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Estratégias de comunicação enfermeiro-paciente: proposta de um vídeo educativo para estudantes de enfermagem* * Este artigo refere-se à chamada temática “Inovação na prática, no ensino ou na pesquisa em saúde e Enfermagem”. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código de Financiamento 001, Brasil.

Resumos

Objetivo:

construir, validar e avaliar um vídeo educativo sobre estratégias de comunicação enfermeiro-paciente para estudantes da graduação em enfermagem.

Método:

trata-se de um estudo metodológico, com delineamento longitudinal e análise quantitativa. Foram percorridas as etapas de pré-produção, produção, pós-produção e avaliação do vídeo pelo público-alvo.

Resultados:

cinco enfermeiras avaliaram o storyboard do vídeo e apontaram a compreensão do tema, os tópicos abordados e a linguagem utilizada como adequadas e pertinentes à temática. Outras cinco enfermeiras consideraram presentes e desejáveis: qualidade da técnica audiovisual empregada, ambiente simulado, caracterização das personagens e desenvolvimento das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente. A versão final do vídeo foi avaliada por nove estudantes de enfermagem que apresentaram nível de compreensão dos itens igual ou acima de 96%. O vídeo apresenta as seguintes estratégias: Estratégias gerais de comunicação, Comunicação Intercultural, NURSE, Tell me more, Ask-Tell-Ask, Comunicação Terapêutica e Comunicação de Más Notícias.

Conclusão:

este estudo retrata a criação de um vídeo, sua validação por peritos e sua avaliação pelo público-alvo, que manifestaram tratar-se de um recurso educativo relevante para o processo de ensino-aprendizagem de estratégias de comunicação. Os juízes e o público alvo consideraram o vídeo como um instrumento válido para ensinar sobre as estratégias de comunicação enfermeiro-paciente.

Descritores:
Comunicação em Saúde; Relações Enfermeiro-Paciente; Filme e Vídeo Educativo; Educação em Enfermagem; Pesquisa Metodológica em Enfermagem; Enfermagem


Objetivo:

elaborar, validar y evaluar un video educativo sobre estrategias de comunicación enfermero-paciente para estudiantes de la carrera de enfermería.

Método:

se trata de un estudio metodológico, con diseño longitudinal y análisis cuantitativo. El público objetivo cumplió las etapas de preproducción, producción, postproducción y evaluación del video.

Resultados:

cinco enfermeras evaluaron el storyboard del video y consideraron que la comprensión del tema, los tópicos abordados y el lenguaje utilizado eran apropiados y relevantes para el tema. Otras cinco enfermeras consideraron que la calidad de la técnica audiovisual utilizada, el ambiente simulado, la caracterización de los personajes y el desarrollo de las estrategias de comunicación enfermero-paciente estaban presentes y eran adecuados. La versión final del video fue evaluada por nueve estudiantes de enfermería que tuvieron un nivel de comprensión de los ítems igual o superior al 96%. El video presenta las siguientes estrategias: Estrategias Generales de Comunicación, Comunicación Intercultural, NURSE, Tell me more, Ask-Tell-Ask, Comunicación Terapéutica y Comunicación de Malas Noticias.

Conclusión:

este estudio describe la creación de un video, la validación que realizaron del mismo los expertos y la evaluación del público objetivo, quienes consideraron que es un recurso educativo importante para el proceso de enseñanza-aprendizaje de las estrategias de comunicación. Los jueces y el público objetivo consideraron que el video era un instrumento válido para enseñar las estrategias de comunicación enfermero-paciente.

Descriptores:
Comunicación en Salud; Relaciones Enfermero-Paciente; Película y Video Educativo; Educación en Enfermería; Investigación Metodológica en Enfermería; Enfermería


Objective:

to create, validate and evaluate an educational video on nurse-patient communication strategies for undergraduate Nursing students.

Method:

this is a methodological study with a longitudinal design and quantitative analysis. The following stages were conducted: pre-production, production, post-production and evaluation of the video by the target population.

Results:

five female nurses evaluated the video storyboard and indicated understanding of the subject matter, the topics addressed and the language used as adequate and pertinent to the theme. Another five female nurses considered the following as present and desirable elements: quality of the audiovisual technique employed, simulated environment, characterization of the characters, and development of the nurse-patient communication strategies The final version of the video was evaluated by nine Nursing students that presented a level of item understanding of at least 96%. The video presents the following strategies: General communication strategies, Intercultural Communication, NURSE, Tell me more, Ask-Tell-Ask, Therapeutic Communication and Communicating Bad News.

Conclusion:

this study portrays the creation of a video, its validation by experts and its evaluation by the target population, which indicated it as a relevant educational resource for the teaching-learning process regarding communication strategies. Both the evaluators and the target population considered that the video is a valid instrument to teach content about the nurse-patient communication strategies.

Descriptors:
Health Communication; Nurse-Patient Relations; Instructional Film and Video; Education, Nursing; Nursing Methodology Research; Nursing


Destaques:

(1) A compreensão do tema, a linguagem utilizada e os tópicos abordados foram adequados.

(2) Concordou-se sobre a qualidade, ambiente, caracterização e estratégias de comunicação.

(3) A versão final do vídeo educativo apresenta 13 minutos e 52 segundos de duração.

(4) Estudantes de enfermagem apresentaram nível de compreensão igual ou acima de 96%.

(5) Pode favorecer o processo de ensino-aprendizagem e as habilidades comunicativas.

Introdução

A comunicação, considerada a base das relações humanas, é caracterizada como um processo complexo, de troca ou transmissão de informações, dados, emoções e significados, pelo uso de símbolos por meio de linguagens, expressões faciais, gestos e posturas corporais, entre duas ou mais pessoas, com um propósito(11. Bellaguarda MLR, Knihs NS, Canever BP, Tholl AD, Alvarez AG, Teixeira GC. Realistic simulation as a teaching tool in critical situation communication in palliative care. Esc Anna Nery. 2020;24(3):e20190271. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0271
https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-20...

2. Mourão CML, Albuquerque AMS, Silva APS, Oliveira MS, Fernandes AFC. Comunicação em enfermagem: uma revisão bibliográfica. Rev Rene [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar 16];10(3):139-45. Available from: https://bit.ly/3idCuOD
https://bit.ly/3idCuOD...

3. Fontes CMB, Menezes DV, Borgato MH, Luiz MR. Communicating bad news: an integrative review of the nursing literature. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];70(5):1089-95. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0143
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-44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.).

No contexto da Enfermagem, a comunicação é considerada um componente básico para o cuidado, por permitir a expressão de emoções, necessidades, temores e opiniões. Sendo considerada um importante indicador da qualidade da assistência, caracterizando-se como um componente chave para implementação da segurança do paciente(55. Santos EM, Nogueira LMV, Rodrigues ILA, Paiva BL, Caldas SP. Comunicação como ferramenta para segurança do paciente indígena hospitalizado. Enferm Rev [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];20(2):135-50. Available from: https://bit.ly/3MPVZLj
https://bit.ly/3MPVZLj...

6. Marques JM, Alves LHP, Oliveira NS, Marta CB, Silva RCL. Safety culture and the communication process among nursing team members. Rev Enferm Atual In Derme [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];87(25):1-6. Available from: https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.87-n.25-art.219
https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.87...
-77. Giménez-Espert MC, Castellano-Rioja E, Prado-Gascó VJ. Empathy, emotional intelligence, and communication in Nursing: the moderating effect of the organizational factors. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16];28:e3333. Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3286.3333
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). É por meio da comunicação que o enfermeiro estabelece um relacionamento com a equipe multiprofissional, com os familiares e com o paciente(88. Rodrigues MRK, Van-Dúnem ASA, Andrade CR, Santos LO, Almeida KCH, Santos JO, et al. Estratégias e barreiras encontradas pela equipe de enfermagem na comunicação com pacientes deficientes auditivos. Saúde Colet [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];9(51):1990-7. Available from: https://bit.ly/367qfAB
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).

