biossegurança recomendadas, no período de agosto de 2011 a julho de 2012. A secreção nasal foi obtida com auxílio do swab Stuart, seguindo-se uma leve fricção em narina anterior direita e esquerda.

O material coletado foi semeado e o isolamento e a identificação fenotípica do Staphylococcus aureus foram realizados segundo método automatizado, com auxílio de cartões do sistema Vitek(r) (BioMérieuxTM). A suscetibilidade aos antimicrobianos foi testada pela utilização do cartão AST-P585 (BioMérieuxTM).

Os dados foram organizados em planilhas do Microsoft Office: Mac Excel 2011 e exportados para o programa Statistical Package for the Social Science, versão 17.0. Foram realizadas distribuição das frequências, média e mediana, e subsequente estatística descritiva dos dados.

Resultados

Participaram da pesquisa 169 (73,8%) indivíduos com HIV/Aids, internados durante o período da coleta, que atenderam os critérios de inclusão, dos 229 indivíduos com HIV/Aids abordados no período; 57,4% desses representados pelo sexo masculino, com idade variando entre 19 e 72 anos, com mediana de 42 anos, e 39,6%, na faixa etária entre 40 e 49 anos. A etnia branca foi predominante, correspondendo a 63,9% dos participantes. Quanto à escolaridade, o primeiro grau completo predominou em 45,0% dos entrevistados, e apenas 3,6% declararam ter completado o ensino superior.

A análise microbiológica do material resultou em 123 (72,8%) indivíduos não colonizados e 46 colonizados por Staphylococcus aureus na narina, o que corresponde à prevalência de 27,2%. Entre os colonizados, 36 (78,3%) apresentaram Staphylococcus aureus Sensíveis à Oxacilina, denominados MSSA, e 10 (21,7%) Resistentes à Oxacilina, conhecidos como MRSA.

A colonização nasal por Staphylococcus aureus foi mais observada em indivíduos com HIV/Aids do sexo masculino, representando 52,8% de MSSA e 90,0% de MRSA, com faixa etária predominante entre 30 e 39 anos, evidenciando-se 36,1% de MSSA e 60,0% de MRSA, nessa faixa. O nível de escolaridade prevalente entre os indivíduos HIV/Aids colonizados na narina por MSSA esteve igualmente distribuído nas categorias: primário incompleto e primário completo, contendo cada uma delas 36,1%, e, entre os colonizados na narina por MRSA, houve predominância na categoria primário completo, sendo 60% dos participantes com esse fenótipo.

A Tabela 1 apresenta os indivíduos com HIV/Aids, segundo as variáveis sexo, idade, etnia, escolaridade e a classificação quanto à colonização ou não por MSSA ou por MRSA.

Tabela 1
Distribuição dos indivíduos com HIV/Aids, internados em duas unidades de um hospital-escola (N=169), segundo variáveis sociodemográficas e a colonização nasal por Staphylococcus aureus sensível (MSSA) e resistente à oxacilina (MRSA). Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2011-2012

Referentemente à carga viral do HIV, o MSSA foi isolado em 16 (44,4%) dos indivíduos com HIV/Aids, que apresentaram contagem abaixo de 100 cópias/mL, assim como o MRSA, identificado em 4 (40,0%) dos indivíduos em mesma faixa de contagem de carga viral. Na determinação de linfócitos T CD4+, entre os colonizados por MSSA e MRSA, houve predomínio da faixa abaixo de 200 células/mm³ em 16 (44,4%) e 6 (60,0%) indivíduos, respectivamente.

Em relação ao número de internações nos últimos seis meses, foi observado que 44,4% dos indivíduos com HIV/Aids colonizados por MSSA e 30,0% dos indivíduos com HIV/Aids colonizados por MRSA não foram submetidos a qualquer internação no período. Entre os participantes com MRSA, 60,0% referiram uma internação nos últimos seis meses. O uso de antimicrobiano foi observado em 66,7% dos indivíduos HIV/Aids com MSSA e em 80,0% dos indivíduos HIV/Aids com MRSA, evidenciando-se a predominância do uso de antimicrobiano nos que foram colonizados por Staphylococcus aureus.

