Acessibilidade / Reportar erro

Programas de educação sobre saúde óssea para idosos: uma revisão integrativa

Resumo

A osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada pela redução da densidade mineral óssea. A difusão do conhecimento sobre à doença, pode ser uma alternativa viável para atitudes preventivas e de autocuidado. Dessa forma, esse artigo procura identificar como são os programas sobre saúde óssea para idosos. Trata-se de uma revisão integrativa de estudos publicados entre 2011 e 2022 nas bases de dados Periódicos Capes, Web of Science, PubMed e Google Scholar em inglês. Foram encontrados 10.093 estudos, sendo selecionados 7 depois dos critérios de inclusão. Foi possível verificar que os programas de educação para saúde óssea possuem o objetivo de empoderar o idoso pelo aumento do conhecimento sobre a doença, conscientizar sobre o consumo de cálcio e vitamina D ou de medicamentos para osteoporose, mudanças de hábitos e a prática de exercícios físicos. Os programas geralmente são realizados com reuniões em grupo ou individualizados, com sessões de 50 a 60 minutos, podendo ou não, delimitar o número de indivíduos em cada uma delas. Nota-se que acompanhar a evolução do processo educativo também é importante. A contextualização dos temas junto a realidade e interesse dos idosos, parece ser outra forma positiva para despertar atitudes de autocuidado.

Palavras-chave:
Promoção da saúde; Educação em saúde; Saúde óssea; Osteoporose

Abstract

Osteoporosis is a systemic disease characterized by a reduction in bone mineral density. The dissemination of knowledge about the disease can be a viable alternative for promoting preventive behavior and self-care. This study sought to identify the main characteristics of bone health programs for older persons. We conducted an integrative review, searching for studies published between 2011 and 2022 in the CAPES periodicals database, Web of Science, PubMed, and Google Scholar using English descriptors. A total of 10,093 studies were retrieved, seven of which were selected after applying the inclusion criteria. The findings show that bone health education programs aim to empower older people by increasing knowledge about the disease and raising awareness about calcium and vitamin D intake, osteoporosis medications, and the importance of changing habits and exercise. Programs generally consist of group or individual meetings, with sessions lasting 50 to 60 minutes. Class sizes may be limited or unrestricted. Follow-up during the educational process was also found to be important. Tailoring topics to the reality and interests of participants appears to be another positive way of promoting the adoption of self-care practices.

Key words:
Health promotion; Health education; Bone health; Osteoporosis

Introdução

A proporção de idosos comparado a outras faixas etárias, está aumentando11 Miranda GMD, Mendes ACG, Silva ALA. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Rev Bras Geriatr e Gerontol 2016;19(3):507-519.. O envelhecimento da população é um avanço universal, proveniente do desenvolvimento de tecnologias e ciências dos últimos séculos22 Guimarães SK. Transformações científicas e tecnológicas e implicações econômico-sociais. Sociologias. 2017; 19(46):16-29.. Esse processo natural, vem acompanhado por várias alterações que acometem, por exemplo, o sistema musculoesquelético e a osteoporose é uma delas33 Dawalibi NW, Goulart RMM, Prearo LC. Fatores relacionados à qualidade de vida de idosos em programas para a terceira idade. Cien Saude Colet 2014; 19(8):3505-3512.,44 Pinheiro MM, Ciconelli RM, Jacques NO, Genaro PS, Martini LA, Ferraz MB. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Rev Bras Reumatol 2010; 50(2):113-120..

A osteoporose (OP) é uma doença sistêmica que causa redução do conteúdo mineral e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo55 International Osteoporosis Foundation (IOF). World Osteoporosis Day. About Osteoporosis [Internet]. [cited 2022 abr 11]. Available from: https://www.worldosteoporosisday.org/about-osteoporosis.
https://www.worldosteoporosisday.org/abo...
. Ela afeta a todos, principalmente mulheres na pós-menopausa, resultando em fragilidade mecânica e consequente suscetibilidade à fraturas66 Carvalho CM, Fonseca CCC, Pedrosa JI. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: repercussões. Cad Saude Publica 2004; 20(3):719-726.. Entre os fatores de riscos para desenvolvimento da doença em indivíduos brasileiros citam-se: ausência de terapia hormonal pós menopausa, baixa exposição solar, consumo de bebidas alcoólicas, ingestão inadequada de cálcio, sedentarismo, histórico familiar de osteoporose, tabagismo, baixo peso e estatura, idade avançada, baixa escolaridade, menarca tardia, menopausa precoce e menor índice de massa corporal44 Pinheiro MM, Ciconelli RM, Jacques NO, Genaro PS, Martini LA, Ferraz MB. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Rev Bras Reumatol 2010; 50(2):113-120..