No que se refere à comunicação enfermeiro-paciente, o profissional é o agente ativo do processo comunicativo, dado que faz uso de habilidades comunicativas para obter e fornecer informações sobre condições clínicas, informar procedimentos, identificar as necessidades do paciente, promover escuta às demandas e estabelecer vínculo entre equipe-paciente-família(33. Fontes CMB, Menezes DV, Borgato MH, Luiz MR. Communicating bad news: an integrative review of the nursing literature. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];70(5):1089-95. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0143
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,88. Rodrigues MRK, Van-Dúnem ASA, Andrade CR, Santos LO, Almeida KCH, Santos JO, et al. Estratégias e barreiras encontradas pela equipe de enfermagem na comunicação com pacientes deficientes auditivos. Saúde Colet [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];9(51):1990-7. Available from: https://bit.ly/367qfAB
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).

Contudo, para que a comunicação se dê de forma eficiente, é preciso superar certas barreiras. Elas podem ser relacionadas aos interlocutores, ao ambiente, à situação e, às habilidades e expertise do profissional. Quando as barreiras se relacionam com os interlocutores, elas podem se apresentar como condições físicas que envolvam dificuldades de expressão, recepção ou compreensão de mensagens, nível de hierarquia, formas de abordagens ou tratamentos social, uso de linguagem técnica e diferenças culturais. Relacionadas ao ambiente, apresentam-se como interferências relacionadas a ruídos de alarmes de equipamentos, iluminação precária, conversas paralelas no ambiente, privacidade; à situação, como relevância ao tema, propósito da comunicação; e, ainda, às barreiras de habilidades e expertise do profissional e empatia para com o respeito às regras e sequências de um diálogo(44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.,99. Borba A, Santos BM, Puggina ACG. Barreiras de comunicação nas relações enfermeiro-paciente: revisão integrativa. Rev Saúde - UNG-Ser [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];11(1/2):48-61. Available from: https://bit.ly/368GY6y
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-1010. Assenheimer A, Moura D, Brum ZP, Fontana RT, Guimarães CA, Soares NV, et al. Comunicação interpessoal enquanto fator para a humanização do cuidado. RICSB [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];2(2):1-9. Available from: https://bit.ly/36s4X0B
https://bit.ly/36s4X0B...
).

Estas interferências podem levar a falta de compartilhamento de informação entre os profissionais da equipe, incongruências no registro em prontuário, prejuízos na identificação e acompanhamento de sinais clínicos do paciente e comprometimento no alcance de bons resultados(1010. Assenheimer A, Moura D, Brum ZP, Fontana RT, Guimarães CA, Soares NV, et al. Comunicação interpessoal enquanto fator para a humanização do cuidado. RICSB [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];2(2):1-9. Available from: https://bit.ly/36s4X0B
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). Além disso, a segurança do profissional e do paciente também pode sofrer implicações, dado que falhas na comunicação são apontadas como uma das principais causas de eventos adversos na área de Enfermagem(1111. Settani SS, Silva GBS, Julião IHT, Silva MCF, Silva JCB, Oliveira DAL, et al. Nursing communication and its impact on patient safety. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];13:e239573. Available from: https://bit.ly/34MpTPg
https://bit.ly/34MpTPg...
).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Enfermagem determinam o conteúdo a ser ministrado e destacam que as habilidades comunicativas são competências a serem adquiridas durante a formação do enfermeiro(1212. Ministério da Saúde (BR). Resolução n.° 573, de 31 de janeiro de 2018. Recomendações do Conselho Nacional de Saúde à proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de graduação Bacharelado em Enfermagem. Diário Oficial da República Federativa do Brasil [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];1:38. Available from: https://bit.ly/3MSKXF0
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). No entanto, alguns estudos apontam que a comunicação é insuficientemente abordada durante a graduação em Enfermagem e que, quando esta ocorre, nem sempre é capaz de desenvolver habilidades que permitam aos estudantes lidar com as emoções de pacientes(1313. Perbone JG, Carvalho EC. Sentimentos do estudante de enfermagem em seu primeiro contato com pacientes. Rev Bras Enferm [Internet]. 2011 [cited 2022 Mar 16];64(2):343-7. Available from: https://bit.ly/3IitZMA
https://bit.ly/3IitZMA...

14. Dalcól C, Garanhani ML, Fonseca LF, Carvalho BG. Communication skills and teaching-learning strategies: perception of nursing students. Cogitare Enferm [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];23(3):e53743. Available from: https://bit.ly/3u0zV7X
https://bit.ly/3u0zV7X...

15. Oliveira KRE, Braga EM. The development of communication skills and the teacher’s performance in the nursing student’s perspective. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];50(spe):32-8. Available from: https://bit.ly/3IbFm9e
https://bit.ly/3IbFm9e...
-1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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)

Dessa forma, diante da necessidade de se propor formas de estratégias inovadoras e metodologias eficazes no ensino da comunicação, justifica-se o desenvolvimento, por ora, de um vídeo educativo sobre as estratégias comunicativas em Enfermagem. Estima-se que a utilização do vídeo, em estudo posterior, possa mensurar seu impacto na aquisição de conhecimento na área.

Para tanto, o objetivo deste estudo foi construir, validar e avaliar um vídeo educativo sobre estratégias de comunicação enfermeiro-paciente para estudantes de graduação em enfermagem.

Método

Delineamento, local e período do estudo

Trata-se de um estudo metodológico, com delineamento longitudinal e análise quantitativa(1717. Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática da enfermagem. 9.ed. Porto Alegre: Artmed; 2019.), realizado em uma instituição pública de ensino superior da cidade do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). O processo de construção do vídeo, validação por peritos e avaliação pelo público-alvo apresentou 24 meses de duração, compreendendo o período de janeiro de 2020 a dezembro de 2021.

Participantes

Segundo a literatura, ainda não há um consenso sobre o número de juízes necessários para a avaliação de conteúdo. Alguns autores indicam no mínimo cinco juízes e no máximo 10 participando do processo de validação, enquanto outros sugerem de seis a vinte participantes, tendo no mínimo três em cada grupo de profissionais selecionados(1818. Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2011 [cited 2022 Aug 10];16(7):3061-8. Available from: https://www.scielo.br/j/csc/a/5vBh8PmW5g4Nqxz3r999vrn/?lang=pt
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-1919. Minosso KC, Toso BRG. Transcultural validation of an instrument to evaluate Advanced Nursing Practice competences in Brazil. Rev Bras Enferm [Internet]. 2021 [cited 2022 Aug 10];74(Suppl 6):e20210165. Available from: https://www.scielo.br/j/reben/a/dGPCjMSQWWBJg4x83v4p3GR/?lang=en
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). Neste trabalho, selecionaram-se no mínimo cinco juízes.

Para a seleção dos participantes para validação do storyboard, os critérios de inclusão foram: experiência na área de comunicação enfermeiro-paciente. Já para a seleção dos juízes para validação do vídeo, foram selecionados profissionais com experiência com recursos educativos e com recursos audiovisuais. Como critérios de exclusão, foram profissionais que não eram enfermeiros. Participaram deste estudo: dez enfermeiras, sendo cinco com experiência na área de comunicação em enfermagem e cinco com experiência em recursos educativos em saúde; e, nove estudantes do curso de enfermagem (público-alvo), regularmente matriculados na instituição de ensino em que se deu o estudo.

