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Bullying entre adolescentes brasileiros: evidências das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar, Brasil, 2015 e 2019 * * Este artigo refere-se à chamada temática “Saúde dos adolescentes e o papel do enfermeiro”. Editado pela Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. A publicação deste suplemento foi apoiada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Os artigos passaram pelo processo padrão de revisão por pares da revista para suplementos. As opiniões expressas neste suplemento são exclusivas dos autores e não representam as opiniões da OPAS/OMS. Apoio financeiro do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, processo nº 25000.126.637/2018-93 (TED no. 66/2018), Brasil.

Resumo

Objetivo:

estimar a prevalência de indicadores referentes ao bullying entre escolares brasileiros de 13 a 17 anos e comparar sua ocorrência entre 2015 e 2019.

Método:

estudo descritivo, transversal, com dados das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar, realizada em todos os estados brasileiros. Foram estimadas as prevalências e os intervalos de confiança (IC95%) dos indicadores em 2019. Para testar as diferenças entre as duas edições, utilizou-se o teste t de Student (p ≤ 0,01).

Resultados:

a prevalência de praticar bullying reduziu de 20,4% (IC95%: 19,2-21,5) em 2015 para 12,0% (IC95%: 11,6-12,5) em 2019. Os motivos apontados para sofrer bullying foram semelhantes nas duas edições: aparência do corpo, aparência do rosto e cor ou raça. As prevalências foram semelhantes entre os estados, sendo mais elevado sofrer bullying no Tocantins, envolver-se em situações de cyberbullying em Mato Grosso e Amapá, e praticar bullying foi mais elevado no Rio de Janeiro.

Conclusão:

ocorreu redução da prática do bullying pela metade, e do relato de não ser bem tratado entre adolescentes brasileiros, entretanto a prevalência de sofrer bullying é elevada no país, bem como o cyberbullying. Por isso, deve-se ter atenção e priorizar políticas para redução e enfrentamento desta prática no cenário nacional.

Descritores:
Bullying; Cyberbullying; Adolescente; Violência Escolar; Instituições Acadêmicas; Inquéritos Epidemiológicos

Abstract

Objective:

to estimate the prevalence rate of indicators related to bullying among Brazilian students aged 13 to 17 years and compare its occurrence between 2015 and 2019.

Method:

this is a descriptive cross-sectional study, with data from the National Survey of School Health, carried out in all Brazilian states. The prevalence rate and confidence intervals (95%CI) of the indicators were estimated in 2019. Student’s t test was used (p ≤ 0.01) to test the differences between editions.

Results:

the prevalence rate of bullying decreased from 20.4% (95%CI: 19.2 - 21.5) in 2015 to 12.0% (95%CI: 11.6 - 12.5) in 2019. The reasons cited for being bullied were similar in both editions: bodily appearance, facial appearance, and color/race. Prevalence rates were similar between states. The state of Tocantins presented the highest number of bully-victims; states of Mato Grosso and Amapá had the highest number of adolescents being involved in cyberbullying situations, and the state of Rio de Janeiro presented the highest number of bullies.

Conclusion:

there was a reduction by half in bullying and in the report on not being treated well among Brazilian adolescents; however, the prevalence rate of being bullied and cyberbullying are high in the country. Therefore, attention should be paid to policies to reduce and confront this issue on the national scene.

Descriptors:
Bullying; Cyberbullying; Adolescent; School Violence; Schools; Health Surveys

Resumen

Objetivo:

estimar la prevalencia de indicadores relacionados con el bullying entre escolares brasileños de 13 a 17 años y comparar los eventos de 2015 y 2019.

Método:

estudio descriptivo, transversal, con datos de las Encuestas Nacionales de Salud Escolar realizado en todos los estados brasileños. Las prevalencias e intervalos de confianza (IC95%) de los indicadores se estimaron en 2019. Para probar las diferencias entre las dos ediciones se utilizó la prueba T de Student (p ≤ 0,01).

Resultados:

la prevalencia de la práctica de bullying disminuyó del 20,4% (IC95%: 19,2-21,5) en 2015 al 12,0% (IC95%: 11,6-12,5) en 2019. Los motivos aducidos para sufrir bullying fueron similares en las dos ediciones: apariencia del cuerpo y rostro y color de piel o raza. Las prevalencias entre los estados brasileños fueron similares, siendo que hubo mayores índices de padecer bullying en el estado de Tocantins, de situaciones de cyberbullying en los estados de Mato Grosso y Amapá, y de hacer bullying en Río de Janeiro.

Conclusión:

hubo una reducción a la mitad en la práctica de bullying, con un informe señalando que la relación no es buena entre los adolescentes brasileños, sin embargo, la prevalencia de bullying y cyberbullying es alta en el país. Por lo tanto, se debe prestar atención a las políticas públicas para reducir y enfrentar esta situación en el escenario nacional.

Descriptores:
Acoso Escolar; Ciberacoso; Adolescente; Violencia Escolar; Instituciones Académicas; Encuestas Epidemiológicas

Destaques:

(1) O bullying ainda se apresenta de forma significativa entre estudantes brasileiros.

(2) Destaca-se a ocorrência entre adolescentes do sexo masculino e de escolas privadas.

(3) Motivação semelhante nas duas edições: aparência do corpo e rosto e cor ou raça.

(4) Evidências para a implementação de ações e políticas no território nacional.

(5) Contribuição para a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) no país.

