Acessibilidade / Reportar erro

Efeitos da sauna sobre doenças cardiovasculares e doenças relacionadas com o estilo de vida

Efectos de la sauna sobre las enfermedades cardiovasculares y las relacionadas al estilo de vida

Resumos

Freqüentar a sauna é uma prática popular de jovens, adultos e idosos saudáveis. Os médicos do esporte são, com freqüência, solicitados a opinar sobre o impacto da sauna nas doenças e na saúde de modo geral. A sauna pode ser benéfica ou maléfica, dependendo do uso que fazemos dela. Nos últimos anos, a sauna está sendo considerada benéfica para os portadores de doenças cardiovasculares como a insuficiência cardíaca e doenças relacionadas com o estilo de vida, principalmente por melhorar a função endotelial periférica, via aumento do débito cardíaco e vasodilatação periférica. A disfunção endotelial está presente em quase todas as doenças cardiovasculares. O presente artigo pretende fazer uma revisão sobre os efeitos da sauna sobre o sistema cardiovascular em indivíduos saudáveis e em determinadas doenças cardiovasculares.

Sauna; Função endotelial; Insuficiência cardíaca; Hipertensão arterial sistêmica; Termorregulação


Frecuentar la sauna es una práctica popular de jóvenes, adultos y ancianos saludables. Los médicos de deportes son, con frecuencia, solicitados a opinar sobre el impacto de la sauna en las enfermedades y en la salud de modo general. La sauna puede ser benéfica o maléfica dependiendo del uso que hacemos de ella. En los últimos años, la sauna viene siendo considerada como benéfica para los portadores de enfermedades cardiovasculares, tales como la insuficiencia cardiaca y enfermedades relacionadas con el estilo de vida, principalmente, por mejorar la función endotelial periférica, mediante la disminución de la falla cardiaca y la vaso dilatación periférica. La disfunción endotelial está presente en casi todas las enfermedades cardiovasculares. El presente artículo tiene la intención de hacer una revisión sobre los efectos de la sauna sobre el sistema cardiovascular en individuos saludables y en determinadas enfermedades cardiovasculares.

Sauna; Función endotelial; Insuficiencia cardiaca; Hipertensión arterial sistémica; Termorregulación


Sauna bathes are popular practices of healthy young, adult and older people. Frequently, the sports medicine physicians are invited to evaluate the impact of the sauna on diseases and on health in general. Sauna can be beneficial or dangerous depending on its use. In the past few years the sauna is being considered beneficial for the cardiovascular diseases' patients, as the heart failure and lifestyle-related diseases, mainly by improving the peripheral endothelial function, through the increase of the cardiac output and peripheral vasodilation. The endothelial dysfunction is present in most of the cardiovascular diseases. The present article intends to review the sauna effects on the cardiovascular system in healthy individuals and in some cardiovascular diseases.

Sauna; Endothelial function; Heart failure; Systemic arterial hypertension; Thermoregulation


ARTIGO DE REVISÃO

Efeitos da sauna sobre doenças cardiovasculares e doenças relacionadas com o estilo de vida

Efectos de la sauna sobre las enfermedades cardiovasculares y las relacionadas al estilo de vida

B. TalebipourI; L.O.C. RodriguesII; M.C.V. MoreiraI

IFaculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais

IILaboratório de Fisiologia do Exercício da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues Rua Roberto Lúcio Aroeira, 40 31710-570 Belo Horizonte, MG Tel./fax: (31) 3491-9460 E-mail: lor@ufmg.br

RESUMO

Freqüentar a sauna é uma prática popular de jovens, adultos e idosos saudáveis. Os médicos do esporte são, com freqüência, solicitados a opinar sobre o impacto da sauna nas doenças e na saúde de modo geral. A sauna pode ser benéfica ou maléfica, dependendo do uso que fazemos dela. Nos últimos anos, a sauna está sendo considerada benéfica para os portadores de doenças cardiovasculares como a insuficiência cardíaca e doenças relacionadas com o estilo de vida, principalmente por melhorar a função endotelial periférica, via aumento do débito cardíaco e vasodilatação periférica. A disfunção endotelial está presente em quase todas as doenças cardiovasculares. O presente artigo pretende fazer uma revisão sobre os efeitos da sauna sobre o sistema cardiovascular em indivíduos saudáveis e em determinadas doenças cardiovasculares.

Palavras-chave: Sauna. Função endotelial. Insuficiência cardíaca. Hipertensão arterial sistêmica. Termorregulação.

RESUMEN

Frecuentar la sauna es una práctica popular de jóvenes, adultos y ancianos saludables. Los médicos de deportes son, con frecuencia, solicitados a opinar sobre el impacto de la sauna en las enfermedades y en la salud de modo general. La sauna puede ser benéfica o maléfica dependiendo del uso que hacemos de ella. En los últimos años, la sauna viene siendo considerada como benéfica para los portadores de enfermedades cardiovasculares, tales como la insuficiencia cardiaca y enfermedades relacionadas con el estilo de vida, principalmente, por mejorar la función endotelial periférica, mediante la disminución de la falla cardiaca y la vaso dilatación periférica. La disfunción endotelial está presente en casi todas las enfermedades cardiovasculares. El presente artículo tiene la intención de hacer una revisión sobre los efectos de la sauna sobre el sistema cardiovascular en individuos saludables y en determinadas enfermedades cardiovasculares.