Os participantes foram convidados através de uma carta-convite enviada para o e-mail dos profissionais. Todos os participantes convidados aceitaram participar da pesquisa.

Em relação ao convite para o público-alvo, foram considerados critérios de inclusão: discentes matriculados em um curso de graduação em enfermagem a partir do quarto período e que fossem maiores de 18 anos. Foram convidados 25 participantes, entretanto 9 aceitaram participar da pesquisa.

Coleta de dados

A coleta de dados, assim como os instrumentos utilizados, variou a depender do processo de construção, validação e avaliação do vídeo educativo.

A construção e a validação de um vídeo educativo contemplam três fases: pré-produção (construção do roteiro baseado na literatura e na experiência clínica dos autores, elaboração e validação do storyboard por especialistas), produção (ensaio com os atores, filmagem das cenas, desenvolvimento de imagens e animações e locução) e pós-produção (edição e validação do vídeo por pessoas com experiência na área)(2020. Fleming SE, Reynolds J, Wallace B. Lights... camera... action! A guide for creating a DVD/video. Nurse Educ [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar 16];34(3):118-21. Available from: https://bit.ly/3JlvHyb
https://bit.ly/3JlvHyb...
).

Na pré-produção, foi elaborado o roteiro e o storyboard do vídeo(2020. Fleming SE, Reynolds J, Wallace B. Lights... camera... action! A guide for creating a DVD/video. Nurse Educ [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar 16];34(3):118-21. Available from: https://bit.ly/3JlvHyb
https://bit.ly/3JlvHyb...
). Para elaboração do roteiro, foi realizada uma revisão de escopo sobre as estratégias de comunicação enfermeiro-paciente, com protocolo registrado no Open Science Framework (OSF) sob o DOI 10.17605/OSF.IO/26QMX, a partir da metodologia proposta pelo Joanna Briggs Institute (JBI)(2121. Aromataris E, Munn Z. JBI Manual for evidence synthesis [Internet]. Adelaide: JBI; 2020 [cited 2022 Mar 16]. Available from: https://bit.ly/3weYSzu
https://bit.ly/3weYSzu...
).

A revisão de escopo busca mapear conceitos fundamentais de uma determinada área, indicando as principais evidências disponíveis. Ela é composta pelas seguintes etapas: identificação da questão da pesquisa, identificação de estudos relevantes, seleção dos estudos e mapeamento dos achados(2222. Arksey H, O’Malley L. Scoping studies: towards a methodological framework. Int J Soc Res Methodol [Internet]. 2005 [cited 2022 Mar 16];8(1):19-32. Available from: https://bit.ly/37r4Q5K
https://bit.ly/37r4Q5K...
) e apresenta seu protocolo baseado na estratégia PCC (População, Conceito e Contexto/Cenário)(2323. Aromataris E, Munn Z. JBI Manual for evidence synthesis [Internet]. Adelaide: JBI; 2020 [cited 2022 Mar 16]. Chapter 11: scoping reviews. Available from: https://bit.ly/3weYSzu
https://bit.ly/3weYSzu...
). Nesta investigação, a população representou o enfermeiro e o paciente; o conceito, as estratégias de comunicação; e, o contexto/cenário, a Enfermagem.

Inicialmente, foi realizada uma busca primária nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/PubMed), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Comprovada a inexistência de revisões sobre estratégias de comunicação enfermeiro-paciente, realizou-se uma busca criteriosa a partir das seguintes estratégias: na MEDLINE, (“health communication” [MeSH Terms] AND (“nursing” [MeSH Terms] OR “nursing care” [MeSH Terms])); na CINAHL, (MH communication AND MH nursing care); e na LILACS, (“comunicação em saúde” [Descritor de assunto] AND “enfermagem” OR “cuidados de enfermagem” [Descritor de assunto]). Dessa forma, no primeiro semestre de 2020, duas pesquisadoras independentes buscaram responder à questão norteadora: “Quais as evidências científicas disponíveis sobre as estratégias de comunicação enfermeiro-paciente?”. Como critérios de elegibilidade, foram considerados estudos que tinham como participantes enfermeiros e/ou pacientes; que abordavam as estratégias de comunicação entre enfermeiro e paciente; realizados no contexto/cenário da Enfermagem; com metodologia qualitativa, quantitativa, reflexiva, descritiva, observacional, metodológica e de revisões. Estudos duplicados foram excluídos.

Assim, após a extração das informações e a partir da experiência das pesquisadoras envolvidas, os achados foram compilados e categorizados para elaboração do roteiro.

Com a finalidade de orientar e esclarecer o processo de criação das etapas seguintes, foi elaborado o storyboard do vídeo. Este foi desenvolvido em forma de quadro, sendo descrito cada recurso audiovisual a ser utilizado, como: imagens, cenas, animações, locução e sons de fundo(2020. Fleming SE, Reynolds J, Wallace B. Lights... camera... action! A guide for creating a DVD/video. Nurse Educ [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar 16];34(3):118-21. Available from: https://bit.ly/3JlvHyb
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).

O storyboard, após finalizado, foi encaminhado para a análise de cinco enfermeiras com experiência na área de comunicação em enfermagem. O instrumento para sua avaliação, elaborado de acordo com os critérios sugeridos em estudo anterior(2424. López ML, Carvalho EC. A comunicação terapêutica durante a instalação de terapia endovenosa: uso de simulação filmada. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. 2006 [cited 2022 Mar 16];14(5):658-65. Available from: https://bit.ly/3qcpMnv
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), que apresentou as etapas de construção e validação de um vídeo educativo sobre comunicação no contexto da comunicação na instalação de terapia endovenosa. Assim, o instrumento utilizado nesta pesquisa, baseou-se no julgamento da compreensão do tema, linguagem verbal adotada e pertinência da inclusão de tópicos relacionados à temática (conceito de comunicação, aplicabilidade da comunicação na Enfermagem, importância da comunicação na assistência de Enfermagem, aspectos gerais da comunicação enfermeiro-paciente e, estratégias de comunicação enfermeiro-paciente: Estratégias de Comunicação Intercultural; Naming, Understanding, Respecting, Supporting and Exploring (NURSE); Tell me more; Ask-Tell-Ask; de Comunicação Terapêutica: Expressão, Clarificação e Validação e; de Comunicação de Más Notícias).

A produção consiste na implementação das ideias elaboradas na pré-produção(2020. Fleming SE, Reynolds J, Wallace B. Lights... camera... action! A guide for creating a DVD/video. Nurse Educ [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar 16];34(3):118-21. Available from: https://bit.ly/3JlvHyb
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). Dessa forma, após o ensaio com os atores e realização dos ajustes necessários nas cenas, o vídeo foi gravado em um laboratório de simulação da instituição de ensino, que apresentava condições semelhantes ao cenário da prática do enfermeiro e condições acústicas favoráveis.

Em seguida, foram selecionadas imagens, animações, além de um locutor do vídeo.

Para o desenvolvimento de imagens e animações, foi observada a legislação referente aos direitos autorais de utilização e reprodução de recursos(2525. Brasil (BR). Lei n.° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil [Internet]. 1998 [cited 2022 Mar 16];1:3. Available from: https://bit.ly/3q7ZcMf
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). Dessa forma, elas foram selecionadas a partir de busca na ferramenta Google Imagens, desde que licenciadas sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional e, tratadas com os programas Adobe Illustrator e Adobe Flash, para criação de imagens e animações, respectivamente.