Introdução

O bullying escolar é reconhecido como um emergente problema de saúde pública11. Hultin H, Ferrer-Wreder L, Engström K, Andersson F, Galanti MR. The Importance of Pedagogical and Social School Climate to Bullying: A Cross-Sectional Multilevel Study of 94 Swedish Schools. J Sch Health. 2021;91(2):111-24. https://doi.org/10.1111/josh.12980
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)-(33. Biswas T, Scott JG, Munir K, Thomas HJ, Huda MM, Hasan MM, et al. Global variation in the prevalence of bullying victimisation amongst adolescents: Role of peer and parental supports. EClinicalMedicine. 2020;20:100276. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2020.100276
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. Ele é um tipo de violência caracterizado por agressões sistemáticas que são praticadas de modo intencional44. Menesini E, Salmivalli C. Bullying in schools: the state of knowledge and effective interventions. Psychol Health Med. 2017;22(suppl 1):240-53. https://doi.org/10.1080/13548506.2017.1279740
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. O comportamento agressivo marca a relação desigual de poder entre os pares envolvidos nesse tipo de situação55. Silva JLD, Oliveira WA, Mello FCM, Prado RRD, Silva MAI, Malta DC. Prevalence of practice of bullying reported by Brazilian students: data from the National School Health Survey, 2015. Epidemiol Serv Saude. 2019;28(2):e2018178. https://doi.org/10.5123/s1679-49742019000200005
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. Saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes em idade escolar são comprometidos quando há o envolvimento com o fenômeno, conforme indica a literatura científica11. Hultin H, Ferrer-Wreder L, Engström K, Andersson F, Galanti MR. The Importance of Pedagogical and Social School Climate to Bullying: A Cross-Sectional Multilevel Study of 94 Swedish Schools. J Sch Health. 2021;91(2):111-24. https://doi.org/10.1111/josh.12980
https://doi.org/10.1111/josh.12980...
,66. Arslan G, Allen KA, Tanhan A. School Bullying, Mental Health, and Wellbeing in Adolescents: Mediating Impact of Positive Psychological Orientations. Child Ind Res. 2021;14(3):1007-26. https://doi.org/10.1007/s12187-020-09780-2
https://doi.org/10.1007/s12187-020-09780...
-77. Marcolino EC, Silva CRDV, Dias JA, Medeiros SPC, Cavalcanti AL, Clementino FS, et al. School violence between adolescents: prevalence and factors associated to victims and aggressors. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1214. https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190062
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. O fenômeno pode ocorrer tanto no contexto da escola (bullying tradicional), como também no contexto cibernético, conhecido como cyberbullying88. Wolke D. Cyberbullying: how big a deal is it? Lancet Child Adolesc Health. 2017;1(1):2-3. https://doi.org/10.1016/S2352-4642(17)30020-2
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)-(99. Przybylski AK, Bowes L. Cyberbullying and adolescent well-being in England: a population-based cross-sectional study. Lancet Child Adolesc Health . 2017;1(1):19-26. https://doi.org/10.1016/S2352-4642(17)30011-1
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.

Em todos os países do mundo se registram elevadas prevalências do bullying no ambiente escolar1010. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Behind the numbers: ending school violence and bullying [Internet]. Paris: UNESCO; 2019 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000366483
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)-(1111. Hosozawa M, Bann D, Fink E, Elsden E, Baba S, Iso H, et al. Bullying victimisation in adolescence: prevalence and inequalities by gender, socioeconomic status and academic performance across 71 countries. EClinicalMedicine . 2021;41:101142. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2021.101142
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. Por exemplo, na Jordânia, verificou-se uma prevalência de 16% entre vítimas, agressores e vítimas-agressoras1212. Shahrour G, Dardas LA, Al-Khayat A, Al-Qasem A. Prevalence, correlates, and experiences of school bullying among adolescents: A national study in Jordan. Sch Psychol Int. 2020;41(5):430-53. https://doi.org/10.1177%2F0143034320943923
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, ao passo que na Nigéria foram documentadas prevalências de 50% de envolvimento dos estudantes com o fenômeno1313. Umoke PCI, Umoke M, Ugwuanyi CS, Okeke CIO, Eseadi C, Onuorah AR, et al. Bullying experience of pupils in Nigerian primary schools. Medicine (Baltimore). 2020;99(39):e22409. https://doi.org/10.1097/md.0000000000022409
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. No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015, cerca de 20% dos estudantes declararam praticar bullying contra os colegas e 8% afirmaram sofrer as agressões55. Silva JLD, Oliveira WA, Mello FCM, Prado RRD, Silva MAI, Malta DC. Prevalence of practice of bullying reported by Brazilian students: data from the National School Health Survey, 2015. Epidemiol Serv Saude. 2019;28(2):e2018178. https://doi.org/10.5123/s1679-49742019000200005
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. Globalmente, a prevalência de perpetração e vitimização no meio virtual também atinge níveis variáveis de acordo com o contexto; uma revisão sistemática apontou que a prevalência de praticar cyberbullying variou de 6,0% a 46,3%, enquanto a de vitimização teve variação de 13,99% a 57,5%1414. Zhu C, Huang S, Evans R, Zhang W. Cyberbullying Among Adolescents and Children: A Comprehensive Review of the Global Situation, Risk Factors, and Preventive Measures. Front Public Health. 2021;9:634909. https://doi.org/10.3389/fpubh.2021.634909
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.

Nesse sentido, problemas de saúde mental, diminuição do bem-estar subjetivo, maiores problemas emocionais e comportamentais e menores índices de qualidade de vida já foram aspectos associados ao fenômeno1515. Moore SE, Norman RE, Suetani S, Thomas HJ, Sly PD, Scott JG. Consequences of bullying victimization in childhood and adolescence: A systematic review and meta-analysis. World J Psychiatry. 2017;7(1):60-76. https://doi.org/10.5498/wjp.v7.i1.60
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. Estudo realizado com estudantes em 35 países ocidentais demonstrou que sofrer bullying diminui a satisfação com a vida, constituindo uma variável mediadora em relação com o envolvimento em situações de bullying1616. Arnarsson A, Bjarnason T. The Problem with Low-Prevalence of Bullying. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(7):1535. https://doi.org/10.3390/ijerph15071535
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. Sabe-se que a satisfação com a vida é um componente do ajuste psicossocial e pode explicar, em alguma medida, a violência nas escolas que deveriam ser percebidas como componentes da comunidade dos estudantes, seguras e capazes de favorecer boas interações sociais1717. Crespo-Ramos S, Romero-Abrio A, Martinez-Ferrer B, Musitu G. Variables psicosociales y violencia escolar en la adolescencia. Psychosoc Interv. 2017;26(2):125-30. https://doi.org/10.1016/j.psi.2017.05.002
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.

