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Ageísmo direcionado às pessoas idosas em serviços de saúde: uma revisão de escopo* * Artigo extraído da tese de doutorado “Ageísmo contra pessoas idosas em serviços de saúde: desenvolvimento do conceito”, apresentada à Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil. Apoio financeiro do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES).

Objetivo:

mapear as expressões e medidas de enfrentamento do ageísmo direcionado às pessoas idosas em serviços de saúde.

Método:

revisão de escopo de estudos primários em inglês, espanhol e português, sem delimitação temporal, coletados em 14 bases de dados. A seleção dos títulos, resumos e texto completo foi realizada por dois revisores independentes e às cegas, totalizando corpus de 41 artigos. A extração dos dados foi realizada por pares. Os dados foram apresentados em resumos narrativos e quadros.

Resultados:

expressões de ageísmo estão compreendidas no nível interpessoal, por meio de imagens e atitudes que depreciam, desvalorizam a vida e deslegitimam as necessidades das pessoas idosas, e o nível institucional, que confere barreiras ao acesso dos serviços de saúde, gerando desassistência e descuidado. As medidas de enfrentamento consistem em intervenções educativas e ampliação dos canais de comunicação entre pessoas idosas, profissionais da saúde e gestores.

Conclusão:

os resultados poderão tornar os profissionais da saúde vigilantes para o (des)cuidado guiado pelo viés de idade e sensíveis para o enfrentamento do ageísmo pela obtenção de conhecimentos científicos. A análise do fenômeno no contexto do Sistema Único da Saúde constitui lacuna do conhecimento, bem como as expressões implícitas do ageísmo.

Descritores:
Etarismo; Idoso; Serviços de Saúde; Envelhecimento; Pessoal da Saúde; Revisão


Objetivo:

mapear las expresiones y medidas para combatir el edadismo contra las personas mayores en los servicios de salud.

Método:

revisión de alcance de estudios primarios en inglés, español y portugués, sin delimitación temporal, recopilados de 14 bases de datos. Dos revisores independientes realizaron de forma ciega la selección de títulos, resúmenes y texto completo, el corpus estuvo compuesto por 41 artículos. La extracción de datos se realizó por pares. Los datos se presentaron en resúmenes narrativos y cuadros.

Resultados:

las expresiones de edadismo se manifiestan a nivel interpersonal, mediante imágenes y actitudes que deprecian, infravaloran la vida y deslegitiman las necesidades de las personas mayores, y a nivel institucional, por medio de barreras para acceder a los servicios de salud, que provocan falta de atención y descuido. Las medidas para combatirlo consisten en intervenciones educativas y ampliación de los canales de comunicación entre las personas mayores, los profesionales de la salud y gestores.

Conclusión:

los resultados pueden hacer que los profesionales de la salud estén atentos a la (falta de) atención debido al sesgo etario y sensibilizarlos para que enfrenten el edadismo mediante la adquisición del conocimiento científico. Hay lagunas de conocimiento tanto en el análisis del fenómeno en el contexto del Sistema Único de Salud como sobre las expresiones implícitas de edadismo.

Descriptores:
Ageísmo; Anciano; Servicios de Salud; Envejecimiento; Personal de Salud; Revisión


Objective:

to map the expressions of ageism directed to older adults in health services and the respective coping measures.

Method:

a scoping review of primary studies in English, Spanish and Portuguese, without time delimitation and collected from 14 databases. Selection of the titles, abstracts and full text was in charge of two independent and blinded reviewers, totaling a corpus comprised by 41 articles. Data extraction was performed by pairs. The data were presented in narrative summaries and charts.

Results:

the ageism expressions are understood at the interpersonal level through images and attitudes that depreciate, devalue life and delegitimize older adults’ needs, as well as at the institutional level, which confers barriers to accessing health services, generating non-assistance and neglect. The coping measures consist of educational interventions and expansion of communication channels between aged people, health professionals and managers.

Conclusion:

the results may make health professionals vigilant for care/neglect guided by age bias and sensitive for coping with ageism by obtaining diverse scientific knowledge. The analysis of the phenomenon in the Unified Health System context constitutes a knowledge gap, as well as the implicit ageism expressions.

Descriptors:
Ageism; Aged; Health Services; Aging; Health Personnel; Review


Destaques:

(1) As expressões de ageísmo envolvem as relações interpessoais e institucionais.

(2) O ageísmo direcionado a pessoas idosas perpassa desde o diagnóstico até o tratamento.

(3) As medidas de enfrentamento compreendem ações educativas e, ainda, pesquisas científicas.

(4) É preciso reconhecer a presença do ageísmo em serviços de saúde.

(5) É preciso reconhecer práticas de (des)cuidado guiado pelo viés de idade.

Introdução

O termo ageísmo foi utilizado pela primeira vez para se referir à inquietação, repulsa e aversão por parte dos jovens e pessoas de meia-idade para com o envelhecimento, doença, deficiência, impotência, “inutilidade” e morte, e costuma ser vinculado às pessoas em razão de sua idade(11. Butler RN. Age-ism: Another form of bigotry. The Gerontologist. 1969;9:243-6. https://doi.org/10.1093/geront/9.4_Part_1.243
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). Atualmente, é reconhecido que o ageísmo pode ser direcionado a qualquer faixa etária, entretanto, até agora, o foco nas pessoas idosas tem recebido mais atenção, uma vez que em contextos ocidentais é comum elas serem representadas como frágeis, fracas, dependentes, não produtivas e cujos problemas de saúde são naturalizados e compreendidos como parte normal do envelhecimento(22. Ayalon L, Tesch-Romer C. Introduction to the section: Ageism, Concept and Origins. In: Ayalon L, Tesch-Romer C, editors. Contemporary Perspectives on Ageism [Internet]. New York, NY: Sheying Chen Pace University; 2018 [cited 2023 Feb 20]. p. 1-10. Available from: https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-319-73820-8
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).