O uso de antirretroviral foi identificado em 43,5% dos indivíduos colonizados com MSSA, não sendo observado em 60,0% dos indivíduos colonizados com MRSA.

A Tabela 2 reúne a caracterização dos sujeitos classificados como colonizados ou não, por MSSA ou MRSA, segundo as variáveis carga viral, contagem de células T CD4+, número de internações nos últimos seis meses, uso de antimicrobiano e uso de antirretrovirais.

Tabela 2
Distribuição dos indivíduos com HIV/Aids, internados em duas unidades de um hospital-escola (N=169), segundo variáveis acerca da doença, do tratamento e de internação e a colonização por Staphylococcus aureus sensível (MSSA) e resistente à oxacilina (MRSA). Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2011-2012

Discussão

Das amostras coletadas das narinas de 169 (73,8%) indivíduos com HIV/Aids, internados em um hospital-escola de grande porte, 46 (27,2%) foram positivas para Staphylococcus aureus, das quais 36 (78,3%) identificadas como MSSA e 10 (21,7%), como MRSA.

O sexo masculino foi mais frequente na população estudada, tanto nos indivíduos que se apresentaram colonizados quanto nos não colonizados. A faixa etária predominante foi de 30 a 39 anos entre os colonizados por Staphylococcus aureus. O nível de escolaridade predominante foi o primeiro grau completo.

Estudo similar retrospectivo, com indivíduos com HIV/ Aids, para identificar fatores de risco para a colonização ou infecção por MRSA, apresentou resultados mostrando que 63,0% dos participantes eram do sexo masculino; já na identificação de fatores de risco para a colonização ou para a infecção por MRSA, a média de idade foi de 41 anos (22 a 60 anos)( 66. Ramsetty SK, Stuart LL, Blake RT, Parsons CH, Salgado CD. Risks for methicillin-resistant Staphylococcus aureus colonization or infection among patients with HIV infection. HIV Medicine. 2010;11(6):389-94. ).

A colonização nasal em indivíduos com HIV/Aids teve maior identificação entre os que apresentaram baixa carga viral (<100 cópias/mL), contagem de linfócitos T CD4+ <200 células/mm3 e os que apresentaram história de pelo menos uma internação nos últimos seis meses e que estavam em uso de antimicrobianos. Apenas o MRSA foi identificado com maior frequência entre os indivíduos que não usavam antirretroviral, pois, nas evidências de MSSA, a maioria dos participantes estava em uso de antirretroviral.

Pesquisa anterior identificou 34% de colonização nasal por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV, destacando como importantes fatores de risco para infecções relacionadas a esse patógeno ser carreador nasal, apresentar cateter vascular, baixa contagem de linfócitos T CD4+ e neutropenia( 77. Nguyen MH, Kauffman CA, Goodman RP, Squier C, Arbeit RD, Singh N, et al. Nasal carriage of and infection with Staphylococcus aureus in HIV-infected patients. Ann Intern Med. 1999;130(3):221-5. ).

Pesquisa conduzida entre indivíduos com HIV encontrou que 83,3% dos carreadores nasais de Staphylococcus aureus eram pacientes com linfócitos T CD4 <200 células/mm3, enquanto entre os que apresentaram contagem de células T CD4 acima de 300 células/mm3, o MRSA não foi isolado( 44. Chacko J, Kuruvila M, Bhat GK. Factors affecting the nasal carriage of methicillin-resistant Staphylococcus aureus in human immunodeficiency virus-infected patients. Indian J Med Microbiol. 2009;27(2):146-8. ).

Internação hospitalar, uso prévio de antimicrobianos, infecção em pele/tecidos moles, ou HIV positivo, podem ser considerados como fatores de risco para pacientes que apresentaram colonização por MRSA( 88. Hidron AI, Kourbatova EV, Halvosa JS, Terrell BJ, McDougal LK, Tenover FC, et al. Risk factors for colonization with methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) in patients admitted toa n urban hospital: emergence of community-associated MRSA nasal carriage. Clin Infect Dis. 2005;41(2):159-66. ).