Esses aspectos, relacionados à magnitude e ao impacto do bullying na saúde de crianças e adolescentes em idade escolar, revelam a relevância que o tema impõe para o campo da saúde e enfermagem. Especificamente, a enfermagem, enquanto prática social, tem como essência e objeto do seu trabalho o cuidado. Este deve ser holístico e capaz de contemplar além dos espaços naturalmente reconhecidos como de assistência ou exercício profissional (serviços de saúde, por exemplo). Nesse contexto, os enfermeiros podem desenvolver ações relacionadas à saúde nas escolas e, considerando o tema em tela, direcionar ações para reduzir e prevenir o bullying, bem como mitigar os efeitos do fenômeno na saúde dos estudantes. Essas ações devem ser pautadas na perspectiva da promoção da saúde e por meio de práticas clínica, educacional e administrativo-gerencial, entendo o bullying também como objeto de cuidado da área1818. Silva MAI, Monteiro EMLM, Braga IF, Ferriani MGBC, Pereira B, Oliveira WA. Antibullying interventions developed by nurses: integrative review. Enfermería Global. 2017;16(48):532-76. https://doi.org/10.6018/eglobal.16.4.267971
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.

Para que isso ocorra, é fundamental ampliar a compreensão sobre os determinantes envolvidos nas ocorrências do fenômeno nas escolas, dada sua elevada ocorrência e ônus à saúde. Além disso, com o advento da pandemia de COVID-19, há evidências do aumento das prevalências de cyberbullying em diversos países1919. Shin SY, Choi YJ. Comparison of Cyberbullying before and after the COVID-19 Pandemic in Korea. Int J Environ Res Public Health . 2021 Sep 25;18(19):10085. https://doi.org/10.3390/ijerph181910085.
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)-(2222. Utemissova UG, Danna S, Nikolaevna NV. Cyberbullying during the COVID-19 pandemic. Global Journal of Guidance and Counseling in Schools: Current Perspectives. 2021;11(2):77-87. https://doi.org/10.18844/gjgc.v11i2.5471
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, entretanto, faltam estudos nacionais e subnacionais sobre o tema. Esta lacuna foi explicitada, ainda, em uma recente revisão da literatura que objetivou compreender a abordagem dos cuidados primários de saúde na adolescência e relacionados ao cyberbullying, que revelou os desafios para que os enfermeiros fossem capazes de reconhecer esse problema e propor ações de cuidado2323. Mendes JCS, Queirós S, Pedro M, Oliveira M. Importância dos enfermeiros na identificação do Cyberbullying: revisão sistemática. Rev Port Invest Comport Social. 2019;5(1):99-110. https://doi.org/10.31211/rpics.2019.5.1.105
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. Por conseguinte, a PeNSE torna-se uma fonte inestimável de informações sobre a saúde dos adolescentes brasileiros, possibilitando dimensionar o cenário de envolvimento dos estudantes em situações de bullying e cyberbullying, podendo subsidiar políticas de promoção à saúde e prevenção no contexto escolar, além de ser a linha de base, antes da pandemia, para outros estudos sobre a temática.

Assim sendo, este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de indicadores referentes ao bullying entre escolares brasileiros de 13 a 17 anos e comparar sua ocorrência entre 2015 e 2019.

Método

Delineamento de estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e descritivo, adotando-se as recomendações do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE)2424. von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP, et al. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ. 2007;335(7624):806-8. https://doi.org/10.1136/bmj.39335.541782.AD
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. Foram utilizados dados da PeNSE, um inquérito nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, que fornece informações sobre saúde dos escolares brasileiros de 13 a 17 anos2525. Oliveira MM, Campos MO, Andreazzi MAR, Malta DC. Characteristics of the National Adolescent School-based Health Survey-PeNSE, Brazil. Epidemiol Serv Saude . 2017;26(3):605-16. https://doi.org/10.5123/S1679-49742017000300017
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.

Local do estudo

A PeNSE ocorre trienalmente em escolas públicas e privadas das cinco macrorregiões do Brasil, incluindo todos Municípios das Capitais das Unidades da Federação (UF) e Distrito Federal, sendo os dados coletados entre abril e setembro de 2015 e 2019.

População e amostra

A população de estudo refere-se aos escolares brasileiros de 13 a 17 anos matriculados e frequentando 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 1º a 3º série do Ensino Médio de escolas públicas e privadas.

Em 2015, o IBGE utilizou 2 amostras: amostra I de estudantes de 9º ano e amostra II de estudantes selecionados por idade de 13 a 17 anos, em 371 escolas e 653 turmas nas cinco macrorregiões do país e o total geral para o Brasil2626. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2015 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2016 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf
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. Todos os escolares das turmas selecionadas presentes no dia da coleta de dados foram convidados a participar da pesquisa. Considerando os escolares matriculados e não respondentes, a perda amostral foi de aproximadamente 2,4%. Maiores detalhes da amostra podem ser encontrados em outra publicação2626. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2015 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2016 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf
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.

Em 2019, o IBGE utilizou uma única amostra de estudantes de 13 a 17 anos de idade, de escolas públicas e privadas, em 4.242 escolas e 6.612 turmas, para os seguintes níveis geográficos: Brasil, Macrorregiões, UF, Municípios das Capitais e Distrito Federal. Considerando o esperado dos estudantes e o coletado, a perda foi de 15,2%. Maiores detalhes são fornecidos em outra publicação2727. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2019 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE ; 2021 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf
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.

O plano amostral da pesquisa foi definido como uma amostra de conglomerados em dois estágios, cujas escolas correspondem ao primeiro estágio de seleção e as turmas de escolares matriculados ao segundo. O conjunto dos estudantes das turmas selecionadas formaram a amostra de alunos. A seleção das turmas, em cada escola da amostra, foi realizada aleatoriamente com probabilidades iguais. Nas turmas selecionadas, todos os estudantes foram convidados a responder o questionário da pesquisa. Foram empregados pesos amostrais considerando os pesos das escolas, turmas e escolares, sendo ajustados a partir dos dados do Censo Escolar.

A amostra da PeNSE foi dimensionada para estimar parâmetros populacionais para os adolescentes de 13 a 17 anos de idade, visando estimar uma proporção (ou prevalência) P da ordem de 0,5 (50%) com um coeficiente de variação (CV) de 4%.