O diagnóstico é determinado por uma pontuação T, dado pelo exame de densitometria óssea, cuja diminuição de um desvio-padrão representa uma perda de 10 a 12% da densidade mineral óssea66 Carvalho CM, Fonseca CCC, Pedrosa JI. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: repercussões. Cad Saude Publica 2004; 20(3):719-726.. Essa doença representa um problema de saúde pública mundial, com alta prevalência e impacto devastador na saúde física e mental, além de custos econômicos66 Carvalho CM, Fonseca CCC, Pedrosa JI. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: repercussões. Cad Saude Publica 2004; 20(3):719-726.. No Brasil, 20 a cada 100 mulheres, possuem o diagnóstico da doença44 Pinheiro MM, Ciconelli RM, Jacques NO, Genaro PS, Martini LA, Ferraz MB. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Rev Bras Reumatol 2010; 50(2):113-120.. Os gastos públicos para tratamento de portadores e vítimas de fratura pela doença, nos últimos 10 anos, ultrapassa a estimativa de R$ 81 milhões77 Stolnicki B, Lindomar E, Oliveira G. Para que a primeira fratura seja a última For the first fracture to be the last. Rev Bras Ortop 2016; 51:121-126..

Um estudo que procurou verificar o custo-benefício das políticas de saúde para tratamento curativo e preventivo da osteoporose, verificou que abordagens de cunho curativo excedem em até 15 vezes dos custos necessários, caso procedimentos preventivos fossem adotados88 Nalle JC, Passador CS, Iannetta O, Oliveira LR, Passador JL. Considerações sobre custo-benefício nas políticas de saúde: tratamento curativo versus o preventivo da osteoporose. Saude Soc 2013; 22(4):1132-1144.. Nesse contexto, a difusão do conhecimento para gerar atitudes preventivas e de autocuidado sobre osteoporose por meio de abordagens educativas, poderia ser uma alternativa viável99 Gaines JM, Narrett M, Parrish JM. The Effect of the Addition of Osteoporosis Education to a Bone Health Screening Program for Older Adults. Geriatr Nurs (Minneap) 2010; 31(5):348-360.,1010 Mallmann DG, Galindo Neto NM, Sousa JC, Vasconcelos EMR. Educação em saúde como principal alternativa para promover a saúde do idoso. Cien Saude Colet 2015; 20(6):1763-1772..

Esse é um processo de construção do conhecimento, com práticas que contribuem para o aumento da autonomia das pessoas, em relação ao cuidado com a saúde, de acordo a suas necessidades1010 Mallmann DG, Galindo Neto NM, Sousa JC, Vasconcelos EMR. Educação em saúde como principal alternativa para promover a saúde do idoso. Cien Saude Colet 2015; 20(6):1763-1772.. Ela por sua vez, se difere da promoção da saúde, que possui o objetivo de sugerir ações individuais, coletivas e político-governamentais, que almejam resolver problemas de saúde de uma população para melhora da qualidade de vida1111 Sousa LM, Assis M. Educação popular em saúde e grupos de idosos: revisão sobre princípios teórico-metodológicos das ações educativas em promoção da saúde. Rev APS 2012; 15(4):443-453..

Um estudo anterior evidenciou que o conhecimento do estado geral da densidade mineral óssea, pode aumentar consideravelmente o consumo contínuo de cálcio e aumentou o conhecimento geral sobre a doença1212 McLeod KM, McCann SE, Horvath PJ, Wactawski-Wende J. Predictors of change in calcium intake in postmenopausal women after osteoporosis screening. J Nutr 2007; 137(8):1968-1973.. E boa parte dos estudos que norteiam a educação em saúde para indivíduos idosos, alertam para a adequação dos métodos de geração do conhecimento, e que utilize a realidade atual do idoso como principal ponto de partida para sua execução1010 Mallmann DG, Galindo Neto NM, Sousa JC, Vasconcelos EMR. Educação em saúde como principal alternativa para promover a saúde do idoso. Cien Saude Colet 2015; 20(6):1763-1772.,1313 Martins JJ, Barra DCC, Santos TM, Hinkel V, Nascimento ERP, Albuquerque GL, Erdmann AL. Educação em saúde como suporte para a qualidade de vida de grupos da terceira idade. Rev Eletr Enferm 2007; 9(2):443-456.

14 Patrocinio WP, Pereira BPC. Efeitos da educação em saúde sobre atitudes de idosos e sua contribuição para a educação gerontológica. Trab Educ Saude 2013; 11(2):375-394.
-1515 Fernandes WR, Siqueira VHF. Educação em saúde da pessoa idosa em discursos e práticas: atividade física como sinônimo de saúde. Interface (Botucatu) 2010; 14(33):371-385.. Partindo disso, outro estudo destacou a necessidade crítica de programas mais abrangentes e personalizados, que vão muito além da educação em sala de aula1616 Gaines JM, Narrett M, Parrish JM. The effect of the addition of osteoporosis education to a bone health screening program for older adults. Geriatr Nurs 2010; 31(5):348-360.. Desse modo, considerando todo o exposto, o objetivo desse trabalho foi identificar como são os programas de educação sobre saúde óssea para idosos.