Palabras-clave: Sauna. Función endotelial. Insuficiencia cardiaca. Hipertensión arterial sistémica. Termorregulación.

INTRODUÇÃO

O banho, em suas várias formas, é um costume muito antigo praticado pelos homens, estreitamente relacionado com o movimento cultural e tornou-se parte integrante da história da civilização(1).

A sauna e os banhos turcos são muito populares, respectivamente, nos países escandinavos e no Oriente Médio, e vêm sendo praticados há séculos, inclusive com objetivo terapêutico em várias doenças. A procura do bem-estar e o fato de a atividade física estar sendo cada vez mais recomendada no intuito de diminuir o sedentarismo e incidência de doenças trazem como conseqüência a proliferação de organizações e entidades relacionadas à prática do esporte e da sauna, como os clubes e clínicas especializadas (spas). O público-alvo constitui-se de jovens e idosos, saudáveis ou não.

Com o aumento da incidência e prevalência das doenças cardiovasculares, da obesidade e do sedentarismo nos países industrializados, inclusive no Brasil, observa-se o aumento do número de pacientes com doenças cardiovasculares que freqüentam essas instituições e, especificamente, a sauna. Freqüentemente, o médico do esporte é consultado sobre os possíveis efeitos da sauna sobre a saúde de atletas, sedentários e portadores de diversas doenças.

Efeitos fisiológicos(2-4), benefícios e riscos(5), fatos e fábulas(6) da sauna foram objeto de extensa revisão. Recentemente, a sauna foi estudada como opção terapêutica para doenças cardiovasculares(7) e observou-se melhora de indicadores clínicos com a terapia térmica em doenças relacionadas com o estilo de vida(8).

O foco do presente artigo trata principalmente dessa opção terapêutica, analisando as variáveis termorregulatórias e cardiovasculares envolvidas com a exposição à sauna.

SAUNA

A sauna é caracterizada pela alta temperatura com o ar seco. A sauna básica é constituída de um quarto, uma plataforma em madeira, não pintada, e uma fonte de calor (elétrica, a lenha ou a gás). O tamanho da sauna é de cerca de 3m2 para permitir o equilíbrio calórico, umidade adequada e ventilação (três a oito vezes por hora). A temperatura recomendada é de 80º-100ºC ao nível da face e 30ºC ao nível do chão(9). A umidade relativa do ar deve ser de 10% a 20% (40 a 70g de vapor de água/kg do ar)(9,10). O ritual habitual consiste de várias entradas de curta duração (cinco a 20min) na sauna, intercaladas com períodos de resfriamento e seguidas de ingestão de líqüido(6,11).

EFEITOS AGUDOS DA SAUNA SOBRE AS VARIÁVEIS TERMORREGULATÓRIAS E CARDIOVASCULARES

O banho de sauna representa uma carga calórica de 300-600W/m2 da área de superfície corporal(10). A temperatura da pele aumenta rapidamente a ± 40º-41ºC(2,9-10) e os mecanismos termorregulatórios são acionados. A transferência do calor via evaporação da sudorese é a única forma efetiva de dissipação do calor do corpo na sauna seca(10). A sudorese começa rapidamente e atinge o seu nível máximo em ± 15min. A secreção total de suor pode chegar a 0,5-1kg/h e representa uma perda calórica de 200W/m2 da área de superfície corporal(2,10). O corpo não consegue contrabalançar a carga calórica, ocasionando aumento da temperatura interna. O aumento da temperatura retal depende da condição de exposição ao calor e varia de 0,4ºC(12) a 1ºC(13). A circulação cutânea aumenta substancialmente para prevenir o aquecimento do corpo. O fluxo sanguíneo cutâneo, na condição termoneutra (± 20ºC) e em repouso corresponde a ± 5-10% do débito cardíaco e pode chegar a ± 50-70% do débito cardíaco (7-8L/min) na sauna(14). A pressão arterial tem tendência a diminuir; entretanto, essa queda é prevenida pelo aumento do débito cardíaco por meio do aumento da freqüência cardíaca(3,14) e pela redução do fluxo sanguíneo nos órgãos internos(14,15). O volume de ejeção não se modifica(3,14). O efeito do banho de sauna sobre a pressão arterial é variável (quadro 1). Os banhos de sauna repetidos melhoram a tolerância ao calor e reduzem a magnitude das mudanças das variáveis acima mencionadas(12).


Os efeitos termorregulatórios e cardiovasculares da exposição à sauna são mostrados no quadro 1.

VASODILATAÇÃO CUTÂNEA EM RESPOSTA AO ESTRESSE TÉRMICO EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS

O controle reflexo do fluxo sanguíneo na pele em humanos é efetuado por dois ramos do sistema nervoso autônomo simpático: o sistema vasoconstritor ativo noradrenérgico(26) e o sistema vasodilatador ativo dependente da acetilcolina(27) mediado por óxido nítrico (NO)(28-30) e prostaglandina(30).