Ademais, destaca-se que são amostras diferenciadas entres as duas edições da pesquisa, explicadas em outras publicações2626. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2015 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2016 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf
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)-(2727. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2019 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE ; 2021 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf
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. No entanto, a amostra da PeNSE 2019 é comparável à da amostra 2 da PeNSE 2015.

Instrumento de coleta de dados

Os escolares, por meio de smartphones, responderam ao questionário estruturado e autoaplicável, contemplando informações sobre situação socioeconômica, contexto familiar, experimentação e uso de cigarro, álcool e outras drogas, violência, segurança, acidentes e outras condições de vida desses adolescentes que frequentam a escola.

Nas turmas selecionadas, todos os estudantes foram convidados a responder o questionário da pesquisa.

Variáveis

O presente estudo analisou indicadores referentes ao módulo de situações em casa e na escola conforme instrumento da pesquisa e apresentados na Figura 1.

Figura 1
Descrição dos indicadores, perguntas e opções de respostas referentes à exposição às situações de violência por estudantes adolescentes. Brasil, 2015 e 2019

*PeNSE = Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar; Corresponde que essa questão não esteve presente no questionário nesta edição da pesquisa; Embora essa questão tenha sido realizada em ambas as edições das pesquisas, as mudanças incorporadas na pergunta e nas opções de respostas impossibilitaram a comparabilidade deste indicador


Coleta de dados

Os dados utilizados são de domínio público e encontram-se disponíveis no website do IBGE (https://www.ibge.gov.br).

Análise dos dados

Inicialmente, foram estimadas as prevalências e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) segundo variáveis sociodemográficas (sexo, grupo de idade e tipo de escola) e por UF e Macrorregiões em 2019. Os IC95% foram utilizados na interpretação e comparação das estimativas entre diferentes grupos populacionais, sendo considerado diferença significativa quando não houve sobreposição dos IC95%2828. McGough JJ, Faraone SV. Estimating the size of treatment effects: moving beyond p values. Psychiatry (Edgmont). 2009;6(10):21-9. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20011465/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20011465...
)-(3030. Miola AC, Miot HA. P-value and effect-size in clinical and experimental studies. J Vasc Bras. 2021 Jul 5;20:e20210038. https://doi.org/10.1590/1677-5449.210038
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.

Para testar diferenças entre as proporções estimadas para 2015 e 2019, entre os indicadores semelhantes nas duas edições, utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes, tendo em vista que as amostras nas duas edições da pesquisa foram selecionadas independentemente. As proporções estimadas e suas respectivas variâncias foram calculadas considerando o desenho complexo das amostras, e devido às múltiplas comparações realizadas e ao tamanho da amostra nas duas pesquisas optou-se por considerar significativas apenas as diferenças cujo valor de p foi igual ou menor que 0,013131. Nelson DE, Powell-Griner E, Town M, Kovar MG. A comparison of national estimates from the National Health Interview Survey and the Behavioral Risk Factor Surveillance System. Am J Public Health. 2003 Aug;93(8):1335-41. doi: https://doi.org/10.2105/ajph.93.8.1335
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)-(3232. Souza PRB Júnior, Szwarcwald CL, Damacena GN, Stopa SR, Vieira MLFP, Almeida WDS, et al. Health insurance coverage in Brazil: analyzing data from the National Health Survey, 2013 and 2019. Cien Saude Colet. 2021 Jun 14;26(suppl 1):2529-41. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232021266.1.43532020
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.

A estrutura de amostragem e os pesos pós-estratificação foram considerados para todas as análises. A organização e a análise dos dados foram realizadas no software Microsoft Office Excel (Microsoft©, 2016).

Aspectos éticos

Ambas as edições da PeNSE estão em conformidade com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e foram aprovadas pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (CONEP/MS), sob pareceres n. 1.006.467 de 31/03/2015 e n. 3.249.268 de 08/04/2019.

As realizações das pesquisas foram precedidas do contato com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e com a direção das escolas selecionadas em cada município. Os escolares foram informados sobre a pesquisa, sua livre participação e que poderiam desistir caso não se sentissem à vontade para responder às questões.

Resultados

A amostra II da PeNSE 2015 foi constituída de 10.926 adolescentes, 653 turmas e em 371 escolas, sendo que 50,3% eram do sexo masculino e 49,7% do feminino; em 2019, a pesquisa analisou 4.242 escolas, 6.612 turmas e 125.123 escolares, sendo 49,3% de estudantes do sexo masculino e 50,7% do sexo feminino.

Observou-se que 7,2% (IC95%: 6,8-7,7) dos estudantes de 13 a 17 anos referiram nunca terem sido bem tratados pelos colegas, sendo mais frequente entre os meninos (8,9%; IC95%: 8,3-9,5) de 13 a 15 anos (7,8%; IC95%: 7,2-8,3) de escolas públicas (8,1%; IC95%: 7,6-8,5). A prevalência de sofrer bullying duas vezes ou mais nos últimos 30 dias foi reportado por 23,0% (IC95%: 22,4-23,6) dos escolares e os percentuais foram mais elevados entre as meninas 26,5% (IC95%: 25,6-27,2) e em escolares de 13 a 15 anos (24,1; IC95%: 23,4-24,8). Não houve diferença entre os estudantes de escolas privadas e públicas (Tabela 1).

Tabela 1
Prevalência e intervalo de confiança dos indicadores de bullying segundo características sociodemográficas. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Brasil, 2019

No que se refere à prevalência de cyberbullying, 13,2% (IC95%: 12,8-13,7) referiram sentir-se ameaçados, ofendidos e humilhados nas redes sociais ou aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa e a maior prevalência ocorreu entre as meninas (16,2%; IC95%: 15,6-16,8) e estudantes de escolas públicas (13,5%; IC95%: 13,0-14,0) (Tabela 1).