A pós-produção consiste na edição das cenas gravadas e validação do vídeo(2020. Fleming SE, Reynolds J, Wallace B. Lights... camera... action! A guide for creating a DVD/video. Nurse Educ [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar 16];34(3):118-21. Available from: https://bit.ly/3JlvHyb
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). Logo, após os ajustes necessários, o vídeo foi encaminhado a enfermeiros com experiência em recursos educativos em saúde. O instrumento para avaliação consistia em julgar se os itens –qualidade da técnica audiovisual empregada, do ambiente simulado, da caracterização das personagens e do desenvolvimento das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente – eram presentes e desejáveis. Destaca-se que as sugestões dos especialistas, quando pertinentes, foram acatadas pelas pesquisadoras.

Em seguida, com a finalidade de verificar a compreensão e abrangência do conteúdo do vídeo, nove estudantes de enfermagem opinaram sobre o vídeo.

Os estudantes foram convidados a participar do estudo em um momento pré-definido, após as atividades acadêmicas, pela plataforma online Google Meet. Após apresentação dos objetivos do estudo e convite para participação na pesquisa, aqueles que demonstraram interesse em participar, receberam o link do formulário online Google Forms. A avaliação considerou a análise da compreensão de cada tópico abordado, a quantidade de vezes que seria necessário assistir o vídeo visando à aquisição de informações e a qualidade do material audiovisual.

A compreensão do aluno foi avaliada através de um questionário com perguntas fechadas utilizando uma escala de 0 a 10. Para cada tópico abordado no vídeo, o 0 representava “Vídeo apresentou o tópico de forma NÃO COMPREENSÍVEL/ABRANGENTE”, e o 10 representava “Vídeo apresentou o tópico de forma EXTREMAMENTE COMPREENSÍVEL/ABRANGENTE”.

Os instrumentos utilizados na coleta de dados das três etapas foram criados pelos autores desta pesquisa, portanto não foram implementados em outros estudos ou validados.

Análise dos dados

Os registros realizados pelos participantes, enfermeiras e estudantes, foram armazenados em uma planilha no Microsoft Office Excel®, versão online, para análise estatística descritiva (frequência absoluta, frequência relativa, média e desvio padrão).

Aspectos éticos

Esta proposta faz parte da pesquisa Estratégias de Intervenção no Ensino e na Assistência de Enfermagem: Ensaios Clínicos Randomizados, registrada na Plataforma Brasil sob o Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) 25629819.5.0000.5285 e aprovada sob parecer número 3.764.010.

Com a finalidade de diminuir os riscos da coleta realizada no formato virtual, os registros foram apagados das plataformas virtuais e ambientes compartilhados, sendo os dados armazenados em dispositivo eletrônico local, assegurando-se, assim, o sigilo e a confidencialidade.

Em atenção às recomendações da legislação pertinente, as pessoas que participaram das cenas do vídeo assinaram o Termo de Autorização de Uso da Imagem; o locutor assinou o Termo de Autorização de Uso de Voz e; as enfermeiras peritas e os estudantes, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Acrescenta-se, ainda, que as atividades desenvolvidas pelos atores e locutor do vídeo foram realizadas de forma voluntária.

Resultados

O processo de construção, validação e avaliação pelo público-alvo do vídeo educativo sobre estratégias de comunicação enfermeiro-paciente é apresentado na Figura 1.

Figura 1 -
Fluxograma do processo de construção, validação e avaliação pelo público-alvo do vídeo educativo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022

Construção e validação do vídeo educativo

Para o desenvolvimento do roteiro e do storyboard, foi realizada uma revisão de escopo. A partir da busca nas bases de dados, foram identificados 1.182 estudos. Após a aplicação dos critérios de inclusão, 147 foram selecionados; contudo, apenas 12 responderam à questão norteadora e compuseram a revisão, conforme fluxo de seleção orientado pela extensão do guia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) (2626. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med [Internet]. 2018;169(7):467-73. Available from: https://bit.ly/3JkdVvk
https://bit.ly/3JkdVvk...
) apresentado na Figura 2.

Figura 2 -
Fluxograma de seleção dos artigos da revisão de escopo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022

Nesta revisão, foram identificadas distintas estratégias de comunicação enfermeiro-paciente, são elas: Comunicação Intercultural(2727. Yakar HK, Alpar SE. Intercultural communication competence of nurses providing care for patients from different cultures. Int J Caring Sci [Internet]. 2018;11(3):1743- 55. Available from: https://bit.ly/3IggIV6
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), NURSE, Tell me more e Ask-Tell-Ask(2828. Milic MM, Puntillo K, Turner K, Joseph D, Peters N, Ryan R, et al. Communicating with patients’ families and physicians about prognosis and goals of care. Am J Crit Care [Internet]. 2015;24(4):e56-e64. Available from: https://doi.org/10.4037/ajcc2015855
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), Comunicação Terapêutica(2929. Andrade KCS, Ferraz FF, Marques DKA, Lucena ALR, Costa KNFM. Therapeutic communication basicinstrument in hospitalized children. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2015 [cited 2022 Mar 16];9(11):9784-92. Available from: https://bit.ly/34SUvPi
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) e Comunicação de Más Notícias(33. Fontes CMB, Menezes DV, Borgato MH, Luiz MR. Communicating bad news: an integrative review of the nursing literature. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];70(5):1089-95. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0143
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0...
,3030. Santos BS, Macêdo TS, Araújo DV, Galindo NM Neto, Barros LM, Frota NM. Effectiveness of educational video on peripheral venous puncture for Portuguese-speaking student nurses. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar 16];29:e53215. Available from: https://bit.ly/36utYIA
https://bit.ly/36utYIA...
-3131. Rocha L, Melo C, Costa R, Anders JC. The communication of bad news by nurses in the context of obstetric care. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];20:e981. Available from: https://bit.ly/3JcIFhL
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). Junto a estas, estudos também apresentaram estratégias ou técnicas para uma comunicação eficaz, sem denominações específicas(2828. Milic MM, Puntillo K, Turner K, Joseph D, Peters N, Ryan R, et al. Communicating with patients’ families and physicians about prognosis and goals of care. Am J Crit Care [Internet]. 2015;24(4):e56-e64. Available from: https://doi.org/10.4037/ajcc2015855
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,3232. Hermann RM, Long E, Trotta RL. Improving patients’ experiences communicating with nurses and providers in the emergency department. J Emerg Nurs [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];45(5):523-30. Available from: https://bit.ly/3JyHCsR
https://bit.ly/3JyHCsR...

33. Alves KYA, Bezerril MS, Salvador PTCO, Feijão AR, Santos VEP. Effective communication in nursing in the light of Jürgen Habermas. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];22:e-1147. Available from: https://bit.ly/3ibHt2e
https://bit.ly/3ibHt2e...

34. Borges JWP, Moreira TMM, Silva DB, Loureiro AMO, Menezes AVB. Adult nursing-patient relationship: integrative review oriented by the king interpersonal system. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];11(4):1769-78. Available from: https://bit.ly/3ibAUNl
https://bit.ly/3ibAUNl...

35. Moreira MDS, Gaíva MAM. Communication of the nurse with the mother/family in the nursing appointment to the child. Ciênc Cuid Saúde [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];15(4):677-84. Available from: https://bit.ly/3tgRXDS
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36. Söderlund M, Cronqvist A, Norberg A, Ternestedt BM, Hansebo G. Conversations between persons with dementia disease living in nursing homes and nurses – qualitative evaluation of an intervention with the validation method. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):37-47. Available from: https://bit.ly/3IikNIb
https://bit.ly/3IikNIb...
-3737. Pulkkinen M, Junttila K, Lindwall L. The perioperative dialogue – a model of caring for the patient undergoing a hip or a knee replacement surgery under spinal anaesthesia. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):145-53. Available from: https://bit.ly/3q8uJ0U
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).