A literatura trata o ageísmo como um conceito multifacetado, que envolve três dimensões distintas: uma cognitiva (estereótipos); uma afetiva (preconceito); e uma dimensão comportamental (discriminação). A dimensão cognitiva abrange estereótipos negativos sobre o envelhecimento. Eles são adquiridos muito cedo e tendem a agir como profecias autorrealizáveis na velhice(33. Marques S, Mariano J, Mendonça J, De Tavernier W, Hess M, Naegele L, et al. Determinants of Ageism against Older Adults: A Systematic Review. Int J Environ Res Public Health. 2020;17:2560. https://doi.org/10.3390/ijerph17072560
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) — por exemplo, pensar que pessoas idosas são incapazes de aprender coisas novas. Os estereótipos são ativados quando há uma desconsideração das especificidades das pessoas idosas, podem gerar rótulos que significam separar as pessoas em categorias distintas e ativar crenças que depreciam os sujeitos e ocasionam consequências negativas em diversos âmbitos da vida(44. Chang ES, Kannoth S, Levy S, Wang SY, Lee JE, Levy BR. Global reach of ageism on older persons’ health: A systematic review. PLoS One. 2020;15(1):e0220857. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0220857
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).

A dimensão afetiva (preconceitos) é composta por uma reação emocional ou sentimento negativo ou positivo que cria diferenças nos grupos ou fora deles. Por exemplo, quando se sente pena da pessoa idosa por considerá-la frágil, o que motiva a desconsiderar a capacidade dela de fazer algo sozinha; e a comportamental, que compreende a discriminação que ocorre quando se usa práticas de exclusão para com terceiros e se colocam esses indivíduos em posições sociais desfavoráveis decorrentes da idade. Por exemplo, quando um trabalhador idoso é proibido de comparecer a uma sessão de treinamento por conta da idade(11. Butler RN. Age-ism: Another form of bigotry. The Gerontologist. 1969;9:243-6. https://doi.org/10.1093/geront/9.4_Part_1.243
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). O ageísmo pode ser sutil e dificilmente notado, ou explícito e bem conhecido, moldando a percepção das pessoas idosas sobre suas habilidades e necessidades, bem como a visão de quem está ao seu redor(22. Ayalon L, Tesch-Romer C. Introduction to the section: Ageism, Concept and Origins. In: Ayalon L, Tesch-Romer C, editors. Contemporary Perspectives on Ageism [Internet]. New York, NY: Sheying Chen Pace University; 2018 [cited 2023 Feb 20]. p. 1-10. Available from: https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-319-73820-8
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).

Com a pandemia da COVID-19, explicitaram-se discussões antes veladas, como o lugar social dos mais velhos e a manifestação das expressões do ageísmo por diferentes setores da sociedade. Neste cenário, as pessoas idosas foram retratadas como sendo fardo social e familiar, frágeis, teimosas, desobedientes e cujas vidas são desvalorizadas e tidas como menos importantes do que a dos jovens, o que, por sua vez, ocasiona implicações para a saúde psíquica, emocional e física das pessoas idosas(55. Araujo PO, Freitas RA, Duarte ED, Cares LJ, Rodríguez KA, Guerra V, et al. ‘The other’ of the COVID-19 pandemic: ageism toward the elderly people in newspapers in Brazil and Chile. Saúde Debate. 2022;46(134):613-29. https://doi.org/10.1590/0103-1104202213402
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).

No contexto dos serviços de saúde, os efeitos dos estereótipos, preconceitos e discriminações vivenciados pelas pessoas idosas são conhecidos e restringem o acesso aos cuidados de saúde, diagnósticos e tratamentos, e são significativamente associados a piores condições de saúde, indicam longevidade reduzida, baixa qualidade de vida e bem-estar, comportamentos de risco à saúde, relações sociais ruins, doença física, doença mental e deficiência cognitiva(44. Chang ES, Kannoth S, Levy S, Wang SY, Lee JE, Levy BR. Global reach of ageism on older persons’ health: A systematic review. PLoS One. 2020;15(1):e0220857. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0220857
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).

Ainda, o ageísmo se expressa, no campo da saúde, por meio de atitudes e práticas tendenciosas e veladas relacionadas à idade, que privilegiam pessoas mais jovens em detrimento das mais velhas no uso dos recursos e serviços de saúde, tais como acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva, tratamento de alto custo, intervenção cirúrgica, entre outros. Está presente no nível cultural das sociedades ocidentais, e, no âmbito institucional, remete às leis, regras, normas sociais, políticas e protocolos que restringem as oportunidades das pessoas idosas com repercussão importante na atenção prestada à saúde dessa população, além de potencializar desigualdades nos sistemas e serviços de saúde(66. Wyman MF, Shiovitz-Ezra S, Bengel J. Ageism in the Health Care System: Providers, Patients, and Systems. In: Ayalon L, Tesch-Romer C, editors. Contemporary Perspectives on Ageism [Internet]. New York, NY: Sheying Chen Pace University; 2018 [cited 2023 Feb 20]. p. 193-212. Available from: https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-319-73820-8
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).

Ademais, o ageísmo é menos estudado do que outras formas de discriminação, havendo poucos estudos que examinam explicitamente as suas manifestações no campo da saúde(77. Lloyd-Sherlock PG, Ebrahim S, McKee M, Prince MJ. Institutional ageism in global health policy. BMJ. 2016;354:i4514. https://doi.org/10.1136/bmj.i4514
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), além de existir poucas evidências científicas que subsidiam o processo de trabalho dos profissionais de saúde para atenuar os impactos do ageísmo na velhice(88. Burnes D, Sheppard C, Henderson CR Jr, Wassel M, Cope R, Barber C, et al. Interventions to Reduce Ageism Against Older Adults: A Systematic Review and Meta-Analysis. Am J Public Health. 2019;109(8):e1-9. https://doi.org/10.2105/ajph.2019.305123
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). Isto posto, esta revisão se diferencia do que já foi produzido por apresentar um retrato ampliado de como o ageísmo se manifesta nos serviços de saúde.

O mapeamento das evidências do ageísmo nos serviços de saúde e suas formas de enfrentamento se tornam relevantes pela possibilidade de fornecer subsídios para estudos futuros, contribuir para a formulação de políticas, implementar estratégias para redução deste fenômeno no campo da saúde, e ainda, auxiliar a formação de profissionais da saúde.

Uma pesquisa preliminar foi realizada em fevereiro de 2021 com os Medical Subject Headings (MesH) “ageism” e “health”, nos portais da Prospero, PubMed, Open Science Framework, Joanna Briggs Institute Evidence Synthesis e Cochrane Database of Systematic Reviews, não sendo encontrados estudos de revisão de escopo sobre o tema. Assim, este estudo objetiva mapear as expressões e medidas de enfrentamento do ageísmo direcionadas às pessoas idosas em serviços de saúde.