Em indivíduos que vivem com HIV, alguns fatores de risco para a infecção por MRSA são apontados, destacando-se: a condição imunossupressora, comorbidades associadas e determinados comportamentos relacionados ao estilo de vida, como práticas sexuais de alto risco e uso de drogas ilícitas(9).

A utilização de antimicrobianos também foi documentada como fator de risco para a colonização por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV( 1010. Yehia BR, Fleishman JA, Wilson L, Hicks PL, Gborkorquellie TT, Gebo KA. Incidence of and risk factors for bacteraemia in HIV-infected adults in the era of highly active antiretroviral therapy. HIV Medicine. 2011;12(9):535-43. ).

Como prováveis fatores de proteção contra a colonização por Staphylococcus aureus entre os indivíduos com HIV, incluem-se o uso de antirretroviral e o uso profilático de Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX/TMP)( 66. Ramsetty SK, Stuart LL, Blake RT, Parsons CH, Salgado CD. Risks for methicillin-resistant Staphylococcus aureus colonization or infection among patients with HIV infection. HIV Medicine. 2010;11(6):389-94. , 1010. Yehia BR, Fleishman JA, Wilson L, Hicks PL, Gborkorquellie TT, Gebo KA. Incidence of and risk factors for bacteraemia in HIV-infected adults in the era of highly active antiretroviral therapy. HIV Medicine. 2011;12(9):535-43. - 1111. Hidron AI, Moanna A, Rimland D. The rise and fall of methicillin-resistant Staphylococcus aureus infections in HIV patients. AIDS. 2011;25(7):1001-3. ).

Algumas medidas de prevenção e de controle de MRSA podem ser instituídas, tais como a investigação de pacientes suspeitos de colonização ou de infecção por MRSA, a restrição desse paciente no ambiente hospitalar (quarto e sanitário privativos); a investigação de sítios corporais por meio de swab (sítio nasal, região genital), e a utilização de equipamentos de proteção individual, para os profissionais de saúde, quando em contato direto com os casos suspeitos, seguido do tratamento e de descolonização de pacientes e de profissionais de saúde identificados como colonizados( 1212. Cruz EDA, Pimenta FC, Andresen BM, Gir E. Lessons to learn with the methicillin-resistant Staphylococcus aureus control in Norway. Braz J Infect Dis. 2011;15(6):591-3. ).

Estudo realizado com profissionais de saúde destaca a necessidade de implementação de estratégias que contemplem políticas públicas voltadas a programas de controle desse patógeno no ambiente hospitalar, promovendo discussões ampliadas sobre a temática( 1313. Moura JP, Pimenta FC, Hayashida M, Cruz EDA, Canini SRMS, Gir E. Colonization of nursing professional by Staphylococcus aureus. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2011;19(2):132-7. ).

Conclusão

A preocupação em identificar a colonização por Staphylococcus aureus na população que vive com HIV/ Aids é crescente, haja vista a necessidade de intervenções para o controle da disseminação desse patógeno, minimizando-se infecções futuras correlacionadas.

Apesar de ser uma bactéria isolada em seres humanos, há mais de quatro décadas, o Staphylococcus aureus comumente causa infecções de pele e de partes moles, dentre outras, em pessoas internadas e também naquelas que vivem em comunidade.

Faz-se necessária uma mobilidade conjunta de profissionais e de entidades governamentais ligadas à saúde, em prol de aprimorar as políticas de controle relacionadas à resistência antimicrobiana e a microrganismos multidrogas resistentes.

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    Artigo extraído de dissertação de mestrado “Colonização por Staphylococcus aureus em indivíduos com HIV/aids internados em um hospital escola do interior paulista”, apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2013

Histórico

  • Recebido
    18 Dez 2012
  • Aceito
    21 Ago 2013
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