O óxido nítrico é um mediador importante do processo de homeostase e mecanismos de defesa do organismo. Nos vasos, o NO é produzido pelo endotélio, por intermédio da enzima endotélio óxido nítrico sintase (eNOS), que é ativada por estresse mecânico (como shear stress, ou força tangencial exercida pelo fluxo sanguíneo sobre a superfície do endotélio)(31,32) e estimulação pela bradicinina e acetilcolina. O óxido nítrico tem várias funções, mas sua ação como fator relaxante derivado do endotélio é a mais importante na manutenção da homeostase vascular. É amplamente aceito que o óxido nítrico produzido pelas células endoteliais provoca vasodilatação em indivíduos saudáveis, inclusive nos vasos da pele(28,33-37). A ativação do sistema vasodilatador é responsável por 80% a 95% da elevação de fluxo sanguíneo cutâneo durante o estresse térmico(38,39). Considerando que o fluxo sanguíneo cutâneo total pode chegar a 7-8L/min na sauna(14), ou 70% do débito cardíaco, durante estresse térmico, é evidente o papel crítico do sistema vasodilatador ativo na resposta termorregulatória e na hemodinâmica sistêmica.

SAUNA E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC)

Função endotelial em portadores de IC

Em pacientes com IC, a resistência vascular periférica é aumentada via ativação do sistema neuro-hormonal, como: sistema nervoso autônomo simpático, sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e sistema endotelina(40-43).

A função do endotélio vascular em pacientes com IC, representada principalmente pela vasodilatação endotélio-dependente, está alterada(44-50). Essa alteração conduz ao aumento do tônus vascular e remodelagem dos vasos sanguíneos, o que reduz o fluxo sanguíneo periférico, comprometendo, assim, o aporte de oxigênio para músculos esqueléticos, com conseqüentes sintomas clínicos e intolerância progressiva ao exercício. A disfunção do endotélio vascular na IC é principalmente devida à diminuição da produção de óxido nítrico induzida pela diminuição do nível de expressão da eNOS(51-53) e aumento do estresse oxidativo(54,55).

Estresse térmico e função endotelial em portadores de IC

A alteração da vasodilatação endotélio-dependente tem sido documentada em praticamente todas as doenças cardiovasculares, inclusive na aterosclerose(56) e IC. A idéia do uso da sauna como coadjuvante do tratamento da IC convencional não é muito recente, pois já na década de 1950, os primeiros estudos foram feitos com portadores de IC(57,58) e foi sugerido o potencial efeito benéfico da sauna(58). No entanto, um pouco mais tarde, os estudos realizados salientavam principalmente seus riscos e recomendavam precaução em seu uso para os pacientes cardíacos(20,21,59).

É bem conhecido que os vasodilatadores, como os inibidores da enzima conversora da angiotensina, melhoram a IC e aumentam a perfusão periférica(60). Como a função endotelial é alterada na IC, o endotélio é considerado como novo alvo de tratamento da IC(61). Com efeito, os inibidores da enzima conversora da angiotensina(62,63) e o treinamento físico(64,65) melhoraram a função endotelial em pacientes com IC. Um dos mecanismos propostos para alteração da vasodilatação endotélio-dependente seria através da diminuição da produção de NO nos vasos periféricos em portadores de IC(51-53). A diminuição de perfusão periférica diminuiria o shear stress(66). O shear stress é um importante estímulo para produção de NO(67) e expressão de eNOS(32,68-70). Por outro lado, o calor aumenta o débito cardíaco e melhora a perfusão periférica em pacientes com IC(18). Com a melhoria do débito cardíaco em portadores de IC, pode-se esperar aumento do shear stress, da produção de NO e da expressão de eNOS, ou seja, melhoria na função endotelial nos vasos periféricos e, por conseqüência, na função cardíaca. É provável que a estimulação térmica eleve diretamente a expressão de eNOS, visto que, em um estudo recente, demonstrou-se que o calor aumenta a expressão de eNOS arterial(71).

Recentemente, foi relatado que a terapia térmica a 60ºC produziu vasodilatação arteriolar sistêmica, pulmonar e venosa, reduziu a pré e pós-carga e melhorou o débito cardíaco e a perfusão periférica(18), sintomas clínicos(72,73), qualidade de vida(73) e arritmias cardíacas em pacientes com IC(74).

Em crianças com IC grave secundária ao defeito do septo interventricular, a terapia com sauna diminuiu a resistência vascular sistêmica e aumentou o débito cardíaco(75). Os efeitos benéficos da sauna em portadores de IC são causados possivelmente pela melhoria da função endotelial vascular e normalização do sistema neuro-hormonal(76).

Ikeda et al.(77), em estudo experimental com hamsters, constataram que as melhorias observadas na terapia com sauna são resultantes do aumento da expressão de eNOS nos endotélios arteriais. Em seguida, noutro estudo(78), mostraram que a terapia térmica com a sauna melhora a sobrevida dos hamsters cardiomiopatas TO-2 com IC e, mais recentemente, demonstraram que a terapia repetitiva com sauna aumenta a expressão de eNOS e a produção de óxido nítrico em endotélios arteriais de hamsters cardiomiopatas TO-2 com IC(79).

SAUNA E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Davies(22) avaliou a resposta pressórica em três hipertensos durante a exposição à sauna (85ºC, 15min) e imediata exposição a 24ºC e 4ºC (fase fria) e constatou em um paciente a redução da pressão arterial (154/80mmHg para 110/60mmHg) na sauna e aumento de pressão arterial na fase fria da experiência. Os dois outros hipertensos mostraram aumento de pressão arterial durante a sauna (não significativo) e na fase fria (até 252/147mmHg). Na opinião do referido autor, a pressão arterial não aumenta de maneira significativa na sauna e até diminui. A precaução deve ser tomada na exposição a 4ºC.