A prevalência da prática de algum tipo de bullying contra o colega e apanhar dos colegas foi de 12,0% (IC95%: 11,6-12,5) e 6,5% (IC95%: 6,2-6,8), respectivamente. O relato de praticar algum tipo de bullying contra o colega foi maior entre os estudantes do sexo masculino (14,6%; IC95%: 14,0-15,2) e entre os escolares de escolas privadas (13,5%; IC95%: 12,9-14,0), sem diferenças entre grupos etários. Apanhar dos colegas foi mais frequente entre os meninos (8,2%; IC95%: 7,8-8,7), estudantes de escola privada (8,3%; IC95%: 7,7-8,8) e de 13 a 15 anos (7,8%; IC95%: 7,4-8,2). Verificou-se que 12,1% (IC95%: 11,7-12,6) dos escolares referiram que colegas se recusaram a conversar nos últimos 30 dias e foi maior nas meninas (15,3%; IC95%: 14,7-16,0), estudantes de escola pública (12,3%; IC95%: 11,8-12,8) e de 13 a 15 anos (13,1%; IC95%: 12,5-13,6) (Tabela 1).

A Figura 2 compara os dois únicos indicadores semelhantes nas duas edições, sendo que a prevalência de nunca ter sido bem tratado pelos colegas foi mais elevada em 2015 (8,9%; IC95%: 7,8-10,0) comparado com 2019 (7,2%; IC95%: 6,8-7,7). A prevalência de praticar algum tipo de bullying contra o colega nos últimos 30 dias, reduziu de 20,4% (IC95%: 19,2-21,5) em 2015 para 12,0% (IC95%: 11,6-12,5) em 2019, tanto para o sexo feminino, quanto o masculino (Figura 2B).

Figura 2
Prevalência e intervalo de confiança do indicador não ser bem tratado pelos colegas da escola nos últimos 30 dias (A) e de praticar bullying nos últimos 30 dias (B), segundo sexo. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Brasil, 2015 e 2019

Os motivos de sofrerem bullying foram semelhantes nas duas edições, com destaque para aparência do corpo (15,9%; IC95%: 14,6-17,2 em 2015 e 16,5%; IC95%: 15,8-17,3 em 2019), aparência do rosto (9,5%; IC95%: 8,5-10,6 em 2015 e 11,6%; IC95%: 10,9-12,2 em 2019) e cor ou raça (6,0%; IC95%: 5,0-6,9 em 2015 e 4,6%; IC95%: 4,0-5,1 em 2019) (Figura 3).

Figura 3
Percentual e intervalo de confiança dos motivos ou causas de sofrer bullying entre adolescentes brasileiros. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Brasil, 2015 e 2019

A Figura 4 apresenta os indicadores de bullying e cyberbullying segundo as UFs. As prevalências de sofrer bullying nos últimos 30 dias por duas ou mais vezes foram semelhantes na maioria dos estados e regiões. A frequência mais elevada ocorreu entre os adolescentes de Tocantins (26,3%; IC95%: 24,4-28,2) e as menores em Roraima (20,1%; IC95%: 18,2-22,0) e Bahia (20,0%; IC95%: 17,9-22,2) (Figura 4A). Em relação a sofrer cyberbullying nos últimos 30 dias na escola duas ou mais vezes, as frequências mais elevadas foram observadas em Mato Grosso (16,5%; IC95%: 14,3-18,6) e Amapá (16,4%; IC95%: 15,0-17,8) e a mais baixa no Distrito Federal (11,2%; IC95%: 10,0-12,4) (Figura 4B). A Figura 4C mostra a prevalência dos adolescentes que referem praticar bullying nos últimos 30 dias anteriores em 2019, sendo mais elevada no Rio de Janeiro (16,8%; IC95%: 15,4-18,3), e mais baixa em Rio Grande do Norte (9,5%; IC95%: 8,1-10,8).

Figura 4
Prevalência e intervalo de confiança dos adolescentes que referem sofrer bullying nos últimos 30 dias por duas ou mais vezes (A), cyberbullying nos últimos 30 dias na escola duas ou mais vezes (B) e praticar bullying nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa (C) por Brasil, Regiões e Unidades da Federação. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Brasil, 2019

Discussão

Os achados apontam que um em cada quatro escolares refere sofrer bullying, enquanto a prevalência de sofrer cyberbullying foi aproximadamente um em cada nove adolescentes em 2019. Esta reduziu pela metade, bem como diminuiu o relato de não ser bem tratado pelos colegas. Os motivos apontados para sofrer bullying foram semelhantes nas duas edições: aparência do corpo, aparência do rosto e cor ou raça. Destaca-se que mais da metade dos escolares não atribuíram causas para as agressões sofridas. As prevalências foram semelhantes entre as UFs, sendo mais elevada a de sofrer bullying no Tocantins, estar envolvido em situações de cyberbullying em Mato Grosso e Amapá, e praticar bullying foi mais elevado no Rio de Janeiro.

A prevalência de sofrer bullying foi elevada e semelhante aos resultados publicados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) que, a partir de uma pesquisa global realizada sobre as prevalências de bullying em 68 regiões do mundo, identificou ocorrências ainda mais elevadas na África Subsaariana (48,2%), Oriente Médio (41,1%), Norte da África (42,7%), América do Norte (31,7%) e América do Sul (30,2%). Semelhantes ao Brasil foram: Caribe (25%) e América Central (22,8%). Tem-se, ainda, dos 71 países pesquisados, a prevalência aumentou em 13, diminuiu em 35 países nas situações atribuídas como bullying, e, em 23 países, não houve mudança1010. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Behind the numbers: ending school violence and bullying [Internet]. Paris: UNESCO; 2019 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000366483
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.

Comparando as edições da PeNSE, observou-se uma redução de nunca ter sido bem tratado pelos colegas em 2019 em relação a 2015. Esse indicador constitui uma variável importante, na medida que denota potencialidade para a ocorrência efetiva de bullying e outras violências, além de impelir um modelo de resolução de conflitos. Além disso, essa redução pode ser atribuída a maior conscientização e abordagem dessa temática no âmbito escolar no país. Todavia, sabe-se que essa prática apresenta importantes repercussões na saúde e bem-estar dos escolares, tendo evidência de que os adolescentes que referiram não serem bem tratados na escola, pelos colegas, apresentam chance de cerca de três vezes mais, de sofrer bullying, em relação aos que foram bem tratados3333. Veloso VR, Costa FBS, Marques CCA, Andrade JX, Miranda CES, Araújo RSDRM. Suffering from bullying and associated factors in Brazilian students aged 13 to 17 years old: a population study. Rev Bras Epidemiol. 2020 Sep 28;23:e200097. https://doi.org/10.1590/1980-549720200097
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.