Método

Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão de escopo conduzida conforme a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI) para revisões de escopo(99. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z, editors. JBI Manual for Evidence Synthesis [Internet]. Adelaide: JBI; 2020 [cited 2023 Feb 20]. Available from: https://jbi-global-wiki.refined.site/space/MANUAL
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), apresentada segundo as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): Checklist and Explanation(1010. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467-73. https://doi.org/10.7326/M18-0850
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) e cujo protocolo foi registrado na plataforma para registro de trabalhos científicos Open Science Framework por meio do link https://osf.io/pv2by e publicado(1111. Araujo PO, Carvalho ESS. Ageism against elderly people in health services: scoping review protocol. Online Braz J Nurs. 2023;22(Suppl 1):e20236602. https://doi.org/10.17665/1676-4285.20236602
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). Delineou-se o protocolo de pesquisa, guiado pela questão de pesquisa, a qual foi construída com base no mnemônico PCC, cuja População (P) foi composta de pessoas idosas e profissionais de saúde; conceito (C) de ageísmo direcionado a pessoas idosas; contexto (C) dos serviços de saúde, que envolvem todos os componentes do sistema de saúde prestados na atenção primária, secundária e terciária. Assim, têm-se como perguntas de investigação: Como o ageísmo direcionado a pessoas idosas se expressa em serviços de saúde? Quais as medidas de enfrentamento ao ageísmo direcionado a pessoas idosas em serviços de saúde?

Cenários de estudo

Esta revisão foi realizada nas seguintes bases de dados: PubMed via National Library of Medicine/The National Center for Biotechnology Information (NLM/NCBI), Biblioteca Digital da Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) via Business Source Complete (EBSCO) e PsycINFO, Angeline, Embase, Scopus e Web of Science Core Collection. A escolha dos portais e bases de dados se deu por se constituírem em grandes acervos de publicações nas áreas do estudo pretendido.

A busca da literatura cinzenta foi conduzida através dos portais Teses CAPES; Cybertesis Repositório de Tesis Digitalis; Portal Digital Access to Research Theses - Europe (DART-E) E-theses; Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP); e Biblioteca do Conhecimento Online-b-on (Online Knowledge Library).

Período

A coleta de dados aconteceu em abril e maio de 2021.

População

A população do estudo foi composta por 41 artigos científicos encontrados nas buscas ocorridas nas bases de dados e na literatura cinzenta.

Critérios de seleção

As fontes de evidência foram os textos completos de estudos primários (quantitativos ou qualitativos) teses e dissertações, publicadas nas principais bases de dados da área da saúde, psicologia e gerontologia, em português, inglês e espanhol e sem limites temporais, com a justificativa de recuperar o maior número possível de publicações. Não foram incluídos estudos de revisão, artigos de opinião, ensaios teóricos, comentários, capítulos de livro e livro.

Instrumento de coleta de dados

Foi elaborado um instrumento para extração de dados organizado em arquivo de Word (2013), desenvolvido pelo JBI(99. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z, editors. JBI Manual for Evidence Synthesis [Internet]. Adelaide: JBI; 2020 [cited 2023 Feb 20]. Available from: https://jbi-global-wiki.refined.site/space/MANUAL
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) e adaptado para atender aos objetivos desta revisão, testado pela equipe de pesquisa que versa com informações a respeito da identificação do estudo: autores, títulos, ano de publicação, link Digital Object Identifier (DOI) — Identificador de Objeto Digital, periódico, data de publicação, objetivos, metodologia (tipo de estudo, participantes, contexto, conceito, instrumentos de pesquisa) e resultados (expressões e estratégias de enfrentamento ao ageísmo).

Coleta de dados

Uma busca exploratória em fevereiro de 2021, no PubMed e CINAHL via EBSCO, foi realizada para identificar artigos sobre o assunto. As palavras-chaves encontradas nos títulos, resumos e os descritores/MeSH encontrados foram selecionados para compor as estratégias de busca desenvolvidas com o apoio de uma bibliotecária especializada em revisões e aplicadas nas bases de dados selecionadas como cenários deste estudo (Figura 1).

Figura 1 -
Estratégias de pesquisa. Feira de Santana, BA, Brasil, 2021

Todos os estudos identificados foram agrupados e enviados à ferramenta EndNote (Clarivate Analytics, Estados Unidos da América) para remoção dos estudos duplicados. Em seguida, independentemente e às cegas, por meio da ferramenta Rayyan Intelligent Systematic Review (https://www.rayyan.ai/), dois revisores realizaram a seleção das fontes de evidência por meio de leitura e seleção de títulos, resumos e textos completos. As divergências foram resolvidas por uma terceira revisora, e os motivos para a exclusão das produções foram quantificados e justificados. A extração dos dados foi realizada por dois revisores, sendo um pela coleta e o outro pela revisão e confirmação dos dados.

Por fim, as listas de referências de artigos recuperados na busca de texto completo e incluídos na seleção final foram rastreadas para inclusão na amostra do estudo. Os autores das produções científicas cujos textos completos estavam indisponíveis nas bases de dados foram contatados, porém, não se obteve êxito no acesso a eles.

Tratamento e análise dos dados

Os dados extraídos foram organizados no software MaxQDA que faz parte da família de QDA (Qualitative Data Analysis Software), versão 2020, e analisados a partir de estatística descritiva simples, apresentados em resumos narrativos e quadro e discutidos à luz de outros achados nacionais e internacionais sobre o tema.

Aspectos éticos

Os estudos utilizados possuem acesso de domínio público, não havendo necessidade de submissão do estudo ao Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

A amostra final da revisão foi constituída por 41 artigos científicos, que estão apresentados no PRISMA-SrC(1212. Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. Updating guidance for reporting systematic reviews: development of the PRISMA 2020 statement. J Clin Epidemiol. 2021;134:103-12. https://doi.org/10.1016/j.jclinepi.2021.02.003
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) na Figura 2.

Figura 2 -
Fluxograma do processo de seleção dos estudos primários incluídos na revisão de escopo. Feira de Santana, BA, Brasil, 2021

A caracterização da produção científica do ageísmo direcionado a pessoas idosas em serviços de saúde está apresentada na Figura 3.