Sohar et al.(21) não constataram queda da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em seis pacientes hipertensos durante a sauna e em 2/6 pacientes a PAS e PAD aumentaram de maneira importante. Para eles, os hipertensos devem considerar seriamente os riscos da sauna. Luurila et al.(80) não constataram mudança na PAS durante a sauna e, sim, diminuição da PAD, em 11 pacientes jovens com hipertensão arterial essencial, depois de quatro semanas de tratamento com placebo e exposição única à sauna no final da experiência (85ºC e 14-20min). A exposição repetitiva à sauna (80ºC, 1h, 2x/dia, sete dias) em indivíduos saudáveis não alterou a pressão arterial sistólica, mas foi constatada redução da pressão arterial diastólica(12).

Recentemente, foi avaliado(8,81) o efeito da terapia térmica repetitiva (60ºC, 15min, sauna, 30min com cobertor na pós-sauna deitada, 1x/dia, duas semanas) em 25 homens com, no mínimo, um fator de risco coronariano (oito com hipertensão arterial, três com diabetes melito, oito com hipercolesterolemia e 15 tabagistas), tendo sido constatado que duas semanas de exposição à sauna reduziram significativamente as pressões arteriais sistólica e diastólica (PAS: 128 ± 18mmHg para 124 ± 17mmHg, p < 0,01; PAD: 77 ± 17mmHg para 72 ± 16mmHg, p < 0,05). Winterfeld et al.(82,83) relataram o efeito benéfico da sauna, praticada de maneira regular em pacientes hipertensos. Em um estudo com 180 pacientes hipertensos e com outras doenças cardiovasculares, constataram diminuição da média da pressão arterial de 162/110mmHg para 139/92mmHg(82). Em outro estudo(83) com 47 hipertensos (sauna 2x/semana, durante três meses) a pressão arterial diminuiu de 166/110mmHg para 143/92mmHg.

SAUNA E DOENÇA CORONARIANA

A disfunção endotelial é um desarranjo sistêmico envolvido na etiopatogenia da aterosclerose e suas complicações(46,84). A função endotelial está alterada em pacientes com doenças relacionadas ao "estilo de vida", como hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito, tabagismo e obesidade(85). As células endoteliais secretam várias substâncias vasoativas, como óxido nítrico, prostaciclina, fatores hiperpolarizantes derivados do endotélio, endotelina, tromboxana, fator de crescimento, citocinas, dentre outros; a função endotelial é determinada pelo equilíbrio dessas substâncias(86). Acredita-se que a diminuição de NO e o aumento da degradação de NO induzem aterosclerose e, provavelmente, doenças cardiovasculares(56,85,87).

Vários estudos mostram que a exposição à sauna é bem tolerada em pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estável(16,17,82,88). Entretanto, ectopias ventriculares(16,18,20,21) e alterações eletrocardiográficas sugestivas de isquemia foram relatadas(16,20) e a recomendação sobre uso de sauna em pacientes com DAC é contraditória(20,21,23,89). Dois estudos finlandeses(16,88) relatam que a sauna foi praticada após infarto do miocárdio ou cirurgia cardíaca. Em um estudo sobre 117 pacientes após infarto do miocárdio, 87% tomaram banho de sauna regular imediatamente após a saída do hospital(16). Durante 10 anos de seguimento, 82% dos pacientes continuaram a tomar banho de sauna regularmente(88). A incidência de angina pectoris durante atividade física diária foi de 60%. Arritmias cardíacas e alterações sugestivas de isquemia miocárdica no eletrocardiograma foram significativamente menores durante o banho de sauna em comparação com teste ergométrico(16).

Recentemente, Giannetti et al.(17) mostraram que a sauna em pacientes com DAC estável é clinicamente bem tolerada, mas é associada à alteração isquêmica na cintilografia miocárdica. Imamura et al.(81) mostraram que o tratamento repetitivo com sauna melhorou a função endotelial alterada em pacientes com fatores de risco para doença coronariana. Biro et al.(8) avaliaram o efeito de tratamento repetido com sauna sobre as doenças relacionadas ao "estilo de vida" e mostraram que o tratamento repetitivo com sauna melhorou a função endotelial e diminuiu o peso. Como foi descrito acima, a disfunção endotelial apresenta a primeira etapa da aterosclerose e os autores sugerem que o tratamento com sauna poderia prevenir a aterosclerose, especialmente se combinada com dieta e exercício.

RISCO DA SAUNA EM PORTADORES DE DOENÇA CARDÍACA

As contra-indicações claras da sauna são: doenças infecciosas, dor torácica aguda, angina pectoris instável, infarto do miocárdio recente (quatro-seis semanas), insuficiência cardíaca não compensada, estenose aórtica importante, arritmias cardíacas importantes, hipertensão arterial não controlada(16,88,89).

Os efeitos do uso de b-bloqueadores na sauna em indivíduos saudáveis(90,91) mostram que a pressão arterial diminui significativamente no grupo tratado, em comparação com placebo, mas não foi constatada hipotensão importante. No entanto, foram relatadas reações hipotensivas na sauna em pacientes com hipertensão arterial tratada com b-bloqueador(80).