Método

Trata-se de uma revisão integrativa com objetivo de reunir, sintetizar e avaliar de forma crítica, evidências teóricas e empíricas de uma determinada área de pesquisa em uma ordem sistemática1717 Galvão CM, Sawada NO, Mendes IA. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enferm USP 2003; 37(4):43-50.,1818 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Context Enferm 2008; 17(4):758-764.. Para a realização deste estudo, utilizou-se as seguintes etapas: I - identificação do tema, II - questão de pesquisa, III - elaboração dos critérios de inclusão e exclusão dos estudos, IV - definição das estratégias de busca e extração de informações, V - análise crítica dos estudos incluídos, VI - interpretação dos resultados e síntese do conhecimento1919 Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo) 2010; 8(1):102-106..

A coleta ocorreu entre janeiro e abril de 2022, por meio da busca online de artigos que respondessem à pergunta norteadora: Como são os programas de educação sobre saúde óssea para idosos? A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados Periódicos Capes, Web of Science, PubMed e Google Scholar. Os descritores utilizados, seguiram a padronagem recomendada pelo Descritores em Ciências da Saúde (DECS), todas na língua inglesa, sendo eles termos mais específicos (elderly, health education, osteoporosis) e termos mais amplos (older people, mineral density bone). Inicialmente, realizou-se uma busca simples no Google acadêmico pela combinação elderly ORolder peopleANDhealth educationAND osteoporosis ORmineral density bone” e, em seguida, busca avançada nas demais bases de dados com cruzamento de termos nas combinações: Qualquer campo (elderly OR older people) AND Título (health education) AND Qualquer campo (osteoporosis OR mineral density bone). Destes cruzamentos, retornaram 10.093 publicações (Google Scholar=9.830, Periódicos Capes=253, Web of Science=3 e PubMed=7).

Definiu-se como critério de inclusão: artigos publicados entre o período de 2011 a 2022, nos idiomas português e inglês, que retratassem a temática central na população alvo do estudo. Foram excluídos artigos de reflexão, relatos de experiência, revisão sistemática e integrativa, dissertações, teses, editoriais de jornais sem caráter científico e artigos duplicados em mais de uma base. Após aplicação de todos os critérios e o refinamento da busca pela leitura dos resumos dos artigos pré-selecionados, a amostra se restringiu a 30 artigos.

A coleta de dados foi sistematizada pela utilização de um instrumento previamente elaborado capaz de assegurar que a totalidade dos dados relevantes fosse extraída, a fim de garantir precisão na checagem das informações1919 Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo) 2010; 8(1):102-106.. Esse instrumento analisa os dados na seguinte ordem: A - identificação, B - instituição sede do estudo, C - tipo de publicação, D - características metodológicas do estudo, E - avaliação do rigor metodológico. O rigor metodológico, seguiu a hierarquia das evidências de acordo o delineamento da pesquisa, classificados em 6 níveis: Nível 1: evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos controlados e randomizados; Nível 2: evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; Nível 3: evidências de estudos quase-experimentais; Nível 4: evidências de estudos descritivos (não-experimentais) ou com abordagem qualitativa; Nível 5: evidências provenientes de relatos de caso ou de experiência; e Nível 6: evidências baseadas em opiniões de especialistas2020 Stetler CB, Morsi D, Rucki S, Broughton S, Corrigan B, Fitzgerald J, Giuliano K, Havener P, Sheridan A. Utilization-focused integrative reviews in a nursing service. Appl Nurs Res 1998; 11(4):195-206..

Para avaliar a relevância e adequação metodológica dos artigos pré-selecionados, utilizou-se o instrumento adaptado, previamente validado do Critical Appraisal Skills Programme (CASP). Esse instrumento aborda os seguintes conteúdos: clareza na identificação dos objetivos, adequação e apresentação metodológica, adequação da seleção amostral, detalhamento da coleta de dados e da relação entre pesquisador e participante, cumprimento dos aspectos éticos, rigor da análise de dados, apresentação e discussão dos resultados e importância da pesquisa2121 Ferramenta CASP. Oxford Brazil EBM Alliance [Internet]. [cited 2022 abr 22]. Available from: https://oxfordbrazilebm.com/index.php/ferramenta-casp/.
https://oxfordbrazilebm.com/index.php/fe...
. Para este estudo, foram selecionados artigos que responderam em 70% das questões, considerando, portanto, como boa qualidade metodológica e baixo risco de viés. Após avaliação metodológica, a amostra desta revisão, constituiu-se em 7 artigos.

