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EDITORIAL

O primeiro número do quinto ano da Trabalho, educação e saúde inaugura uma mudança na periodicidade da revista, que passa a ser quadrimestral e não mais semestral. Acreditamos que esta mudança pode contribuir na produção e circulação dos saberes no campo da educação e do trabalho em saúde, na medida em que dinamiza os tempos de publicação, dando visibilidade a um volume maior de produção científica na área.

Sobre a formação profissional em saúde, este número publica quatro textos, três na seção Artigo e um na seção Relato. O artigo "O discurso da bioética na formação do sujeito trabalhador da saúde", de Flávia Ramos, discute, a partir de pesquisa documental nos cursos de enfermagem e de medicina em quatro universidades federais do sul do país, a inserção dos temas éticos e bioéticos nas propostas de educação profissional, concluindo que tais temas constituem um saber presente e produtivo, porém se encontram reduzidos a um conjunto de formulações descontextualizadas. O artigo "A educação popular e a formação dos trabalhadores de nível médio da saúde", de José Ivo Pedrosa, coloca em questão os princípios éticos e políticos da educação popular, enfocando-a como um dispositivo para a institucionalização de novas possibilidades de autonomia e de superação da visão do outro (paciente) como objeto técnico. O terceiro artigo, de Georgia Sobreira dos Santos Cêa, Luiz Fernando Reis e Solange Conterno, intitulado "Profae e a lógica neoliberal: estreitas relações", analisa a principal política de qualificação de profissionais de nível médio do Ministério da Saúde - o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, explorando sua instrumentalidade política e econômica e as possibilidades efetivas de o projeto reverter a precariedade formativa na área. A seção Relato, em texto de autoria de Lilian Koifman e Regina Henriques, apresenta a linha Formação do projeto EnsinaSUS que articula ensino, desenvolvimento, pesquisa e documentação na construção da integralidade da atenção à saúde e é desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde (Lappis), do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Este projeto teve por objetivo geral mapear, apoiar e disseminar experiências inovadoras, realizadas por instituições de ensino e pesquisa, para a melhoria da educação dos profissionais de saúde.

No que tange ao trabalho em saúde, este número recupera um espaço ainda pouco investigado. O artigo "Técnicos em laboratório de pesquisa em saúde e o trabalho na contemporaneidade: prolegômenos sobre um trabalho(ador) sob a neblina", de Márcia Teixeira e Mônica Murito, discute o processo de produção dos conhecimentos tecnocientíficos no espaço indicado no título, tendo como horizonte a discussão sobre o trabalho na contemporaneidade.

No campo dos estudos sobre o trabalho contemporâneo - estudos que suscitam questões também para a educação e o trabalho em saúde - , a revista publica dois textos. O primeiro constitui um ensaio intitulado "Os significados do trabalho: produção de valores como produção semiótica no capitalismo informacional", de autoria de Marcos Dantas. O texto enfoca o processamento de informações como uma atribuição e produção de significados relacionados às situações concretas de trabalho, contribuindo para elucidar o conceito marxiano de trabalho concreto e analisar a natureza do capitalismo informacional deste início de século. O artigo "Saúde e trabalho docente: a escola como produtora de novas formas de vida", de Maria Elizabeth Barros, Dorotéia Zorzal, Fernanda de Almeida, Roberta Iglesias e Vivian de Abreu, apresenta um processo de pesquisa-intervenção realizada numa escola municipal de Vitória, Espírito Santo, indicando as possibilidades de tensionar e transformar os espaços de trabalho, na perspectiva de instituir novos modos de trabalhar favorecedores de saúde.

A revista publica ainda duas resenhas, de Álvaro de Azeredo Quelhas e Graziany Penna Dias, sobre o livro Educação do corpo na escola brasileira, organizado por Marcus Aurélio Taborda de Oliveira; e de Ana Lúcia Queiroz Bezerra sobre o livro Estratégias de ensino na enfermagem: enfoque no cuidado e no pensamento crítico, de Vera Regina Waldow.

Carla Macedo Martins

Angélica Ferreira Fonseca

Isabel Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Out 2012
  • Data do Fascículo
    Jun 2007
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