Em indivíduos saudáveis com adesivo transdérmico de nitroglicerina(92), houve aumento na absorção de nitroglicerina, na sauna, e diminuição significativa de pressão arterial diastólica. A combinação do uso de adesivo de nitroglicerina de curta duração de ação e sauna poderia reduzir a pressão arterial diastólica de maneira importante e provocar sintomas de isquemia cardíaca. Os portadores de IC estável (cardiomiopatia dilatada isquêmica e não isquêmica) em tratamento de manutenção com os inibidores da enzima conversora da angiotensina, diuréticos, b-bloqueadores e digital toleram bem a sauna(16,18,72,76).

Pacientes hipertensos em tratamento com bloqueadores de canal de cálcio(80) e indivíduos não-hipertensos tratados com guanetidina(90) ou captopril(91) suportam bem a sauna. A sauna combinada com o consumo de álcool aumenta o risco de hipotensão em indivíduos saudáveis(93), mas não parece provocar arritmias cardíacas.

ACLIMATAÇÃO E SAUNA

Os estudos sobre sauna originam-se, principalmente, dos países com clima temperado e frio e são realizados com indivíduos supostamente pouco aclimatados ao calor. Pergunta-se qual seria o efeito da sauna sobre os pacientes aclimatados ao clima tropical. No sentido de responder a essa questão, o primeiro passo foi dado em nosso laboratório ao padronizar o método de estímulo térmico da sauna. Nossos resultados (submetidos à publicação) mostraram que as respostas fisiológicas de indivíduos residentes em regiões tropicais foram semelhantes àquelas encontradas na literatura.

Em resumo, os efeitos sistêmicos da sauna parecem ser exercidos via aumento do débito cardíaco e vasodilatação periférica, aumento do shear stress e melhoria na produção de óxido nítrico via aumento de expressão eNOS, o que resulta na melhoria da função endotelial, o denominador comum encontrado em praticamente todas as doenças cardiovasculares.

CONCLUSÃO

A sauna pode ser considerada como terapia coadjuvante em portadores de hipertensão arterial sistêmica ou insuficiência cardíaca e como método de prevenção contra doenças relacionadas à disfunção endotelial.

Recebido em 19/7/05. Versão final recebida em 7/10/05. Aceito em 25/1/06.

Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.