Figura 3 -
Caracterização da produção científica sobre ageísmo direcionado a pessoas idosas em serviços de saúde. Feira de Santana, BA, Brasil, 2021

A dimensão temporal dos estudos encontrados foi compreendida majoritariamente entre os anos de 2000 a 2020. Anteriormente a este período, foi identificado um artigo publicado no ano de 1985 e outro, no ano de 1996. Dentre os tipos de estudo, 59% foram do tipo quantitativos, 35%, qualitativos e 4%, estudos mistos. Os participantes pesquisados foram, em sua maioria, pessoas idosas que utilizam serviços de saúde (57%), seguidos dos profissionais de saúde (40%) e cuidadores de pessoas idosas (3%). Os contextos foram majoritariamente hospitais públicos e privados de distintos países, e uma minoria em contextos da atenção primária à saúde. As expressões do ageísmo estão apresentadas na Figura 4.

Figura 4 -
Mapeamento das expressões de ageísmo direcionado a pessoas idosas. Feira de Santana, BA, Brasil, 2021

As medidas de enfrentamento do ageísmo direcionadas a pessoas idosas estão apresentadas na Figura 5.

Figura 5 -
Mapeamento das medidas de enfrentamento do ageísmo direcionado a pessoas idosas em serviços de saúde. Feira de Santana, BA, Brasil, 2021

Discussão

Este estudo mapeou a literatura científica acerca das expressões do ageísmo em serviços de saúde e evidenciou que as pessoas idosas, no uso desses serviços, são alvo de menos pesquisas diagnósticas, possuem acesso restrito a diversos tipos de tratamentos e intervenções cirúrgicas e, também, recebem cuidados inadequados de forma geral, manifestados por meio de linguagem inadequada por parte dos profissionais da saúde, comportamentos anti-idade e cuidados baseados em crenças e estereótipos, chegando até à ocorrência de abordagem violenta. Ainda que se trate de familiares de pessoas idosas, estes recebem menos apoio psicológico, conotando viés de idade. Os mecanismos de enfrentamento consistem, majoritariamente, em intervenções educativas e em fortalecimento dos canais de comunicação entre pessoas idosas, profissionais da saúde e gestores institucionais.

Atenção sobre o ageísmo tem como marco internacional a adoção do Plano de Ação Internacional de Madrid sobre o envelhecimento, datado de 2002, que tem norteado ações civis públicas e no âmbito da saúde pública em várias partes do planeta. No entanto, somente em maio de 2016, os 194 estados-membros da Organização Mundial da Saúde, em cooperação com outros parceiros, realizaram a Campanha Global de Combate ao Ageísmo para melhorar o dia a dia das pessoas idosas e otimizar a implementação de políticas públicas, conferir visibilidade ao fenômeno na busca da modificação na forma como as pessoas pensam, sentem e agem quando se trata da idade e envelhecimento(5454. World Health Organization. The Global Campaign to Combat Ageism calls on us to act together. Nature Aging. 2021;1(2):146. https://doi.org/10.1038/s43587-021-00036-4
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).

Soma-se a esse marco de destaque social o compromisso dos países para lidar com o preconceito de idade, reafirmado na Década das Nações Unidas do Envelhecimento Saudável (2021–2030), em 14 de dezembro de 2020, fundamentado no plano de ação para 10 anos: estratégia/plano de ações mundiais sobre o envelhecimento e a saúde (2016–2030); Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Ambos foram endossados em agosto de 2020 pela Assembleia Mundial da Saúde e, em dezembro de 2020, pela Assembleia Geral das Nações Unidas(5555. Organização Mundial da Saúde. Estrategia y plan de acción mundiales sobre el envejecimiento y la salud 2016-2020: hacia un mundo en el que todas las personas puedan vivir una vida prolongada y sana. In: 69.ª Asamblea Mundial de la Salud [Internet]. Genebra, 2016 May 27. [cited 2023 Feb 20]. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/253189
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). Assim, a prevenção e enfrentamento do ageísmo, também chamado de idadismo, tornou-se uma das quatro áreas de ação prioritárias das Nações Unidas. Tal movimento tem se refletido sobre as produções científicas, nas quais se observa um aumento no desenvolvimento de pesquisas a partir do ano de 2001.

O tema envelhecimento na contemporaneidade tem gerado preocupações intelectuais e políticas das sociedades capitalistas não só por constituir um fenômeno demográfico, mas também por envolver aspectos econômicos, sociais, políticos, culturais e éticos de expressiva comoção, que determinam a qualidade do compromisso das sociedades com os direitos humanos. Nesse contexto, vislumbram-se dualidades vigentes: se por um lado, o envelhecimento humano/populacional representa um avanço da medicina/saúde pública — aliado a uma cultura de respeito às diferenças, assegurada por direitos e políticas públicas, por outro lado, o aumento de pessoas idosas na sociedade é encarado como um fator impeditivo para o crescimento econômico — paradoxo com lógicas contrapostas à do lucro versus necessidades humanas(5656. Mendonça JMB, Abigalil APC, Pereira PAP, Yuste A, Ribeiro JHS. The meaning of aging for the dependent elderly. Ciênc Saude Coletiva. 2021;26(01):57-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.32382020
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).

Nesse sentido, a lógica neoliberal que desvaloriza os mais envelhecidos mantém a propagação de imagens e atitudes negativas sobre as pessoas idosas, um cenário que se transpõe para o cotidiano da atuação dos profissionais de saúde nos serviços, mediante a construção de estereótipos (pensamentos), preconceitos (sentimentos) e discriminação (ação), que se expressam em níveis interpessoais e institucionais e perpassam o processo de trabalho dos profissionais da saúde(7,57).