Dessa forma, criou-se uma categoria referente aos aspectos gerais de comunicação, sendo a mais citada entre os estudos (n = 7). Ela aborda, dentre outros aspectos, ações e recomendações para o desenvolvimento de uma comunicação de qualidade(2828. Milic MM, Puntillo K, Turner K, Joseph D, Peters N, Ryan R, et al. Communicating with patients’ families and physicians about prognosis and goals of care. Am J Crit Care [Internet]. 2015;24(4):e56-e64. Available from: https://doi.org/10.4037/ajcc2015855
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,3232. Hermann RM, Long E, Trotta RL. Improving patients’ experiences communicating with nurses and providers in the emergency department. J Emerg Nurs [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];45(5):523-30. Available from: https://bit.ly/3JyHCsR
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33. Alves KYA, Bezerril MS, Salvador PTCO, Feijão AR, Santos VEP. Effective communication in nursing in the light of Jürgen Habermas. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];22:e-1147. Available from: https://bit.ly/3ibHt2e
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34. Borges JWP, Moreira TMM, Silva DB, Loureiro AMO, Menezes AVB. Adult nursing-patient relationship: integrative review oriented by the king interpersonal system. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];11(4):1769-78. Available from: https://bit.ly/3ibAUNl
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35. Moreira MDS, Gaíva MAM. Communication of the nurse with the mother/family in the nursing appointment to the child. Ciênc Cuid Saúde [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];15(4):677-84. Available from: https://bit.ly/3tgRXDS
https://bit.ly/3tgRXDS...

36. Söderlund M, Cronqvist A, Norberg A, Ternestedt BM, Hansebo G. Conversations between persons with dementia disease living in nursing homes and nurses – qualitative evaluation of an intervention with the validation method. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):37-47. Available from: https://bit.ly/3IikNIb
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-3737. Pulkkinen M, Junttila K, Lindwall L. The perioperative dialogue – a model of caring for the patient undergoing a hip or a knee replacement surgery under spinal anaesthesia. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):145-53. Available from: https://bit.ly/3q8uJ0U
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). Destaca-se que, em um estudo, foram apontadas técnicas específicas relacionadas a procedimentos cirúrgicos, que têm como finalidade o alívio da ansiedade, do medo e da angústia, inerentes ao período pré, intra e pós-operatório(3737. Pulkkinen M, Junttila K, Lindwall L. The perioperative dialogue – a model of caring for the patient undergoing a hip or a knee replacement surgery under spinal anaesthesia. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):145-53. Available from: https://bit.ly/3q8uJ0U
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).

Com relação à Comunicação Intercultural, esta foi mencionada em apenas um estudo, definida como a interação entre profissionais da saúde e pacientes de diferentes origens culturais e caracterizada em três etapas: consciência intercultural, sensibilidade intercultural e eficácia intercultural(2727. Yakar HK, Alpar SE. Intercultural communication competence of nurses providing care for patients from different cultures. Int J Caring Sci [Internet]. 2018;11(3):1743- 55. Available from: https://bit.ly/3IggIV6
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).

A categoria Comunicação de Más Notícias foi citada em dois estudos e consiste na transmissão de informações desagradáveis relacionadas ao paciente; informações essas que envolvem, em grande parte dos casos, mudanças drásticas na percepção de futuro ou de prognóstico de saúde(33. Fontes CMB, Menezes DV, Borgato MH, Luiz MR. Communicating bad news: an integrative review of the nursing literature. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];70(5):1089-95. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0143
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,3030. Santos BS, Macêdo TS, Araújo DV, Galindo NM Neto, Barros LM, Frota NM. Effectiveness of educational video on peripheral venous puncture for Portuguese-speaking student nurses. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar 16];29:e53215. Available from: https://bit.ly/36utYIA
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-3131. Rocha L, Melo C, Costa R, Anders JC. The communication of bad news by nurses in the context of obstetric care. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];20:e981. Available from: https://bit.ly/3JcIFhL
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).

Já a Comunicação Terapêutica, uma estratégia definida como a capacidade do profissional identificar as necessidades do paciente, estimulando seu enfrentamento e auxiliando-o na solução de seus problemas, de forma autônoma, foi assim identificada pelos autores em um estudo(2929. Andrade KCS, Ferraz FF, Marques DKA, Lucena ALR, Costa KNFM. Therapeutic communication basicinstrument in hospitalized children. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2015 [cited 2022 Mar 16];9(11):9784-92. Available from: https://bit.ly/34SUvPi
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).

Um dos 11 artigos incluídos, apontou as estratégias NURSE, Tell me more e Ask-Tell-Ask(2828. Milic MM, Puntillo K, Turner K, Joseph D, Peters N, Ryan R, et al. Communicating with patients’ families and physicians about prognosis and goals of care. Am J Crit Care [Internet]. 2015;24(4):e56-e64. Available from: https://doi.org/10.4037/ajcc2015855
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), entretanto não apresenta a definição desses conceitos, apenas expõe sua funcionalidade e apresenta exemplos.

As principais informações relacionadas às estratégias de comunicação enfermeiro-paciente, identificadas na revisão, encontram-se dispostas na Figura 3.

Figura 3 -
Estratégias de comunicação enfermeiro-paciente identificadas a partir da revisão de escopo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022

O roteiro do vídeo foi elaborado a partir dos achados da revisão, apresentados na Figura 3, e da experiência das pesquisadoras envolvidas, somando-se três livros-textos(44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.,3838. Townsend MC. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados na prática baseada em evidências. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014.-3939. Potter PA, Perry AG, Stockert PA, Hall AM. Fundamentos de enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2018.) e uma dissertação de mestrado(4040. Ribeiro VS. Contribuição da metodologia da problematização na aprendizagem de habilidades comunicativas para obtenção de dados subjetivos e manejo de emoções do paciente [Dissertation]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2019 [cited 2022 Mar 16]. Available from: https://bit.ly/3qfgnf1
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) que abordavam a temática analisada.

A partir do roteiro, foi construído o storyboard. Este, composto por 73 cenas, abordava o conceito de comunicação, sua aplicabilidade na enfermagem, sua importância na assistência, aspectos gerais da comunicação e estratégias de comunicação enfermeiro-paciente (NURSE, Tell me more, Ask-Tell-ask, Comunicação Terapêutica e Comunicação de Más Notícias). As cenas tinham como proposta 27 animações, 30 imagens (de terceiros ou desenvolvidas pelas pesquisadoras) e 12 imagens gravadas. Junto a isso, acrescentam-se as cenas de abertura, de referências utilizadas, créditos, agradecimentos e ficha técnica.

Após finalizado, o storyboard foi encaminhado a cinco enfermeiras com experiência na temática que envolve as estratégias de comunicação enfermeiro-paciente. Todas eram docentes, com idade média de 35,8 (± 6,0) anos, tempo médio de formação profissional de 12,4 (± 5,4) anos e de atuação profissional de 11,4 (± 6,6) anos. Três eram especialistas; quatro, mestres; e cinco, doutoras. Quanto ao tempo de atuação na área de comunicação, as enfermeiras tinham em média 4,5 (± 2,6) anos, sendo que três apresentavam produção científica na área.