  • 1. Lehtmets ML. The sauna bath. Am J Phys Med 1957;36:21-64.
  • 2. Hasan J, Karvonen MJ, Piironen P. Special review. Part I. Physiological effects of extreme heat as studied in the Finnish "sauna" bath. Am J Phys Med 1966;45: 296-314.
  • 3. Hasan J, Karvonen MJ, Piironen P. Special review. Part II. Physiological effects of extreme heat as studied in the Finnish "sauna" bath. Am J Phys Med 1967;46: 1226-46.
  • 4. Kauppinen K, Vuori I. Man in the sauna. Ann Clin Res 1986;18:173-85.
  • 5. Hannuksela M, Ellahham S. Benefits and risks of sauna bathing. Am J Med 2001; 110:118-26.
  • 6. Kauppinen K. Facts and fables about the sauna. Ann N Y Acad Sci 1997;813:654-62.
  • 7. Nguyen Y, Naseer N, Frishman WH. Sauna as a therapeutic option for cardiovascular disease. Cardiol Rev 2004;12:321-4.
  • 8. Biro S, Masuda A, Kihara T, Tei C. Clinical implications of thermal therapy in lifestyle-related diseases. Exp Biol Med 2003;228:1245-9.
  • 9. Helamaa E, Äikäs E. The secret of good "löyly". Ann Clin Res 1988;20:224-9.
  • 10. Leppäluoto J. Human thermoregulation in sauna. Ann Clin Res 1988;20:240-3.
  • 11. Ahonen E, Nousiainen U. The sauna and body fluid balance. Ann Clin Res 1988; 20:257-61.
  • 12. Leppäluoto J, Tuominen M, Väänänen A, Karpakka, Vuori J. Some cardiovascular and metabolic effects of repeated sauna bathing. Acta Physiol Scand 1986;128: 77-81.
  • 13. Leppäluoto J, Arjamaa O, Vuolteenaho O, Ruskoaho H. Passive heat exposure leads to delayed increase in plasma levels of atrial natriuretic peptide in humans J Appl Physiol 1991;71(2):716-20.
  • 14. Vuori I. Sauna bather's circulation. Ann Clin Res 1988;20:249-56.
  • 15. Rowell LB, Brengelmann GL, Blackmon JR, Murray JA. Redistribution of blood flow during sustained high skin temperature in resting man. J Appl Physiol 1970; 28:415-20.
  • 16. Luurila OJ. Arrhythmias and other cardiovascular responses during Finnish sauna and exercise testing in healthy men and postmyocardial infarction patients. Acta Med Scand 1980;641(Suppl):1-60.
  • 17. Giannetti N, Juneau M, Arsenault A, Behr MA, Grégoire J, Tessier M, et al. Sauna-induced myocardial ischemia in patients with coronary artery disease. Am J Med 1999;107:228-33.
  • 18. Tei C, Horikiri Y, Park JC, Jeong JW, Chang KS, Toyama Y, et al. Acute hemodynamic improvement by thermal vasodilation in congestive heart failure. Circulation 1995;91:2582-90.
  • 19. Kukkonen-Harjula K, Oja P, Laustiola K, Vuori I, Jolkkonen J, Siitonen S, et al. Haemodynamic and hormonal responses to heat exposure in a Finnish sauna bath. Eur J Appl Physiol 1989;58:543-50.
  • 20. Taggart P, Parkinson P, Carruthers M. Cardiac responses to thermal, physical, and emotional stress. BMJ 1972;3:71-6.
  • 21. Sohar E, Shoenfeld Y, Shapiro Y, Ohry A, Cabili S, et al. Effects of exposure to Finnish sauna. Israel J Med Sci 1976;12:1275-82.
  • 22. Davies H. Cardiovascular effects of the sauna. Am J Phys Med 1975;54:178-85.
  • 23. Shoenfeld Y, Sohar E, Ohry A, Shapiro Y. Heat stress: comparison of short exposure to severe dry and wet heat in saunas. Arch Phys Med Rehabil 1976;57:126-9.
  • 24. Lammintausta R, Syvälahti E, Pekkarinen. Change in hormones reflecting sympathetic activity in the Finnish sauna. Ann Clin Res 1976;8:266-71.
  • 25. Kosunen KJ, Pakarinen AJ, Kuoppasalmi K, Adlercreutz H. Plasma renin activity, angiotensin II, and aldosterone during intense heat stress. J Appl Physiol 1976; 41(3):323-7.
  • 26. Pérgola, PE, Kellogg DL, Johanson JM, Kosiba WA, Solomon DE. Role of sympathetic nerves in the vascular effects of local temperature in human forearm skin. Am J Physiol 1993;265(3 Pt 2):H785-92.
  • 27. Kellogg DL, Pérgola PE, Piest KL, Kosiba WA, Crandall CG, Grossmann M, et al. Cutaneous active vasodilation in humans is mediated by cholinergic nerve co-transmission. Circ Res 1995;77:1222-8.
  • 28. Dietz NM, Rivera JM, Warner DO, Joyner MJ. Is nitric oxide involved in cutaneous vasodilation during body heating in humans? J Appl Physiol 1994;76:2047-53.
  • 29. Kellogg DL, Zhao JL, Friel C, Roman LJ. Nitric oxide concentration increases in the cutaneous interstitial space during heat stress in humans. J Appl Physiol 2003; 94:1971-7.
  • 30. Kellogg DL, Zhao JL, Coey U, Green JV. Acetylcholine-induced vasodilation is mediated by nitric oxide and prostaglandins in human skin. J Appl Physiol 2005; 98:629-32.
  • 31. Moncada S, Higgs A. The L-arginine-nitric oxide pathway. N Engl J Med 1993; 329:2002-12.
  • 32. Davis ME, Cai H, Drummond GR, Harrison DG. Shear stress regulates endothelial nitric oxide synthase expression through c-Src by divergent signaling pathways. Circ Res 2001;89:1073-80.
  • 33. Kellogg DL, Crandall CG, Liu Y, Charkoudian N, Johnson M. Nitric oxide and cutaneous active vasodilation during heat stress in humans. J Appl Physiol 1998;85: 824-9.
  • 34. Kellogg DL, Liu Y, Kosiba IF, O'Donnell D. Role of nitric oxide in the vascular effects of local warming of the skin in humans. J Appl Physiol 1999;86:1185-90.
  • 35. Shastry S, Reed AS, Halliwill JR, Reed AS, Joyner J. Effects of nitric oxide synthase inhibition on cutaneous vasodilation during body heating in humans. J Appl Physiol 1998;85:830-4.
  • 36. Shastry S, Minson CT, Wilson SA, Dietz NM, Joyner MJ. Effects of atropine and L-NAME on cutaneous blood flow during body heating in humans. J Appl Physiol 2000;88:467-72.
  • 37. Clough GF. Role of nitric oxide in the regulation of microvascular perfusion in human skin in vivo. J Physiol 1999;516:549-57.