O ageísmo interpessoal compreende atitudes preconceituosas em relação ao processo de envelhecimento, incluindo o ageísmo autodirigido(11. Butler RN. Age-ism: Another form of bigotry. The Gerontologist. 1969;9:243-6. https://doi.org/10.1093/geront/9.4_Part_1.243
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). Ele foi evidenciado nos resultados deste estudo com base nas expressões manifestadas no modo de agir dos profissionais de saúde durante a prestação da assistência, por meio de comportamentos anti-idade, pautados em crenças e estereótipos que afetam a qualidade do cuidado em saúde prestado a pessoas idosas, tais como: anamnese sucinta(2121. Bhalla A, Grieve R, Tilling K, Rudd AG, Wolfe CD. Older stroke patients in Europe: stroke care and determinants of outcome. Age Ageing. 2004;33(6):618-24. https://doi.org/10.1093/ageing/afh219
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,2424. Finger RP, Ali M, Earnest J, Nirmalan PK. Cataract surgery in Andhra Pradesh state, India: an investigation into uptake following outreach screening camps. Ophthalmic Epidemiol. 2007;14(6):327-32. https://doi.org/10.1080/01658100701486814
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); menos orientações acerca dos tratamentos ou orientações com linguagem não compreensível, ou infantilizante(3434. Ben-Harush A, Shiovitz-Ezra S, Doron I, Alon S, Leibovitz A, Golander H, et al. Ageism among physicians, nurses, and social workers: findings from a qualitative study. Eur J Ageing. 2016;14(1):39-48. https://doi.org/10.1007/s10433-016-0389-9
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); constrangimento ao prestar cuidados a pessoas idosas(3535. Davis T, Teaster PB, Thornton A, Watkins JF, Alexander L, Zanjani F. Primary Care Providers’ HIV Prevention Practices Among Older Adults. J Appl Gerontol. 2016;35(12):1325-42. https://doi.org/10.1177/0733464815574093
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,4141. Kiplagat J, Huschke S. HIV testing and counselling experiences: a qualitative study of older adults living with HIV in western Kenya. BMC Geriatr. 2018;18(1):257. https://doi.org/10.1186/s12877-018-0941-x
https://doi.org/10.1186/s12877-018-0941-...
); transferência de responsabilidade do cuidado para a família(3737. Taverner T, Baumbusch J, Taipale P. Normalization of Neglect: A Grounded Theory of RNs’ Experiences as Family Caregivers of Hospitalized Seniors. Can J Aging. 2016;35(2):215-28. https://doi.org/10.1017/s0714980816000179
https://doi.org/10.1017/s071498081600017...
); despreocupação com a falta de privacidade, tratamento desigual, desumano, desrespeitoso e que desconsideram as especificidades e vulnerabilidades da velhice(3737. Taverner T, Baumbusch J, Taipale P. Normalization of Neglect: A Grounded Theory of RNs’ Experiences as Family Caregivers of Hospitalized Seniors. Can J Aging. 2016;35(2):215-28. https://doi.org/10.1017/s0714980816000179
https://doi.org/10.1017/s071498081600017...
,4242. Schatz E, Seeley J, Negin J, Mugisha J. They ‘don’t cure old age’: Older Ugandans’ delays to health-care access. Ageing Soc. 2018;38(11):2197-217. https://doi.org/10.1017/S0144686X17000502
https://doi.org/10.1017/S0144686X1700050...
); percepção negativa sobre o tratamento e sobre a pessoa idosa na totalidade(2323. Gunderson A, Tomkowiak J, Menachemi N, Brooks R. Rural physicians’ attitudes toward the elderly: evidence of ageism? Qual Manag Health Care. 2005;14(3):167-76. https://doi.org/10.1097/00019514-200507000-00006
https://doi.org/10.1097/00019514-2005070...
,2525. Manthorpe J, Clough R, Cornes M, Bright L, Moriarty J, Iliffe S. Four years on: The impact of the National Service Framework for Older People on the experiences, expectations and views of older people. Age Ageing. 2007;36(5):501-7. https://doi.org/10.1093/ageing/afm078
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,3232. Polat U, Karadaǧ A, Ulger Z, Demir N. Nurses’ and physicians’ perceptions of older people and attitudes towards older people: Ageism in a hospital in Turkey. Contemp Nurse. 2014;48(1):88-97. https://doi.org/10.5172/conu.2014.48.1.88
https://doi.org/10.5172/conu.2014.48.1.8...
,4747. Heyman N, Osman I, Ben Natan M. Ageist attitudes among healthcare professionals and older patients in a geriatric rehabilitation facility and their association with patients’ satisfaction with care. Int J Older People Nurs. 2020;15(2):e12307. https://doi.org/10.1111/opn.12307
https://doi.org/10.1111/opn.12307...
-4848. Kessler EM, Blachetta C. Age cues in patients’ descriptions influence treatment atitudes. Aging Ment Health. 2020;24(1):193-6. https://doi.org/10.1080/13607863.2018.1515889
https://doi.org/10.1080/13607863.2018.15...
,5151. Rababa M, Hammouri AM, Hweidi IM, Ellis JL. Association of nurses’ level of knowledge and attitudes to ageism toward older adults: Cross-sectional study. Nurs Health Sci. 2020;22(3):593-601. https://doi.org/10.1111/nhs.12701
https://doi.org/10.1111/nhs.12701...
).

As relações familiares são determinantes para o ageísmo interpessoal(55. Araujo PO, Freitas RA, Duarte ED, Cares LJ, Rodríguez KA, Guerra V, et al. ‘The other’ of the COVID-19 pandemic: ageism toward the elderly people in newspapers in Brazil and Chile. Saúde Debate. 2022;46(134):613-29. https://doi.org/10.1590/0103-1104202213402
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), contexto em que se exerce a função de cultivar crenças, valores e princípios que constituem a cultura de um grupo, ao mesmo tempo, em que os mais jovens respondem às exigências da sociedade líquida. O adjetivo “líquida” reúne características da sociedade contemporânea individualista, pouco solidária, vínculos comunitários frágeis, competitiva, centrada na velocidade de execução das tarefas e no consumo indiscriminado de produtos, cenário amplamente divulgado em redes sociais e canais de comunicação(5758. Bauman Z. Modernidad líquida. Argentina: Fondo de Cultura Económica; 2015.).

Como resultado, experienciamos uma sociedade excludente, com conflitos intergeracionais frequentes, cuja estigmatização acontece nas interações familiares por meio de atitudes de descrédito, desprezo e do emprego de adjetivos depreciativos, assimilados pelas pessoas idosas, e conformam a autoimagem e uma identidade deteriorada. Por conseguinte, o afastamento ou abandono por parte da família são comuns, especialmente, em situações de dificuldades físicas que requeiram maior atenção e cuidado de proteção(5859. Carvalho ESS, Carneiro JM, Gomes AS, Freitas KS, Jenerette CM. Why does your pain never get better? Stigma and coping mechanism in people with sickle cell disease. Rev Bras Enferm. 2021;74(3):e20200831. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0831
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).

Todas essas expressões de ageísmo, mapeadas pela presente revisão, revelam que as pessoas idosas são consideradas um fardo para a sociedade e responsabilizadas pelo aumento do orçamento público disputado tanto pelo trabalho como pelo capital. A despeito de todas as expressões de ageísmo, recairão, ainda, sobre a população de pessoas idosas os mais altos índices de negligência pública e privada, além de discriminação social, pobreza e violência(5960. Moraes CL, Marques ES, Ribeiro AP, Souza ER. Contributions to address violence against older adults during the COVID-19 pandemic in Brazil. Ciênc Saude Coletiva. 2020;25(suppl 2):4177-84. https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.2.27662020
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).