Em estudo realizado com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social a fim de analisar o status sociométrico e a sua relação com os perfis de participação no bullying, verificou-se que o status elevado dos agressores pode colaborar para que estes utilizassem a violência na solução de conflitos ou para obtenção de popularidade entre os pares3434. Zequinão MA, Medeiros P, Silva L, Pereira BO, Cardoso FL. Sociometric Status of Participants Involved in School Bullying. Paidéia (Ribeirão Preto). 2020;30:e3011. https://doi.org/10.1590/1982-4327e3011
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. No mais, vítimas e testemunhas de situações de violência na escola podem significar e atribuir este comportamento violento como legítimo e adequado para a resolução de conflitos3535. Romualdo C, Oliveira WA, Silva JL, Carlos DM, Fernández JE, Carvalho MG, et al. Students' experiences as bystanders to bullying. Rev Enferm Referência. 2021;5(7):e20144. https://doi.org/10.12707/RV20144
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.

A PeNSE 2019 revelou ainda que o relato de sofrer bullying foi mais frequente entre as meninas, nas escolas públicas e escolares de 13 a 15 anos. Resultados do Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) refletem achados semelhantes, com uma prevalência de 28,2% entre as meninas e 30,1% entre meninos1010. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Behind the numbers: ending school violence and bullying [Internet]. Paris: UNESCO; 2019 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000366483
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. Contudo, dados encontrados pelo Global School-based Student Health Survey (GSHS), com 317.869 escolares de 12 a 17 anos, mostraram que a prevalência global de bullying nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa foi de 30,5%, tendo quase um terço (33,0%) dos adolescentes do sexo masculino como vítimas, enquanto a prevalência foi menor em adolescentes do sexo feminino (28,2%)33. Biswas T, Scott JG, Munir K, Thomas HJ, Huda MM, Hasan MM, et al. Global variation in the prevalence of bullying victimisation amongst adolescents: Role of peer and parental supports. EClinicalMedicine. 2020;20:100276. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2020.100276
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. Consequentemente, torna-se imperativo realizar novas investigações sobre a variação da prevalência do bullying entre meninos e meninas nos diferentes países, pois possibilita avançar na compreensão dos determinantes sociais e culturais deste fenômeno.

Estes resultados reforçam a discussão sobre a diferença entre os sexos no que se refere ao envolvimento em situações de violência entre pares33. Biswas T, Scott JG, Munir K, Thomas HJ, Huda MM, Hasan MM, et al. Global variation in the prevalence of bullying victimisation amongst adolescents: Role of peer and parental supports. EClinicalMedicine. 2020;20:100276. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2020.100276
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),(1010. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Behind the numbers: ending school violence and bullying [Internet]. Paris: UNESCO; 2019 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000366483
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)-(1111. Hosozawa M, Bann D, Fink E, Elsden E, Baba S, Iso H, et al. Bullying victimisation in adolescence: prevalence and inequalities by gender, socioeconomic status and academic performance across 71 countries. EClinicalMedicine . 2021;41:101142. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2021.101142
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. Nesse sentido, as evidências dessa natureza podem ser explicadas considerando-se que, tal como posto na sociedade brasileira, no contexto escolar ainda reverbera a masculinidade hegemônica, a qual se impõe por meio da agressividade e dominação física, instituído a representação social dominante do ser homem e determinando fortemente os papéis sociais a serem desempenhados pelos meninos. Por outro lado, as meninas são mais associadas a formas de violência que são de difícil identificação (verbal ou simbólica, por exemplo), mas isso pode, não necessariamente, significar menor envolvimento das meninas em situações de bullying como agressoras3636. Silva MA, Pereira B, Mendonça D, Nunes B, Oliveira WA. The involvement of girls and boys with bullying: an analysis of gender differences. Int J Environ Res Public Health . 2013;10(12):6820-31. https://doi.org/10.3390/ijerph10126820
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. Essa desigualdade reflete na carga do bullying no país: dados do Carga Global de Doenças estimou que sofrer bullying foi responsável por aproximadamente 118 mil anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALYs - Disability-adjusted life Years) ou 0,18% (IC95%: 0,045-0,42) de todos os DALYs em 2019 no Brasil, sendo essa carga mais elevada entre as mulheres do que entre os homens (75.293 ou 0,25% (IC95%: 0,062-0,58) DALYs vs 42.888 ou 0,12% (IC95%: 0,03-0,28) DALYs)3737. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD Compare, Viz Hub. Institute for Health Metrics and Evaluation [Internet]. Washington, D.C.: IHME; 2019 [cited 2021 Nov 18]. Available from: Available from: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/
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. Estudos futuros são desejáveis, pois podem auxiliar na compreensão sobre as diferenças na maneira como os gêneros se relacionam para que as medidas de intervenção antibullying sejam mais eficazes.

Os resultados deste estudo são também importantes quando se analisa a violência como um dos determinantes sociais da saúde. Nesse sentido, o relatório da comissão do Lancet sobre saúde e bem-estar do adolescente3838. Patton GC, Sawyer SM, Santelli JS, Ross DA, Afifi R, Allen NB, et al. Our future: a Lancet commission on adolescent health and wellbeing. Lancet. 2016;387(10036):2423-78. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00579-1
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) revelou que mais de 50% deles crescem em países com elevados níveis de problemas de saúde entre adolescentes, incluindo violência, evidenciando a necessidade de manter a vigilância e monitoramento de suas formas de manifestação33. Biswas T, Scott JG, Munir K, Thomas HJ, Huda MM, Hasan MM, et al. Global variation in the prevalence of bullying victimisation amongst adolescents: Role of peer and parental supports. EClinicalMedicine. 2020;20:100276. https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2020.100276
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. Especificamente, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) demanda o enfrentamento sistemático do bullying e, sobretudo, reforça a relevância do monitoramento contínuo de indicadores de saúde relacionados aos aspectos psicossociais3939. Kleinert S, Horton R. Adolescent health and wellbeing: a key to a sustainable future. Lancet . 2016;387(10036):2355-6. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30297-5
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)-(4141. Bandara AN. Involving adolescents in the discussion about SDGs. Lancet . 2017;389(10083):1979. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)31318-1
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.