  • 38. Fox RH, Edholm OG. Nervous control of the cutaneous circulation. Br Med Bull 1963;19:110-4.
  • 39. Rowell LB. Reflex control of the cutaneous vasculature. J Invest Dermatol 1977; 69:154-66.
  • 40. Cohn J. Abnormalities of peripheral sympathetic nervous system control in congestive heart failure. Circulation 1990;82:I59-I67.
  • 41. Floras JS. Clinical aspects of sympathetic activation and parasympathetic withdrawal in heart failure. J Am Coll Cardiol 1993;22:72A-84A.
  • 42. Benedict CR, Johnstone DE, Weiner DH, Bourassa MG, Bittner V, Kay R, et al. Relation of neurohumoral activation to clinical variables and degree of ventricular dysfunction: a report from the registry of studies on left ventricular dysfunction. J Am Coll Cardiol 1994;23:1410-20.
  • 43. Moreira MCV. Insuficiência cardíaca congestiva: das bases moleculares ao tratamento. 2000; www.connectmed.com.br/artigos
  • 44. Kubo SH, Rector TS, Bank AJ, Williams RE, Heifetz SM. Endothelium-dependent vasodilation is attenuated in patients with heart failure. Circulation 1991; 84:1589-96.
  • 45. Katz SD, Biasucci L, Sabba C, Strom JA, Jondeau G, Galvo M, et al. Impaired-endothelium-mediated vasodilation in the peripheral vasculature of patients with congestive heart failure. J Am Coll Cardiol 1992;19:918-25.
  • 46. Drexler H, Hornig B. Endothelial dysfunction in human disease. J Mol Cell Cardiol 1999;31:51-60.
  • 47. Mombouli JV, Vanhoutte PM. Endothelial dysfunction: from physiology to therapy. J Mol Cell Cardiol 1999;31:61-74.
  • 48. Colombo PC, Banchs JE, Celaj S, Talreja A, Lachmann J, Malla S, et al. Endothelial cell activation in patients with decompensated heart failure. Circulation 2005; 111(1):58-62.
  • 49. Morgan DR, Dixon LJ, Hanratty CG, Hughes SM, Leahey WJ, Rooney KP, et al. Impaired endothelium-dependent and -independent vasodilation in elderly patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail 2004;6(7):901-8.
  • 50. Chong AY, Blann AD, Patel J, Freestone B, Hughes E, Lip GY. Endothelial dysfunction and damage in congestive heart failure: relation of flow-mediated dilation to circulating endothelial cells, plasma indexes of endothelial damage, and brain natriuretic peptide. Circulation 2004;110(13):1794-8.
  • 51. Smith CJ, Sun D, Hoegler C, Roth BS, Zhang X, Zhao G, et al. Reduced gene expression of vascular endothelial NO synthase and cyclooxygenase-1 in heart failure. Circ Res 1996;78:58-64.
  • 52. Agnoletti L, Curello S, Bachetti T, Malacarne F, Gaia G, Comini L, et al. Serum from patients with severe heart failure downregulates eNOS and is proapoptotic: role of tumor necrosis factor-alpha. Circulation 1999;100(19):1983-91.
  • 53. Katz SD, Khan T, Zeballos GA, Mathew L, Potharlanka P, Knecht M, et al. Decreased activity of the L-arginine-nitric oxide metabolic pathway in patients with congestive heart failure. Circulation 1999;99:2113-7.
  • 54. Kojda G, Harrison D. Interactions between NO and reactive oxygen species: pathophysiological importance in atherosclerosis, hypertension, diabetes and heart failure. Cardiovasc Res 1999;43:562-71.
  • 55. Guzik TJ, West NE, Black E, McDonald D, Ratnatunga C, Pillai R, et al. Vascular superoxide production by NAD(P)H oxidase: association with endothelial dysfunction and clinical risk factors. Circ Res 2000;86:e85-e90.
  • 56. Kawashima S, Yokoyama M. Dysfunction of endothelial nitric oxide synthase and atherosclerosis. Arterioscler Thromb Vasc Biol 2004;24:998-1005.
  • 57. Berenson GS, Burch GE. The response of patients with congestive heart failure to a rapid elevation in atmospheric temperature and humidity. Am J Med Sci 1952;223:45-53.
  • 58. Burch GE, Hyman A. Influence of a hot and a humid environment upon cardiac output and work in normal man and in patients with chronic congestive heart failure at rest. Am Heart J 1957;53:665-79.
  • 59. El Sherif N, Shahwan L, Sorour AH. The effect of acute thermal stress on general and pulmonary hemodynamics in the cardiac patient. Am Heart J 1970;79:305-17.
  • 60. The SOLVD Investigators: Effect of enalapril on survival in patients with reduced left ventricular ejection fractions and congestive heart failure. N Engl J Med 1991; 325(5):293-302.
  • 61. Drexler H. Endothelium as a therapeutic target in heart failure. Circulation 1998; 98:2652-5.
  • 62. Jeserich M, Pape L, Just H, Hornig B, Kupfer M, Münzel T, et al. Effect of long-term angiotensin converting enzyme inhibition on vascular function in patients with chronic congestive heart failure. Am J Cardiol 1995;76:1079-82.
  • 63. Nakamura M, Funakoshi T, Arakawa N, Yoshida H, Makita S, Hiramori K. Effect of angiotensin-converting enzyme inhibitors on endothelium-dependent peripheral vasodilation in patients with chronic heart failure. J Am Coll Cardiol 1994;24:1321-7.
  • 64. Hornig B, Maier V, Drexler H. Physical training improves endothelial function in patients with chronic heart failure. Circulation 1996;93:210-4.
  • 65. Moyna NM, Thompson PD. The effect of physical activity on endothelial function in man. Acta Physiol Scand 2004;180(2):113-23.
  • 66. Drexler H. Hypertension, heart failure, and endothelial function. Am J Cardiol 1998;82:20S-22S.
  • 67. Rubanyi GM, Romero JC, Vanhoutte PM. Flow-induced release of endothelium-derived relaxing factor. Am J Physiol 1986;250:H1145-H1149.