Em que pese que a realidade objetiva do envelhecimento populacional seja resultante de melhorias no acesso a recursos tecnológicos e de saúde, a realidade subjetiva dos estereótipos de idade se move em uma direção negativa, que promove desigualdades, adoecimento e exclusão, e que pode ser explicada, em parte, pela multibilionária indústria antienvelhecimento que promove a estigmatização ao colocar supostos atributos do velho em uma categoria contra a qual é necessário travar batalhas e que deve ser evitada a todo custo(6061. Levy BR. Age-Stereotype Paradox: Opportunity for Social Change. Gerontologist. 2017;57(suppl_2):S118-26. https://doi.org/10.1093/geront/gnx059
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). Isso se reflete na assistência recebida nos serviços de saúde, quando o profissional, por ter visões negativas da velhice e do envelhecimento, vale-se dessas percepções, até inconscientemente, para prestar o cuidado.

O ageísmo institucional, embora tenha direta relação com o ageísmo interpessoal, diferencia-se deste por envolver a inclusão de princípios etários em regras e procedimentos formais e em culturas institucionais mais amplas(77. Lloyd-Sherlock PG, Ebrahim S, McKee M, Prince MJ. Institutional ageism in global health policy. BMJ. 2016;354:i4514. https://doi.org/10.1136/bmj.i4514
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), o que não requer, necessariamente, intenção ou consciência de viés contra pessoas idosas, já que, frequentemente, a existência de tal preconceito institucional não é reconhecida, e as regras, normas e práticas da instituição são de longa data, tornando-se um fenômeno de coerção social. A consequência desta última é a aceitação natural, na qual dificilmente há espaço para se criticar, inquietar e modificar, resultando em efeitos implícitos e explícitos deste fenômeno(6162. Durkheim E. As regras do método sociológico. São Paulo: Edipro; 2012.), como impactos à saúde física, mental, ao bem-estar social e à economia das pessoas idosas, famílias e sociedade(6257. Organização Pan-Americana da Saúde. Relatório mundial sobre o idadismo [Internet] Washington, D.C.; 2022 [cited 2023 Feb 20]. Available from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/55872
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). Em acréscimo, é possível que o ageísmo institucional favoreça a rotulação das pessoas segundo sua idade, despersonalizando-as, desconsiderando a subjetividade e as especificidades das pessoas.

As expressões de ageísmo apresentadas nesta revisão denotam quão desvalorizadas podem ser as pessoas idosas ao acessarem serviços de saúde, e como a idade cronológica pode subvalorizar a assistência às mesmas, enquanto se geram barreiras no acesso aos recursos da saúde, tais como intervenções cirúrgicas(1717. Austin D, Russell EM. Is There Ageism in Oncology? Scott Med J. 2003;48(1):17-20. https://doi.org/10.1177/003693300304800105
https://doi.org/10.1177/0036933003048001...
,2424. Finger RP, Ali M, Earnest J, Nirmalan PK. Cataract surgery in Andhra Pradesh state, India: an investigation into uptake following outreach screening camps. Ophthalmic Epidemiol. 2007;14(6):327-32. https://doi.org/10.1080/01658100701486814
https://doi.org/10.1080/0165810070148681...
,3636. Schroyen S, Missotten P, Jerusalem G, Gilles C, Adam S. Ageism and caring attitudes among nurses in oncology. Int Psychogeriatr. 2016;28(5):749-57. https://doi.org/10.1017/s1041610215001970
https://doi.org/10.1017/s104161021500197...
,3939. Di Rosa M, Chiatti C, Rimland JM, Capasso M, Scandali VM, Prospero E, et al. Ageism and surgical treatment of breast cancer in Italian hospitals. Aging Clin Exp Res. 2018;30(2):139-44. https://doi.org/10.1007/s40520-017-0757-0
https://doi.org/10.1007/s40520-017-0757-...
,5252. Tomioka S, Rosenberg M, Fushimi K, Matsuda S. An analysis of equity in treatment of hip fractures for older patients with dementia in acute care hospitals: observational study using nationwide hospital claims data in Japan. BMC Health Serv Res. 2020;20(1):830. https://doi.org/10.1186/s12913-020-05690-9
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), serviços de reabilitação(2121. Bhalla A, Grieve R, Tilling K, Rudd AG, Wolfe CD. Older stroke patients in Europe: stroke care and determinants of outcome. Age Ageing. 2004;33(6):618-24. https://doi.org/10.1093/ageing/afh219
https://doi.org/10.1093/ageing/afh219...
,4040. Forti P, Maioli F, Magni E, Ragazzoni L, Piperno R, Zoli M, et al. Risk of Exclusion From Stroke Rehabilitation in the Oldest Old. Arch Phys Med Rehabil. 2018;99(3):477-83. https://doi.org/10.1016/j.apmr.2017.08.469
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), prescrição de medicamentos(2020. Williams D, Bennett K, Feely J. Evidence for an age and gender bias in the secondary prevention of ischaemic heart disease in primary care. Br J Clin Pharmacol. 2003;55(6):604-8. https://doi.org/10.1046/j.1365-2125.2003.01795.x
https://doi.org/10.1046/j.1365-2125.2003...
,2929. Protière C, Viens P, Rousseau F, Moatti JP. Prescribers’ attitudes toward elderly breast cancer patients. Discrimination or empathy? Crit Rev Oncol Hematol. 2010;75(2):138-50. https://doi.org/10.1016/j.critrevonc.2009.09.007
https://doi.org/10.1016/j.critrevonc.200...
) e tratamentos diversos(1313. Grant PT, Henry JM, McNaughton GW. The management of elderly blunt trauma victims in Scotland: evidence of ageism? Injury. 2000;31(7):519-28. https://doi.org/10.1016/s0020-1383(00)00038-3
https://doi.org/10.1016/s0020-1383(00)00...
,1515. Bouman WP, Arcelus J. Are psychiatrists guilty of “ageism” when it comes to taking a sexual history? Int J Geriatr Psychiatry. 2001;16(1):27-31. https://doi.org/10.1002/1099-1166(200101)16:1%3c27::AID-GPS267%3e3.0.CO;2-S
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,1919. Peake MD, Thompson S, Lowe D, Pearson MG. Ageism in the management of lung cancer. Age Ageing. 2003;32(2):171-7. https://doi.org/10.1093/ageing/32.2.171
https://doi.org/10.1093/ageing/32.2.171...
,3838. Demetriadou E, Kokkinou M, Metaxas G, Kyriakides E, Kyprianou T. Psychological support for families of ICU patients: longitudinal documentation of the service. Psychol Health Med. 2017;22(6):736-43. https://doi.org/10.1080/13548506.2016.1231922
https://doi.org/10.1080/13548506.2016.12...
,4646. Shin DW, Park K, Jeong A, Yang HK, Kim SY, Cho M, et al. Experience with age discrimination and attitudes toward ageism in older patients with cancer and their caregivers: A nationwide Korean survey. J Geriatr Oncol. 2019;10(3):459-64. https://doi.org/10.1016/j.jgo.2018.09.006
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), desassistência, atrasos injustificados, menos esforço nas ações de cuidado a essa população e priorização do cuidado aos mais jovens. Outros estudos confirmam as consequências deletérias do ageísmo na saúde das pessoas idosas(33. Marques S, Mariano J, Mendonça J, De Tavernier W, Hess M, Naegele L, et al. Determinants of Ageism against Older Adults: A Systematic Review. Int J Environ Res Public Health. 2020;17:2560. https://doi.org/10.3390/ijerph17072560
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4. Chang ES, Kannoth S, Levy S, Wang SY, Lee JE, Levy BR. Global reach of ageism on older persons’ health: A systematic review. PLoS One. 2020;15(1):e0220857. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0220857
https://doi.org/10.1371/journal.pone.022...
-55. Araujo PO, Freitas RA, Duarte ED, Cares LJ, Rodríguez KA, Guerra V, et al. ‘The other’ of the COVID-19 pandemic: ageism toward the elderly people in newspapers in Brazil and Chile. Saúde Debate. 2022;46(134):613-29. https://doi.org/10.1590/0103-1104202213402
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).