Resultados e discussão

O fluxograma da seleção dos artigos está apresentado na Figura 1. A busca nas bases de dados PubMed, Google Scholar, Web of Science e Periódicos Capes, recuperou inicialmente 10.093 resultados. Dos 30 pré-selecionados, apenas sete se enquadraram a todos os critérios propostos, pois os 23 que foram excluídos, não respondiam ao tema, não atingiram rigor metodológico, não se enquadravam aos critérios, alguns duplicados e outros sem total acesso (Figura 1). Desses sete, todos foram publicados em inglês e realizados em países como China, Coreia do Sul, Irã, Estados Unidos e Canadá. Os atributos extraídos dos artigos foram: autores, revista, nível de evidência, desenho do estudo, objetivos, características da amostra, principais resultados, temas abordados, periodicidade e estratégias educacionais dos programas. O desenho dos estudos encontrados foram: ensaio clínico controlado randomizado (n=4), um estudo multicêntrico, um estudo qualitativo com abordagem descritiva e um coorte prospectivo. Após análise da classificação dos artigos em níveis de evidência, encontramos: estudos nível I (n=2), estudos nível III (n=4) e um nível IV. Os estudos foram publicados nas seguintes revistas: Experimental and Therapeutic Medicine, Journal of Bone Metabolism, Client-Centered Nursing Care, Journal of Nutrition Education and Behavior, Nursing Research, Journal of Human Nutrition and Dietetics e BMC Public Health. A síntese dos estudos sobre educação óssea para idosos, estão apresentados nos Quadros 1 e 2. Os resultados serão apresentados de forma descritiva, de acordo as informações fornecidas por cada um deles. Para melhor apresentação e discussão dos artigos, estruturou-se os seguintes tópicos, a saber: Educação em saúde óssea para idosos: objetivos e principais resultados; Características das estratégias educacionais dos programas de saúde óssea para idosos. Outras referências bibliográficas foram citadas por sua relevância na teoria básica deste estudo.

Quadro 1
Síntese dos programas de educação óssea para idosos.
Quadro 2
Características educacionais dos programas de saúde óssea para idosos.

Figura 1
Fluxograma metodológico da busca e seleção dos artigos nas bases de dados.

Educação em saúde óssea para idosos: objetivos e principais resultados

Os programas de educação em saúde óssea promovem benefícios a saúde dos idosos com osteoporose (OP). Promove benefícios como: melhora nos níveis de densidade mineral óssea (DMO), conhecimento, autoeficácia e crença de saúde sobre OP, quedas, fraturas e fatores de riscos modificáveis, maior adesão à medicação, melhor qualidade de vida2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.,2323 Jo WS, Cho EH, Kang BJ, Kwon GD, Ha YC, Jang S, Kim HY. The Impact of Educational Interventions on Osteoporosis Knowledge among Korean Osteoporosis Patients. J Bone Metab 2018; 25(2):115-121., maior empoderamento2424 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440., melhora no padrão alimentar (consumo de cálcio e vitamina D) e na adesão a prática de exercícios físicos2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.,2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.

26 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.

27 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.
-2828 Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8..

Para Laslett et al.2929 Laslett LL, Lynch J, Sullivan TR, Mcneil JD. Osteoporosis education improves osteoporosis knowledge and dietary calcium: comparison of a 4 week and a one-session education course. Int J Rheum Dis 2011; 14(3):239-247., as intervenções de educação em saúde óssea são eficazes na mudança de comportamento individual dos idosos, porque na osteoporose, muitos de seus fatores de risco são modificáveis, como a ingestão deficiente de cálcio e vitamina D na dieta, quantidades limitadas de atividade física, baixo IMC, uso excessivo de álcool e tabagismo2929 Laslett LL, Lynch J, Sullivan TR, Mcneil JD. Osteoporosis education improves osteoporosis knowledge and dietary calcium: comparison of a 4 week and a one-session education course. Int J Rheum Dis 2011; 14(3):239-247.. De acordo com Piaseu et al.3030 Piaseu N, Schepp K, Belza B. Causal analysis of exercise and calcium intake behaviors for osteoporosis prevention among young women in Thailand. Health Care Women Int 2002; 23(4):364-376., essa mudança comportamental é prevista pela melhora nos níveis conhecimento que são mediados por atitudes de autoeficácia. Portanto, os programas de educação em saúde óssea devem ter como objetivo melhorar tanto a autoeficácia quanto o conhecimento3030 Piaseu N, Schepp K, Belza B. Causal analysis of exercise and calcium intake behaviors for osteoporosis prevention among young women in Thailand. Health Care Women Int 2002; 23(4):364-376..