Por outro lado, pela primeira vez se aferiu o cyberbullying em uma amostra nacional representativa de adolescentes brasileiros, aspecto ainda mais fundamental posto que já foi observado aumento deste tipo de violência durante a crise global ocasionada pela COVID-191919. Shin SY, Choi YJ. Comparison of Cyberbullying before and after the COVID-19 Pandemic in Korea. Int J Environ Res Public Health . 2021 Sep 25;18(19):10085. https://doi.org/10.3390/ijerph181910085.
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)-(2222. Utemissova UG, Danna S, Nikolaevna NV. Cyberbullying during the COVID-19 pandemic. Global Journal of Guidance and Counseling in Schools: Current Perspectives. 2021;11(2):77-87. https://doi.org/10.18844/gjgc.v11i2.5471
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. Dados sobre a diferença entre os sexos também já foram evidenciados quando a ocorrência do fenômeno ocorreu de forma virtual1414. Zhu C, Huang S, Evans R, Zhang W. Cyberbullying Among Adolescents and Children: A Comprehensive Review of the Global Situation, Risk Factors, and Preventive Measures. Front Public Health. 2021;9:634909. https://doi.org/10.3389/fpubh.2021.634909
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),(4242. Chocarro E, Garaigordobil M. Bullying y cyberbullying: diferencias de sexo en víctimas, agresores y observadores. Pensam Psicol. 2019;17(2):57-71. https://doi.org/10.11144/javerianacali.ppsi17-2.bcds
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)-(4343. Alhajji M, Bass S, Dai T. Cyberbullying, Mental Health, and Violence in Adolescents and Associations With Sex and Race: Data From the 2015 Youth Risk Behavior Survey. Glob Pediatr Health. 2019;6:2333794X19868887. https://doi.org/10.1177/2333794X19868887
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. Todavia, aponta-se que esse fenômeno ainda não recebeu a atenção necessária dado seu potencial de alcance e os prejuízos que podem causar aos estudantes envolvidos - insônia, depressão, baixo rendimento escolar ou baixa concentração, uso de drogas, ideação suicida e suicídio, estresse, solidão e ansiedade, por exemplo4444. Ferreira TRSC, Deslandes SF. Cyberbullying: concepts, dynamics, characters and health implications. Cien Saude Colet . 2018;23(10):3369-79. https://doi.org/10.1590/1413-812320182310
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. Uma revisão sistemática de 66 estudos mostrou que o cyberbullying está associado a um maior risco de comportamentos suicidas e de automutilação4545. Dorol-Beauroy-Eustache O, Mishara BL. Systematic review of risk and protective factors for suicidal and self-harm behaviors among children and adolescents involved with cyberbullying. Prev Med. 2021;152(Pt 1):106684. https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2021.106684
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. Desse modo, os resultados revelados por esse estudo sinalizam a importância que o tema assumirá na agenda social e política nos próximos anos, sobretudo no contexto pós-pandemia, tendo em vista o aumento do tempo em tela observado entre adolescentes4646. Malta DC, Gomes CS, Barros MBA, Lima MG, Silva AGD, Cardoso LSM, et al. The COVID-19 pandemic and changes in the lifestyles of Brazilian adolescents. Rev Bras Epidemiol . 2021;24:e210012. https://doi.org/10.1590/1980-549720210012
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e, sobretudo, a tendência de aumento dos conflitos entre pares após o retorno às aulas, em função do aumento do sofrimento mental e ansiedade gerados pelo distanciamento social prolongado entre os jovens.

Entre os motivos e causas do bullying, os participantes do estudo atribuíram causas à aparência do corpo, do rosto e cor da pele ou raça. Esses achados não são novidades e já foram documentados em outras edições da PeNSE4747. Malta DC, Mello FCM, Prado RRD, Sá ACMGN, Marinho F, Pinto IV, et al. Prevalence of bullying and associated factors among Brazilian schoolchildren in 2015. Cien Saude Colet . 2019 Apr;24(4):1359-68. https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.15492017
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)-(4848. Oliveira WA, Silva MA, Mello FC, Porto DL, Yoshinaga AC, Malta DC. The causes of bullying: results from the National Survey of School Health (PeNSE). Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2015;23(2):275-82. https://doi.org/10.1590/0104-1169.0022.2552
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. Contudo, destaca-se que mesmo com a disseminação de informações sobre o problema, os escolares ainda apresentam dificuldades para identificar as motivações dos agressores. Esse aspecto reforça a importância de estratégias informativas e formativas sobre o fenômeno nas escolas. Por outro lado, menciona-se que pesquisas nacionais e internacionais buscam associar o bullying a diferentes variáveis para explicá-lo, como violência intrafamiliar, uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas, faixa etária, orientação sexual, aparência do corpo, raça, sentir-se solitário e não ter amigos4747. Malta DC, Mello FCM, Prado RRD, Sá ACMGN, Marinho F, Pinto IV, et al. Prevalence of bullying and associated factors among Brazilian schoolchildren in 2015. Cien Saude Colet . 2019 Apr;24(4):1359-68. https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.15492017
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)-(5050. Myklestad I, Straiton M. The relationship between self-harm and bullying behaviour: results from a population based study of adolescents. BMC Public Health. 2021;21(1):524. https://doi.org/10.1186/s12889-021-10555-9
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. Algumas dessas variáveis são contempladas pela PeNSE, mas não foram referidas pelos participantes quando indagados sobre as motivações para as agressões sofridas.