As repercussões do preconceito etário se refletem, também, sobre a natureza dos cuidados recebidos pelos familiares das pessoas idosas, que tendem a receber menos apoio psicológico, independentemente do desfecho clínico(3838. Demetriadou E, Kokkinou M, Metaxas G, Kyriakides E, Kyprianou T. Psychological support for families of ICU patients: longitudinal documentation of the service. Psychol Health Med. 2017;22(6):736-43. https://doi.org/10.1080/13548506.2016.1231922
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), e podem impor novos e intensos desafios quando se trata de pessoas idosas com algum grau de dependência ou que necessitem de cuidados de longa duração. Isso acontece porque a falta de rede de proteção e defesa de direitos leva as pessoas idosas a enfrentarem sérios problemas em sua vida cotidiana e os mais sobrecarregados são os familiares, em particular das pessoas idosas dependentes de cuidados(5656. Mendonça JMB, Abigalil APC, Pereira PAP, Yuste A, Ribeiro JHS. The meaning of aging for the dependent elderly. Ciênc Saude Coletiva. 2021;26(01):57-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.32382020
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).

Nas instituições de saúde e de cuidados de longa duração o ageísmo é onipresente, socialmente aceito, na maioria não detectado e fortemente institucionalizado; é extremamente prejudicial para a saúde e bem-estar, associado ao pior desempenho físico e tarefas cognitivas, piora física e mental, saúde, recuperação mais lenta da deficiência e longevidade diminuída; influencia valores sociais e molda o foco da pesquisa e política, incluindo como problemas são conceituados, as soluções propostas e como as instituições desenvolvem e implementam regras e procedimentos(6257. Organização Pan-Americana da Saúde. Relatório mundial sobre o idadismo [Internet] Washington, D.C.; 2022 [cited 2023 Feb 20]. Available from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/55872
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).

Em face disso, faz-se necessário que as estratégias de enfrentamento sejam permanentes e contínuas, e implementadas de cima para baixo (da sociedade para o indivíduo) e de baixo para cima (do indivíduo para a sociedade, considerando o protagonismo das pessoas idosas), com os objetivos conjuntos de reforçar as condições que promovem imagens positivas acerca da idade e atenuar as condições que promovem estereótipos de idade negativos(6061. Levy BR. Age-Stereotype Paradox: Opportunity for Social Change. Gerontologist. 2017;57(suppl_2):S118-26. https://doi.org/10.1093/geront/gnx059
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). Isso porque as evidências mostram que níveis mais altos de conhecimento sobre a velhice estão associados a menos atitudes anti-idade(4747. Heyman N, Osman I, Ben Natan M. Ageist attitudes among healthcare professionals and older patients in a geriatric rehabilitation facility and their association with patients’ satisfaction with care. Int J Older People Nurs. 2020;15(2):e12307. https://doi.org/10.1111/opn.12307
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).

Durante os processos de formação, os futuros profissionais de saúde são treinados para tratar e alcançar resultados por meio da hospitalização, do tratamento das doenças pontualmente, e considerando a idade um marcador isolado de saúde/doença(4545. Dobrowolska B, Jędrzejkiewicz B, Pilewska-Kozak A, Zarzycka D, Ślusarska B, Deluga A, et al. Age discrimination in healthcare institutions perceived by seniors and students. Nurs Ethics. 2019;26(2):443-59. https://doi.org/10.1177/0969733017718392
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). Embora muitas necessidades das pessoas idosas possam ser sanadas por cuidados interdisciplinares no contexto da atenção primária à saúde, a tênue vinculação de ações aos determinantes sociais em saúde evidenciam dificuldades de os profissionais se deslocarem do cuidado biomédico, puramente repetitivo, para o cuidado integral, interacionista, reiterando a perspectiva hospitalar, especializada e circunscrita na doença, a qual fortalece paradigmas históricos e hegemônicos no Brasil(6363. Ceccon RF, Soares KG, Vieira LJES, Garcia CAS Júnior, Matos CCSA, Pascoal MDHA. Primary Health Care in caring for dependent older adults and their caregivers. Ciên Saude Coletiva. 2021;26(1):99-108. https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.30382020
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) de que a velhice é uma etapa da vida, cujo desenvolvimento do sujeito está concluído, e que prevalecem perdas e frustrações diante do declínio físico, a despeito de se ter experiência e sabedoria(6464. Freitas MC, Ferreira MA. Old age and elderly people: social representations of adolescent students. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2013;21(3):750-7. https://doi.org/10.1590/S0104-11692013000300014
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), reforçando conotações negativas e refletindo estereótipos pejorativos que estabelecem a doença como condição intrínseca à velhice(4545. Dobrowolska B, Jędrzejkiewicz B, Pilewska-Kozak A, Zarzycka D, Ślusarska B, Deluga A, et al. Age discrimination in healthcare institutions perceived by seniors and students. Nurs Ethics. 2019;26(2):443-59. https://doi.org/10.1177/0969733017718392
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).