Por outro lado, estudos anteriores verificaram que o aumento do conhecimento sobre OP nem sempre impacta em mudanças na capacidade de autoeficácia ou em melhoria nos escores de crença de saúde nos idosos3131 Kasper MJ, PEterson MGE, Allegrante JP. The need for comprehensive educational osteoporosis prevention programs for young womwn: results fron a second osteoporosis prevention survey. Arthritis Care e Research 2001; 45(1):28-34.,3232 Zhang M. Effect of HBM Rehabilitation Exercises on Depression, Anxiety and Health Belief in Elderly Patients with Osteoporotic Fracture. Psychiatr Danub 2017; 29(4):466-472.. Para Francis et al.3333 Francis KL, Matthews BL, Van Mechelen W, Bennell KL, Osborne RH. Effectiveness of a community-based osteoporosis education and self-management course: a wait list controlled trial. Osteoporos Int 2009; 20(9):1563-1570., a falta de mudança no comportamento pode ser resultado do aumento do conhecimento sobre OP. E em consequência desse incremento, há uma diminuição de autoeficácia, já que os idosos percebem que o tipo de exercício que eles faziam no passado não estava contribuindo para a sua saúde óssea3333 Francis KL, Matthews BL, Van Mechelen W, Bennell KL, Osborne RH. Effectiveness of a community-based osteoporosis education and self-management course: a wait list controlled trial. Osteoporos Int 2009; 20(9):1563-1570.. Maiores análises são necessárias, pois os achados de outros estudos sobre o efeito dos programas educacionais na mudança de autoeficácia foram inconsistentes3434 Solomon DH, Finkelstein JS, Polinski JM, Arnold M, Licari A, Cabral D, et al. A randomized controlled trial of mailed osteoporosis education to older adults. Osteoporos Int 2006; 17(5):760-767.,3535 Winzenberg TM, Oldenburg B, Frendin S, De Wit L, Jones G. Effects of bone density feedback and group education on osteoporosis knowledge and osteoporosis self-efficacy in premenopausal women: a randomized controlled trial. J Clin Densitom 2005; 8(1):95-103.. Possíveis explicações para essa divergência de resultado são: heterogeneidade de delineamento de estudos, diferenças nas estratégias metodológicas dos programas educacionais, falta de adaptação cultural da metodologia educacional, amostras reduzidas nos estudos, a ausência de individualização da intervenção, e o local de recrutamento dos idosos.

Nesse sentido, a utilização de estratégias de educação óssea que priorizasse metodologias de gerenciamento na prevenção da OP, seria um diferencial para o aumento do conhecimento2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.. Este tipo de intervenção, tem a função de associar os dados individuais, monitoramento e cronograma terapêutico com os programas de educação óssea2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.. Os principais desfechos das intervenções de prevenção foram: nível de exercício físico, aderência a suplementação de cálcio e vitamina D na dieta, adesão à medicação, qualidade de vida, melhora da dor, conhecimento sobre OP, crenças em saúde e autoeficácia2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.,2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.,2626 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.. O acompanhamento e a avaliação da evolução dos idosos ao longo do processo de educação é fator fundamental para o aumento do conhecimento e autoeficácia2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797..

Outro objetivo no campo da educação óssea foi verificar se um programa de empoderamento baseado no Modelo de Crenças em Saúde pode impactar na autoeficácia dos idosos. Nesse estudo, os autores relataram que o impacto positivo na autoeficácia dos idosos se dá por meio da adoção de mudanças comportamentais2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.. Os modelos semiestruturados tais como, o Modelo de Crenças em Saúde (MCS) e o da Teoria para Autoeficácia (TA) são utilizados para direcionar a criação dos programas. O MCS é estruturado nos construtos de susceptibilidade percebida, gravidade, benefícios percebidos, barreiras percebidas além de estímulos que promovam o processo da tomada de decisões (fatores internos e externos)3636 Coleta MFD. O modelo de crenças em saúde (HBM): uma análise de sua contribuição à psicologia da saúde. Temas Psicol 1999; 7(2):175-182.. A TA sobre osteoporose avalia conhecimento, autoeficácia para exercícios, adesão à medicação ou suas expectativas de resultados2626 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404..

A criação de programas de educação ou capacitação óssea inspirado nesses construtos, podem proporcionar maior motivação nos cuidados com a saúde e principalmente na adesão ao exercício físico, ingestão de cálcio e menor susceptibilidade à OP2424 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440.,2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.. Adicionalmente, a utilização destes modelos semiestruturados podem beneficiar grupos de subpopulações, tais como imigrantes ou estrangeiros da comunidade ainda com idioma nativo. A adequação do conteúdo, na língua, e contexto dos indivíduos é capaz de gerar hábitos preventivos na alimentação e com o tempo gasto na realização de exercícios físicos2626 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404..

Considerando as metodologias abordadas, a inclusão do exercício físico foi citada em cinco estudos2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.,2323 Jo WS, Cho EH, Kang BJ, Kwon GD, Ha YC, Jang S, Kim HY. The Impact of Educational Interventions on Osteoporosis Knowledge among Korean Osteoporosis Patients. J Bone Metab 2018; 25(2):115-121.,2626 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.

27 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.
-2828 Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8.. Nesse sentido, fica evidente que os futuros programas de educação sobre saúde óssea devem priorizar a sua inclusão. Detalhar os tipos de exercícios (para prevenção ou tratamento), intensidade, periodicidade, frequência e precauções a serem tomados, além de incluir profissionais especializados na área, devem ser considerados. Ainda que essas evidências apontem para melhoras no nível de exercício físico, não ficou claro como essa inclusão pode afetar clinicamente a vida da população, principalmente nas intervenções recomendadas por sites oficiais2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.,2626 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404..