Na avaliação do storyboard, houve concordância total entre todas as enfermeiras, que apontaram que o conteúdo permitia a compreensão do tema e que a linguagem adotada era de fácil assimilação, sendo adequada ao público-alvo. Ademais, todas revelaram que os tópicos abordados eram pertinentes à temática; contudo, uma indicou que o vídeo não obedecia a uma sequência lógica. Assim, as pesquisadoras se reuniram e, em consenso, realizaram os ajustes necessários, acatando aquelas sugestões que julgaram pertinentes. As alterações realizadas a partir das solicitações das peritas foram: inserção de imagens que representassem outros meios de comunicação (como a lousa e gestos); adição do nome da equipe de criação e produção ao final do vídeo e; adição sobre a finalidade da estratégia NURSE e sua representação através de exemplos.

Após a validação do storyboard, o processo de elaboração do vídeo iniciou-se com a gravação da locução. Na sequência, ocorreu o processo de seleção das imagens, a construção das animações do personagem-narrador do vídeo e a gravação das cenas.

Depois de finalizado, o vídeo foi encaminhado a cinco enfermeiras com experiência em recursos educativos em saúde. Todas eram docentes, com idade média de 42,8 (± 10,2) anos, tempo médio de formação profissional de 18,3 (± 11,7) anos, e atuação profissional de 19,3 (± 13,4) anos. As cinco possuíam cursos de especialização e mestrado; uma cursava o doutorado; e quatro eram doutoras. Quanto ao tempo de atuação na área de recursos educativos em saúde, as enfermeiras tinham em média 12,3 (± 8,4) anos, e ainda, média de 5,5 (± 2,2) anos na área de metodologias ativas. Todas apresentavam produção científica na área.

Na validação do vídeo, as cinco enfermeiras consideraram presentes e desejáveis todos itens avaliados, quais sejam: qualidade da técnica audiovisual empregada, do ambiente simulado, da caracterização das personagens e do desenvolvimento das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente o vídeo escore máximo de avaliação positiva.

A Tabela 1 apresenta a avaliação das enfermeiras no que se refere aos tópicos relacionados aos componentes do vídeo e às estratégias de comunicação enfermeiro-paciente.

Tabela 1 -
Avaliação das enfermeiras (n = 5) quanto aos tópicos relacionados aos componentes do vídeo e às estratégias de comunicação enfermeiro-paciente. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022

Diante do consenso das enfermeiras, pode-se considerar que a técnica audiovisual, o ambiente, os personagens e as estratégias de comunicação enfermeiro-paciente mostraram-se adequados e apropriados.

A versão final do vídeo teve duração de 13 minutos e 52 segundos.

O vídeo apresentou os conceitos das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente encontradas na revisão de literatura através da narração lúdica. No vídeo, o narrador-personagem (um enfermeiro) apresenta os conceitos de cada estratégia falando diretamente para o interlocutor. Em seguida, são apresentados exemplos de situações, através de animações, em que o enfermeiro utiliza a estratégia explicada anteriormente. Todos os exemplos citados no vídeo utilizam o cenário hospitalar.

Avaliação do vídeo educativo pelo público-alvo

A compreensão e a abrangência do conteúdo abordado foram avaliadas por nove estudantes de graduação em enfermagem. Destes, seis eram do sexo feminino, com idade média de 27,4 (± 6,3) anos. Torna-se importante salientar que cinco cursavam o 4º período; dois, o 5º; e, outros dois, o 3º período do curso.

A Tabela 2 apresenta o nível de compreensão apresentado pelos estudantes de enfermagem no que se refere aos tópicos do vídeo.

Tabela 2 -
Nível de compreensão apresentado pelos estudantes de enfermagem (n = 9) em relação aos tópicos do vídeo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022

Em relação à quantidade de vezes que seria necessário assistir ao vídeo visando à aquisição de informações, seis estudantes indicaram que seria preciso assistir o vídeo uma ou duas vezes; e três deles indicaram três a quatro vezes. Quanto à qualidade, todos referiram que o material apresentava altíssima qualidade.

Discussão

A comunicação enfermeiro-paciente, quando realizada de forma eficaz, traz benefícios diretos para o cuidado, uma vez que favorece o estabelecimento do vínculo entre o profissional e o indivíduo assistido(11. Bellaguarda MLR, Knihs NS, Canever BP, Tholl AD, Alvarez AG, Teixeira GC. Realistic simulation as a teaching tool in critical situation communication in palliative care. Esc Anna Nery. 2020;24(3):e20190271. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0271
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,88. Rodrigues MRK, Van-Dúnem ASA, Andrade CR, Santos LO, Almeida KCH, Santos JO, et al. Estratégias e barreiras encontradas pela equipe de enfermagem na comunicação com pacientes deficientes auditivos. Saúde Colet [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];9(51):1990-7. Available from: https://bit.ly/367qfAB
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).

Entretanto, pesquisas apontam para falhas neste processo. Os resultados obtidos por um estudo(4141. Kwame A, Petrucka PM. Communication in nurse-patient interaction in healthcare settings in sub-Saharan Africa: a scoping review. Int J Afr Nurs Sci [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16];12:100198. Available from: https://bit.ly/3uaLBp0
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) evidenciaram a necessidade de ensino das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente nos programas de treinamentos, cursos de capacitação, além da abordagem durante a formação profissional. Outros autores apontam para a necessidade de discussão acerca das técnicas que envolvem tais estratégias de comunicação(1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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,4141. Kwame A, Petrucka PM. Communication in nurse-patient interaction in healthcare settings in sub-Saharan Africa: a scoping review. Int J Afr Nurs Sci [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16];12:100198. Available from: https://bit.ly/3uaLBp0
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42. Almeida KLDS, Garcia DM. Use of communication strategies in palliative care in Brazil: integrative review. Cogitare Enferm [Internet]. 2015 [cited 2022 Mar 16];20(4):720-7. Available from: https://bit.ly/3CRZHj0
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-4343. Torres GMC, Figueiredo IDT, Cândido JAB, Pinto AGA, Morais APP, Araújo MFM, et al. Therapeutic communication in the interaction between health workers and hypertensive patients in the family health strategy. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2017;38(4):e2016-0066. Available from: https://bit.ly/3KM9w4E
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).

Uma pesquisa(4343. Torres GMC, Figueiredo IDT, Cândido JAB, Pinto AGA, Morais APP, Araújo MFM, et al. Therapeutic communication in the interaction between health workers and hypertensive patients in the family health strategy. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2017;38(4):e2016-0066. Available from: https://bit.ly/3KM9w4E
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) ressaltou a importância dos profissionais apresentarem domínio sobre a comunicação, visto que essas podem auxiliar na captação de informações valiosas e no enfrentamento de desafios. Desta forma, impõe ser fundamental que o profissional apresente certas competências humanas, sendo a comunicação o grande elo dessas relações.

Para o desenvolvimento de habilidades comunicativas, recomenda-se a utilização de diferentes estratégias de ensino que estimulem o aprendizado, tendo em vista que uma única estratégia pode não ser capaz de fornecer todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de habilidades. Assim, ressalta-se que a abordagem do conteúdo quando envolta por metodologias ativas de ensino favorece a aquisição de conhecimentos de forma prazerosa(1414. Dalcól C, Garanhani ML, Fonseca LF, Carvalho BG. Communication skills and teaching-learning strategies: perception of nursing students. Cogitare Enferm [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];23(3):e53743. Available from: https://bit.ly/3u0zV7X
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). Nesse sentido, um estudo desenvolvido junto a docentes de enfermagem, traz que o desenvolvimento da expressão oral, da comunicação não verbal e da escuta dos estudantes de enfermagem é favorecida por metodologia ativas de ensino, a exemplo da aprendizagem baseada em problemas, problematização e simulação de experiências nos ambientes de saúde(4141. Kwame A, Petrucka PM. Communication in nurse-patient interaction in healthcare settings in sub-Saharan Africa: a scoping review. Int J Afr Nurs Sci [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16];12:100198. Available from: https://bit.ly/3uaLBp0
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,4444. Oliveira KRE, Trovo MM, Risso ACMCR, Braga EM. The teaching approach on communicative skills in different teaching methodologies. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];71(5):2447-53. Available from: https://bit.ly/3IbMl25
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).