Diante disso, faz-se necessário analisar a idade no contexto de funcionamento físico, doenças associadas, expectativa de vida, capacidade cognitiva, independência funcional, estado nutricional, dentre outros indicadores importantes que subsidiem a recomendação dos tratamentos adequados(4949. Lee J, Yu H, Cho HH, Kim M, Yang S. Ageism between Medical and Preliminary Medical Persons in Korea. Ann Geriatr Med Res. 2020;24(1):41-9. https://doi.org/10.4235/agmr.19.0043
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). Abordagens mais reflexivas, com foco nas necessidades das pessoas idosas e na integração da variável idade nas análises do ciclo de vida do ser humano, na abordagem dos aspectos fisiológicos do envelhecimento, nas avaliações geriátrico-gerontológicas ampliadas(4646. Shin DW, Park K, Jeong A, Yang HK, Kim SY, Cho M, et al. Experience with age discrimination and attitudes toward ageism in older patients with cancer and their caregivers: A nationwide Korean survey. J Geriatr Oncol. 2019;10(3):459-64. https://doi.org/10.1016/j.jgo.2018.09.006
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) são imprescindíveis para um cuidado centralizado na promoção da saúde e na prevenção de riscos e agravos, considerando a pessoa idosa e seu contexto social, familiar, econômico e cultural.

Ainda, é necessário o reconhecimento da presença do ageísmo nos ambientes de saúde(4545. Dobrowolska B, Jędrzejkiewicz B, Pilewska-Kozak A, Zarzycka D, Ślusarska B, Deluga A, et al. Age discrimination in healthcare institutions perceived by seniors and students. Nurs Ethics. 2019;26(2):443-59. https://doi.org/10.1177/0969733017718392
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) de forma que os profissionais da saúde se tornem autovigilantes quanto às práticas norteadas pelos estereótipos, preconceitos e discriminações de idade e que a gestão dos serviços de saúde estimulem e implementem intervenções educativas entre os profissionais de saúde para conscientizá-los e sensibilizá-los sobre o combate ao ageísmo nos serviços de saúde.

Outra frente de luta evidenciada nos resultados deste estudo é referente ao financiamento de pesquisas e projetos relativos à temática da idade, a criação de campanhas educativas para a conscientização pública sobre idade, envelhecimento, velhice e ageísmo(5151. Rababa M, Hammouri AM, Hweidi IM, Ellis JL. Association of nurses’ level of knowledge and attitudes to ageism toward older adults: Cross-sectional study. Nurs Health Sci. 2020;22(3):593-601. https://doi.org/10.1111/nhs.12701
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) e a disseminação dos direitos e deveres das pessoas idosas para empoderar e estimular as estratégias emancipatórias nas comunidades, igrejas, grupos de convivência, conselhos locais de direitos das pessoas idosas, universidades abertas à terceira idade, associações de bairro e coletivos.

O ageísmo é um tema pouco conhecido pela população de forma geral, e os resultados desta revisão contribuem não somente para levantar a discussão a respeito do tema, mas também para avançar no conhecimento científico e inovar, ao evidenciar como os estereótipos, preconceitos e discriminação de idade se expressam no cotidiano dos serviços de saúde, revelando quão desigual e injusta pode ser a atenção recebida por pessoas idosas nos contextos em que se deveria cuidar delas.

As limitações deste estudo consistem na identificação das expressões de ageísmo em serviços de saúde, relatadas explicitamente pelos autores dos artigos analisados, e na não obtenção de alguns textos completos pelos revisores, mesmo após solicitação aos autores dos estudos.

Conclusão

O ageísmo direcionado às pessoas idosas em serviços de saúde se manifesta por expressões negativas de discriminação, preconceito e estereótipos de idade que cerceiam as pessoas idosas e suas famílias no acesso a recursos e serviços de saúde, minimizando as oportunidades de tratamento, reabilitação e cura, que perpassam o processo de trabalho em saúde. As estratégias de enfrentamento envolvem intervenções educativas por meio da educação em saúde, campanhas de sensibilização, atualização dos conhecimentos científicos e ampliação dos canais de comunicação entre pessoas idosas, profissionais da saúde e gestores. A expressões do ageísmo no contexto dos serviços de saúde que compõem o Sistema Único da Saúde constituem lacuna do conhecimento, bem como as expressões do ageísmo que ocorrem implicitamente.

Os estudos mapeados dizem respeito ao ageísmo explícito, em que há conhecimento de sua existência com base em estudos primários identificados, portanto, parece haver lacuna no conhecimento científico sobre as formas de estereótipos, preconceitos e discriminação que coexistem implicitamente nos serviços de saúde. Semelhantemente, a ausência de estudos na realidade brasileira limita as inferências dos autores e impossibilita que haja análises no contexto dos serviços de saúde que compõem o Sistema Único da Saúde.

A compreensão dessas expressões poderá gerar implicações para uma prática profissional que reconheça a presença do ageísmo interpessoal ou institucional, tornando-o vigilante para o (des)cuidado guiado pelo viés de idade e sensível para a implementação de estratégias de enfrentamento. No que se refere ao meio acadêmico, os achados deste estudo poderão nortear pesquisas que analisem o ageísmo na realidade brasileira, mediante a escuta das pessoas idosas, familiares, profissionais da saúde e gestores em diversos serviços de saúde públicos e privados, bem como fundamentar ações extensionistas para o enfrentamento e prevenção do ageísmo nos contextos de saúde.

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  • *
    Artigo extraído da tese de doutorado “Ageísmo contra pessoas idosas em serviços de saúde: desenvolvimento do conceito”, apresentada à Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil. Apoio financeiro do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES).
  • Como citar este artigo

    Araújo PO, Soares IMSC, Vale PRLF, Sousa AR, Aparicio EC, Carvalho ESS. Ageism directed to older adults in health services: A scoping review. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2023;31:e4020 [cited ano mês dia]. Available from: URL . https://doi.org/10.1590/1518-8345.6727.4020
  • Todos os autores aprovaram a versão final do texto.

Editado por

Editora Associada:

Maria Lúcia Zanetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Out 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    28 Fev 2023
  • Aceito
    20 Jul 2023
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