  • 68. Noris M, Morigi M, Donadelli R, Aiello S, Foppolo M, Todeschini M, et al. Nitric oxide synthesis by cultured endothelial cells is modulated by flow conditions. Circ Res 1995;76:536-43.
  • 69. Nadaud S, Philippe M, Arnal JF, Michel JB, Soubrier F. Sustained increase in aortic endothelial nitric oxide synthase expression in vivo in a model of chronic high blood flow. Circ Res 1996;79:857-63.
  • 70. Ballermann BJ, Dardik A, Eng E, Liu A. Shear stress and the endothelium. Kidney Int 1998;54(67):S100-S108.
  • 71. Harris MB, Blackstone MA, Ju H, Virginia J, Venema VJ, Venema RC. Heat-induced increases in endothelial NO synthase expression and activity and endothelial NO release. Am J Physiol Heart Circ Physiol 2003;285:H333-H340.
  • 72. Tei C, Tanaka N. Thermal vasodilation as a treatment of congestive heart failure: a novel approach. J Cardiol 1996;27:29-30.
  • 73. Michalsen A, Lüdtke R, Bühring M, Spahn G, Langhorst J, Dobos G. Thermal hydrotherapy improves quality of life and hemodynamic function in patients with chronic heart failure. Am Heart J 2003;146(4):728-33.
  • 74. Kihara T, Biro S, Ikeda Y, Fukudome T, Shinsato T, Masuda A, et al. Effects of repeated sauna treatment on ventricular arrythmias in patients with chronic heart failure. Circ J 2004;68:1146-51.
  • 75. Sugahara Y, Ishii M, Muta H, Egami K, Akagi T, Matsuishi T. Efficacy and safety of thermal vasodilation therapy by sauna in infants with severe congestive heart failure secondary to ventricular septal defect. Am J Cardiol 2003;92:109-13.
  • 76. Kihara T, Biro S, Imamura M, Yoshifuku S, Takasaki K, Ikeda Y, et al. Repeated sauna treatment improves vascular endothelial and cardiac function in patients with chronic heart failure. J Am Coll Cardiol 2002;39:754-9.
  • 77. Ikeda Y, Biro S, Kamogawa Y, Yoshifuku S, Eto H, Orihara K, et al. Repeated thermal therapy upregulates arterial endothelial nitric oxide synthase expression in Syrian golden hamsters. Jpn Circ J 2001;65:434-8.
  • 78. Ikeda Y, Biro S, Kamogawa Y, Yoshifuku S, Kihara T, Minagoe S, et al. Effect of repeated sauna therapy on survival in TO-2 cardiomyopathic hamsters with heart failure. Am J Cardiol 2002;90:343-5.
  • 79. Ikeda Y, Biro S, Kamogawa Y, Yoshifuku S, Eto H, Orihara K, et al. Repeated sauna therapy increases arterial endothelial nitric oxide synthase expression and nitric oxide production in cardiomyopathic hamsters. Circ J 2005;69(6):722-9.
  • 80. Luurila OJ, Kohvakka A, Sundberg S. Comparison of blood pressure response to heat stress in sauna in young hypertensive patients treated with atenolol and diltiazem. Am J Cardiol 1989;64:97-9.
  • 81. Imamura M, Biro S, Kihara T, Yoshifuku S, Takasaki K, Otsuji Y, et al. Repeated thermal therapy improves impaired vascular endothelial function in patients with coronary risk factors. J Am Coll Cardiol 2001;38:1083-8.
  • 82. Winterfeld HJ, Siewert J, Strangfeld D, Bohm D, Aurisch R, Engelmann U, et al. Effects of sauna therapy on patients with coronary heart disease with hypertension after bypass operation, after heart aneurysm operation and essential hypertension. Z Gesamte Inn Med 1993;48:247-50.
  • 83. Siewert C, Siewert H, Winterfeld HJ, Strangfeld D. Changes of central and peripheral hemodynamics during isometric and dynamic exercise in hypertensive patients before and after regular sauna therapy. Z Kardiol 1994;83:652-7.
  • 84. Ross R. Atherosclerosis: an inflammatory disease. N Engl J Med 1999;340:115-26.
  • 85. Bonetti PO, Lerman LO, Lerman A. Endothelial dysfunction: a marker of atherosclerotic risk. Arterioscler Thromb Vasc Biol 2003;23:168-75.
  • 86. Behrendt D, Ganz P. Endothelial function: from vascular biology to clinical applications. Am J Cardiol 2002;90(10C):40L-48L.
  • 87. Paniagua OA, Bryant MB, Panza JA. Role of endothelial nitric oxide in shear stress-induced vasodilation of human microvasculature: diminished activity in hypertensive and hypercholesterolemic patients. Circulation 2001;103:1752-8.
  • 88. Eisalo A, Luurila OJ. The Finnish sauna bath and cardiovascular diseases. Ann Clin Res 1988;20:267-70.
  • 89. Luurila OJ. The sauna and the heart. J Intern Med 1992;231:319-20.
  • 90. Iisalo E, Kanto J, Pihlajamaki K. Effects of propranolol and guanethidine on circulatory adaptation in the Finnish sauna. Ann Clin Res 1969;1:251-5.
  • 91. Vanakoski J, Seppala T. Effects of a Finnish sauna on the pharmacokinetics and hemodynamic actions of propranolol and captopril in healthy volunteers. Eur J Clin Pharmacol 1995;48:133-7.
  • 92. Barkve TF, Langseth-Manrique K, Bredensen J, Gjesdal K. Increased uptake of transdermal glyceryl trinitrate during physical exercise and during high ambient temperature. Am Heart J 1986;112:537-41.
  • 93. Roine R, Luurila OJ, Suokas A, Heikkonen E, Koskinen P, Ylikahri R, et al. Alcohol and sauna bathing: effects on cardiac rhythm, blood pressure, serum electrolyte and cortisol concentrations. J Intern Med 1992;231:333-8.
  • Endereço para correspondência:
    Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues
    Rua Roberto Lúcio Aroeira, 40
    31710-570 Belo Horizonte, MG
    Tel./fax: (31) 3491-9460
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Jun 2007
    • Data do Fascículo
      Ago 2006

    Histórico

    • Recebido
      07 Out 2005
    • Aceito
      25 Jan 2006
    Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278, 6º and., 01318-901 São Paulo SP, Tel.: +55 11 3106-7544, Fax: +55 11 3106-8611 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: atharbme@uol.com.br