Isto posto, a utilização de vídeos como estratégia de ensino-aprendizagem é considerada promissora para o desenvolvimento de conhecimentos que envolvem a formação profissional(4545. Antoniolli SAC, Assenato APR, Araújo BR, Lagranha VEC, Souza LM, Paz AA. Construction and validation of digital education resources for the health and safety of workers. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar 16];42:e20200032. Available from: https://bit.ly/3Jjn2wl
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). Logo, a proposta de construir, validar e avaliar um vídeo educativo voltado para estratégias de comunicação enfermeiro-paciente pode favorecer o desenvolvimento de habilidades de enfermeiros em formação.

Um estudo demonstrou que os estudantes tiveram maior aquisição de conhecimento na área de punção venosa periférica após a utilização de um vídeo educativo validado sobre a temática(3030. Santos BS, Macêdo TS, Araújo DV, Galindo NM Neto, Barros LM, Frota NM. Effectiveness of educational video on peripheral venous puncture for Portuguese-speaking student nurses. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar 16];29:e53215. Available from: https://bit.ly/36utYIA
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). Além disso, a utilização de vídeos educativos na formação de estudantes pode auxiliar na fixação de conhecimento técnico e possibilitar um maior preparo e aumento de confiança para o desempenho de procedimentos(4646. Silva NF, Silva NCM, Ribeiro VS, Iunes DH, Carvalho EC. Construction and validation of an educational video on foot reflexology. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];19:a48. Available from: https://bit.ly/3ibPgx0
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).

No vídeo, dentre outros tópicos, são apresentados os aspectos gerais da comunicação enfermeiro-paciente, da Estratégia de Comunicação Intercultural, da Estratégia NURSE, da Estratégia Tell me more, da Estratégia Ask-Tell-Ask, da Estratégias de Comunicação Terapêutica: Expressão, Clarificação e Validação e Estratégia de Comunicação de Más Notícias.

Compreende-se que os aspectos gerais da comunicação enfermeiro-paciente relacionam-se às técnicas de comunicação que envolvem enfermeiro-paciente que não recebem uma nomenclatura específica; entretanto, elas podem ser utilizadas na maioria dos processos comunicativos, visto que viabilizam uma comunicação efetiva, facilitando o envio e recebimento de informações, gerando vínculo, confiança e apoio ao paciente(2828. Milic MM, Puntillo K, Turner K, Joseph D, Peters N, Ryan R, et al. Communicating with patients’ families and physicians about prognosis and goals of care. Am J Crit Care [Internet]. 2015;24(4):e56-e64. Available from: https://doi.org/10.4037/ajcc2015855
https://doi.org/10.4037/ajcc2015855...
,3232. Hermann RM, Long E, Trotta RL. Improving patients’ experiences communicating with nurses and providers in the emergency department. J Emerg Nurs [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];45(5):523-30. Available from: https://bit.ly/3JyHCsR
https://bit.ly/3JyHCsR...

33. Alves KYA, Bezerril MS, Salvador PTCO, Feijão AR, Santos VEP. Effective communication in nursing in the light of Jürgen Habermas. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2018 [cited 2022 Mar 16];22:e-1147. Available from: https://bit.ly/3ibHt2e
https://bit.ly/3ibHt2e...

34. Borges JWP, Moreira TMM, Silva DB, Loureiro AMO, Menezes AVB. Adult nursing-patient relationship: integrative review oriented by the king interpersonal system. Rev Enferm UFPE Online [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];11(4):1769-78. Available from: https://bit.ly/3ibAUNl
https://bit.ly/3ibAUNl...

35. Moreira MDS, Gaíva MAM. Communication of the nurse with the mother/family in the nursing appointment to the child. Ciênc Cuid Saúde [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];15(4):677-84. Available from: https://bit.ly/3tgRXDS
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36. Söderlund M, Cronqvist A, Norberg A, Ternestedt BM, Hansebo G. Conversations between persons with dementia disease living in nursing homes and nurses – qualitative evaluation of an intervention with the validation method. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):37-47. Available from: https://bit.ly/3IikNIb
https://bit.ly/3IikNIb...
-3737. Pulkkinen M, Junttila K, Lindwall L. The perioperative dialogue – a model of caring for the patient undergoing a hip or a knee replacement surgery under spinal anaesthesia. Scand J Caring Sci [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];30(1):145-53. Available from: https://bit.ly/3q8uJ0U
https://bit.ly/3q8uJ0U...
).

No que se refere à Estratégia de Comunicação Intercultural, ela tem como objetivo facilitar o diálogo igualitário entre enfermeiro e paciente, de modo que as diferenças relacionadas às diversidades étnicas e culturais dos envolvidos sejam respeitadas(4747. Reis A, Spíndola A. Comunicação Intercultural em saúde: contributos para a formação e cuidados de enfermagem. In: Rangel ML, Ramos N. Comunicação e saúde: perspectivas contemporâneas. Salvador: EDUFBA; 2017. p. 207-18.). A ausência de compreensão acerca das representações e crenças do paciente gera cuidados etnocêntricos, que podem comprometer a adesão ao tratamento e, consequentemente, os resultados alcançados(4848. Ramos N. Comunicação em saúde, interculturalidade e competências: desafios para melhor comunicar e intervir na diversidade cultural em saúde. In: Rangel ML, Ramos N. Comunicação e saúde: perspectivas contemporâneas. Salvador: EDUFBA; 2017. p. 149-72.).

Com relação à Estratégia NURSE, acrônimo de Naming (nomeie), Understanding (compreenda), Respecting (respeite), Supporting (ofereça suporte) e Exploring (explore), o objetivo é compreender e aceitar as emoções do paciente. Para aplicá-la o profissional deve: nomear as emoções percebidas, demonstrar compreensão ao sentimento do paciente, manifestar respeito às emoções expressas pelo paciente, fornecer o apoio necessário e estimular o enfrentamento, e, demonstrar interesse pelo que preocupa o paciente(44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.,1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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,4949. Back AL, Arnold RM, Baile WF, Tulsky JA, Fryer-Edwards K. Approaching difficult communication tasks in oncology. Cancer J Clin [Internet]. 2005 [cited 2022 Mar 16];55(3):164-77. Available from: https://bit.ly/3u3xq51
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).

A Estratégia Tell me more possibilita que o profissional entenda as emoções do paciente, há um estímulo da verbalização(1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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). Para que o profissional consiga empregá-la, torna-se necessário reconhecer que a comunicação irá se basear em três níveis: compreensão da informação, compreensão de como o paciente lida emocionalmente com o conteúdo transmitido e compreensão do significado da informação para o paciente(44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.).