Características das estratégias educacionais dos programas de saúde óssea para idosos

Neste estudo, nota-se uma certa padronização em relação ao conteúdo ministrado pela maioria dos programas de educação óssea. Ao comparar as temáticas com as estratégias de execução, a maioria foi capaz de gerar mudanças significativas nos comportamentos dos indivíduos, exceto em um estudo2727 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.. Intervenções em grupo2424 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440.,2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.,2727 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504., foram utilizados em estudos com foco na interação entre os participantes e os profissionais, para geração de empoderamento. As individualizadas tinham o papel de motivação pós-intervenção, ou de capacitação para melhor aproveitamento e adequação do conteúdo para cada indivíduo2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.,2323 Jo WS, Cho EH, Kang BJ, Kwon GD, Ha YC, Jang S, Kim HY. The Impact of Educational Interventions on Osteoporosis Knowledge among Korean Osteoporosis Patients. J Bone Metab 2018; 25(2):115-121.,2626 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.

27 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.
-2828 Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8..

A periodicidade, demonstrou não ser fator implicante para melhoras do nível de conhecimento e mudanças de hábitos referentes à osteoporose. Nas atividades encontradas, foi destacado intervenções de curta, média e longa duração2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.

23 Jo WS, Cho EH, Kang BJ, Kwon GD, Ha YC, Jang S, Kim HY. The Impact of Educational Interventions on Osteoporosis Knowledge among Korean Osteoporosis Patients. J Bone Metab 2018; 25(2):115-121.

24 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440.

25 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.

26 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.

27 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.
-2828 Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8.. O tempo das aulas, variou de 50 a 60 minutos2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.. Curiosamente, somente um estudo2424 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440., delimitou a quantidade de participantes em cada sessão educativa em 15 indivíduos com aulas de 30 ou 45 minutos. Dessa forma, a duração da aula, a importância atribuída ao conteúdo e o número reduzido das turmas, apresentam muita relação com o nível de entendimento dos idosos3737 Cachioni M, Ordonez TN, Batistoni SST, Lima-Silva TB. Metodologias e Estratégias Pedagógicas utilizadas por Educadores de uma Universidade Aberta à Terceira Idade. Educ Real 2015; 40(1):81-103., e facilita a interação entre participantes e investigadores2424 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440..

Outro ponto interessante é a inclusão de acompanhamento psicológico sobre aptidões para prevenção da osteoporose2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.. Em casos de programas de educação mais longo, fornecer acompanhamento psicossocial que introduza e oriente a família, junto aos recursos audiovisuais com temas sistematizados e a inclusão de idosos com histórico de sucesso no enfrentamento da doença, pode influenciar em melhores resultados2525 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.. Cada estratégia educacional, deve conter temas que abordem a compreensão, prevenção e conscientização da osteoporose; estado atual de saúde; diagnóstico e tratamento; mudanças de hábitos e consequências da osteoporose2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.

23 Jo WS, Cho EH, Kang BJ, Kwon GD, Ha YC, Jang S, Kim HY. The Impact of Educational Interventions on Osteoporosis Knowledge among Korean Osteoporosis Patients. J Bone Metab 2018; 25(2):115-121.

24 Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440.

25 Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.

26 Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.

27 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.
-2828 Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8..

Nesse contexto, restringir as estratégias dos programas a uma simples conscientização para melhora do conhecimento, não pareceu ser interessante. Um estudo que utilizou educação individualizada e em grupo, seguindo as orientações oficiais de um site, não conseguiu motivar os idosos a alterar o conhecimento prévio sobre a doença e alcançar ingestão dietética recomendada, mesmo tendo material impresso em mãos2727 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.. Analisando suas perspectivas, fica evidente que repassar conhecimento sem gerar contextualização e motivação sobre o assunto, não é suficiente para mudar hábitos, mesmo que subjetivamente2828 Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8..

Esse resultado, se assemelha as abordagens relatadas por outros autores1414 Patrocinio WP, Pereira BPC. Efeitos da educação em saúde sobre atitudes de idosos e sua contribuição para a educação gerontológica. Trab Educ Saude 2013; 11(2):375-394.,3838 Reis JC, Fradique FS. Significações sobre causas e prevenção das doenças em jovens adultos, adultos de meia-idade e idosos. Psicol Teor Pesqui 2003; 19(1):47-57.. Gerar atitudes preventivas em idosos sem uma mudança nas concepções adquiridas ao longo da vida, podem atrapalhar a aquisição de atitudes preventivas3838 Reis JC, Fradique FS. Significações sobre causas e prevenção das doenças em jovens adultos, adultos de meia-idade e idosos. Psicol Teor Pesqui 2003; 19(1):47-57.. Analisando a abordagem metodológica com resultado negativo2727 Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504., nota-se que esses conceitos prévios não foram implantados, justificando a baixa mudança no consumo de cálcio e vitamina D em relação às recomendações de ingestão dietética. Em ênfase, o acompanhamento dos idosos durante as estratégias de educação sobre saúde óssea, devem ser observados junto as evoluções clínicas, principalmente dos que já possuem a doença2222 Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797..

Limitações

Considerando que o número de estudos incluídos foi de 7 artigos e que há a necessidade de maiores investigações em relação à mudança de autoeficácia como efeito de programas educacionais, as recomendações aqui apresentadas devem considerar essas limitações, embora destaque-se que os artigos analisados possuem delineamento de pesquisa experimental ou quase-experimental, o que proporciona um melhor nível de evidência sobre o tema investigado.