Embora o estudo apresente resultados que podem ser generalizados para a vivência de estudantes brasileiros, suas limitações devem ser consideradas. A primeira limitação, refere-se ao principal desfecho analisado (bullying), pois as perguntas não foram comparáveis nas duas edições, impossibilitando avaliar as mudanças ao longo do tempo. A alteração implementada na pergunta entre as edições anteriores e 2019 não permite comparação sobre a tendência de sofrer bullying entre adolescentes brasileiros. Isso ocorreu devido a mudanças na maneira como foram realizados os questionamentos aos estudantes nas diferentes edições. Para tanto, sugere-se que o questionário seja revisto no sentido de permitir uma análise da distribuição temporal do evento em pauta e assim, reconhecer e dimensionar sua variação e identificar os fatores associados.

Além disso, o desenho transversal não permite estabelecer nexos causais entre as variáveis analisadas ou explorar os efeitos mediadores entre as variáveis analisadas, além de estar sujeito a viés de informação. Outrossim, este estudo reflete a situação dos adolescentes inseridos na escola e não os que se encontram fora da mesma. Ademais, ressalta-se que o módulo da PeNSE referente ao bullying não foi validado previamente, o que pode resultar em algum tipo de viés. Recomendam-se estudos desta natureza para aperfeiçoamento da pesquisa.

Este estudo apresenta pontos fortes importantes pela sua magnitude, uma vez que reúne dados de todo território nacional e fornece um panorama dos indicadores de bullying entre escolares brasileiros. A partir das edições anteriores da PeNSE, reitera-se que o contexto escolar brasileiro continua sendo um espaço de (re)produção deste tipo de violência, tornando-se urgente avançar na perspectiva da prevenção e minimização das múltiplas facetas do bullying nessa população, visando reduzir a carga de transtornos mentais associados entre adolescentes1515. Moore SE, Norman RE, Suetani S, Thomas HJ, Sly PD, Scott JG. Consequences of bullying victimization in childhood and adolescence: A systematic review and meta-analysis. World J Psychiatry. 2017;7(1):60-76. https://doi.org/10.5498/wjp.v7.i1.60
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),(4040. Armitage R. Bullying in children: impact on child health. BMJ Paediatr Open. 2021;5(1):e000939. https://doi.org/10.1136/bmjpo-2020-000939
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Conclusão

Em conclusão, embora seja verificada uma redução da prevalência de bullying entre estudantes brasileiros em 2019, esse ainda é um grave problema no cenário nacional, especialmente entre adolescentes do sexo masculino e de escolas privadas. Aparência do corpo, aparência do rosto e cor ou raça se constituem como as principais justificativas para ocorrência do fenômeno, denotando que a questão da aparência física e da tolerância à diversidade devem ser contemplados em intervenções antibullying. O cyberbullying também revelou um problema preocupante, principalmente entre meninas e em escolas públicas. São necessárias investigações adicionais para compreender os determinantes individuais e contextuais relacionados a esse tipo violência entre estudantes brasileiros, principalmente pós-pandemia de COVID-19.

Os resultados sumarizados neste estudo ainda sinalizam para a importância dos cuidados em saúde oferecidos à criança e ao adolescente envolvidos em situações de bullying e/ou cyberbullying. Neste ínterim, o trabalho do campo da enfermagem, especialmente na atenção primária, impõe-se como desafio e um exercício para compreender e transformar as práticas de saúde coletiva e as propostas de intervenção e prevenção, processos estes que exigem novos conhecimentos que sejam capazes de gerar uma consciência coletiva e um compromisso frente aos problemas de desigualdade, exclusão e discriminação aos quais muitas crianças e adolescentes estão expostos. Além disso, a atuação multisetorial é fundamental, especialmente entre os atores da saúde, serviço social e educação, pois podem colaborar no rastreamento dos casos e na diminuição do movimento de naturalização ou banalização da violência entre pares. Esse tipo de cuidado está em consonância com as diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde e com a política nacional de promoção da saúde em articulação com o Programa Saúde na Escola.

Referências

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    Este artigo refere-se à chamada temática “Saúde dos adolescentes e o papel do enfermeiro”. Editado pela Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. A publicação deste suplemento foi apoiada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Os artigos passaram pelo processo padrão de revisão por pares da revista para suplementos. As opiniões expressas neste suplemento são exclusivas dos autores e não representam as opiniões da OPAS/OMS. Apoio financeiro do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, processo nº 25000.126.637/2018-93 (TED no. 66/2018), Brasil.
  • Errata

    No artigo “Bullying entre adolescentes brasileiros: evidências das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar, Brasil, 2015 e 2019”, com número DOI: 10.1590/1518-8345.6278.3679, publicado no periódico Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2022;30(spe):e3679, na página 1:
    Onde se lia:
    Wanderlei Abadio de Oliveira2,3https://orcid.org/0000-0002-3146-8197
    Elton Junio Sady Prates4https://orcid.org/0000-0002-5049-186X
    Flávia Carvalho Malta de Mello5https://orcid.org/0000-0001-5019-8316
    Cristiane dos Santos Moutinho6,7https://orcid.org/0000-0002-0717-1967
    Marta Angelica Iossi Silva8https://orcid.org/0000-0002-9967-8158
    1Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem, Belo Horizonte, MG, Brasil.
    2Pontifícia Universidade Católica, Campinas, SP, Brasil.
    3Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Processo 310066/2020-4. Brasil.
    4Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Belo Horizonte, MG, Brasil.
    5Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
    6Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
    7Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Processo 305469/2019-3. Brasil.
    8Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
    Leia-se:
    Deborah Carvalho Malta1,2https://orcid.org/0000-0002-8214-5734
    Wanderlei Abadio de Oliveira2,3https://orcid.org/0000-0002-3146-8197
    Elton Junio Sady Prates4https://orcid.org/0000-0002-5049-186X
    Flávia Carvalho Malta de Mello5https://orcid.org/0000-0001-5019-8316
    Cristiane dos Santos Moutinho6https://orcid.org/0000-0002-0717-1967
    Marta Angelica Iossi Silva2,7https://orcid.org/0000-0002-9967-8158
    1Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública, Belo Horizonte, MG, Brasil.
    2Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasil.
    3Pontifícia Universidade Católica, Campinas, SP, Brasil.
    4Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Belo Horizonte, MG, Brasil.
    5Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
    6Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
    7Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Editado por

Editor Associado: Ricardo Alexandre Arcêncio

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Set 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    28 Abr 2022
  • Aceito
    30 Maio 2022
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