De forma semelhante, a Estratégia Ask-Tell-Ask é dividida em três etapas e visa o fortalecimento do vínculo enfermeiro-paciente(1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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). Na primeira etapa, Ask, o profissional avalia as dúvidas e questionamentos do paciente; na segunda, Tell, o enfermeiro responde com clareza a informação que precisa ser transmitida e; na terceira e última etapa, Ask, é verificada a compreensão do paciente em relação à informação recebida(44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.,1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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,4949. Back AL, Arnold RM, Baile WF, Tulsky JA, Fryer-Edwards K. Approaching difficult communication tasks in oncology. Cancer J Clin [Internet]. 2005 [cited 2022 Mar 16];55(3):164-77. Available from: https://bit.ly/3u3xq51
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).

Quanto às Estratégias de Comunicação Terapêutica: Expressão, Clarificação e Validação, o foco consiste em auxiliar o paciente a lidar com seus problemas, reconhecer seus limites, adequar-se à nova realidade e enfrentar os desafios. Essa estratégia é dividida em três grupos: Expressão, Clarificação e Validação. Na Expressão, o profissional estimula o paciente a expressar verbalmente seus pensamentos e sentimentos, sendo mais utilizada na etapa inicial de comunicação; na Clarificação, o enfermeiro tenta compreender a mensagem enviada pelo paciente, podendo solicitar comparações e descrições em sequência lógica e; por último, na Validação procura-se garantir que houve entendimento acerca das mensagens transmitidas, podendo ser solicitado a repetição do que foi informado(44. Stefanelli MC. Estratégias de comunicação terapêutica. In: Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem. 2. ed. Barueri: Manole; 2012. p. 77-109.,1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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).

Já a Estratégia de Comunicação de Más-Notícias é entendida como uma transmissão de informações desagradáveis, como prognósticos negativos, que levam a mudanças drásticas no estilo de vida do paciente(33. Fontes CMB, Menezes DV, Borgato MH, Luiz MR. Communicating bad news: an integrative review of the nursing literature. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];70(5):1089-95. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0143
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). Neste caso, o foco precisa ser a clareza, a objetividade, a honestidade, o detalhamento e a ausência de omissões, tendo como elemento de sustentação o suporte emocional(33. Fontes CMB, Menezes DV, Borgato MH, Luiz MR. Communicating bad news: an integrative review of the nursing literature. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];70(5):1089-95. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0143
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,3131. Rocha L, Melo C, Costa R, Anders JC. The communication of bad news by nurses in the context of obstetric care. REME Rev Min Enferm [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];20:e981. Available from: https://bit.ly/3JcIFhL
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). Visando a amparar a transmissão dessas informações, existem guias e protocolos, a exemplo do Protocolo SPIKES, acrônimo de Setting up (preparando-se para o encontro), Perception (percebendo o paciente), Invitation (convidando para o diálogo), Knowledge (transmitindo as informações), Emotions (expressando emoções) e Strategy and Summary (resumindo e organizando estratégias) (1616. Dermani DB, Garbuio DC, Carvalho EC. Knowledge, applicability and importance attributed by nursing undergraduates to communicative strategies. Rev BrasEnferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 16]; 73(6):e20190411. Available from: https://bit.ly/3we5Owx
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,5050. Baile WF, Buckman R, Lenzi R, Glober G, Beale EA, Kudelka AP. SPIKES-A six-step protocol for delivering bad news: application to the patient with cancer. Oncologist [Internet]. 2000 [cited 2022 Mar 16];5(4):302-11. Available from: https://bit.ly/3KOkarr
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). Este possui como objetivos: o entendimento sobre como o paciente e seus familiares compreenderam a mensagem enviada, o fornecimento de informações de acordo com o que o paciente deseja/ suporta receber no momento, o acolhimento das reações ao conteúdo transmitido e o estabelecimento de um plano de cuidados(5151. Cruz CO, Riera R. Comunicando más notícias: o protocolo SPIKES. Diagn Tratamento [Internet]. 2016 [cited 2022 Mar 16];21(3):106-8. Available from: https://bit.ly/3wuaQ8z
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).

Em relação ao tempo de vídeo, a versão final apresentou 13 minutos e 52 segundos de duração, ficando dentro do limite máximo recomendado em estudos envolvendo o desenvolvimento do recurso educativo, que seria de 15 minutos. Ultrapassar esse tempo pode deixar a experiência de assistir ao vídeo cansativa e provocar a dispersão do espectador(4646. Silva NF, Silva NCM, Ribeiro VS, Iunes DH, Carvalho EC. Construction and validation of an educational video on foot reflexology. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar 16];19:a48. Available from: https://bit.ly/3ibPgx0
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,5252. Faleiros F, Cucick CD, Silva ET Neto, Rabeh SAN, Favoretto NB, Käppler C. Development and validation of an educational video for clean intermittent bladder catheterization. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar 16];21:53973. Available from: https://bit.ly/3COgXpa
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).

Os passos empregados para construção e validação de vídeos mostraram-se adequados para a obtenção de um produto final que apresenta acurácia, reforçando o emprego dos mesmos em instrumentos de pesquisa nessa temática. Um exemplo é a utilização do vídeo como disparador de uma situação que envolve o processo de ensino-aprendizagem, no que se refere à comunicação entre enfermeiro e paciente para o ensino de graduandos de enfermagem(5353. Ribeiro VS, Morais SCRV, Zamarioli CM, Guilherme C, Kusumota L, Carvalho EC. Aquisição de habilidades para obtenção de dados subjetivos e manejo de emoções do paciente. REME – Rev Min Enferm. 2019 [cited 2022 Mar 22];23:e-1196 Available from: http://reme.org.br/artigo/detalhes/1339
http://reme.org.br/artigo/detalhes/1339...
).

As contribuições do vídeo produzido a partir deste estudo para o avanço do conhecimento científico para a enfermagem estão atreladas à oferta de um recurso educativo confiável que pode favorecer o processo de ensino-aprendizagem. Ele pode ser considerado uma ferramenta para o desenvolvimento de habilidades comunicativas de estudantes de enfermagem, contribuindo, assim, para a melhoria da assistência prestada.

Como limitações da presente investigação, pode-se considerar o número pequeno de avaliadores em cada etapa do estudo, ainda que tenha havido alta taxa de respostas satisfatórias quanto à avaliação do storyboard, do vídeo e de sua aplicabilidade.

Conclusão

Este estudo percorreu o processo de construção de um vídeo educativo sobre estratégias de comunicação enfermeiro-paciente, avaliado positivamente por enfermeiras com experiência na área quanto à qualidade da técnica audiovisual empregada, do ambiente simulado, da caracterização das personagens e do desenvolvimento das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente. O material produzido foi também submetido à avaliação pelo público-alvo, que apontou alto índice de compreensão de cada tópico abordado (> 96%) e altíssima a qualidade do material audiovisual (100%).

É salutar, contudo, a realização de estudos que avaliem mudanças passíveis de serem atribuídas ao vídeo educativo, na aquisição de conhecimentos de estudantes acerca das estratégias de comunicação enfermeiro-paciente.

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  • *
    Este artigo refere-se à chamada temática “Inovação na prática, no ensino ou na pesquisa em saúde e Enfermagem”. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código de Financiamento 001, Brasil.
  • Como citar este artigo

    Pereira JF, Silva NCM, Sampaio RS, Ribeiro VC, Carvalho EC. Nurse-patient communication strategies: A proposal of an educational video for Nursing students. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2023;31:e3858. [cited ano mês dia]; Available from: URL . https://doi.org/10.1590/1518-8345.6177.3858
  • Todos os autores aprovaram a versão final do texto.

Editado por

Editora Associada:

Sueli Aparecida Frari Galera

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Abr 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    13 Abr 2022
  • Aceito
    13 Out 2022
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