Conclusão

De acordo com estudos incluídos nesta revisão integrativa, observou-se que os programas de educação sobre saúde óssea para idosos possui o objetivo de empoderar o idoso pelo aumento do conhecimento sobre a doença, conscientizar sobre o consumo de cálcio e vitamina D ou de medicamentos para osteoporose, mudanças de hábitos e a prática de exercícios físicos. Os programas geralmente são realizados com reuniões em grupo ou individualizados, com sessões de 50 a 60 minutos, podendo ou não delimitar o número de indivíduos em cada uma delas. Nota-se que acompanhar a evolução do processo educativo também é importante. Dessa forma, é possível verificar a efetividade das ações e assim elaborar uma abordagem mais adequada ao processo de educação em saúde óssea. A contextualização dos temas junto a realidade e interesse dos idosos parece ser outra forma positiva para despertar atitudes de autocuidado.

Referências

  • 1
    Miranda GMD, Mendes ACG, Silva ALA. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Rev Bras Geriatr e Gerontol 2016;19(3):507-519.
  • 2
    Guimarães SK. Transformações científicas e tecnológicas e implicações econômico-sociais. Sociologias. 2017; 19(46):16-29.
  • 3
    Dawalibi NW, Goulart RMM, Prearo LC. Fatores relacionados à qualidade de vida de idosos em programas para a terceira idade. Cien Saude Colet 2014; 19(8):3505-3512.
  • 4
    Pinheiro MM, Ciconelli RM, Jacques NO, Genaro PS, Martini LA, Ferraz MB. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Rev Bras Reumatol 2010; 50(2):113-120.
  • 5
    International Osteoporosis Foundation (IOF). World Osteoporosis Day. About Osteoporosis [Internet]. [cited 2022 abr 11]. Available from: https://www.worldosteoporosisday.org/about-osteoporosis
    » https://www.worldosteoporosisday.org/about-osteoporosis
  • 6
    Carvalho CM, Fonseca CCC, Pedrosa JI. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: repercussões. Cad Saude Publica 2004; 20(3):719-726.
  • 7
    Stolnicki B, Lindomar E, Oliveira G. Para que a primeira fratura seja a última For the first fracture to be the last. Rev Bras Ortop 2016; 51:121-126.
  • 8
    Nalle JC, Passador CS, Iannetta O, Oliveira LR, Passador JL. Considerações sobre custo-benefício nas políticas de saúde: tratamento curativo versus o preventivo da osteoporose. Saude Soc 2013; 22(4):1132-1144.
  • 9
    Gaines JM, Narrett M, Parrish JM. The Effect of the Addition of Osteoporosis Education to a Bone Health Screening Program for Older Adults. Geriatr Nurs (Minneap) 2010; 31(5):348-360.
  • 10
    Mallmann DG, Galindo Neto NM, Sousa JC, Vasconcelos EMR. Educação em saúde como principal alternativa para promover a saúde do idoso. Cien Saude Colet 2015; 20(6):1763-1772.
  • 11
    Sousa LM, Assis M. Educação popular em saúde e grupos de idosos: revisão sobre princípios teórico-metodológicos das ações educativas em promoção da saúde. Rev APS 2012; 15(4):443-453.
  • 12
    McLeod KM, McCann SE, Horvath PJ, Wactawski-Wende J. Predictors of change in calcium intake in postmenopausal women after osteoporosis screening. J Nutr 2007; 137(8):1968-1973.
  • 13
    Martins JJ, Barra DCC, Santos TM, Hinkel V, Nascimento ERP, Albuquerque GL, Erdmann AL. Educação em saúde como suporte para a qualidade de vida de grupos da terceira idade. Rev Eletr Enferm 2007; 9(2):443-456.
  • 14
    Patrocinio WP, Pereira BPC. Efeitos da educação em saúde sobre atitudes de idosos e sua contribuição para a educação gerontológica. Trab Educ Saude 2013; 11(2):375-394.
  • 15
    Fernandes WR, Siqueira VHF. Educação em saúde da pessoa idosa em discursos e práticas: atividade física como sinônimo de saúde. Interface (Botucatu) 2010; 14(33):371-385.
  • 16
    Gaines JM, Narrett M, Parrish JM. The effect of the addition of osteoporosis education to a bone health screening program for older adults. Geriatr Nurs 2010; 31(5):348-360.
  • 17
    Galvão CM, Sawada NO, Mendes IA. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enferm USP 2003; 37(4):43-50.
  • 18
    Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Context Enferm 2008; 17(4):758-764.
  • 19
    Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo) 2010; 8(1):102-106.
  • 20
    Stetler CB, Morsi D, Rucki S, Broughton S, Corrigan B, Fitzgerald J, Giuliano K, Havener P, Sheridan A. Utilization-focused integrative reviews in a nursing service. Appl Nurs Res 1998; 11(4):195-206.
  • 21
    Ferramenta CASP. Oxford Brazil EBM Alliance [Internet]. [cited 2022 abr 22]. Available from: https://oxfordbrazilebm.com/index.php/ferramenta-casp/.
    » https://oxfordbrazilebm.com/index.php/ferramenta-casp
  • 22
    Wang L, Xu X, Zhang Y, Hao H, Chen L, Su T, Zhang Y, Ma W, Xie Y, Wang T, Yang F, He L, Wang W, Fu X, Ma Y. A model of health education and management for osteoporosis prevention. Exp Ther Med 2016; 12(6):3797.
  • 23
    Jo WS, Cho EH, Kang BJ, Kwon GD, Ha YC, Jang S, Kim HY. The Impact of Educational Interventions on Osteoporosis Knowledge among Korean Osteoporosis Patients. J Bone Metab 2018; 25(2):115-121.
  • 24
    Babatunde OT, Himburg SP, Newman FL, Campa A, Dixon Z. Theory-driven intervention improves calcium intake, osteoporosis knowledge, and self-efficacy in community-dwelling older Black adults. J Nutr Educ Behav 2011; 43(6):434-440.
  • 25
    Rezaei M, Vatankhah M, Mirbagher Ajorpaz N, Gholami M, Zamani B, Ajorpaz NM. The Effect of Osteoporosis Prevention Empowerment Program on the Self-Efficacy of Iranian Older Adults. J Client-Centered Nurs Care 2019; 5(1):53-62.
  • 26
    Qi BB, Resnick B, Smeltzer SC, Bausell B. Self-efficacy program to prevent osteoporosis among Chinese immigrants: a randomized controlled trial. Nurs Res 2011; 60(6):393-404.
  • 27
    Yu WW, Linton D, Porteous J, Eatson H, Jain R, Sale JEM. Is a "healthy diet" and a "calcium-rich diet" the same thing? Qualitative study examining perceptions of a calcium-rich diet in individuals who have received bone health education. J Hum Nutr Diet 2020; 33(4):496-504.
  • 28
    Park KS, Yoo J Il, Kim HY, Jang S, Park Y, Ha YC. Education and exercise program improves osteoporosis knowledge and changes calcium and Vitamin D dietary intake in community dwelling elderly. BMC Public Health 2017; 17(1):1-8.
  • 29
    Laslett LL, Lynch J, Sullivan TR, Mcneil JD. Osteoporosis education improves osteoporosis knowledge and dietary calcium: comparison of a 4 week and a one-session education course. Int J Rheum Dis 2011; 14(3):239-247.
  • 30
    Piaseu N, Schepp K, Belza B. Causal analysis of exercise and calcium intake behaviors for osteoporosis prevention among young women in Thailand. Health Care Women Int 2002; 23(4):364-376.
  • 31
    Kasper MJ, PEterson MGE, Allegrante JP. The need for comprehensive educational osteoporosis prevention programs for young womwn: results fron a second osteoporosis prevention survey. Arthritis Care e Research 2001; 45(1):28-34.
  • 32
    Zhang M. Effect of HBM Rehabilitation Exercises on Depression, Anxiety and Health Belief in Elderly Patients with Osteoporotic Fracture. Psychiatr Danub 2017; 29(4):466-472.
  • 33
    Francis KL, Matthews BL, Van Mechelen W, Bennell KL, Osborne RH. Effectiveness of a community-based osteoporosis education and self-management course: a wait list controlled trial. Osteoporos Int 2009; 20(9):1563-1570.
  • 34
    Solomon DH, Finkelstein JS, Polinski JM, Arnold M, Licari A, Cabral D, et al. A randomized controlled trial of mailed osteoporosis education to older adults. Osteoporos Int 2006; 17(5):760-767.
  • 35
    Winzenberg TM, Oldenburg B, Frendin S, De Wit L, Jones G. Effects of bone density feedback and group education on osteoporosis knowledge and osteoporosis self-efficacy in premenopausal women: a randomized controlled trial. J Clin Densitom 2005; 8(1):95-103.
  • 36
    Coleta MFD. O modelo de crenças em saúde (HBM): uma análise de sua contribuição à psicologia da saúde. Temas Psicol 1999; 7(2):175-182.
  • 37
    Cachioni M, Ordonez TN, Batistoni SST, Lima-Silva TB. Metodologias e Estratégias Pedagógicas utilizadas por Educadores de uma Universidade Aberta à Terceira Idade. Educ Real 2015; 40(1):81-103.
  • 38
    Reis JC, Fradique FS. Significações sobre causas e prevenção das doenças em jovens adultos, adultos de meia-idade e idosos. Psicol Teor Pesqui 2003; 19(1):47-57.

Editores-chefes:

Romeu Gomes, Antônio Augusto Moura da Silva

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    Jul 2023

Histórico

  • Recebido
    07 Jul 2022
  • Aceito
    10 Nov 2022
  • Publicado
    12 Nov 2022
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Av. Brasil, 4036 - sala 700 Manguinhos, 21040-361 Rio de Janeiro RJ - Brazil, Tel.: +55 21 3882-9153 / 3882-9151 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cienciasaudecoletiva@fiocruz.br